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Feliz Natal

Saúde paz e alegria

Feliz Natal

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Um antigo conto de Natal

A última árvore de Natal

Eu vi um camião cheio de árvores de Natal
E cada uma tinha uma história para contar,
O motorista colocou-as numa fileira
Esperando que as pessoas as viessem comprar.
Ele pendurou umas luzinhas brilhantes
E uma placa em que se podia ler
"ÁRVORES DE NATAL"
e em vermelho escrevia
"ÁRVORES DE NATAL PARA VENDER"
Ele serviu-se de chocolate quente
Numa garrafa térmica fumegante,
E assim começou a nevar
Enquanto uma família estacionava esfuziante,
Uma mãe, um pai, e um menino
Pararam o carro, rapidinho
Vieram, caminhando, e começaram a procurar
A perfeita árvore para se decorar.
O garotinho ia à frente,
com seu olhar reluzente, a exclamar:
"Elas têm cheiro de Natal, mamã!
Sinto o cheiro de Natal em todo lugar."
"Vamos comprar uma árvore de quilômetros de altura!
A maior que pudermos encontrar!
Uma árvore que encoste no tecto!
Uma que nem se possa carregar!"
"Uma árvore tão grande
Que até mesmo o Pai Natal, quando olhar,
Vai se admirar:
"Esta é a árvore mais bela
Que já vi neste Natal!".
Para achar o pinheirinho perfeito
Procuraram com muita prontidão
Aqui e ali, e até mais de uma vez,
O papa examinou e balançou mais de seis!
"Mamã, mamã encontrei, encontrei!
O pinheirinho que mais gostei!
Tem um galhinho quebrado
Mas que pode ficar disfarçado."
"Do anjinho da vovó tiraremos o pó
E lá no alto esperando
Ficará nos guardando.
Podemos comprá-la? Por favor, por favor!
Pediu com fervor."
"Que tal tomarmos chocolate quente?"
Perguntou o vendedor indulgente.
Enquanto abria a garrafa para aquela gente.
"Isto sim vai aquecer o ambiente!"
Em três pequenos copos de papel
Ele serviu o chocolate espumante,
Enquanto brindavam, esperançosos,
Por mais um Natal esfuziante.
"Você escolheu certinho", disse ele,
"Este é realmente o melhor dos pinheirinhos".
Mas o garotinho estava agoniado,
Pois o preço, para o pai, era muito elevado "Feliz Natal", disse o homem,
Amarrando o pinheirinho com um cordão.
"A árvore é sua com uma condição:
Manter uma promessa de Natal."
"Na noite de Natal,
Quando for deitar e rezar,
Prometa no seu coraçãozinho guardar
O encanto do Dia de Natal!"
"Agora corra para casa!
Pois este vento gelado
Suas bochechas têm queimado.
E peça ao papai para com todo cuidado
Enfeitá-la com os ornamentos comprados.
E que, no fim da empreitada,
Mate-lhe a sede, coitada!"
E assim foi com o vento zunindo
Durante a noite gelada
Tendo o homem dado árvore,
Após árvore,
Após árvore...
Para cada pessoa que apareceu,
Brindou com o chocolate espumante
Nos pequenos copos, tão quentes,
Para manter aconchegante o ambiente.
Quem jurou manter a promessa
De guardar no coração o encanto do Natal,
Saiu na noite contente
Cantando canções alegremente.
E quando tudo acabou
Só uma árvore restou:
Mas ninguém estava lá
Para esta árvore adotar.
O homem que vendia árvores, então,
Vestiu seu grosso casacão
E partiu para a floresta
Com a última árvore da festa.
Ele deixou o pinheirinho
Perto de um pequeno riachinho.
Para que as criaturas, sem pousada,
Pudessem fazer dela sua morada.
Ele sorria enquanto tirava os flocos de neve
Que na sua barba encontrava.
Foi aí que de trás de um arbusto
Uma rena quase lhe pregou um susto.
Olhou para ela e sorriu.
Fazendo um carinho na grande criatura,
Pensou com brandura:
"Parece que o Natal chegou novamente!."
"Ainda temos muito chão,
E muitas coisas por fazer!
Vamos para casa, amigo, trabalhar
Neste Natal que vai começar.
Ele olhou para o céu,
Ouviu os sinos a tocar,
E, num pestanejar...
O vendedor desapareceu!
Feliz Natal!!

