Você já deve ter ouvido o verbo tucanar. Cheia de sentidos diferentes, a expressão pode querer dizer "encher linguiça", "tergiversar", distorcer a realidade para que ela caiba no discurso. Como o próprio nome já diz, o verbo foi criado com inspiração em um conhecido partido político que já esteve no governo no Brasil. Esse mesmo partido, na ânsia de voltar ao poder, continua tucanando discursos a torto e a direito. Vale lembrar, no entanto, que tucanar não é exclusividade deles: às vezes, parte da mídia tradicional também gosta de se aventurar pela tucanagem.
Tomemos alguns exemplos práticos. A inflação. Pré-candidatos proferem discursos inflamados avisando dos "perigos da volta da inflação", afirmam que o cenário econômico brasileiro está descontrolado e que estamos à beira de uma crise. Caótico e amedrontador? Não ao se proceder a qualquer tipo de comparação de índices inflacionários do governo do PSDB e do governo Dilma: em 2002, FHC entregou o país com uma inflação de 12,5%, enquanto 2013 acusou inflação de 5,9%. Comparação bem parecida se dá com o desemprego: 12,2% em 2002 e 5,4% em 2013. Isso sem contar que atingimos o menor desemprego da série histórica para abril no mês passado: 4,9%.
Também é muito comum tucanarem-se questões como a falta d'água em São Paulo, o uso do volume morto para consumo da população e a necessidade de investigação de denúncias de desvio de verba no metrô de São Paulo.
A proposta é simples. Você desconfia que a inflação e o desemprego eram maiores no governo FHC? Acredita que a falta de água em São Paulo é culpa da má gestão do governo estadual? Pensa que o escândalo do metrô de São Paulo precisa ser investigado? Não se preocupe, você só precisa de um passeio pela Fantástica Fábrica de Tucanagem: lá, entra informação e sai ficção.
Mas, se você estiver com pouco tempo, e precisar de uma solução mais rápida e caseira, não há motivo para desespero! Também é possível usar o super avançado creme de tucanar! Basta aplicar sobre a realidade, esperar uns minutinhos para secar e pronto!