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Luis Nassif: xadrez da natureza do governo Bolsonaro


Peça 1 – elite, povo e lumpem

Uma das peças centrais do governo Bolsonaro é o desmonte de qualquer forma de proteção social e de regulação capitalista da economia. Embrulha tudo isso na embalagem do empreendedorismo e da liberdade de atuação das empresas.
Mas não se trata nem de um representante da elite, nem do proletariado, nem do empreendedorismo. A divisão é outra: é entre a economia formal e a economia da zona cinza, ou irregular ou criminosa.

Peça 2 – desregulação e economia do crime

Sua última decisão, de proibir que as Juntas  Comerciais comuniquem suspeitas de crimes na constituição de empresas, somado ao apoio às restrições do COAF, visam justamente abrir espaço para a ocupação da economia pelas organizações clandestinas, algumas nitidamente criminosas.
Vão na mesma direção o desmonte da Funai, da ICMBio, a flexibilização dos agrotóxicos pela Agência Nacional de Saude,  a abertura para importação de armas, e a liberação de armas para a população, até temas menores, como a proposta dos Bolsonaro de anular as multas das vans que trafegam em faixa de ônibus no Rio de Janeiro.  Sua última decisão foi permitir a distribuição de gás em botijão semi-cheio e sem  menção  à distribuidora.
Não se pense em motivação ideológica ou qualquer forma de pensamento elaborado. A escola de Bolsonaro são as milícias. Vez por outra, ele vai buscar no neoliberalismo selvagem motes para o desmonte do Estado formal.

Peça 3 – desmonte de toda forma de organização

Assim como em outros movimentos fascistas, Bolsonaro não admite o contraditório ou qualquer forma de organização, seja social seja de corporações públicas.
É o que explica o fim dos conselhos, os ataques às organizações sociais, o fato de colocar Supremo, Procuradoria Geral da República e Lava Jato de joelhos. E também a iniciativa de acabar com as contribuições ao sistema S, ou o processo descontrolado de abertura da economia.
Incluem-se aí as disputas com as corporações públicas, com o Judiciário, especialmente com a elite do funcionalismo público, possível próxima etapa do desmonte bolsonarismo. O golpe final será sobre as Forças Armadas.

Peça 4 – a apropriação dos serviços públicos pelo lumpem empresariado

Uso o termo lumpem empresariado para diferenciar dos setores empresariais modernos e dos tradicionais. São os que exploram nichos como bingo, manicômios, clínicas psiquiátricas, escolas para deficientes e, no caso das milícias, transporte público, construções irregulares em áreas de preservação, venda de gatos e de gás, venda de proteção privada.
A última decisão do governo foi retirar médicos, psiquiatras especialistas e conselhos das decisões sobre saúde mental.

Peça 5 – o preconceito contra os miseráveis e contra a elite

Uma característica da classe média baixa, em seu processo de ascensão econômica, é a ampla ojeriza a qualquer forma de miséria que possa lembrar suas origens, e a revolta contra qualquer grau de hierarquia social, como expressão da revolta pelas humilhações sofridas.

A negação de qualquer forma de solidariedade aos mais pobres é um instrumento de afirmação da sua condição social, de quem saiu da pobreza, mas não chegou a elite.
O resultado é um tipo com profundo preconceito em relação aos mais pobres, é uma repulsa contra os salões da elite, aos quais nunca teve acesso.
A família Bolsonaro enquadra-se perfeitamente nesse perfil. O pai sempre demonstrou uma raiva descontrolada em relação à memória do ex-deputado Rubens Paiva, cujo pai era grande fazendeiro na cidade em que Bolsonaro foi criado.

Por isso, é tolice considera Bolsonaro como aliado das elites. Ele é um representante típico do lumpem. Fica à vontade com o lumpem, as formas de expressão são típicas do lumpem, assim como as demonstrações de machismo, o símbolo fálico das armas, as piadas escatológicas. E o ódio a qualquer forma de conhecimento especializado, visto por eles como um sinal de prepotência do intelectual em relação ao ignaro.

