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Depoimento de Fábio Assunção sobre a música que fala do seu problema




"Oi Gente... eu não pretendia tornar esse assunto público por vários motivos, mas a imprensa resolveu comentar e os meninos foram bem generosos fazendo o video deles explicando nosso acordo sobre a música Fabio Assunção. 
Antes de qualquer coisa eu preciso falar com as pessoas que passam pelo mesmo problema que eu, cada um está nesse momento em um estágio, mas nossa natureza é a mesma. Eu não endosso, de maneira nenhuma, essa glamourização ou zueira com a nossa dor. Minha preocupação é com você que sente na pele a dificuldade e a complexidade dessa doença. Minha vontade é que você tenha sempre um diálogo aberto e encontre um lugar de afeto com sua família, amigos e com a sociedade brasileira e assim merecer respeito e direito a um tratamento digno. 
Jamais me passou pela cabeça censurar a arte do autor e seus intérpretes, mesmo quando vi o tamanho e o sucesso que a música alcançou. Somos artistas e torço muito para que vocês conquistem cada vez mais fãs. Conheço também a luta do artista no Brasil e torço para que vocês prosperem. Mas não censurar não significa que não existe aqui uma oportunidade de conscientizar. 
15% das pessoas do mundo tem problemas de adicção. É muita gente sofrendo por não conseguir controlar suas compulsões e eu acho importante lembrar a todos que isso não tá escrito na certidão de nascimento. Todo mundo começa do mesmo jeito. Achando que tudo bem. E pode não terminar tudo bem. 
Foi pensando nisso q eu, minha equipe de comunicação e o corpo jurídico que me atende, decidimos entrar em contato com os meninos e tornar essa história um ato propositivo de ajuda a quem precisa e de conscientização geral. 100% dos valores arrecadados com a música serão doados para as instituições A e B que vamos informar posteriormente como um ato irmanado entre quem sente essa dor e quem tem voz para ampliar a conscientização. 
Nós não somos super heróis. Cuide de você, cuide de quem você ama, cuide dos seus amigos nas festas. Seja responsável pelo todo. Lembrem q eu aqui respeito a zueira, amo a brincadeira, mas quero todo mundo bem, forte, feliz e consciente de seus atos e de sua vida. A luta é essa. Tamo junto. @gabrielbartz @brunomagnatareal"
***


Fabrício Carpinejar: vergonha do que fizeram com Fábio Assunção


Resultado de imagem para fabio assunção fãs

Fiquei chocado com os vídeos do ator Fábio Assunção estirado no chão e preso em viatura em Arcoverde (PE). Pasmo não por aquilo que ele fez, fora de si, mas pelo deboche de todos à volta, sóbrio e serenos, com consciência para ajudar e que não demonstraram nenhum interesse para socorrer e amparar alguém claramente necessitado e com dificuldades de se manter em pé e articular um raciocínio lógico. Em vez de ajudar, ridicularizavam o profissional em uma fase difícil da vida e apenas aumentavam a sua agressividade. Quem aqui já não bebeu além da conta e falou bobagem? Atiçar um bêbado é armar um circo de horrores, é se divertir com o sofrimento alheio, é renunciar à educação pelo bullying anônimo e selvagem de massa.
Onde está a compaixão do país? O que identifico é que torcemos pela queda de nossos heróis, pelo fim de exemplos. Odiamos silenciosamente aquele que alcança o sucesso. E permanecemos à espreita, como urubus com as asas dos aplicativos, para flagrar um tombo, uma gafe, um vexame da celebridade e espalhar pelos céus turvos da web.
Talvez, infelizmente, desejamos que todo grande artista, como é Fábio Assunção, beije a lona para arrancarmos memes dos bolsos e ganhar notoriedade com gravações caseiras.
Somos cada vez menos afetuosos e mais paparazzi das tragédias individuais.
Não sabemos confortar com a nossa mortalidade quem é também humano, erra, falha e recomeça com a humildade do perdão.
Não vou julgar e tampouco mergulhar em achismos, se ele estava sob efeito de drogas ou não, o que acontecia em sua vida privada para gerar tal descontrole (e, óbvio, que deve ser penalizado por tudo o que cometeu contra a lei, sem distinção).
Mas quem teve um familiar transtornado ou viciado sabe que ele é também uma vítima e que o cuidado e a discrição são os únicos curativos possíveis para não aumentar a vergonha e as recaídas. Expor alguém em situação delicada é ser cúmplice de vandalismo psicológico. Todo celular hoje é uma arma de fogo.
O que lamento é que aquele ator, sempre solícito para selfies e autógrafos, sempre disposto a conversar com qualquer um, não foi carregado pelo público quando realmente esperava. A fama é ingrata, mas triste mesmo é que não procuramos salvar mais a nossa cordialidade.