Túnel do tempo
Uma relíquia das bandas de Exu - Pernambuco. Em época de São João, o mestre Januário, pai de Luiz Gonzaga - o Rei do Baião -, puxando seu fole de oito baixo num arrasta pé mais que tradicional. Entre os dançantes o Gonzagão
Pinçado do facebook de Josiel Galvão
Ave Maria
(Petrúcio Amorim)
Homenagem a São José, padroeiro do Ceará
Asa Branca
Qual fogueira de São João
Eu perguntei, ai
Meu Deus do céu, ai
Por que tamanha
Judiação
Que braseiro,
Que fornalha,
Nenhum pé de plantação
Por falta d'água
Perdi meu gado
Morreu de sede
Meu alazão
Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse:
Adeus, Rozinha
Guarda contigo
Meu coração
E hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva
Cair de novo
Pra eu voltar
Pro meu sertão
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro
Não chores não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Eu te asseguro
Eu te asseguro
Meu coração
Eu te asseguro
Eu voltarei
Pro meu sertão
Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira
O Centenário de Humberto Teixeira
Por Mara L. Baraúna
Humberto Cavalcanti Teixeira (Iguatu, CE, 5 de janeiro de 1915 — Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1979)
Filho de João Euclides Teixeira e Lucíola Cavalcante Teixeira. Desde cedo apresentava aptidões para a música; aos seis anos aprendeu a tocar musette, versão francesa da gaita de foles. Aprendeu também flauta e bandolim. O seu tio Lafaiete Teixeira, foi o responsável pelos seus primeiros ensinamentos musicais, era maestro e tocava vários instrumentos.
Aos 13 anos, depois de ter editado sua composição Miss Hermengarda, tocava flauta na orquestra que musicava os filmes mudos no Cine Majestic de Fortaleza. Aos 15 anos radicou-se no Rio de Janeiro onde, aos 18 anos, em 1934, foi premiado com Meu Pecadinho pela revista O Malho num concurso de música carnavalesca.
Iniciou a carreira artística tocando como flautista-aluno na Orquestra Iracema, regida pelo maestro Antônio Moreira. Em 1931 mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1934, foi um dos vencedores do concurso de músicas carnavalescas promovido pela revista "O Malho".
Ao lado de músicas de Ary Barroso, Cândido das Neves, José Maria de Abreu e Ari Kerner, classificou sua composição "Meu pedacinho". Mesmo assim, não conseguiu gravar, e seguiu compondo valsas, toadas, modas e canções, que eram editadas para piano pela casa A Guitarra de Prata.
Em 1943, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e passou a trabalhar em um escritório na Avenida Calógeras. Nesta época já tinha composto sambas, marchas, xotes, sambas-canções e toadas e tentava lançar o ritmo nordestino "balance" ou "balanceio" tocado pelo parceiro Lauro Maia (com quem compôs "Deus me perdoe" e "Vamos balancear"). Em 1944, tinha gravado a primeira música, em parceria com Lírio Panicalli, o samba apoteótico Sinfonia do Café, cantado por Deo. Em 1945, Orlando Silva gravou os sambas "Só uma louca não vê" e "Samba da roça", ambos de parceria com Lauro Maia.
Numa tarde em agosto de 1945, conheceu aquele que se tornou seu grande parceiro de inúmeros sucessos, Luiz Gonzaga. Da parceria dos dois surgiu o baião, numa batida uniforme feita para dançar. Substituíram os instrumentos originais, viola, pandeiro, botijão e rabeca, por acordeom, triângulo e zabumba. O novo ritmo fez uma revolução na música brasileira, que oscilava na época entre o samba-canção e os ritmos importados, e via-se diante de algo completamente novo e que entrou direto no gosto popular, o baião. A dupla com Luiz Gonzaga rendeu inúmeros sucessos, dentre os quais os maiores foram: "Mangaratiba", "Juazeiro", "Paraíba", "Qui nem jiló", "Xanduzinha", "Baião", "Asa branca", "Lorota boa", "Assum preto", "Estrada de Canindé", "Respeita Januário" e "Meu pé de serra".
Em 1950, a dupla se desfez, com a ida de Luiz Gonzaga para a Sbacem. Ainda em 1950 teve a música "Meu brotinho", cantada por Francisco Carlos no filme "Carnaval no fogo". O referido cantor tornou-se conhecido pelo público a partir deste sucesso. No mesmo ano, Humberto Teixeira elegeu-se deputado federal pelo Ceará, com maciça votação. Em 1951 teve "Bate o bumbo" interpretada por Eliana no filme "Aviso aos navegantes". No mesmo ano, dois sambas de sua autoria foram gravados: "Desci o morro", em parceria com Lauro Maia, gravado por Os Boêmios, e "Martírio", em parceria com Oldemar Magalhães, gravado por Helena de Lima. Ainda em 1951 teve grande êxito com a composição "Sinfonia do café", feita especialmente para o espetáculo "Muiraquitação", encenado no Teatro Municipal e gravado por Déo e Coro dos Apiacás, pela Continental. A mesma Helena de Lima gravou "Baião de Salvador", da parceria com Sivuca.