Peça 6 – o horror a qualquer tipo de divergência

O horror à divergência é consequência automática do complexo de inferioridade que os acompanha a vida toda, seja pelas vulnerabilidades de origem, seja pela fraqueza intelectual.
Só confiam nos seus. Dai a exigência de obediência absoluta, que faz os espíritos mais fracos se comportarem de forma vergonhosamente subserviente. Como bem anotou Jânio de Freitas, Bolsonaro tem a compulsão da morte.
Não há saída democrática nesse perfil. A cada dia que passa, mais aprofundará as posturas autoritárias, o atropelo das instituições e das normas, até o confronto final, a hora da verdade, quando se irá conferir se as forças que aglutinou em seu apoio serão superiores ou não ao grande pacto que começa a se formar de resistência às suas loucuras.
***
Pitaco do Briguilino: de fato o desgoverno Bolsonaro se sustenta na agenda ditada pela banca - bancos, rentistas, agiotas nacionais e internacionais -. Este é o resumo da ópera bufa que a mídia e o ministério público e o judiciário ajudaram a eleger e manter.

Luis Nassif: xadrez do Brasil entregue ao crime organizado

Peça 1 – o Brasil legal e o criminoso

No momento, vive-se o maior desafio da história do Brasil.
Têm-se, de um lado, o desmanche do Estado brasileiro, das redes de proteção social, do direito ao trabalho e outros instrumentos básicos de cidadania. De outro, um avanço das organizações não estatais no amparo aos órfãos de Estado.
Há dois tipos de organização. Um deles, os movimentos sociais – como o MST (Movimento dos Sem Terra), MTST (Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto), MAB (Movimentos dos Atingidos por Barragens) – organizando os desassistidos, dentro de um processo de inclusão democrática. Em geral, são reprimidos e tratados como criminosos, apesar de sua luta ser dentro dos limites legais.
O outro, organizações criminosas que controlam parte relevante do território nas maiores metrópoles, substituindo o Estado na segurança, na oferta de justiça, no apoio social, no amparo às famílias de presidiários, na atividade econômica clandestina, com uma diferença de estratégia. O PCC, em São Paulo, investindo na adesão das populações dos territórios controlados, e as milícias no Rio, com a estratégia de tomada do poder político local e estadual. Depois de acordos com o MDB do Rio de Janeiro, as milícias montaram seu próprio partido político e conseguiram emplacar aliados na presidência da República e no governo do Rio de Janeiro.
Enquanto isto, continuam sendo destruídas as últimas redes de segurança social que mantem um resto de coesão social no país.

Peça 2 – o direito penal do inimigo

Peça central no desmonte do Estado foi a desmoralização da Justiça, com a consolidação do direito penal do inimigo.
Quando o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu atropelar a Constituição, trabalho pertinaz de Luis Roberto Barroso, Luiz Fux, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Edson Fachin, estava aberto o caminho para a selvageria generalizada.
A morte absolveu Teori Zavascki, o Ministro que tolerou os abusos iniciais da Lava Jato e abriu as portas para o arbítrio mais ostensivo, desde a não tomada de posição em relação ao vazamento dos diálogos de uma presidente da República (reagindo com uma mera advertência), até a decisão inconsequente de autorizar a prisão de um Senador da República, com base em um grampo armado.
Criada a onda, nada mais segurou o oportunismo, a sede de sangue, o atropelo de qualquer ordem jurídica ou política, o desrespeito aos direitos individuais e a instauração sem disfarces do direito penal do inimigo.

O garantismo – a defesa dos direitos individuais – passou a ser tratado como leniência para com o crime, e seus defensores apontados como e cúmplices da criminalidade. Nesses período, todos os abusos foram cometidos: juízes atuando como agentes da acusação, condução coercitiva de testemunhas com ampla publicidade na imprensa, antes que se recusassem a depor, condenações com base em delações negociadas. No Supremo, Ministros endossando, por oportunismo, os abusos e, no Twitter, as milícias digitais sendo insufladas por procuradores. Irresponsáveis!
Agora se está em outro momento de corte, quando os grupos que se aliaram no impeachment passam a disputar espaço político.
Alvo de medidas arbitrárias, a direita do Ministério Público invoca, agora, as garantias individuais, abominando qualquer forma de prática do direito penal do inimigo. Defende o juiz natural, critica os juízes que atuam como acusadores e juízes ao mesmo tempo, propõe habeas corpus coletivo – eles mesmos, que condenaram até o HC coletivo que pretendia mudar para prisão domiciliar penas de presidiárias com filhos recém-nascidos, em um capítulo em que a crueldade institucional rompeu com todos os limites de humanidade.
É esse o teor do Tweet  da diretora da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), exigindo apoio dos “garantistas” através do expediente da provocação. É a isso que foi reduzido o sistema judicial.  Doutrina, princípios, textos legais, tudo é instrumentalizado de acordo com a vontade política do agente público em cada momento, a partir dos exemplos emanados da Suprema Corte. Criou-se uma comunidade dos sem-noção.

