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FARRAPOS HUMANOS

Orlando


Às vezes me causa espanto e indagações o que confere a um indivíduo a chamada Lei do Livre Arbítrio e suas consequências e implicâncias.
Livre Arbítrio é a
crença ou doutrina filosófica que defende que a pessoa tem o poder de escolher suas ações.
O Lívre Arbítrio pode ter conotações distintas e implicações amplas e diversas como religiosas, marais, psicilógica e científicas.
Alguns defendem a ideia de que a realização de uma
ação por um agente não é completamente condicionada por fatores antecedentes.
É como se não fosse verdadeiro afirmar-se que tal filho rouba porque o pai era ladrão, ideia que recebe reforço no conhecido adágio popular: “filho de peixe, peixinho é” ou por outro que vai na mesma direção:– “tal pai, tal filho”.
Outros imaginam que o a ação realizada por um agente originou-se na sua própria
vontade. Tal percepção é chamada algumas vezes de "experiência da liberdade".
Quer dizer, nós somos e fazemos o que bem queremos. E somos livres para isso.
Mas me reporto ao início desta crônica.
Diz a Bíblia que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança e o criou para ser feliz. Tanto é que o botou para viver no Jardim do Éden, o Paraíso na Terra.
Ainda que tenha sido tentado, e por conseguinte cometido o ato de pecar, Deus não abandona o homem que d’Ele havia se afastado ao comer do fruto proibido.
E para redimi-lo dos pecados, envia o seu próprio Filho ao mundo. E Jesus carrega nas costas o pecado humano até a Cruz e nos purifica no seu Sangue.
É a maior prova de amor jamais dada no mundo por outra pessoa.
Porque então, tanto sofrimento, fome, pobreza, miséria, enchentes, secas, violência e abandono ao qual o homem é submitido e vitimado nas mais diferentes circunstâncias?
Ao ver por diversas ocasiões um andarilho com aspectos acentuados de descontrole mental que perambula à margem da estrada entre Santa Maria e Castanhal, fico a me perguntar sobre o seu passado, já que o imagino sem presente e igualmente sem futuro algum.
O que fez aquele resto de pessoa humana para merecer uma vida tão indigna e degradante?
Aquele rosto desfigurado de um homem que teve um passado qualquer, com uma barba suja e desgranhada me faz pensar na insignificância humana do ponto de vista material.
Ultrajado moralmente e despojados de trages decentes, ele representa todos os esfarrapados, os farrapos humanos a perambular pelas estradas mundanas.
Talvez seja a Lei do Livre Arbítrio que esteja determinando os seus dias e o faça carregar a sua cruz de dor e abandono.
Ou talvez seja o nosso egoísmo, a mesquinharia de uma sociedade que já se acostumou à indiferença porque indiferente que o determina a seguir triste e só na sua busca pelo nada aparente... e por ninguém.