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Sensus: se a eleição fosse hoje, Dilma seria reeleita no primeiro turno

Pesquisa Sensus encomendada pela revista IstoÉ mostra que se a eleição fosse hoje, a presidente Dilma Roussef seria reeleita no primeiro turno. Abaixo os números - totalizados como faz o TSE, apenas os votos válidos -, confira:

Dilma Roussef (PT) 52,7%
Aécio Neves (Psdb) 35,2%
Eduardo Campos PSB 12,1%

Estes são os números. O mais é manipulação!



Pra desopilar

Você posta uma foto no Facebook, aí vem um primo e comenta:

"Oi, tudo bem? Fala para tia que Tizé já tirou as hemorroidas, certo? Obrigado! Beijos!!!



Rubem Alves - Se é bom ou se é mau?...

Quero contar para vocês a estória que mais tenho contado - não aconteceu nunca, acontece sempre. Um homem muito rico, ao morrer, deixou suas terras para os seus filhos. Todos eles receberam terras férteis e belas, com a exceção do mais novo, para quem sobrou um charco inútil para a agricultura. Seus amigos se entristeceram com isso e o visitaram, lamentando a injustiça que lhe havia sido feita. Mas ele só lhes disse uma coisa: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá."

No ano seguinte, uma seca terrível se abateu sobre o país, e as terras dos seus irmãos foram devastadas: as fontes secaram, os pastos ficaram esturricados, o gado morreu. Mas o charco do irmão mais novo se transformou num oásis fértil e belo. Ele ficou rico e comprou um lindo cavalo branco por um preço altíssimo. Seus amigos organizaram uma festa porque coisa tão maravilhosa lhe tinha acontecido. Mas dele só ouviram uma coisa: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá." No dia seguinte seu cavalo de raça fugiu e foi grande a tristeza. Seus amigos vieram e lamentaram o acontecido. Mas o que o homem lhes disse foi: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá." Passados sete dias o cavalo voltou trazendo consigo dez lindos cavalos selvagens. Vieram os amigos para celebrar esta nova riqueza, mas o que ouviram foram as palavras de sempre: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá." No dia seguinte o seu filho, sem juízo, montou um cavalo selvagem. O cavalo corcoveou e o lançou longe. O moço quebrou uma perna. Voltaram os amigos para lamentar a desgraça. "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá", o pai repetiu. Passados poucos dias vieram os soldados do rei para levar os jovens para a guerra. Todos os moços tiveram de partir, menos o seu filho de perna quebrada. Os amigos se alegraram e vieram festejar. O pai viu tudo e só disse uma coisa: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá..."




Assim termina a estória, sem um fim, com reticências... Ela poderá ser continuada, indefinidamente. E ao contá-la é como se contasse a estória de minha vida. Tanto os meus fracassos quanto as minhas vitórias duraram pouco. Não há nenhuma vitória profissional ou amorosa que garanta que a vida finalmente se arranjou e nenhuma derrota que seja uma condenação final. As vitórias se desfazem como castelos de areia atingidos pelas ondas, e as derrotas se transformam em momentos que prenunciam um começo novo. Enquanto a morte não nos tocar, pois só ela é definitiva, a sabedoria nos diz que vivemos sempre à mercê do imprevisível dos acidentes. "Se é bom ou se é mau, sé o futuro dirá."


A fantástica fábrica de tucanagem

Você já deve ter ouvido o verbo tucanar. Cheia de sentidos diferentes, a expressão pode querer dizer "encher linguiça", "tergiversar", distorcer a realidade para que ela caiba no discurso. Como o próprio nome já diz, o verbo foi criado com inspiração em um conhecido partido político que já esteve no governo no Brasil. Esse mesmo partido, na ânsia de voltar ao poder, continua tucanando discursos a torto e a direito. Vale lembrar, no entanto, que tucanar não é exclusividade deles: às vezes, parte da mídia tradicional também gosta de se aventurar pela tucanagem.




Tomemos alguns exemplos práticos. A inflação. Pré-candidatos proferem discursos inflamados avisando dos "perigos da volta da inflação", afirmam que o cenário econômico brasileiro está descontrolado e que estamos à beira de uma crise. Caótico e amedrontador? Não ao se proceder a qualquer tipo de comparação de índices inflacionários do governo do PSDB e do governo Dilma: em 2002, FHC entregou o país com uma inflação de 12,5%, enquanto 2013 acusou inflação de 5,9%. Comparação bem parecida se dá com o desemprego: 12,2% em 2002 e 5,4% em 2013. Isso sem contar que atingimos o menor desemprego da série histórica para abril no mês passado: 4,9%.

Também é muito comum tucanarem-se questões como a falta d'água em São Paulo, o uso do volume morto para consumo da população e a necessidade de investigação de denúncias de desvio de verba no metrô de São Paulo.

A proposta é simples. Você desconfia que a inflação e o desemprego eram maiores no governo FHC? Acredita que a falta de água em São Paulo é culpa da má gestão do governo estadual? Pensa que o escândalo do metrô de São Paulo precisa ser investigado? Não se preocupe, você só precisa de um passeio pela Fantástica Fábrica de Tucanagem: lá, entra informação e sai ficção.

Mas, se você estiver com pouco tempo, e precisar de uma solução mais rápida e caseira, não há motivo para desespero! Também é possível usar o super avançado creme de tucanar! Basta aplicar sobre a realidade, esperar uns minutinhos para secar e pronto!


Rubem Alves - cartas de amor

Leio e releio o poema de Álvaro de Campos. Oscilo. Não sei se devo acreditar ou duvidar. Se acredito, duvido. Duvido porque acredito. Pois foi ele mesmo quem disse – ou melhor, o seu outro, o Fernando Pessoa – que ele era um fingidor. "Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas..."
Tenho no meu escritório a reprodução de uma das telas mais delicadas que conheço, Mulher lendo uma carta, de Johannes Vermeer (1632-1675). Uma mulher, de pé, lê uma carta. O seu rosto está iluminado pela luz da janela. Seus olhos lêem o que está escrito naquela folha de papel que suas mãos seguram, a boca ligeiramente entreaberta, quase num sorriso. De tão absorta, ela nem se dá conta da cadeira, ao seu lado. Lê de pé. Penso ser capaz de reconstituir os momentos que antecedem este que o pintor fixou. Pancadas na porta interromperam as rotinas domésticas que a ocupavam. Ela vai abrir e lá estava o carteiro, com uma carta na mão. Pela simples leitura do seu nome, no envelope, ela identifica o remetente. Ela toma a carta e, com este gesto, toca uma mão muito distante. Para isto se escrevem as cartas de amor. Não para dar notícias, não para contar nada, não para repetir as coisas por demais sabidas, mas para que mãos separadas se toquem, ao tocarem a mesma folha de papel. Barthes cita estas palavras de Goethe:

Por que me vejo novamente compelido a escrever? Não é preciso, querida, fazer pergunta tão evidente, porque, na verdade, nada tenho para te dizer. Entretanto tuas mãos queridas receberão este papel...