Estado judicial?

A turma do STF resolveu, sem consultar o distinto público, que o Judiciário, e em especial o Supremo, será o principal poder (ou poder protagonista, como eles dizem) da república neste século! De onde essa insanidade inconstitucional saiu? Insanidade, pois a prevalência de um poder sobre os demais poderes é inconstitucional. Houve alguma assembléia nacional constituinte da qual só a turma do STF tomou conhecimento? Ou é apenas um golpe de Estado judicial? (parece haver doença contagiosa no Supremo, "golpite" judicial aguda que acomete quem passa por lá)
 
A turma do STF, que recebeu sem se esforçar e se arriscar uma democracia novinha das mãos dos que ela agora persegue, quer, coerentemente, aproveitando o vácuo deixado pelos ditadores datados, tornar-se ditadora, mas "democrática", naturalmente. Acredite se quiser. A verdade, porém, é diferente: que outro propósito teria o Supremo senão o golpe de Estado ao se insurgir contra os demais poderes e contra os que arriscaram a própria vida em favor da democracia? Não é para proteger a democracia, pois o agir do Supremo é inconstitucional, e ir contra a Constituição é ir contra a Democracia.
 
O STF não pode, sob nenhum pretexto, mormente este pretexto absurdo de que é protetor da democracia, atacar os demais poderes, pôr-se acima deles. O Supremo não tem história que o recomende nesse aspecto, afora a inconstitucionalidade de sua ação. Quando, na história brasileira, o STF lutou em favor da democracia? Quando, algum de seus membros, atuais e passados, arriscou a pele para proteger a Democracia? Nunca! Ao contrário, o STF e o resto da cúpula do Judiciário sempre foram cúmplices e apaniguados de ditadores. A história do Supremo é vergonhosa, lamentável mesmo, neste aspecto. E, ainda hoje, a turma do STF diz que a ditadura "foi mal necessário". O STF não é e nunca foi protetor da democracia. Mesmo que fosse, não tem respaldo popular para usurpar poderes do Legislativo.
 
É triste que essa tese estúpida seja defendida por Lewandowski e Barroso. Não dá para ter esperança nesse pessoal.

por Ramalho 12

Luís Fernando Veríssimo - Crônica de Natal

Tenho inveja dos cronistas novos. Não porque eles não sabem que todas as crônicas de Natal já foram escritas e podem escrevê-las de novo. Mas porque podem fazer isto sem remorso.

Tem a crônica de Natal tipo "o que eu gostaria que Papai Noel me trouxesse". A Luana Piovani ou um fac-símile razoável, a paz entre os povos, um centroavante para o Internacional (ou um fac-símile razoável) etc.

Tem as infinitas variações sobre problemas encontrados por Papai Noel no mundo moderno (seu trenó levado num assalto, sua dificuldade em se identificar em portarias eletrônicas, protestos de ambientalistas contra o seu tratamento das renas, suspeita de exploração de trabalho escravo, suspeita de pedofilia etc.).

Tem as muitas maneiras de atualizar a história da Natividade (Maria e José em fila do SUS, os Reis Magos chegando atrasados porque foram detidos por patrulhas israelenses ou militantes palestinos, Jesus vítima de uma bala perdida).

Tem as versões diferentes da cena na manjedoura, inclusive — juro que já li esta, se não a escrevi — narrada do ponto de vista do boi.

Todas já foram feitas.