Foi eleito o "melhor compositor nacional" pela Revista do Rádio nos anos de 1950, 1951 e 1952, sendo recebido pelo presidente Getúlio Vargas.
Em 1952, teve a "Marcha do sapinho", parceria com Norte Victor, cantada por Oscarito e Maria Antonieta Pons, no filme "Carnaval Atlântida". Em 1956, juntamente com o compositor João de Barro fundou a Academia Brasileira de Música Popular. Além de Luiz Gonzaga, teve como um dos seus principais parceiros o cunhado Lauro Maia com quem compôs, entre outras, "Mariposa", marcha gravada por Orlando Silva em 1946, e "Pecador", samba gravado em 1949 por 4 Ases e 1 Coringa. Fez também diversas composições com Felícia de Godoy, entre as quais "Antes que eu enlouqueça" e "Vou-me embora".
Suas composições foram gravadas por diversos intérpretes, entre os quais Carmélia Alves, com a marcha rancho "Jardineira de ilusões", Odete Amaral, com a marcha "Bem vi", Jamelão, com "Pirarucu", Cyro Monteiro com "Agradece a Deus", Ivon Curi, com "A beleza da Chuiquinha" e Emilinha Borba com "Tá fartando coisa em mim". Posterirormente, Geraldo Vandré, Caetano Veloso e Alceu Valença entre outros gravaram "Asa branca" e Gal Costa gravou "Assum preto", além de outros artistas contemporâneos que gravaram composições de sua autoria.
Em 1958, conseguiu aprovar no Congresso Nacional a Lei Humberto Teixeira para a formação de caravanas de artistas para divulgar a música brasileira no exterior. A primeira dessas caravanas foi formada no mesmo ano, contando com a participação dos artistas Abel Ferreira, Sivuca, Pernambuco, Dimas, Trio Iraquitã e Maestro Guio de Morais, tendo percorrido diversos países. Sempre sob a direção de Humberto Teixeira, essas caravanas aconteceram até 1964.
Em 1971, foi eleito vice-diretor da UBC, dando prosseguimento a sua luta pelos direitos autorais. Com mais de 400 composições gravadas, tornou-se um compositor reconhecido internacionalmente, com composições gravadas em diversos idiomas. A partir do ano 2000, sua filha, a atriz Denise Dumont, residente em Nova York, encarregou-se de resgatar suas memórias, promovendo shows e artigos em jornais e revistas sobre a importância de sua obra. Em 2001, teve a música "baião" (c/ Luiz Gonzaga) gravada por Targino Gondim, no CD "Dance Forró Mais eu".
Em 2002 foi homenageado por ocasião da entrega do Primeiro Prêmio Rival BR de Música / Troféu Humberto Teixeira, na noite de 27 de agosto daquele ano, com a realização de um show-tributo, com a participação de Elba Ramalho, Fagner, Gilberto Gil, Lenine, Rita Ribeiro, Sivuca, Cordel de Fogo Encantado, Carmélia Alves e Zeca Pagodinho, que interpretaram, entre outras, " Adeus Maria Fulô", parceria com Sivuca, "Juazeiro", "Assum preto", "Qui nem jiló" e "Estrada do Canindé", todas em parceria com Luiz Gonzaga.
O show, que fez parte do documentário sobre o compositor, produzido por Ana Lontra e pela filha do artista, Denise Dummont, foi lançado em CD em 2003, pelo selo Biscoito Fino o CD com o título "O Doutor do Baião. Além do registro ao vivo do show, o disco apresenta nas quatro primeiras faixas, gravadas em estúdio, Maria Bethânia, exortando o lirismo sertanejo em "Asa Branca; Caetano Veloso em "Baião de Dois", Sivuca acompanha Gal Costa em "Adeus Maria Fulô" e Chico Buarque interpreta "Kalu", em cuja letra se pode ver exemplo de como Humberto Teixeira soube transitar entre a erudição e as licenças poéticas, trazendo versos como: "Tira o verde desses óio de riba d"eu". Também faz parte do projeto a revitalização de "Juazeiro", por Gilberto Gil e, na última faixa, todos cantam "Asa Branca".
Em 2004, "Asa Branca", composta com Luiz Gonzaga, foi apontada como uma das mais executadas, em diversas apresentações de palco, além de execuções no rádio, segundo dados da Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição).