Volto ao Álvaro de Campos. Será esta a razão do ridículo das cartas de amor – o descompasso entre o que elas dizem e aquilo que elas realmente querem fazer? Pois o propósito explícito de uma carta é dar notícias, e é por isto que elas são feitas de palavras. Mas o que elas realmente desejam realizar está sempre antes e depois da palavra escrita: elas querem realizar aquilo que a separação proíbe: o abraço. Quem quer que tente entender uma carta de amor pela análise da escritura estará sempre fora de lugar, pois o que ela contém é o que não está ali, o que está ausente. Qualquer carta de amor, não importa o que se encontre nela escrito, só fala do desejo, a dor da ausência, a nostalgia pelo reencontro.
Aquela carta fez tudo parar. A mulher fecha a porta e caminha pela casa sem nada ver, buscando uma coisa apenas, a luz, o lugar onde as palavras ficarão luminosas. Que lhe importa a cadeira? Esqueceu-se de que está grávida. Seus olhos caminham pelas palavras que saíram das mesmas mãos que a abraçaram. Seu corpo está suspenso naquele momento mágico de carinho impossível que aquele pequeno pedaço de papel abriu no tempo do seu cotidiano.
Uma carta de amor é um papel que liga duas solidões. A mulher está só. Se há outras pessoas na casa, ela as deixou. Bem pode ser que as coisas que estão nela escritas não sejam nenhum segredo, que possam ser contadas a todos. Mas, para que a carta seja de amor, ela tem de ser lida em solidão. Como se o amante estivesse dizendo: "Escrevo para que você fique sozinha...". É este ato de leitura solitária que estabelece a cumplicidade. Pois foi da solidão que a carta nasceu. A carta de amor é o objeto que o amante faz para tornar suportável o seu abandono.
Olho para o céu. Vejo a Alfa Centauro. Os astrônomos me dizem que a estrela que agora vejo é a estrela que foi, há dois anos. Pois foi este o tempo que sua luz levou para chegar até os meus olhos. O que eu vejo é o que não mais existe. E será inútil que eu me pergunte: "Como será ela agora? Existirá ainda?". Respostas a estas perguntas eu só vou conseguir daqui a dois anos, quando a sua luz chegar até mim. A sua luz está sempre atrasada. Vejo sempre aquilo que já foi... Nisto as cartas se parecem com as estrelas. A carta que a mulher tem nas mãos, que marca o seu momento de solidão, pertence a um momento que não existe mais. Ela nada diz sobre o presente do amante distante. Daí a sua dor. O amante que escreve alonga os seus braços para um momento que ainda não existe. A amante que lê alonga os seus braços para um momento que não mais existe. A carta de amor é um abraçar do vazio...
"Ainda bem que o telefone existe", retrucarão os namorados modernos, que não mais têm de viver o amor no espaço das ausências. Engano. Um telefonema não é uma carta falada. Pois lhe falta o essencial: o silêncio da solidão, a calma da caneta pousada sobre a mesa que espera e escolhe pensamentos e palavras. O telefone põe a solidão a perder. Num telefonema a gente nunca diz aquilo que se diria numa carta. Por exemplo: "Eu ia andando pela rua quando, de repente, vi um ipê-rosa florido que me fez lembrar aquela vez...". Ou: "Relendo os poemas de Neruda encontrei este que, imagino, você gostará de ler...".
A diferença entre a carta e o telefone é simples. O telefone é impositivo. A conversa tem de acontecer naquele momento. Falta-lhe o ingrediente essencial da palavra que é dita sem esperar resposta. E, uma vez terminado, os dois amantes estão de mãos vazias.
Mas a mulher tem nas mãos uma carta. A carta é um objeto. Se não tivesse podido recolher-se à sua solidão, ela poderia tê-la guardado no bolso, na deliciosa espera do momento oportuno. O telefonema não pode esperar. A carta é paciente. Guarda as suas palavras. E, depois de lida, poderá ser relida. Ou simplesmente acariciada. Uma carta contra o rosto – poderá haver coisa mais terna? Uma carta é mais que uma mensagem. Mesmo antes de ser lida, ainda dentro do envelope fechado, tem a qualidade de um sacramento: presença sensível de uma felicidade invisível...



Estes pensamentos me vieram depois de ler as cartas de um jovem cientista, Albert Einstein, à sua amada, Mileva Maric'. Foram elas que me fizeram ir ao poema do Álvaro de Campos: ridículas. Todas as cartas de amor são ridículas. Acho que os editores pensaram o mesmo. E como desculpa para o seu gesto indiscreto de tornar público o ridículo que era segredo de dois amantes, escreveram uma longa e erudita introdução que transformou as ridículas cartas de amor em documentos da história da ciência. Valem porque, misturadas ao ridículo de que os amantes se alimentam, se encontram pistas que dão aos historiadores as chaves para a compreensão das "fontes do desenvolvimento emocional e intelectual dos correspondentes". Não sabendo o que fazer com o amor (ridículo), colocaram-nas na arqueologia da ciência.
Foi então que o quadro de Vermeer me fez ver a cena que as cartas escondem. E a mulher com a carta na mão e uma criança na barriga? Ela bem que poderia ser Mileva, grávida de uma filha ilegítima, que foi dada para adoção, e sobre quem nada se sabe. A criança foi dada. Mas as cartas foram guardadas. E que razões poderia ter uma pessoa para guardar cartas ridículas? O seu rosto absorto e os lábios entreabertos nos dão a resposta: para aqueles que amam as ridículas cartas de amor são sempre sublimes.
Volto ao poema do Álvaro de Campos e encontro lá o que faltava para fechar a cena: "Afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor são ridículas".



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A crônica mais lida de Rubem Alves

A pipoca

A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-mo a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette, que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo - porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.

As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela.

Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do candomblé...




A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista do tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!

E o que é que isso tem a ver com o candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa - voltar a ser crianças!

Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão - sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.




Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! - e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. "Morre e transforma-te!" - dizia Goethe.

Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perde-la-á." A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...

Boa noite

No início dessa noite desejo paz, amor e alegria para todos.
Que olhemos o mundo com carinho e fraternidade.
Sejamos justos, pacientes e compreensivos com nossos irmãos.
E que a gente só faça o bem possível para cada pessoa que passar pelo nosso caminho.
Felicidade é o que desejo a todos, hoje e...sempre!
Boa noite!