Há tantas crônicas de Natal possíveis quanto há meios de se desejar felicidade ao próximo. Os cartões de fim de ano são outro desafio à criatividade humana. Pois todas as suas variações também já foram inventadas. Quando eu trabalhava em publicidade, todos os anos recebia encomendas de saudações de Natal e Ano Novo "diferentes", porque os clientes não se contentavam em apenas desejar que o Natal fosse feliz e o Ano Novo fosse próspero. Uma vez sugeri um cartão de Natal completamente branco com a frase "Aquelas coisas de sempre..." num canto, mas acho que este foi considerado diferente demais. E dê-lhe poesia, pensamentos inspiradores, má literatura e a busca desesperada do diferente. Um cartão em forma de sapato, de dentro do qual saía uma meia: a meia para o Papai Noel encher de presentes e o sapato para entrar no Ano Novo de pé direito. Coisas assim.

Enfim, tudo isto é apenas para desejar a você... Aquelas coisas de sempre.

Luís Fernando Veríssimo - Crônica de Natal

Tenho inveja dos cronistas novos. Não porque eles não sabem que todas as crônicas de Natal já foram escritas e podem escrevê-las de novo. Mas porque podem fazer isto sem remorso.

Tem a crônica de Natal tipo "o que eu gostaria que Papai Noel me trouxesse". A Luana Piovani ou um fac-símile razoável, a paz entre os povos, um centroavante para o Internacional (ou um fac-símile razoável) etc.

Tem as infinitas variações sobre problemas encontrados por Papai Noel no mundo moderno (seu trenó levado num assalto, sua dificuldade em se identificar em portarias eletrônicas, protestos de ambientalistas contra o seu tratamento das renas, suspeita de exploração de trabalho escravo, suspeita de pedofilia etc.).

Tem as muitas maneiras de atualizar a história da Natividade (Maria e José em fila do SUS, os Reis Magos chegando atrasados porque foram detidos por patrulhas israelenses ou militantes palestinos, Jesus vítima de uma bala perdida).

Tem as versões diferentes da cena na manjedoura, inclusive — juro que já li esta, se não a escrevi — narrada do ponto de vista do boi.

Todas já foram feitas.

Há tantas crônicas de Natal possíveis quanto há meios de se desejar felicidade ao próximo. Os cartões de fim de ano são outro desafio à criatividade humana. Pois todas as suas variações também já foram inventadas. Quando eu trabalhava em publicidade, todos os anos recebia encomendas de saudações de Natal e Ano Novo "diferentes", porque os clientes não se contentavam em apenas desejar que o Natal fosse feliz e o Ano Novo fosse próspero. Uma vez sugeri um cartão de Natal completamente branco com a frase "Aquelas coisas de sempre..." num canto, mas acho que este foi considerado diferente demais. E dê-lhe poesia, pensamentos inspiradores, má literatura e a busca desesperada do diferente. Um cartão em forma de sapato, de dentro do qual saía uma meia: a meia para o Papai Noel encher de presentes e o sapato para entrar no Ano Novo de pé direito. Coisas assim.

Enfim, tudo isto é apenas para desejar a você... Aquelas coisas de sempre.

Crônica de Natal

Minha mulher sugere colocarmos luzinhas coreanas no chapéu de sol, em frente de casa. Eu resmungo qualquer coisa. Ela percebe a má vontade e se incomoda. "Que foi?!", pergunto, com aquela surpresa dissimulada que nós, homens, lançamos quando queremos desacreditar as reações femininas, colocando-as na conta dos instáveis vapores uterinos –não na das nossas irritantes atitudes. Ela saca a estratégia e põe as cartas na mesa: diz que eu torci o nariz quando chegou com o pinheirinho, sábado passado, que foi de muito mau humor que a ajudei a pendurar os enfeites, domingo, e agora fico fazendo corpo mole diante das luzinhas coreanas. Por fim, me acusa: "Você é ridículo: você é contra o Natal!".