Em 2006, ocorreu, pela Jobim Music e Good Ju-Ju, a publicação do livro "Cancioneiro - Humberto Teixeira", um compêndio de 2 volumes em homenagem ao compositor. O volume 1- "Biografia" e o segundo volume, "Obras escolhidas", contendo as partituras e letras de uma seleção de obras, sob os cuidados da atriz Denise Dummont, filha de Humberto Teixeira. O projeto, que teve concepção da Jobim Music, foi realizado com curadoria de Denise e Ana Lontra Jobim, tendo, os dois volumes, texto biográfico, em oito capítulos, de Ricardo Cravo Albin, apresentação de Sérgio Cabral e prefácio de Tárik de Souza. Os arranjos, das partituras foram assinados por Wagner Tiso e o desenho gráfico por Gringo Cardia. O volume "Biografia" também contou com breve declaração de Roberto Smith, presidente da BNB.
Em 2008 Lirio Ferreira dirigiu o documentário O Homem que engarrafava nuvens
Em 2009, teve as suas músicas "Orélia"; "Juazeiro" (c/ Luiz Gonzaga); e "Estrada de Canindé" (c/ Luiz Gonzaga), gravadas no CD "Canções de Luiz", do cantor e sanfoneiro Targino Gondim.
Seu clássico "Asa branca", parceria com Luiz Gonzaga, é uma das músicas mais conhecidas e gravadas do cancioneiro popular brasileiro, tendo recebido gravações de cantores consagrados como João Mossoró, Gilberto Gil, Dominguinhos, Lulu Santos, Fagner, Caetano Veloso, Elis Regina, Tom Zé, Chitãozinho e Xororó, Ney Matogrosso, Badi Assad, Maria Bethânia, Hermeto Pascoal, Quinteto Violado, Xangai e Raul Seixas, que gravou a canção em uma versão em inglês, além do original em português, fazendo um mix com a música "Blue Moon of Kentucky", do norte-americano Bill Moroe. A composição continua sendo revitalizada com interpretações em shows e gravações de cantores e duplas mais jovens do universo sertanejo.
Em maio de 2010, o cantor e compositor Zé Ramalho lançou, pelo selo Descobertas, o CD "Zé Ramalho canta Luiz Gonzaga", marcando 20 anos de ausência do Rei do Baião. Neste disco, produzido por Marcelo Fróes, Zé Ramalho incluiu 7 faixas de autoria de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, que fizeram sucesso com este último: "Baião", "O xote das meninas", "Asa Branca", "No meu pé de serra", "Qui nem jiló", "Paraíba" e "Assum preto".
Em 2011, foi lançada pelo selo Discobertas, em convênio com o ICCA - Instituto Cultural Cravo Albin, a caixa "100 anos de música popular brasileira", com a reedição, em 4 CDs duplos, dos oito LPs que continham as gravações dos programas realizados pelo radialista e produtor Ricardo Cravo Albin, na Rádio MEC-RJ, em 1974 e 1975. Nesses CDs estão incluídos os baiões "Dezessete e setecentos", com Miguel Lima; "Baião", "Paraíba", "Juazeiro", "Magaratiba", "Qui nem jiló" e "Asa branca", todas com Luiz Gonzaga, na interpretação do "Rei do Baião".
Em sua homenagem e reconhecimento, foi batizada com seu nome a Rodovia CE-021 (que liga Iguatu a Fortaleza), a Agência do Banco do Nordeste do Brasil de Iguatu e o Centro Cultural Iguatuense.
Humberto Teixeira na Wikipédia
Humberto Teixeira no Dicionário Cravo Albin
BNB, Jobim Music e Good Ju-Ju lançam o Cancioneiro Humberto Teixeira, por Luciano Sá
Espaço divulga acervo de Humberto Teixeira, por Honório Barbosa
O Homem que Engarrafava Nuvens, por Paulo Yokota
Humberto Teixeira fala da sua parceria com Luiz Gonzaga em entrevista concedida a Nirez, em 1977, por Euriques Fernandes Carneiro
Inácio propõe homenagens no centenário de Humberto Teixeira
Momento Três faz homenagem aos 100 anos Humberto Teixeira
Humberto Teixeira: O homem que engarrafava nuvens
Recordações - Rita Célia Faheina
Jovens coreanos homenageiam o rei do baião
Asa Branca interpretada pelos jovens coreanos da banda Coreyah (via Studio Lovo)
O Brasil que Luiz Gonzaga percorreu e cantou no século 20 não é mais o mesmo
Asa branca (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira, 1947)
Crateús: Escola resgata história do Rei do Baião
Luiz Gonzaga: Sinônimo de Baião
Frente à aproximação do centenário do Rei do Baião (falecido em agosto de 1989), a Prefeitura de Fortaleza decidiu antecipar as comemorações, ao instituir a data de seu aniversário como o Dia Municipal Forró, inserido no calendário oficial de eventos culturais da cidade.