E, hoje, há mais um avanço do arbítrio, com a decisão do Ministro da Justiça Sérgio Moro de convocar a Força Nacional para policiar a Praça dos Três Poderes, sem uma justificativa plausível.

Peça 3 – o país legal caótico e o ilegal organizado

Tem-se, então, esse paradoxo. O país institucional se desmoralizando a cada dia.  A Lava Jato mantendo a prática de vazamentos, com amplo apoio das milícias digitais e de veículos associados, e avançando na campanha contra Ministros do STF, e agora fortalecidos por ter um dos seus no Ministério da Justiça. O Ministro Alexandre Moraes propondo censura aos veículos adversários e invasão de domicílios. A Procuradora Geral da República Raquel Dodge desautorizando decisões do STF, ainda que estapafúrdias. No Senado, tentativas de CPI contra o Supremo. No Planalto, Bolsonaro desvirtuando o BNDES e ordenando a abertura de linhas de financiamento para despesas operacionais de caminhoneiros.
Funeral do reitor Cancilier, da UFSC
O punitivismo cego está sendo utilizado para desmontar toda a estrutura política, social e de regulação do país. Quer acabar com um órgão? Anuncie uma devassa em suas contas e criminalize qualquer problema administrativo. Dentro de pouco tempo, a CGU (Controladoria Geral da República), junto com TCU (Tribunal de Contas da União) e Ministérios Públicos retomarão as ofensivas contra as universidades públicas
Enquanto isto, nos territórios ocupados, o PCC continua oferecendo segurança, um sistema de justiça mais eficiente que o sistema legal (amplo direito de defesa as partes, mas incluindo a pena de morte nas penas), uma economia informal pujante, na forma de projetos imobiliários clandestinos, transporte de passageiros em vans.
O combate ao crime organizado não se trata apenas de um fenômeno criminal. Se desalojar o PCC das áreas ocupadas, haverá a substituição do crime organizado pelo crime desorganizado, pois cada vez menos o Estado terá condições de substituir os serviços ofertados pelo crime.

Peça 4 – os desmontes irreversíveis

Mais cedo ou mais tarde Jair Bolsonaro cai. Ele e os quatro filhos tornaram-se uma espécie de Hidra de Lerna do jogo político brasileiro, enquanto Hamilton Mourão está se tornando o barqueiro da Barca de Caronte.
Mas, enquanto a racionalidade não é restabelecida, está ocorrendo um desmonte irreversível do Estado brasileiro. Acabou-se com a Embraer desconsiderando toda a malha de fornecedores que orbitavam no seu entorno. Parte-se agora, para o desmonte da Eletrobrás, abrindo mão de setores estratégicos, como a geração de energia e a transmissão. A privatização significará um novo salto nas tarifas de energia, comprometendo a competitividade da economia.
O incêndio de Roma, quadro de Hubert Robert
Já se liquidou a indústria naval em pleno processo de avanços na curva de aprendizado. Matou-se a engenharia nacional, com a liquidação das empreiteiras. Desmonta-se a mais tradicional instituição brasileira, o Itamarati. Aparelha-se a Apex (Agência de Promoção das Exportações), IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária). E, a cada dia, liquida-se com cada avanço na área dos direitos sociais. E cada espaço aberto pelo país legal é imediatamente ocupado pelas organizações criminosas.
Resta saber quanto tempo de destruição será necessário, ainda, para promover uma pactuação em defesa do país.