A última crônica de João Ubaldo Ribeiro

O correto uso do papel higiênico

O título acima é meio enganoso, porque não posso considerar-me uma autoridade no uso de papel higiênico, nem o leitor encontrará aqui alguma dica imperdível sobre o assunto. Mas é que estive pensando nos tempos que vivemos e me ocorreu que, dentro em breve, por iniciativa do Executivo ou de algum legislador, podemos esperar que sejam baixadas normas para, em banheiros públicos ou domésticos, ter certeza de que estamos levando em conta não só o que é melhor para nós como para a coletividade e o ambiente.

Por exemplo, imagino que a escolha da posição do rolo do papel higiênico pode ser regulamentada, depois que um estudo científico comprovar que, se a saída do papel for pelo lado de cima, haverá um desperdício geral de 3,28%, com a consequência de que mais lixo será gerado e mais árvores serão derrubadas para fazer mais papel. E a maneira certa de passar o papel higiênico também precisa ter suas regras, notadamente no caso das damas, segundo aprendi outro dia, num programa de TV.

Tudo simples, como em todas as medidas que agora vivem tomando, para nos proteger dos muitos perigos que nos rondam, inclusive nossos próprios hábitos e preferências pessoais. Nos banheiros públicos, como os de aeroportos e rodoviárias, instalarão câmeras de monitoramento, com aplicação de multas imediatas aos infratores.

Nos banheiros domésticos, enquanto não passa no Congresso um projeto obrigando todo mundo a instalar uma câmera por banheiro, as recém-criadas Brigadas Sanitárias (milhares de novos empregos em todo o Brasil) farão uma fiscalização por escolha aleatória.

Nos casos de reincidência em delitos como esfregada ilegal, colocação imprópria do rolo e usos não autorizados, tais como assoar o nariz ou enrolar um pedacinho para limpar o ouvido, os culpados serão encaminhados para um curso de educação sanitária. Nova reincidência, aí, paciência, só cadeia mesmo.

Agora me contam que, não sei se em algum estado ou no país todo, estão planejando proibir que os fabricantes de gulodices para crianças ofereçam brinquedinhos de brinde, porque isso estimula o consumo de várias substâncias pouco sadias e pode levar a obesidade, diabetes e muitos outros males. Justíssimo, mas vejo um defeito.

Por que os brasileiros adultos ficam excluídos dessa proteção? O certo será, para quem, insensata e desorientadamente, quiser comprar e consumir alimentos industrializados, apresentar atestado médico do SUS, comprovando que não se trata de diabético ou hipertenso e não tem taxas de colesterol altas.

O mesmo aconteceria com restaurantes, botecos e similares. Depois de algum debate, em que alguns radicais terão proposto o Cardápio Único Nacional, a lei estabelecerá que, em todos os menus, constem, em letras vermelhas e destacadas, as necessárias advertências quanto a possíveis efeitos deletérios dos ingredientes, bem como fotos coloridas de gente passando mal, depois de exagerar em comidas excessivamente calóricas ou bebidas indigestas. O que nós fazemos nesse terreno é um absurdo e, se o Estado não nos tomar providências, não sei onde vamos parar.




Ainda é cedo para avaliar a chamada lei da palmada, mas tenho certeza de que, protegendo as nossas crianças, ela se tornará um exemplo para o mundo. Pelo que eu sei, se o pai der umas palmadas no filho, pode ser denunciado à polícia e até preso. Mas, antes disso, é intimado a fazer uma consulta ou tratamento psicológico.

Se, ainda assim, persistir em seu comportamento delituoso, não só vai preso mesmo, como a criança é entregue aos cuidados de uma instituição que cuidará dela exemplarmente, livre de um pai cruel e de uma mãe cúmplice. Pai na cadeia e mãe proibida de vê-la, educada por profissionais especializados e dedicados, a criança crescerá para tornar-se um cidadão modelo. E a lei certamente se aperfeiçoará com a prática, tornando-se mais abrangente.

Para citar uma circunstância em que o aperfeiçoamento é indispensável, lembremos que a tortura física, seja lá em que hedionda forma — chinelada, cascudo, beliscão, puxão de orelha, quiçá um piparote —, muitas vezes não é tão séria quanto a tortura psicológica.

Que terríveis sensações não terá a criança, ao ver o pai de cara amarrada ou irritado? E os pais discutindo e até brigando? O egoísmo dos pais, prejudicando a criança dessa maneira desumana, tem que ser coibido, nada de aborrecimentos ou brigas em casa, a criança não tem nada a ver com os problemas dos adultos, polícia neles.

Sei que esta descrição do funcionamento da lei da palmada é exagerada, e o que inventei aí não deve ocorrer na prática. Mas é seu resultado lógico e faz parte do espírito desmiolado, arrogante, pretensioso, inconsequente, desrespeitoso, irresponsável e ignorante com que esse tipo de coisa vem prosperando entre nós, com gente estabelecendo regras para o que nos permitem ver nos balcões das farmácias, policiando o que dizemos em voz alta ou publicamos e podendo punir até uma risada que alguém considere hostil ou desrespeitosa para com alguma categoria social.

Não parece estar longe o dia em que a maioria das piadas será clandestina e quem contar piadas vai virar uma espécie de conspirador, reunido com amigos pelos cantos e suspeitando de estranhos. Temos que ser protegidos até da leitura desavisada de livros.

Cada livro será acompanhado de um texto especial, uma espécie de bula, que dirá do que devemos gostar e do que devemos discordar e como o livro deverá ser comentado na perspectiva adequada, para não mencionar as ocasiões em que precisará ser reescrito, a fim de garantir o indispensável acesso de pessoas de vocabulário neandertaloide.

Por enquanto, não baixaram normas para os relacionamentos sexuais, mas é prudente verificar se o que vocês andam aprontando está correto e não resultará na cassação de seus direitos de cama, precatem-se.


12 passos para você derrotar seus medos e crescer

1. Conheça você mesmo

Antes de ter coragem para tomar uma determinada atitude, é preciso saber o que de fato é importante para você para depois assumir suas posturas. “É do autoconhecimento que nasce o fator coragem, pois só a partir deste aprofundamento é que o indivíduo tem condições de agir”, afirma o escritor Luciano Vicenzi.

2. Observe seus sonhos

Muitos dos desejos e vontades podem ser “anunciados” nos sonhos, um instrumento importante para o autoconhecimento. “É preciso fazer das horas de sono um tempo precioso, uma fonte de conhecimento e de sabedoria”, indica a psicoterapeuta Maria de Melo.

3. Entenda seus medos

Compreender as bases de seus medos é o primeiro passo para vencê-los e efetivamente criar coragem. “Uma pessoa corajosa não é uma pessoa que não tem medo, mas alguém que não se deixa paralisar por ele”, comenta Vicenzi. Para o autor, um certo nível de receio é normal perante grandes desafios, mas os corajosos se mantêm firmes nas suas decisões.

