A prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e do banqueiro André Esteves (BTG Pactual) joga luz sobre um período da corrupção na Petrobras que os responsáveis pela operação lava jato faz questão de não investigar - antes de 2003 -, para os delegados, promotores e o Moro, tudo que aconteceu antes de Lula chegar ao Planalto...
Isso não vem ao caso.
Mas muito bem, vamos ver as pontas dos fios da meada e amarrar.
Delcídio Amaral em 1994 foi Secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia. De 1998 a 2001 fez parte da Diretoria de Gás e Energia da Petrobras e teve como subordinados Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa - delatores premiados na Operação lava jato -. Lembrando: isso foi durante o governo FHC.
Qual foi o motivo da prisão deles (Delcídio e Esteves)? Comprar o silêncio de Cerveró sobre corrupção antes de
2003 e terem acesso a documentos sigilosos da lava jato.
No meio das conversas surge o nome de quem? Gregório Preciado, amigo de...José Serra (Psdb-SP). Que teve as portas abertas para negócios na Petrobras por "ordem superior", tudo isso diz respeito a antes de
2003.
Como podemos ver, os delatores Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa são ligados ao senador Delcídio há muito tempo, muito antes de
2003.
Pois bem, o Costa acusou José Dirceu de ter indicado diretor da Petrobras envolvido em corrupção. Dirceu nega, é a palavra de um contra a do outro.
Voltemos à 2005 - CPMI dos Correios - Delcídio foi acusado de ferrar os petistas acusados por Roberto Jefferson.
Quanto ao banqueiro André Esteves, é de conhecimento de todos que ganhou dinheiro e poder durante a privataria tucana - governo FHC -. Foi padrinho de casamento e patrocinou a lua-de-mel do Senador Aécio Neves da Cunha (Psdb-MG). E não deseja de maneira alguma que investiguem os seus negócios, principalmente antes de
2003.
Juntando os fios:
A última coisa que FHC, José Serra, Aécio Neves da Cunha - Psdb- pretende é que se investigue corrupção antes de
2003.
Pelas ações até agora desenvolvidas pelo Moro e promotores da Operação lava jato, eles estão absolutamente de acordo com os tucanos.