Vida que segue

Luis Nassif: Xadrez do incêndio do Reichstag à brasileira


1ª peça: Bebbiano e os militares
Desde os primeiros movimentos do governo de transição, um dos grupos que se posicionou foi dos financiadores de campanha, Gustavo Bebianno, Paulo Marinho e Luciano Bivar. Tentaram emplacar nomes em áreas de grandes contratos, como o Ministério de Minas e Energia, da Infraestrutura. Foram impedidos pelo grupo militar.
Esta é a razão para não ter havido esforço para segurar a sua demissão, apesar dos métodos atabalhoados de Jair Bolsonaro e filhos.
O episódio, no entanto, revelou outra fragilidade imensa do governo: o próprio Bolsonaro e família. Tratam as ações de governo com a mesma truculência de disputas de bar, de grupos de rua. Some-se as revelações que estão a caminho, sobre o relacionamento com milicianos, e se terá exposta a chaga maior do governo. O que fazer?
2ª peça: Sejomoru e a lava jato
Hoje em dia, o Ministro Sérgio Moro é uma figura politicamente exposta. A frente antiLula conferiu-lhe uma procuração para um trabalho específico: liquidar com Lula e o PT. Ao aderir ao governo Bolsonaro, Moro extrapolou, tornou-se vulnerável, especialmente porque sua fama de durão está exposta ao desafio diário de servir a um grupo suspeito de ligações com milícias.
Por outro lado, a fase anti-Lula conferiu-lhe – e ao seu grupo – um poder absoluto, na qual todas as suspeitas foram minimizadas e todos os pecados foram absolvidos. E Moro tem, no seu entorno, uma esposa ambiciosa e um primeiro amigo, Carlos Zucolotto Júnior, para lá de suspeito, e o mercado milionário das delações premiadas. Caindo a blindagem, a pescaria da mídia encontrará um cardume de operações no mínimo suspeitas. O que fazer?
3ª peça: o reinado do terror
A única saída para ambos – Bolsonaro e Moro – seria ampliar o estado de terror do país. E não bastarão ações espetaculosas contra PCCs e outros grupos rivais das milícias. A pressão maior virá da economia formal, do status quo, da economia, ansiosa por uma trégua política que permita a retomada dos negócios. E o destino de Moro – e do próprio Bolsonaro – é incompatível com a normalidade política. Ambos não se sustentam fora da guerra primária, da construção de inimigos imaginários.
É nessa estratégia que se encaixa a tal Lava Jato da Educação. Permitirá enfrentar simultaneamente o tal “marxismo cultural”, seja lá o que isso signifique, sacrificar grandes grupos educacionais, atendendo à sede de sangue das bestas das ruas, tudo em nome da bandeira sagrada do antipetismo e da promessa de eliminação do sucessor de Lula, Fernando Haddad.
Terão fôlego para mais uma Noite de São Bartolomeu sem fim? Esta é a dúvida.
4ª peça: Lei da Tranparência e Comando Sul
Como lembra um leitor, enquanto esteve na interinidade, o general Hamilton Mourão assinou o decreto que suspende a lei da transparência e confere a determinados funcionários públicos o poder de declarar sigilo sobre documentos e informações governamentais.  Alguns dias depois um almirante estadunidense, chefe do Comando Sul das forças armadas dos EUA, que engloba toda a América Latina, revela que o seu vice comandante é um general brasileiro.
Para completar o ciclo, os serviços de inteligência de Cuba descobrem que os Estados Unidos estão concentrando forças especiais, especializadas em operações de desestabilização, treinamento, apoio e comando de tropas mercenárias. É um pequeno exército de cinco mil soldados profissionais, altamente treinados para atuações pontuais, altamente destrutivas e furtivas, em guerras assimétricas.
5ª peça: o incêndio do Reischstag
Parte significativa do país está cansada de guerra. O próprio Hamilton Mourão, já captou a estratégia correta, de conversar com vários setores. A esta altura não deve haver mais dúvidas sobre o estamento militar dos riscos de um alucinado na presidência.  As dúvidas são em relação à própria estratégia dos militares.
Nas últimas décadas, apesar das declarações desinformadas de falsos intérpretes do Brasil – como o inacreditável Ministro Luis Roberto Barroso -, houve uma deterioração do sistema partidário, sim, mas o país avançou politicamente. Organizações sociais como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), quilombolas, organizações sociais populares ou ligadas a grupos econômicos, conseguiram canalizar as demandas sociais para os caminhos institucionais. Todo seu trabalho visa preparar trabalhadores para o mercado de trabalho, suprindo a falta de Estado para as populações pobres. E sua manifestação política mais radical são passeatas, apenas isso.
Haverá isenção no estamento militar para entender esse quadro, buscar a pacificação nacional, ou também apelará para a figura do inimigo interno como forma de perpetuação? Haverá a pacificação ou, além de Moro e Bolsonaro, se está preparando um incêndio do Reichstag à brasileira? Não há sinais de que a economia, por si, poderá legitimar o atual governo.
Em todo caso, tenho uma breve esperança de que a guerra permanente começa a cansar.
Vida que segue...





Xadrez da grande batalha civilizatória, por Luis Nassif

Se a esperança vencer o medo, será possível evitar o mais profundo retrocesso civilizatório do país. Caso contrário, caminharemos a passos largos para um período de trevas e dor, que muitos pensavam que felizmente tinha ficado para trás. É o "futuro repetindo o passado" é "o museu de grandes novidades", que o poeta cantou...