4. Separe o que é real do que é fantasia

O medo pode ser iniciado a partir de uma condição de ameaça física – o receio de pular de paraquedas, por exemplo – ou psicológica – como uma mudança radical de carreira. No entanto, Vicenzi explica que, muitas vezes, esses riscos estão apenas na mente, ou seja, são baseados somente em crenças, suposições e fantasias. Isso acontece quando uma pessoa começa a namorar e fica pensando: “será que a família vai me aceitar, será que vou conseguir atender às expectativas?”. Entender a base desses medos, se eles são reais ou imaginários, é essencial para vencê-los e criar a coragem necessária para agir.

5. Anote e compare

Colocar os medos no papel ajuda a identificar o que realmente deve ser considerado uma preocupação – e a deixar de lado as meras suposições. “Esta é uma técnica muito boa para separar o que é baseado em fatos e o que é fantasioso”, explica o pesquisador Luciano Vicenzi.

6. Seja humilde

Para a psicoterapeuta Maria de Melo, coragem exige, antes de tudo, reconhecer as próprias dificuldades. “É a humildade que nos dá a força verdadeira”, diz. Ela explica que sem essa qualidade pode-se cair na tentação de culpar somente os outros pelos problemas e medos, e não enxergar a si mesmo como o único responsável pela falta de coragem.




7. Mude de posição

Coragem equivale a assumir uma mudança de postura. Isso significa rever atitudes, reconhecer erros e se reposicionar. Desta forma, avalie se o que está fazendo hoje é o que, de fato, o afasta dos seus objetivos. Se a resposta for positiva, pense no que precisa mudar para sair desta situação.

8. Assuma os riscos

Coragem também significa assumir desafios, mas sempre de maneira calculada. “Correr riscos não é ser descuidado ou ter a pretensão de diminuir ou não enxergar o perigo. A coragem tem clareza, vê as coisas e, por isso, é prudente”, aconselha Maria de Melo. No entanto, a psicoterapeuta alerta que a prudência, se passar do ponto, é um medo disfarçado, o que pode nos tornar covardes.

9. Observe por outros ângulos

Enxergar as coisas sob um prisma múltiplo ajudar a entender situações e sentimentos com mais clareza, o que certamente vai contribuir para criar a coragem necessária para mudar. Questione-se, faça o exercício de pensar “por outro lado”. “Entender o que lhe prejudica vale muito para você se compreender e se consertar”, observa a psicoterapeuta Maria de Melo.

10. Converse sobre o assunto

Procurar um grupo ou outra pessoa que já tenha passado pela mesma situação também é uma boa maneira de conhecer mais sobre o assunto e inspira a criar a coragem necessária para se decidir e mudar.

11. Experimente

Muitas vezes, o medo deriva do que é desconhecido. Tem sempre aquele frio na barriga antes de começar, mas depois a coisa acaba fluindo. É como aquela pessoa que tem medo de água, mas dá o primeiro passo e se inscreve num curso de natação. Ela substitui a crença do “será que eu consigo” para o “vou tentar”.

12. Dê o primeiro passo sozinho

Apesar das dicas acima, criar coragem exige uma atitude pessoal e intransferível, por mais apoio que se receba da família, dos amigos e do terapeuta. Foi o que fez Najla ao encarar sua primeira aula de dança do ventre. “O primeiro passo é sempre da própria pessoa. É a vontade dela que desenvolve a coragem. Sem vontade não há coragem”, conclui Vicenzi.



Rubem Alves - uma vela apagada

A celebração de mais um ano de vida é a celebração de um desfazer, um tempo que deixou de ser, não mais existe.Fósforo que foi riscado.Nunca mais acenderá.Daí a profunda sabedoria do ritual de soprar as velas em festa de aniversário.Se uma vela acesa é símbolo de vida, uma vez apagada ela se torna símbolo de morte.



Frase do dia

“Nenhum de nós que concorreu às eleições para o governo paulista tem a mesma competência que Padilha tem para cuidar do Estado de São Paulo. A sua campanha, junto com a da companheira Dilma, é prioridade na minha vida. Aquilo que eu puder fazer para eleger Padilha e reeleger Dilma, podem estar certos de que farei e irei me dedicar 24 horas por dia”. Lula



Judiciário, o mais corrupto dos poderes - a série

Fux mara no peito e centra para filha fazer o gol
por Luis Nassif

O Ministro Luiz Fux protagonizou o mais vergonhoso episódio da história recente da Justiça brasileira. Com seu "mato no peito" desnudou o jogo de interesses e de lisonja que cerca as nomeações para tribunais superiores.

Na nomeação, o que pesou foi a lisonja, a trapaça, os acordos com aliados influentes, de políticos federais e estaduais a nacionais a grandes escritórios de advocacia.

Sua nomeação - fundamentalmente política - alijou do cargo outro candidato que poderia ter sido Ministro por mérito. Adiou a indicação de Teori Zvaski e Luiz Roberto Barroso, impediu a nomeação de Lucia Valle ou Cesar Asfora, de outros candidatos que construíram sua reputação manifestando respeito permanente pelo poder judiciário e batalhando apenas pelo reconhecimento de seus pares.

Fux passou a encarnar o fura-fila, a malandragem explícita dos carreiristas. Passou a perna não apenas nem Lula e Dirceu - ao prometer "matar no peito" - mas a outros candidatos ao cargo que se mantiveram dignos e distantes da politicagem rasteira.

Agora, a indicação de sua filha Mariana Fux para uma das vagas do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro será o coroamento definitivo da pior politicagem, a exposição completa da pequenez dos conchavos de quem não respeita nem o país e muito menos o Poder Judiciário. E exposição da própria incapacidade do Judiciário, através de seus porta-vozes, de reagir contra a desmoralização do poder.

Uma moça de 32 anos, sem experiência jurídica, sem nenhuma obra relevante, candidata-se a um cargo vitalício em um Tribunal superior unicamente devido à capacidade de articulação política de seu pai. A OAB-Rio de Janeiro a coloca no topo da lista dos candidatos ao quinto constitucional.

Qual a contrapartida dessa manobra? A quem a OAB Rio serve, quando comete esse desatino?


Ciumeira

O balacubaco na cúpula do PSDB - Leia-se: Aécio, FHC, Alckmin -, dos se acham - Serra, Aloysio Nunes, Tasso Jereissati -e da campanha do mineroca é geral. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Geraldo Alckmin se queixam a jornalistas - em off - que não estão sendo ouvidos por Aécio. Eles se dizem excluídos, a exemplo do que fazem os partidos aliados do Psdb. Pior que não tem a quem recorrer. Pois quem manda realmente na campanha do presidenciável é sua irmã, Andréa Neves.