Sou? Não queria. Me parece mesmo ridículo ser "contra o Natal", digo que não lembro de cara feia nenhuma ao decorarmos o pinheiro e reafirmo que meu problema é só com as luzinhas. Ela pergunta o que há de errado com elas. Levanto o indicador, pronto para fazer um discurso inflamado, mas fico mudo como a estátua de Duque de Caxias. O que há de errado com as luzinhas? Penso em alegar desperdício de energia. Teria, é verdade, um argumento sólido –ou líquido, se apelasse pro degelo das calotas–, mas estaria mentindo. Não é uma questão ecológica.

"Você não acha bonito as árvores todas iluminadas?" Sigo calado –agora, já com o indicador recolhido ao bolso– e percebo que acho bonitas, sim, essas árvores luminosas. Dão às noites de dezembro um ar vibrante –vamos até a farmácia comprar fralda e parece que estamos indo a uma festa. Daí pra vestir no chapéu de sol a polaina de lampadazinhas já são outros quinhentos.

"Qual o problema?" –ela insiste. "É que nem o Halloween? Vai dizer agora que é 'uma festa importada'?" Não, de jeito nenhum. Halloween, admito: sou contra. Não por nacionalismo, mas por senso de ridículo. Aquelas abóboras e caveiras, entre nós, soam tão naturais como as perucas nos carecas. Já o Natal é uma festa cristã, somos um país majoritariamente cristão e mesmo que a data tenha virado sinônimo de comércio, eu, com meu Nike nos pés e iPhone no bolso, não teria muita moral pra um discurso franciscano.

Não, eu não sou contra o Natal. Tenho um amigo, o Maurício, que é. Contra o Natal, o Carnaval, abraços no oi e no tchau e qualquer outra manifestação –falsa, segundo ele– e afeto ou felicidade. Ele tem seu ponto, mas sou diferente do Maurício. Sou coração mole. Fico feliz, no mês de agosto, quando chega o cartão do meu dentista desejando feliz aniversário. Por que, então, ó pai, fiz cara feia pro pinheirinho, resmunguei pra pendurar enfeite, me recuso a enrolar no chapéu de sol as luzinhas coreanas?

Não sei, mas minha mulher parece ter uma teoria: "Você é um metido! Você se acha superior, é isso! Não quer 'brincar de Natal' só porque tá todo mundo brincando! Fica falando mal da direita, mas age que nem um aristocrata!". Calúnias! Calúnias! Calúnias que tento calar, agora, do alto deste chapéu de sol, com 20 metros de luzinhas coreanas (que, diga-se de passagem, são "made in China") enroladas no ombro. Só torço para não cair daqui. Não quero que soe aristocrático, mas preferia uma morte um pouquinho menos ridícula.

Antonio Prata é escritor. Publicou livros de contos e crônicas, entre eles "Meio Intelectual, Meio de Esquerda" (editora 34).

A propósito do Espírito de Natal

Estamos, mais uma vez, em dezembro. Andando pela avenida inaugurada recentemente, limpa e bem sinalizada, passo pela entrada de uma favela. É uma viela mal calçada e tortuosa. Um sorriso quase adolescente, amarelado e falho, destaca-se na boca do cortiço. A cena é comum nesse Brasil tão rico, tão perverso, tão contraditório. Mas sempre me choca, sempre me causa indignação e, às vezes, medo.
 
Permaneço caminhando, faço-me uma indagação e suponho obviedades. De que sorria o garoto?... Faltava-lhe o mínimo em casa; o pai, analfabeto e desempregado, talvez andasse pelos botecos da vida a mendigar uns tragos; a mãe poderia estar esmolando com o filho mais novo ao colo ou por moedas trocando o corpo ou, ainda, no limite de sua ascensão social, trabalhando como faxineira.
 
Decerto, algo motivara o sorriso do menino. Afinal, o sorrir é uma exclusividade da condição humana, embora dela ele esteja na categoria dos banidos.
 
Duas quadras adiante, um enorme centro comercial estava engalanado para os festejos natalinos. Aquele imenso altar do consumismo, decorado com agressivo e duvidoso gosto, parecia delimitar a fronteira que nos separa dos excluídos do sistema.
 
