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Lula não é só Lula, por Henrique Fontana




(...) Quando finalmente, no dia 20 de novembro de 1695, Zumbi foi morto e sua cabeça exposta à execração pública, e o quilombo de Palmares já havia sido totalmente destruído pelo bandeirante Domingos Jorge Velho – pago, armado e ordenado pelo império português – o longo caminho de volta às senzalas percorreria quase 200 anos de escravidão.
Das imagens que perseguem a história do Brasil, algumas se repetem como tragédia. E a realidade brasileira atual nos permite escolher muitas, mas esta, em especial, vem à memória.
Zumbi era o homem que povoava o imaginário dos escravizados e assombrava os senhores de engenho. Liderava o quilombo dos Palmares, na Capitania de Pernambuco, em pleno Brasil colônia, representando a esperança de milhares de negras e negros acorrentados. Acusado pela Ordem de subversão, e pela oligarquia nativa de despótico e escravista, Zumbi resistiu na luta pela liberdade. Certamente não era perfeito, nem infalível, era humano, afinal.
Mas Zumbi não era só Zumbi, seu nome transcendia a própria existência física, e se ligava ao sentido de esperança para tantas vidas amortecidas pelo cotidiano de violência e à ausência de futuro. Zumbi era a presença real da resistência à indigna condição da vida sob grilhões e chibatas.
A luta não terminou ali, por certo. Mas quando o império de Portugal, com a colaboração dos senhores brancos locais, proclamou a vitória e restabeleceu seu domínio absoluto sobre as terras brasileiras, a sorte de milhares de escravizados estava lançada, e o retorno seria ainda mais violento. Era preciso matar Zumbi para restabelecer a Ordem do colonizador.
Lula não é só Lula.