Para hoje, amanhã e depois de amanhã




Que a liberdade, o amor, a paz e a solidariedade sejam prioridades na sua vida.
Que todos os sentimentos bons, sejam correspondidos.
Dê beijos e abraços carinhosos, fraternos e também apaixonados - cada qual na hora e na pessoa certa -.
Amanheça de bom humor, transbordando de alegria, dê bom dia para todo mundo, para o mundo todo, dê bom dia!
Deseje felicidade a todos e...
Seja feliz!
Bom Dia!


Para emagrecer

Suco de goji berry

Ela promete milagres! A goji berry virou febre entre aqueles que lutam incansavelmente contra a balança. Este é o seu caso? Então, confira as dicas do Universo Jatobá de hoje, além de receitas de suco deliciosas.

Estudo internacional publicado em 2008 relatou que o consumo regular da fruta está associado ao aumento de energia e do desempenho físico, qualidade do sono e concentração. “Essas são funções importantes para quem deseja emagrecer, por isso, além do valor calórico favorável, a fruta pode auxiliar no emagrecimento, quando aliada a alimentação equilibrada e atividade física. Além disso, os aminoácidos da fruta auxiliam no enrijecimento muscular e combate à flacidez e celulite”, explica Cintya Bassi, nutricionista do Hospital e Maternidade São Cristóvão.

Segundo ela, estudos não relacionaram até então o consumo da fruta ao emagrecimento, mas sim ao aumento na disposição e fatores que podem colaborar para isso.

Benefícios da fruta

A Goji Berry possui aminoácidos, magnésio, vitamina C, cálcio, ferro e zinco, e moderado valor calórico. Tem vitamina C, que além de ser responsável pela ação antioxidante, fortalece as defesas do organismo. Também tem zinco, selênio e vitaminas do complexo B, que auxiliam o equilíbrio hormonal e também fortalecem o sistema imunológico.

Os polissacarídeos, também presentes na Goji Berry, ajudam na manutenção da glicemia e aminoácidos, que estimulam a produção de hormônios do crescimento e a manutenção da saúde do fígado. “Já as substâncias ricas em antioxidantes, como flavonóides, combatem o envelhecimento; beta-sisterol auxilia no equilíbrio do colesterol sanguíneo; luteína, zeaxantina e vitamina A, atuam na proteção da visão e combatem problemas de pele”, reforça Cintya.




Contraindicações

Um estudo recente publicado na revista Ann Allergy Asthma Imunology mostra que o consumo da Goji Berry pode provocar reações alérgicas em indivíduos que possuem alergia ao látex. Além disso, pessoas que usam medicamento anticoagulante também têm o consumo contraindicado, já que estudos americanos apontaram que o consumo está associado à inibição da ação do medicamento.

Dicas de consumo

A goji berry é levemente amarga e pode ser incluída em saladas de folhas ou de frutas, iogurtes e sucos, “O consumo diário recomendado para obter os benefícios é de 15 a 45 gramas da fruta ou 120 ml do suco. É importante evitar a adição de açúcar, especialmente se a intenção for emagrecer”, diz ela, que indica o consumo da fruta pela manhã ou antes do exercício físico.

Anote uma receita de suco:

Junte 1 colher de sopa de goji berries desidratadas, 200 ml de água de coco, 1 colher de sobremesa de chia e lascas de gengibre à gosto.

Bata tudo no liquidificador e beba na hora, de preferência, sem coar.

As goji berries podem ser encontradas em lojas de produtos naturais.


A LG decidiu utilizar um marketing agressivo para promover o LG G3

O seu novo smartphone top de linha, nos Estados Unidos. A coreana decidiu atacar diretamente a rival Samsung em sua campanha, utilizando o slogan “There's Life Beyond the Galaxy”, ou, em bom português, “Há vida além da Galáxia”, com um trocadilho mais que óbvio com a linha de celulares da concorrente.

O perfil no Twitter da filial americana da LG utiliza repetidamente a hashtag #LifeBeyondGalaxy e chega a contar historinhas sobre como “a Galáxia será superada”.




“Em um tempo não muito distante do presente há uma Galáxia que em breve estará muito, muito distante”

Em relação a hardware, o G3 realmente é capaz de superar o Galaxy S5, já que aposta em uma tela quad-HD, superiro à Full HD do S5, 3 GB de memória RAM contra 2 GB do concorrente. O aparelho é o Android mais potente no mercado, mas ainda não chegou ao Brasil. Resta saber se todo esse poder se traduz em uma boa experiência e se a LG é capaz de convencer o público disso.

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A poesia de tudo quanto é morto, por Leda Cartum

No aniversário de cem anos do poeta Augusto dos Anjos, um convite aos versos que ecoam a tragédia irônica da condição humana

Eu sou aquele que ficou sozinho/Cantando sobre os ossos do caminho/A poesia de tudo quanto é morto!” Assim se define Augusto dos Anjos em O Poeta do Hediondo. A palavra “hediondo”, que dá título ao soneto, significa aquilo ou aquele que nos causa horror, espanto, indignação. E é justamente dessa forma que o poeta Augusto dos Anjos (1884-1914), cujo centenário de morte é comemorado neste ano, ficou conhecido na história da poesia brasileira: aquele dos versos repletos de vermes, de morte e de decomposição. Versos de um solitário autor de apenas um livro, Eu (1912), que só pôde ser publicado porque contou com a ajuda financeira do irmão e que mal foi notado pelos críticos da época, parado nas livrarias e rapidamente esquecido por quase todos.

Somente dois anos depois da publicação desse primeiro e único livro, em 1914, o poeta morreu de pneumonia, muito precocemente, com não mais do que 30 anos. Morreu antes de conhecer o sucesso que faria no futuro: poucos o valorizavam e sua morte quase não teve repercussão na imprensa. Francisco de Assis Barbosa conta que poucos dias depois do falecimento de Augusto dos Anjos, na cidade de Leopoldina, em Minas Gerais, seus grandes amigos Orris Soares e Heitor Lima andavam pelo Rio de Janeiro e se detiveram na frente da Casa Lopes Fernandes, onde estava o grande poeta parnasiano Olavo Bilac, conhecido já na época como o Príncipe dos Poetas. Ao ser informado sobre a morte recente, ele perguntou: “E quem é esse Augusto dos Anjos? Grande poeta? Não o conheço. Nunca ouvi falar seu nome. Sabem alguma coisa dele?” Heitor Lima disse, de cor, o soneto Versos a um Coveiro. Bilac, em silêncio, ouviu até o fim e, depois, deu um sorriso de desprezo e disse: “Era esse o poeta? Ah, então fez bem em morrer. Não se perdeu grande coisa”.