É triste e angustiante constatar facilmente que, na segunda década do terceiro milênio da Era Cristã, a Idade Média ainda nos circunda. E o que é pior: não apenas na miséria do garoto, mas também, e principalmente, na mente da nossa elite tacanha, preconceituosa e insensível.
 
Do sorriso do garoto à farra do consumo, nada, nada mesmo, lembrava sequer a sombra do Espírito de Natal.      
 
Tarcísio Furtado Arruda

A propósito do Espírito de Natal

Estamos, mais uma vez, em dezembro. Andando pela avenida inaugurada recentemente, limpa e bem sinalizada, passo pela entrada de uma favela. É uma viela mal calçada e tortuosa. Um sorriso quase adolescente, amarelado e falho, destaca-se na boca do cortiço. A cena é comum nesse Brasil tão rico, tão perverso, tão contraditório. Mas sempre me choca, sempre me causa indignação e, às vezes, medo.
 
Permaneço caminhando, faço-me uma indagação e suponho obviedades. De que sorria o garoto?... Faltava-lhe o mínimo em casa; o pai, analfabeto e desempregado, talvez andasse pelos botecos da vida a mendigar uns tragos; a mãe poderia estar esmolando com o filho mais novo ao colo ou por moedas trocando o corpo ou, ainda, no limite de sua ascensão social, trabalhando como faxineira.
 
Decerto, algo motivara o sorriso do menino. Afinal, o sorrir é uma exclusividade da condição humana, embora dela ele esteja na categoria dos banidos.
 
Duas quadras adiante, um enorme centro comercial estava engalanado para os festejos natalinos. Aquele imenso altar do consumismo, decorado com agressivo e duvidoso gosto, parecia delimitar a fronteira que nos separa dos excluídos do sistema.
 
É triste e angustiante constatar facilmente que, na segunda década do terceiro milênio da Era Cristã, a Idade Média ainda nos circunda. E o que é pior: não apenas na miséria do garoto, mas também, e principalmente, na mente da nossa elite tacanha, preconceituosa e insensível.
 
Do sorriso do garoto à farra do consumo, nada, nada mesmo, lembrava sequer a sombra do Espírito de Natal.      
 
Tarcísio Furtado Arruda

O linchamento continua

Mesmo preso, José Dirceu continua colecionando desafetos. Acaba de comprar briga com os bibliotecários. Açulou a corporação ao aceitar a oferta de "trabalho" do amigo e advogado José Gerardo Grossi. Dono de uma das mais respeitadas bancas advocatícias de Brasília, Grossi convidou Dirceu para organizar a biblioteca jurídica do seu escritório em troca de um salário mensal de R$ 2.100.

Presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia, Regina Céli de Souza expediu uma nota. "Informamos que o exercício da profissão de bibliotecário é privativo do bacharel em biblioteconomia, conforme a legislação vigente determina. Cabe ao conselhos estaduais e federal de biblioteconomia legislar, registrar e fiscalizar a profissão", escreveu.

Regina insinuou que pode tomar providências judiciais: "As infrações à legislação são passíveis de autuação, procedimentos administrativos e criminais, quando necessários, com aplicação das devidas penas.
Como se trata de profissão regulamentada, aos leigos que venham a atuar na área serão aplicadas penalidades, devido ao exercício ilegal da profissão."

A opinião de Regina é ecoada por Antônio Afonso, presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia 6ª Região, que inclui Minas Gerais e Espírito Santo. Segundo ele, o exercício da função de bibliotecário "não significa apenas ficar colocando livros em prateleiras."

Para Antônio Afonso, a necessidade de qualificação é ainda mais evidente num escritório de advocacia. "O funcionário qualificado para a função deve cuidar de atualizar todo o acervo da biblioteca, com as mais recentes jurisprudências, por exemplo, e, dependendo do assunto, até mesmo oferecer um relatório que possa embasar o trabalho dos advogados."

Dirceu cumpre no presídio da Papuda, em Brasília, o pedaço de sua pena insuscetível de recursos judiciais —7 anos e 11 meses pelo crime de corrupção ativa, em regime semiaberto. Nesse regime, os presos deveriam trabalhar em colônias penais agrícolas ou industrais.