Peça 1 - 2018 e 1968
Em 1964, derrubou-se um presidente da República e promoveu-se uma eleição indireta que resultou na posse do Marechal Castello Branco. Do mesmo modo, em 2015 houve outro golpe que derrubou uma presidente eleita.
As semelhanças entre os dois momentos foram desautorizadas por quem comparava 2015 com 1968. No pós-68 houve tortura, agora, não. A comparação, na verdade, é com 1964. Sem 64, não teria havido 68 e os demais anos de chumbo.
Derrubado o governo, foram promulgados vários Atos Institucionais, em uma escalada crescentemente repressiva. O primeiro, de 08/04/1964, dava ao governo militar o poder de alterar a constituição, cassar leis legislativas, suspender direitos políticos por dez anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que tivesse atentado contra “a segurança do país, o regime democrático e a probidade da administração pública”.
A ideia inicial era permitir eleições diretas em 1966 e uma nova Constituinte.

Luis Nassif: Xadrez da era Lula e o pós-Lula

Para entender os dilemas da chamada frente de esquerda, há que se colocar no tabuleiro vários componentes extra-eleitorais e algumas peças políticas.

Peça 1 – a composição do Estado de Exceção

Há uma frente heterogênea, que sustenta o Estado de Exceção. Essa frente reflete majoritariamente o sentimento da classe média, exposta a mais de uma década de campanha raivosa da mídia. E conseguiu o feito de juntar desde o mercado financeiro até setores da indústria teoricamente beneficiados pelas políticas industriais do governo Dilma.
Há uma característica paradoxal nessa frente.
  • Fortalece-se com a expectativa de volta de Lula/PT.
  • Dispersa-se com a presunção de Lula/PT fora do jogo eleitoral. Aí começam a aparecer as divergências.
O comando maior, o agente articulador das expectativas são as Organizações Globo. Com poder de Estado, integram essa força a maioria do STF (Supremo Tribunal Federal), o Judiciário – incluídos o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) -, a Procuradoria Geral da República (PGR) e parcelas majoritárias do Ministério Público Federal (MPF) – incluído o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) -; a Polícia Federal; os órgãos de controle. Em suma, a burocracia brasiliense e o Judiciário.
Na economia, junta o chamado mercado e a maioria das confederações empresariais. Na sociedade civil, a classe média.
Há uma série infindável de episódios de exceção demonstrando que a frente continua ativa:
Estratégia do STF – Há constitucionalistas, os que defendem a Constituição, os ativistas judiciais, surfando nas ondas do neo-moralismo., e os oportunistas políticos. Nas grandes votações, há situações de quase empate, que dão algum alento acerca da reação do STF contra o arbítrio. Mas o colegiado sempre dá um jeito de que o voto decisivo seja pela manutenção do Estado de Exceção. É o que garante a tranquilidade para os constitucionalistas. O voto Rosa Weber no julgamento do habeas corpus de Lula; e, agora, o de  Dias Toffoli, contra a libertação de Lula, são sintomáticos desse jogo de subterfúgios. Se seu voto não fosse decisivo, provavelmente ambos votariam pela libertação.
Do mesmo modo, a decisão do “punitivista” Alexandre Moraes, de remeter os processos de Aécio Neves para a 1ª instância, a pretexto de retirar privilégios, devolve Aécio ao seu habitat, Minas Gerais, onde mantém ampla influência sobre o Judiciário. Enfim,  STF se tornou o órgão máximo das espertezas processuais escandalosas.

Estratégia da PGR, MPF e PF

do Nassif

Xadrez do pós-Temer e as eleições

GGN - Peça 1-) Nos processos históricos, é muito difícil separar o aleatório do planejado. Há um processo não linear, pontilhado por uma série de eventos, muitos não planejados. E os atores vão se reorganizando a cada fato novo.
No golpe do impeachment, há apenas um fio condutor sólido, que se sobrepõe a todos os demais: o desmonte do estado nacional de bem-estar e dos projetos de desenvolvimento autônomo.
Este é o fio condutor que mantém a lógica que une Rede Globo, o chamado mercado,  os bilionários liderados por Jorge Paulo Lehman e, na ponta, os tarefeiros da Lava Jato. O modo de fazer é aleatório e obedece aos caprichos do destino. Abaixo da esfera maior, dos indutores, vêm os instrumentalizados.
Há os instrumentalizados que procuram conscientemente se alinhar com o bloco vencedor, como é o caso do Ministro Luís Roberto Barroso. E aqueles que deixam guiar pelos ventos da opinião pública, como a Procuradora Geral da República Raquel Dodge e, antes dela, Rodrigo Janot e seus templários.
Finalmente, as bactérias oportunistas, inserindo-se aí a organização político-criminosa liderada por Eduardo Cunha e Eliseu Padilha e representada por Michel Temer.
Digo isso para facilitar o entendimento dos fatores que levaram à Operação Skala, deflagrada na 4ª feira pela PGR, com a anuência de Barroso, prendendo provisoriamente os membros civis da quadrilha de Temer.