De fato, do ponto de vista dos eruditos da época, que tratavam a obra de arte como “o sorriso da sociedade”, um objeto belo e simétrico, a poesia de Augusto dos Anjos não era bem-vinda. Em contraste com o otimismo dessa belle époque brasileira, seus versos eram cheios de “esterco” e de “escarro” e o poeta não hesitava em dizer coisas como “Mostro meu nojo à Natureza Humana/A podridão me serve de Evangelho…” Até mesmo a concepção de arte de Augusto distanciava-se, em muito, daquela dos parnasianos: se para esses a Arte era considerada, sobretudo, como o elogio a um objeto imaculado e de formas perfeitas, nos poemas de Augusto dos Anjos, ao contrário, o que é chamado de Arte é “a mais alta expressão da dor estética” – e somente ela é capaz de esculpir “a humana mágoa” (trechos de o Monólogo de Uma Sombra). É como se Augusto tivesse, com sua linguagem e conteúdo tão fortes, descido do Monte Parnaso dos artistas para ir de encontro às camadas inferiores da humanidade, nas quais o que se vê não é tão limpo e brilhante como são as estrelas evocadas por Olavo Bilac.

Uma linguagem baixa, com que a poesia não estava acostumada, começou a se revelar em Augusto dos Anjos. Palavras sujas convivem com um vocabulário científico, criando uma abordagem do mundo muito própria, em que se misturam aspectos de um realismo cortante, de raízes de um simbolismo e, até, de certa modernidade que só se manifestaria com força alguns anos depois na história da poesia brasileira. Foi ao aproximar a linguagem poética da realidade cotidiana, das experiências vividas, que Augusto trouxe uma renovação para a lírica e se tornou, mais tarde, uma das principais influências do Modernismo brasileiro – que valoriza, justamente, esses aspectos do dia a dia, da fala comum, para construir a partir deles um universo poético. É por isso que Ferreira Gullar, por exemplo, considera Augusto dos Anjos “um dos nossos primeiros poetas modernos”: uma série de elementos que serão recuperados e intensificados a partir dos anos 1920 e 1930 já estão nos poemas de Augusto, que só foi reconhecido vários anos depois de sua morte.

Se, em 1912, a primeira edição do seu livro, de apenas mil exemplares, quase não surtiu efeito no público e permaneceu encalhada, a passagem dos anos ajudou a fazer com que o livro e seu autor crescessem e ganhassem espaço. A obra foi relançada em 1920 sob o título de Eu e Outras Poesias, acrescida postumamente por outros poemas reunidos, e organizada pelo amigo Orris Soares, que também escreveu o prefácio do volume. Ainda assim, a maior parte da crítica não considerou o livro, e poucas vozes o reconheceram como grande poeta. José Oiticica, filólogo e poeta, foi um dos únicos dessa época a voltar os olhos para Augusto dos Anjos, afirmando que, no futuro, ele seria, sem dúvida, “o mais assinalado poeta brasileiro de seu tempo”. Mas foi somente em 1928, quando a Livraria Castilho publicou a terceira edição do livro, que a recepção do poeta deu a virada decisiva: 3 mil exemplares esgotaram-se em 15 dias, e duas reedições foram feitas ainda em 1928-1929. A partir daí, não parou mais: contam-se pelo menos 50 edições diferentes do livro até hoje e, cem anos depois de sua morte, ele continua a ser lido e estudado pelos mais diversos públicos.

Voz política

“São versos que ficaram nos ouvidos de gerações de adolescentes, pois de adolescentes conservam um quê de pedantismo dos autodidatas verdes, em geral acerbos e solitários”, diz, a respeito do poeta, Alfredo Bosi, em História Concisa da Literatura Brasileira. Realmente, a tragicidade irônica que atravessa os temas de Augusto dos Anjos marca essa fase da vida em que tudo carrega mais gravidade e, por isso, não é raro que seus poemas sejam muito lidos por adolescentes, que fazem destes versos uma espécie de manifesto: Apedreja essa mão vil que te afaga,/Escarra nessa boca que te beija! Ou, então: Escarrar de um abismo noutro abismo,/ Mandando ao Céu o fumo de um cigarro,/Há mais filosofia neste escarro/Do que em toda a moral do cristianismo!

Mas basta mergulhar um pouco mais a fundo no universo de Augusto dos Anjos para compreender que essas palavras muito ultrapassam o estereótipo no qual poderiam ser enquadradas em um primeiro momento. Não é ódio gratuito ou ironia vazia que fundamentam esses versos: pelo contrário, cada poema é profundamente político, e muitos deles fazem críticas severas ao País e à exploração dos homens pelos homens. Enquanto a maioria dos artistas se contentava em elogiar e exaltar a fauna e a flora brasileiras, Augusto afastava-se das imagens da natureza tropical, inspirado antes pelas cinzas e pelos abutres que também participam do cenário do Brasil: uma das únicas ocorrências do vocábulo “pátria” em seus versos é no título do poema O Lázaro da Pátria, que trabalha justamente com a vitimização e o sofrimento de um índio. Também no longo poema Os Doentes, o que se lê em certa passagem é a terrível imagem de um índio morto em meio à floresta, cujo ruído é a vibração “mais recôndita da alma brasileira”: Aturdia-me a tétrica miragem/De que, naquele instante, no Amazonas,/Fedia, entregue a vísceras glutonas,/A carcaça esquecida de um selvagem.

O quadro político da época era bastante complicado: entre uma burguesia ascendente, a imigração decorrente do desenvolvimento industrial, grandes revoltas e greves de operários, era como se o País estivesse em confronto consigo mesmo. As forças agrárias e tradicionais, maiores detentoras do poder, entravam em conflito com a industrialização e a urbanização que pediam por mudanças e pela modernização do Brasil.

Também o cenário internacional mostrava-se cada vez mais preocupante, com as batalhas que preparavam aquilo que viria a ser Primeira Guerra Mundial – que teve início três meses antes da morte de Augusto dos Anjos.

Assim, é compreensível que o poeta abra espaço para a expressão de seu estranhamento e indignação, fazendo deles matéria-prima para os versos: A passagem dos séculos me assombra./Para onde irá correndo minha sombra/Nesse cavalo de eletricidade?! Foi a partir dessas incertezas que nasciam com o novo século que Augusto compôs seus poemas, repletos de cores escuras, da morte iminente e de desintegração.

Singularíssima pessoa

Conta-se que Augusto dos Anjos era franzino e recurvo, tinha um bigode mínimo e um andar inseguro, como se estivesse sempre na ponta dos pés. Passava tardes andando pela sala e falando sozinho, gesticulando – comportamento que, para quem visse de fora, poderia ser considerado o de um louco. Na verdade, como conta Orris Soares, era esse o seu processo de criação: “Toda arquitetura e pintura dos versos, ele as fazia mentalmente, só as transferindo ao papel quando estavam integrais”.