Como tais colônias não existem na quantidade necessária, a Justiça costuma autorizar os detentos a deixar a cadeia durante o dia para trabalhar. Dirceu já formalizou o novo pedido na Vara de Execuções Penais de Brasília. Se depender dos bibliotecários, a solicitação sera indeferida.

Por Josias de Souza

Está no site do PSDB de São Paulo: “Mensaleiros presos na Papuda perdem regalias”.


É a reprodução, bovina e automática, de um texto do Estadão.


Bem, quais as regalias?

A resposta mostra, ao mesmo tempo, a estupidez do Estadão e o desapreço que existe no Brasil pelo hábito da leitura.

A grande regalia subtraída é, acredite, poder ler. Segundo o Estadão, os presos do PT agora só poderão ler duas horas por dia, e na biblioteca.

Isso quer dizer que os presos na Papuda – não estou falando de Dirceu e Delúbio – estão submetidos a um regime no qual lhes é proibido ler além de duas horas, e não na cela.

Não se incentiva a leitura. Ela é cerceada como uma coisa má.

Que idiota estabeleceu aquela regra? E por que os editores do Estadão – e todos os demais que replicaram a perda das “regalias” – não denunciaram esta violência do Estado?

Frase do dia

Uma das vantagens em ser honesto é que a concorrência é pequena

Frase do dia

A vantagem de ser honesto é que:
A concorrência é pequena

Ceia de Natal

Confiar em um futuro próximo pode ser um tremendo tiro no pé, uma cabeçada a se tontear, uma frustração grande. Você confiava que iria passar o natal na casa daquela tia do interior, com piscina de cascata, comida farta, família ébria. Um loucura travestida de descanso familiar. Acabou que cada parente resolveu fazer um plano diferente e ninguém vai viajar com você.

Era batata. Seus amigos combinara, desde julho, de alugar aquele sítio colossal que possuía, dentro de suas cercas, quadra e cachoeira que desaguava preguiçosa em um riacho e churrasqueira profissional, além de quatro geladeiras pra se encher de cerveja e comida e mais 12 quartos para distribuir a molecada e as amiguinhas. Em setembro, alguns amigos descolaram uma mamata em um cruzeiro de final de ano. Outros pegaram as milhas dos pais e estão de partida para a Europa. As amiguinhas estão — todas — namorando.

Isso já seria o caos. Mas podemos ter exemplos mais palpáveis e não menos críticos.

Você quer passar o natal sozinho. Coisa boa se afastar um pouco do mundo, relaxar, fazer aquela reflexão de final de ano. Tranquilidade é a palavra de ordem. Mas, dois dias antes, uma dessas amiguinhas termina o namoro e, tristinha que só, te manda uma mensagem perguntando onde você vai passar o natal, se ela pode passar a virada do dia 24 para o dia 25 contigo. Ou os seus pais resolvem te fazer uma surpresa e chegam lá do interior para passar as festividades na sua casa.

Qualquer das situações exige perspicácia e, ainda mais, verdadeira audácia para aceitar o desafio e conseguir, em pouco tempo, armar uma ceia de natal honesta e bonita, sem todos os querequequês da vovó, mas também longe de ser aquele relaxo de frango assado e farofa pronta.

Há que se ter zelo.

Para isso, eis aqui um guia fácil e rápido para montar uma ceia matadora de última hora, uma refeição natalina de encher os olhos, os estômagos e orgulhos de quem estiver por perto.

Arroz com espumante

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Diferentes tipos de arroz fazem parte do nosso cotidiano. Tenho certeza de que vocês já comeram pratos com arroz usando várias especiarias e ingredientes, como tomate, alho, uva passa, presunto, bacon, enfim, as possibilidades são infinitas para tornar um dos pratos mais básicos da nossa gastronomia, em algo atrativo aos olhos e paladar.

