A empreiteira Delta foi a mais corruptora de todas as empreiteiras, a algum tempo atrás. Mais, eis que ele, sempre ele (o miniministro Gilmar Dantas) decidiu que a empresa é mais limpa que véu de noiva. Como ficará o merdinha Moro, quando o merdão Mendes decidir que as demais empreiteiras também são santas?
Para acontecer isso, basta que o processo caia nas suas mãos. Ele não tem pudor, moral, ética. Ele só tem interesses e preço. Portanto, se iluda quem quiser, desse corrupto bicudo, nada me surpreende.
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Jânio de Freitas - a obra maior das empreiteiras
na Folha de São Paulo
O fato de ser obra prevista para a Copa interessou mais, na queda do viaduto em Belo Horizonte, do que o desastre e suas consequências. Assim ficou evidenciado nas manchetes das primeiras páginas mais importantes, todas referidas à "obra da Copa", ao "viaduto da Copa", à "obra do Mundial". Uma coisa não tem a ver com a outra. À parte o componente trágico, o que importa é isto: sempre as empreiteiras de obras públicas. Na sucessão interminável, ou a calamidade é moral, de corrupção e assalto aos cofres públicos com fraude, cartel, superpreço e reajustes; ou é física, com a péssima qualidade dos serviços prestados e os desastres também daí decorrentes. Até quando e até onde irá essa liberdade dos grandes empreiteiros, eis um dos grandes mistérios do Brasil.
A queda do viaduto de BH tem dois antecedentes que, se não determinaram, ao menos contribuíram muito para o desfecho tido pela obra. Há exatos cinco meses, foi constatado que a estrutura de um outro viaduto em construção deslocara-se imprevistamente. Obra a cargo da Cowan. Razão, portanto, para que a empreiteira e a prefeitura de Belo Horizonte redobrassem a fiscalização na obra, pela mesma Cowan, do viaduto que veio a ruir. O desastre comprova que não houve tal cuidado.
Para chegar à construção desastrada, a Cowan foi parte de uma operação bem ilustrativa das relações, e suas consequências, entre empreiteiras e poder público. O consórcio formado também pela empreiteira Delta tornou-se ganhador da obra sem que sequer estivesse constituído, figurando nos documentos contratuais, em lugar do seu, o número de cadastro da própria prefeitura de BH. Fraude que, por si só, atesta a união dos dois lados em tudo o que daí decorreu.
Com o escândalo que notabilizou o personagem goiano apelidado de Carlinhos Cachoeira, a Delta saiu do consórcio. Comprovada sua ligação com aquele personagem, o dono da Delta, Fernando Cavendish, fez uma transação mal explicada para afastar da empresa o seu nome e, como complemento, também o nome da empreiteira em certos contratos. Sem que essas retiradas devam ser entendidas, necessariamente, como saída dos negócios e acordos, todos muito lucrativos.
A Cowan é empresa mineira. A quantidade e a facilidade com que obtém contratos em Minas é admirável. Predomínio regional não é, porém, peculiaridade da Cowan. É regra em muitos Estados. Poderia ser por facilidade de custos, mas não. É, claro, por outras facilidades, as mesmas que não restringem as empreiteiras ao seu ambiente doméstico. Não importam as comprovações de fraudes, de superfaturamento e demais tramoias, os escândalos e os desastres, ainda que trágicos. Nada perturba esse domínio da imoralidade e de crimes vários.
Desde quando é assim? Não se sabe. Até quando será assim? Nem se prevê.
Veja, delta, Demóstenes e Cachoeira um bando só
por Pedro Saraiva
Se o reporter se infiltra na organização criminosa, permanece lá por quase uma década e não produz uma única matéria ou um único ato que vá realmente de encontro aos interesses dos bandidios, muito pelo contrário, suas matérias servem aos interesses do bando e são comemoradas pelos capangas, isto não é estar infiltrado, isto é fazer parte do bando. O jornalista até foi testemunha de defesa do bandido. Todo mundo dentro do grupo do Cachoeira sabia quem era Policarpo, para quem ele trabalhava e quais eram os seus interesses. Isso não é estar infiltrado. Não é possível que você ache que durante estes anos todos a quadrilha municiava a revista de escândalos de modo altruista. Aliás, o pouco que já vazou da operação da PF já prova o contrário. Esta interpretação além de absurda é comprovadamente falsa.
O poder do grupo só aumentou nos últimos anos. Os caras tinham tentáculos em todos os poderes e corrompiam meio mundo. Há inclusive escutas que sugerem sequestros e assassinatos pelo bando. Se o objetivo do Policrpo era se infiltrar para conseguir apenas matérias contra pessoas do governo, fechando os olhos para todo tipo de crimes cometidos pelo bando, isso não é aceitável. É ser cúmplice. Se as matérias eram obtidas através de meio ilícitos, isso também não é aceitável. Vivemos em um Estado de direito, os fins não justificam os meios.
Se o cara tava há 10 anos "infiltrado" na quadrilha e nem sequer descobriu que o principal Senador da oposição trabalhava para os bandidos, sendo muito próximo do chefe daquadrilha, o que que ele fazia lá? E mesmo que a gente acredite em Coelhinho da Páscoa e ache que seja possível Policarpo desconhecer o verdadeiro Demóstenes, o mesmo não pode ser dito entre as relações da Delta e o bicheiro. Há pelo menos um aúdio em que o Cachoeira fala diretamente para o Policarpo encontrar o ex-diretor da Delata Claudio Abreu. Ou seja, uma das principias contrutoras do país responsável por contratos bilionários com vários gorvernos estava intimamente ligada ao grande bandido e o jornalista nunca denunciou este fato. Quanto bilhões de reais de dinheiro público serviram para lavagem de dinheiro da quadrilha?
A relação está clara, o Policarpo tinha acesso aos crimes e negócios escusos do grupo e ficava quieto em troca de meia dúzia de matérias contra o governo. Se isto não é uma relação promíscua, não sei o que é.
Perguntinha da noite
Cá com o meu teclado tenho uma pergunta entre as orelhas:
porque a Delta só superfatura nos demais Estados do país e em São Paulo cobra o preço correto?...
E tem algum jênio que acredita nesta estória?...
Fim da impunidade já!
Quem conhece as expressões populares:
- Boi de piranha
- Bucha de canhão
- Bode expiatório
E a música Geni de Chico Buarque enxerga na campanha do Pig contra a Construtora Delta exatamente o que estas expressões significam:
Designar uma situação onde um bem menor e de pouco valor é sacrificado para que outros bens mais valiosos não sofram ameaça. Pode designar também o ato de alguém se sacrificar para livrar uma outra pessoa.
Traduzindo: Neste caso outras empreiteiras tão corruptas quanto a Delta serão beneficiadas pelo sacrifício da dita suja.
O que desejamos é que esta CPMI do Cachoeira revele todos os podres que aparecer e faça um relatório com sugestões para combater a corrupção que a muito se alastrou na sociedade brasileira. Sem poupar ninguém que esteja envolvido neste e demais esquemas de corrupção.
Fim da impunidade já!
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