Nascido em Engenho de Pau d’Arco, na Paraíba, em 1884, dentro de uma família de proprietários de engenho, Augusto dos Anjos era descendente de senhores rurais e latifundiários. Foi seu pai, homem de ideais abolicionistas, que educou o poeta na primeira infância – e dizem que ele começou a escrever versos já com 7 anos de idade.

Depois de se formar advogado na Faculdade de Direito do Recife, Augusto casou e tornou-se professor de escola: deu aulas no Liceu Paraibano, onde havia estudado, e depois no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Foi uma vida simples, sem grandes reviravoltas, e com poucos fatos a serem contados.
Algumas imagens de sua infância e da terra onde cresceu, no entanto, são retomadas nos poemas, com certa reminiscência, como se caracterizassem uma inocência perdida com a vida adulta.

O pé de tamarindo, árvore que ainda hoje continua a existir no Memorial Augusto dos Anjos, é personagem recorrente – tanto que é à sombra dele que Augusto deseja ficar depois de sua morte, como anuncia no soneto Debaixo do Tamarindo. Chamada de “Tamarindo de minha desventura”, a árvore parece representar uma natureza diferente daquela exaltada pelos parnasianos: mais íntima e melancólica, ela permanece como imagem visceral de uma realidade que não foi afetada pela crueldade humana e que pode ser a alternativa para uma harmonia que não existe entre os homens.

De onde ela vem?! De que matéria bruta/Vem essa luz que sobre as nebulosas/Cai de incógnitas criptas misteriosas/Como as estalactites duma gruta?!, pergunta-se Augusto dos Anjos no poema O Deus-Verme. Essa luz evocada, desconhecida e sombria, que vem de algum lugar não revelado, das “desintegrações maravilhosas”, é aquela que mostra, de viés, as diferentes faces de um poeta complexo que foge aos enquadramentos e às classificações.

Também nós nos perguntamos de onde surgiu essa singularíssima pessoa que estava à frente de seu tempo, e já antecipava os temas e imagens que viriam mais tarde. Quando Carlos Drummond de Andrade, em 1930, compôs os versos que viriam a se tornar o refrão da poesia brasileira: “Quando nasci, um anjo torto/Desses que vivem na sombra/Disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida”, talvez houvesse ali algo da voz de um poeta também solitário e angustiado que, 17 anos antes, havia escrito Ah! Um urubu pousou na minha sorte!

Publicado na edição 88, de julho de 2014 da Carta Capital



Brasil é um dos seis países do G-20 que registram superavit primário

Em Em cerimônia de posse das novas diretorias da Federação e do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs/Ciergs) nesta sexta-feira (18), a presidenta Dilma Rousseff elencou motivos para empresários se manterem otimistas e confiantes no aquecimento da indústria e retomada do crescimento. Segundo ela, o desenvolvimento sustentável do Brasil só será possível com indústria forte e pujante. Dilma lembrou que a indústria brasileira teve a quinta maior taxa de expansão entre os países do G-20 em 2013 e que, em 2014, houve queda acentuada não somente no Brasil, mas no mundo inteiro.

“Temos mobilizado todos os instrumentos para preservar nosso crescimento, e principalmente, para garantir a continuidade da criação de empregos para os brasileiros. Perseguimos este objetivo, sem abdicar, um só instante, da robustez dos fundamentos macroeconômicos. (…) O Brasil, nesse momento, é um dos seis países do G-20 que registram superávit primário nas suas contas, junto com Arábia Saudita, a Itália, Alemanha, Turquia e a Coreia do Sul. Os demais não registram superávit primário.”

Durante a cerimônia, a presidenta detalhou conjunto de estímulos, já anunciados, para reduzir custos de produção em curto prazo, dando mais força à indústria. Dentre eles estão: a desoneração permanente da folha de pagamento; adoção do PSI (Programa de Sustentação do Investimento) com juros bem mais baixos; política de compras governamentais, priorizando produção no Brasil; estímulo ao desenvolvimento de cadeias produtivas; e incentivo ao aumento de exportações com o Reintegra. A presidenta aposta nas medidas somadas à questão da produtividade para dar mais fôlego à indústria nacional.




“Nós temos uma pauta de produtividade baseada em quatro pilares. Um é infraestrutura, o segundo é educação, o terceiro é inovação e o quarto é a construção de um Brasil sem burocracia.”

Na questão da infraestrutura, o investimento em ferrovias e em hidrovias ampliará a capacidade de escoar produção a menores custos. Na redução da burocracia, Dilma defende modelos regulatórios claros, com processos simplificados: “o princípio é que o cidadão é um só e o Estado que integre todos os guichês e o trate como um cidadão e um indivíduo.”

No sentido da inovação e da educação, a presidenta tornou a defender a necessidade de formação de técnicos, universitários, pesquisadores e lembrou que isso só é possível com muito investimento, como os 75% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social do pré-sal para educação.

“No Brasil, nós precisamos da educação por quê? Para não voltar atrás na desigualdade e estabilizá-la, torná-la perene, precisamos formar técnicos, universitários, pesquisadores, enfim, precisamos formar as pessoas em todas as áreas, mas basicamente, precisamos saber que é necessário gastar bastante com educação básica, tanto com creches, como educação em tempo integral, como alfabetização na idade certa. Por isso, propusemos ao Congresso que se dedicasse 75% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social do pré-sal para educação.”


Confissão de um terrorista

Ocuparam minha pátria

Expulsaram meu povo

Anularam minha identidade

E me chamaram de terrorista

Confiscaram minha propriedade

Arrancaram meu pomar

Demoliram minha casa

E me chamaram de terrorista

Legislaram leis fascistas

Praticaram odiada apartheid

Destruíram,

dividiram,

humilharam

E me chamaram de terrorista

Assassinaram minhas alegrias,

Sequestraram minhas esperanças,

Algemaram meus sonhos,

Quando recusei todas as barbáries

Eles mataram um terrorista...

Mahmud Daewish - poeta palestino nascido em 1941 em Al-Birwah, 7 anos antes da grande invasão sionista. Mahmud Darwish é um dos maiores poetas árabes da atualidade.

O horário eleitoral não pode ser o Neymar da Dilma

O tambor rentista continua a manipular o noticiário econômico com o espectro de uma inflação ‘superior ao teto da meta’, enquanto os indicadores de atividade e emprego despencam num cenário de contração do crescimento que embaralha o calendário eleitoral.

O teto da inflação oficial (6,5%) foi superado em 0,3% (6,53%) no mês passado, exclusivamente por um efeito contábil na recomposição da série de 12 meses.

Algo semelhante poderá ocorrer agora em julho, por razões igualmente contábeis.
A variação deste mês substituirá a do seu equivalente em 2013, quando o IPCA subiu apenas 0,03%, favorecido pela corte no preço das passagens de ônibus, após protestos que tomaram as ruas do país.