Minha dica é o arroz com espumante, prato muito tradicional para a época natalina. Ele é bem simples de ser preparado e, tenho certeza, vai causar uma excelente impressão em todos os convidados.

Para prepará-lo, você irá usar:

. 150 gramas de manteiga;
. 4 xícaras (chá) de arroz parboilizado;
. 6 xícaras (chá) de água fervente;
. 1 cebola média bem picada;
. 2 dentes de alho bem picado;
. 2 xícaras (chá) de espumante sec ou demi-sec;
. 1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado;
. sal a gosto;
. 200 gramas de amêndoas em lascas.

Modo de preparo:

Derreta a manteiga e frite a cebola e o alho até ficarem translúcidos. Não pode deixar passar do ponto e ficar com cor de queimados, uma vez que o arroz é branco e, visualmente, não fica legal.

Acrescente o arroz e deixe fritando por uns 5 minutos em fogo médio. Mexa para que ele não queime no fundo da panela. Adicione a água fervente, o sal e mexa. Tampe a panela e coloque em fogo baixo.

Quando a água secar, acrescente o espumante e deixe que ele seque novamente. Prove e veja se a textura está pronta. Caso não esteja, acrescente mais um pouco de espumante e deixe mais alguns minutos até secar. Quando estiver no ponto, acrescente o queijo parmesão ralado e mexa levemente para incorporar o queijo ao arroz.

Uma vez que estamos usando arroz parboilizado, você não correrá o risco de o arroz desmanchar ao mexer. Disponha as amêndoas em lâminas em cima do arroz ao servir. Elas vão dar, além de uma ótima aparência, uma "crocrância" incrível.

Farofa natalina especial

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Farofa é um dos pratos secundários que mais ajudam os pratos principais a ficarem irresistíveis. Cresci comendo e preparando diferentes tipos de farofas para diferentes ocasiões. Hoje, vou ensinar vocês a prepararem uma variação especial para o Natal.

Para preparar esse prato, você vai precisar de:

. 2 cebolas bem picadas;
. 2 dentes de alho bem picados;
. 1 xícara (chá) de manteiga;
. 1 xícara (chá) de nozes ou castanha-do-pará picadas (use a que você preferir ou misture as duas);
. 1 quilo de farinha de milho em flocos;
. 150 gramas de bacon picado;
. 1 xícara (chá) de uvas-passas (você pode usar a branca ou a preta);
. sal a gosto.
. pimenta do reino a gosto;
. salsinha picada a gosto.

O preparo desta farofa é bastante simples.

Modo de preparo:

 

Para começar, doure o bacon picado em fogo médio até que ele libere toda a sua gordura. Lembrando que nunca se deve adicionar gordura (manteiga, óleo, azeite) para fritas bacon, pois ele já tem muita gordura. Acrescente a manteiga e doure a cebola e o alho até ficarem translúcidos.

Adicione a farinha de milho e mexa por alguns minutos até incorporar todos os ingredientes. Adicione as nozes (ou castanhas) e as uvas-passas. O próximo passo é cozinhar em fogo baixo, mexendo para que os ingredientes se misturem e os flocos de farinha de milho tostem lentamente. O objetivo é que eles fiquem dourados e crocantes.

Quando estiver pronto, adicione sal, pimenta do reino e a salsinha.

Peru de Natal

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Como prato principal para a ceia de Natal, você tem diversas opções. Desde o clássico Peru até um presunto caramelizado.

Como o objetivo deste post é ensinar pratos para compor uma ceia prática e que não te tome tanto tempo, a minha sugestão vai para o peru, uma receita clássica e, ao contrário do que as pessoas imaginam, fácil de ser preparada.

Para fazer o Peru você vai precisar de:

Um peru grande sem ser temperado. Ele poderá variar de 4 a 8 kilos. Escolha um peru que tenha um tamanho suficiente para a quantidade de convidados. Em média, pense que cada pessoa irá comer de 400 a 500 gramas do peru, portanto, se você vai convidar 9 pessoas, pense em um peru de cerca de 5 kilos.