A ocasião, claro, terá festa, como manda o figurino. Ao todo, 20 atrações reúnem-se hoje à noite no Polo Luiz Gonzaga, no Conjunto Ceará. Cada artista ou banda interpreta duas músicas: uma própria e outra em homenagem ao Mestre Lua (decidida por sorteio). A iniciativa é da Associação Cearense do Forró (ACF), com o patrocínio da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor).
Integram ainda a programação, a Orquestra Sanfonas do Ceará e o Balé Folclórico Arte Popular. "Queremos que esse evento se torne uma tradição", explica Walter Medeiros, presidente da ACF e membro do Conselho Municipal de Política Cultural de Fortaleza.
"Selecionamos artistas que fazem parte da nossa história musical e engajados na luta por esse movimento do forró de qualidade", complementa Medeiros. A lista inclui nomes como Adelson Viana, Netinho do Ceará, Oswaldinho do Ceará, Diassis Martins, Estrela do Norte, Messias Holanda, Neo Pi Neo, Os Januários, entre outros.
Para Messias Holanda, por exemplo, o forró deve ser alvo de ações de proteção. "Tem de ser aguado que nem planta, pros mais novinhos passarem a conhecer e não esquecerem. O nosso forró é muito sofredor, empurra pra lá, empurra pra cá, e ele ainda resiste", avalia.
Hoje à noite, ele interpreta "Ovo de Codorna", de Gonzagão, e o sucesso "Pra tirar coco", de sua autoria. "Pra onde eu vou, esse pé de coco se espalha. É automático", brinca.
Já José Alderir Alves da Costa, mais conhecido pelo nome artístico Estrela do Norte, não é cearense, mas escolheu o Estado para investir no que chama de "forró de verdade", título que também dá nome a seu último CD. "Sou de Mãe do Rio, no Pará, mas meus pais são cearenses. Dos 13 anos que estou em Fortaleza, há 11 venho me dedicando ao forró", explica.
O artista iniciou a carreira com a música "Xote Ecológico", composição de Luiz Gonzaga em homenagem a Chico Mendes. Por isso, só tem o que comemorar com a criação da data. "Esse dia é uma conquista ímpar para a associação", vibra. Hoje ele apresenta "A sorte é cega", de Gonzaga, e "Feliz da Vida", de Flávio Leandro.
Homenagem
Mas quem deve estar mais animado com o evento é Diassis Martins, cuja admiração por Luiz Gonzaga levou-o a idealizar um CD tributo, "Diassis Martins cantando Gonzagão", apenas com regravações de músicas do ídolo. O novo trabalho será lançado com um show no dia 13 de janeiro. "Sempre quis gravar um disco homenageando Gonzagão, mas é algo difícil por conta da liberação dos direitos autorais. Sai muito caro", explica. "Mas consegui uma gravadora que abraçou o projeto, a DM Music. Eles me contrataram e assumiram todas as despesas".
Durante a seleção de músicas, Diassis guardou espaço para algumas menos divulgadas do Mestre Lua, que nunca haviam sido regravadas. "´A triste partida´, por exemplo, tem nove minutos, não roda nas rádios. Também regravei ´Obrigado João Paulo´, homenagem de Gonzaga ao Papa João Paulo II".
Obviamente, grandes sucesso não poderiam ficar de fora. "Tem ´Numa sala de reboco´, ´Sabiá´, ´A volta da asa branca´, além de um pout-pourri com as marchas juninas, a exemplo de ´Pagode russo´, ´Fogo sem fuzil´ e ´Olha pro céu´", enumera.
O projeto demorou quatro meses para ficar pronto, desde a pesquisa e elaboração de repertório até o envio do material para fabricação da matriz do CD nos EUA. Para acompanhá-lo, convidou vários músicos cearenses.
Hoje, ele relembra Gonzaga com "A Vida do Viajante", além de "10 mandamentos do amor", de Jeovah de Carvalho e Dadá di Moreno. Sobre a criação do Dia Municipal do Forró, Diassis acredita ser uma iniciativa importante para preservar a memória do gênero. "Isso veio fortalecer o forró na cidade, ainda mais na data de nascimento de Gonzagão. Reconheço que a administração atual de Fortaleza preza muito por apresentar a música local de qualidade".
Início da carreira
Luiz Gonzaga foi o segundo dos nove filhos do casal Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus. Com apenas oito anos de idade, substituiu um sanfoneiro em festa na fazenda Caiçara (onde nasceu, no sopé da serra do Araripe, em Exu), a pedido de amigos do pai. Cantou, tocou e, pela primeira vez, recebeu um "cachê" (vinte mil réis). A partir daí, os convites para se apresentar tornam-se frequentes. Antes de completar 16 anos, já era conhecido em toda a região. Após fugir de casa, servir ao exército em Fortaleza e em Minas Gerais, termina no Rio de Janeiro, onde começa a se apresentar.