Na vida real o comportamento corrente dos preços é de recuo quase generalizado.
O efeito da seca sobre os alimentos passou, desarmando o principal vilão irradiador das pressões altistas sobre os demais setores da economia.

No plano internacional, as boas perspectivas de produção e a pasmaceira econômica global esfriam as cotações das commodities. A FAO prevê um horizonte de estabilidade dos preços agrícolas para os próximos dois a três anos, em níveis bem abaixo dos picos especulativos registrados na antessala da crise de 2008.
O efeito do conjunto no Brasil é a deflação nos preços dos alimentos que se irradia para o restante da economia.

Os índices do setor agropecuário ensaiam sua quarta queda em julho.
Na segunda prévia do mês, o IBGE apurou uma diminuição de 2,04% dos preços no atacado.

O declínio chegou aos produtos industriais, que exibem deflação de 0,52%. O custo de vida ao consumidor começa a incorporar a mesma tendência baixista: subiu 0,14% no período --metade da taxa observada na prévia equivalente do mês passado.

A alta persistente na área dos serviços, impulsionada em grande medida pelas diárias dos hotéis e das passagens aéreas (mais 25% e mais 21%, respectivamente, em junho) perde força com o fim da Copa.

Portanto, a justificativa para o Banco Central brasileiro insistir na manutenção do maior juro real do mundo esfarela em praça pública.

O desaparecimento da causa não foi suficiente para inverter a consequência pilotada pelo BC.

Ciosa quando se trata de proteger a rentabilidade rentista, a autoridade monetária brasileira mostra-se negligente quando se trata de acudir uma economia com falta de ar.

Para combater a inflação, o BC elevou as taxas de juros no país durante nove vezes seguidas, desde abril de 2013, quando a Selic estava em 7,25% (era o menor juro real da história).

A série de altas sucessivas, a partir daí, jogou s Selic de volta ao pódio de campeã mundial. Fixada na estratosfera dos 11%, em abril último, assim foi mantida na reunião do Copom desta 4ª feira, indiferente às sirenes de uma economia que escorrega na ribanceira, arrastando junto os preços de toda a economia.

Em junho foram criados 25.363 postos formais de trabalho em todo o Brasil.

O dado representa quase 57% menos do que o observado no mesmo período de 2013 (Caged).

De janeiro a junho, o Brasil acrescentou 588.671 novos empregos aos cerca de 20 milhões criados desde 2003.

O desempenho do mercado de trabalho brasileiro é infinitamente superior à média mundial, puxada por uma Europa onde 26 milhões de trabalhadores foram demitidos pelo ajuste ortodoxo que o conservadorismo quer replicar aqui.

Mas o resultado deste semestre ficou quase 30% abaixo do seu equivalente no ano passado.

O governo e algumas das principais lideranças do PT parecem convencidos de que a disputa de outubro será vitoriosa ancorando-se a reeleição no balanço das conquistas acumuladas nos últimos anos.

Descarta-se qualquer nova frente de conflitos –entre eles a regulação da mídia ou um corte significativo na ração dos rentistas.

Não sem uma boa dose de razão, imagina-se que o tempo da propaganda eleitoral –o de Dilma é três vezes maior que o de Aécio-- funcionará como um detox ao jogral do Brasil aos cacos, diuturnamente martelado no imaginário brasileiro.

A estratégia endossa o bordão futebolístico: não se mexe em time que está ganhando.

A rota de colisão observada na frente econômica coloca em xeque a opção pelo não enfrentamento dos torniquetes impostos ao país pela política monetária.

Se há dúvidas de que uma redução na taxa de juro agora seria suficiente para reavivar o crescimento, os indicadores do nível de atividade, ao contrário, são assertivos em proclamar sua capacidade de desgastar a propaganda do governo na boca da urna.

É uma corrida contra o tempo.

A candidatura Dilma tem números reluzentes para desautorizar a nostalgia em relação ao legado do PSDB em qualquer frente. Um dado resume todos os demais: em dezembro de 2002, 10,5% da população ativa sobravam no mercado de trabalho; hoje a taxa é inferior à metade disso.

O problema é saber até que ponto as conquistas incorporadas à rotina serão suficientes para equilibrar o discernimento do eleitor diante de reveses econômicos em curso.

Dilma terá 11 minutos diários para prova-lo, contra 6 minutos da dupla Aécio & Campos.

Parece confortável. Mas não se pode abstrair desse cálculo os 40 minutos subsequentes, engatados ao horário eleitoral pela escalada corrosiva do JN da Globo.

Carta Maior tem insistido que o antagonismo retórico não basta.

A luta pela reeleição se dá em condições de beligerância que prometem suplantar as de 2002, indo além do cerco estendido pelo coro do ‘mensalão’, em 2006.

É arriscado apostar tudo no horário eleitoral como se fosse uma espécie de Neymar da Dilma.

A insurgência conservadora joga no tudo ou nada para levar a disputa ao segundo turno --com o Datafolha dando a senha de largada ao plantar um ‘empate técnico’ entre Dilma e o tucano, em caso de confronto direto.

É preciso ir além da propaganda.




Significa dizer que um segundo governo Dilma terá que se tornar palpável desde já, na campanha eleitoral, para que tenha nos movimentos sociais um fiador engajado.

A transposição das palavras para os atos requer a largada de um processo de negociações do desenvolvimento, capaz de explicitar –desde já-- a nova identidade de um pacto progressista, seu método, prazos, salvaguardas, concessões, metas imediatas e objetivos críveis dos próximos anos.

Trata-se de dar consequência organizativa ao propósito de deslocar a correlação de forças rumo a uma democracia social ancorada em ganhos de produtividade, crescimento, distribuição de renda e melhor qualidade de vida.

Um requisito crucial dessa travessia é a referência de seu negociador.

Ademais da legitimidade própria, é imperativo que guarde inexcedível sintonia com a candidata-presidenta, que não pode exercer esse papel de forma direta e imediata, por força de sua dupla função.

Esse personagem-ponte existe; chama-se Lula; deveria entrar em cena imediatamente.

por Saul Leblon


Mensagem da Vovó Briguilina

A vida ensina - Gustavo Lacombe

Todo todo fim tem a parte ruim e a parte boa.
Nem tudo que fica pra trás é saudade, mas compensa a esperança em todo novo horizonte.
O término de um projeto apenas é a chance de se iniciar um novo.
Sendo uma pessoa nova num novo caminho também.
E que venham outros olhares, outras formas de lidar com o que nos cerca, e diferentes desafios.
Então, dentro da roda gigante que a vida parece ser - com suas subidas, descidas e paradas para se admirar a vista -, que nunca nos falte vontade de sempre ir mais alto e coragem para enfrentar as voltas que ela dá.