. 250 ml de manteiga derretida;
. 3 cebolas médias bem picadas;
. 3 cenouras cortadas em rodelas;
. ½ chícara (chá) de tomilho fresco picado;
. 4 talos de salsão picado;
. 3 folhas de louro;
. 2 copos de vinho branco (seco);
. 1 copo (200ml) de sal;
. pimenta do reino a gosto.

Modo de preparo:

Separe um a vasilha ou panela grande e disponha o Peru dentro. Então, coloque todo o sal no interior do Peru e cubra-o com água gelada.

Leve à geladeira por 12 horas.

O próximo passo é pre-aquecer o forno em temperatura de 180 graus. Retire o Peru da geladeira, escorra a água salgada e coloque-o dentro de uma assadeira anti-aderente com o peito para baixo.

Pincele metade da manteiga derretida e recheie-o com metade dos legumes (cenoura, cebola e os demais temperos). Coloque o restante dos legumes na assadeira e regue o Peru e legumes com metade do vinho branco (1 copo).

Asse por 01 hora e vire-o, pincelando o restante da manteiga derretida. Deixe por mais 2:30 a 3 horas, até que esteja totalmente assado e dourado no ponto certo. Se você quiser que ele tenha um ponto mais dourado, pode deixar mais uns 15 minutos. Importante, não passar do ponto certo para que ele não resseque por dentro.

Ao tirar o Peru do forno, retire as cebolas, cenouras e os temperos de dentro dele. Separe em outra panela estes ingredientes picados com o vinho (1 copo) e o líquido restante da forma. Nosso objetivo com isso é fazer um caldo para a ave. Deixe reduzir para pegar consistência.

Coe o caldo e coloque sobre o Peru após ele ser fatiado.

Independente da situação, agora já dá para se virar com uma bela ceia.

Felipe Ramos

Um realizador nato, de coração sem tamanho. Transformar pedra em banquetes é a especialidade desse MacGyver gaúcho. Notório por seu apetite festeiro, nunca recuse quando for convidado a uma de suas frequentes celebrações e aventuras. O imprevisível é seu prato favorito. No Twitter, @felipemktg.


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Cardápio:

Arroz com espumante

Farofa Natalina especial
Peru de Natal

Sanduíche à moda da Globo


por Nirlando Beirão

Sempre revolucionário – sem mencionar outros atributos seus, como a blindada imparcialidade, o apartidarismo irrestrito e o compromisso em defender os interesses da nação, e não os do casa –, o jornalismo da Globo inverteu a lógica do sanduíche, segundo a qual o recheio deve ser mais saboroso do que as peças que o contêm.

O Jornal Nacional, sob a expertise do chef Ali Kamel, decretou, voluntariamente ou não, outro método de degustação. As novelas das 7 e das 9 é que falam hoje ao apetite – peculiar que seja esse apetite – do telespectador. O JN virou apenas um entremet muito do insosso entre um melodrama e outro.

O Ibope, a quem não se pode atribuir propósito de prejudicar a Globo, indica que a plateia do JN minguou em 30% nos últimos dez anos. Na esteira do show produzido em conjunto pela Globo e pelo Supremo Tribunal, o carro-chefe do jornalismo platinado mergulhou recentemente em inéditos 18 pontos de audiência. Um recorde.

Em prol dos imperativos comerciais (a publicidade brasileira é a última adepta do JN), o jornalismo da Globo inverte mais uma vez a realidade e tenta atribuir às novelas – a que a precede e a que a sucede – a culpa pelo desastre de público. Mas está na cara que, dos vilões que o JN operosamente fabrica, nenhum tem a mesma graça perversa, por exemplo, daquele Félix de Amor à Vida.

Haverá quem queira tributar os tropeços do JN a detalhes menores como, digamos, a credibilidade. Bobagem: credibilidade nunca foi o forte da Globo, mesmo antes do Ali Kamel.

(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro "Não somos racistas", onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com ï". Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com "i".

Amigo secreto

Espírito natalino

Espírito natalino