Peça 2 - Temer, o batom na cueca

Luis Nassif - xadrez de tempos incertos

O jogo político está cada vez mais embolado

Há dois fenômenos novos, em movimento, em favor de Lula. E a força inercial do antilulismo em direção oposta,

Peça 1 – a desmoralização da Lava Jato

Hoje em dia há três tipos de atitudes em relação à Lava Jato. Os anti-Lula apoiam a operação, mas sabem  que é uma jogada política. Os lulistas a condenam e denunciam que é jogada política. E, nesses tempos de polarização, a legião dos independentes está cada vez mais convencida de que é uma jogada política.
Mídia e Lava Jato estão perdendo a batalha da opinião pública internacional, com a luxuosa contribuição de Michel Temer e, internamente, estão sendo cada vez mais questionados. A Lava Jato e a Globo adotaram a política do lawfare, a publicidade opressiva contra os “inimigos”.
Em um primeiro momento, entupiram os jornais de rumores, vazamentos, denúncias de diversos calibres, atordoando os adversários e atingindo o objetivo final: no caso da Lava Jato do Paraná, o objetivo final foi derrubar Dilma Rousseff e entronizar Michel Temer na presidência. Obviamente, em nome do combate à corrupção.
Acontece que nem mesmo a Globo consegue sustentar o priapismo das manchetes com os escândalos. No caso brasileiro, em cima do esgotamento previsível do ciclo Lava Jato veio o episódio trapalhão de Rodrigo Janot com a delação da JBS. A maior contribuição foi ter estabelecido um parâmetro entre as denúncias contra Lula e aquelas contra seus dois maiores antípodas: Aécio Neves e Temer e suas malas de dinheiro.
Ali começou a ruir toda a narrativa sobre a maior corrupção do planeta. Inverte-se, então, o ciclo do lawfare e cada factoide levantado no período anterior, cada abuso cometido no transcorrer das investigações, torna-se munição nas mãos dos adversários, para desnudar o caráter partidário e suspeito da Lava Jato.
Hoje em dia, já há uma quantidade substanciosa de indícios de malfeitos do lado da Lava Jato, que vão além das acusações apressadas, das narrativas fantasiosas, da incapacidade de aprofundar investigações para além das delações. As suspeitas são mais graves,  permitindo inclusive prever o grande best seller dos próximos anos – a verdadeira história da Lava Jato – para o qual se candidatarão escritores de todos os níveis.
Contarão como foi o aprendizado no caso Banestado, que permitiu o planejamento minucioso da Lava Jato, garantindo a um juizado de Curitiba capturar uma operação de uma empresa sediada no Rio de Janeiro, tendo como principais personagens políticos vicejando em Brasília.
Haverá muita história sobre o triângulo formado por Sérgio Moro, a esposa Rosângela e o primeiro-amigo Carlos Zucolotto Júnior, os advogados amigos, a indústria da delação premiada, as informações provindas do Departamento de Justiça etc. E até a informação do procurador Celso Três, do caso Banestado, que a Sra. Moro distribuía cartões de visita ao longo da operação.
A desmoralização da Lava Jato significará o enfraquecimento da condenação de Lula. Portanto, viverão ainda alguns períodos de imagem heróica. Mas já acende luz amarela nos escalões externos à Lava Jato, a quem caberá a convalidação ou não das denúncias aceitas em primeira instância.
Não se tem mais dúvidas de que o TRF4 é um tribunal político. Resta saber até onde irão com a farsa.

Peça 2 – o custo Lula

“Mercado” supostamente é o local onde todas as informações são processadas racionalmente, e a resultante é preço.
No caso brasileiro, o “mercado” é extremamente mal informado, formando convicções de afogadilho, indo atrás de clichês, sendo influenciado pela superficialidade padrão Globonews.
Analistas mais lúcidos já se deram conta que a solução Lula é a “mais barata”, para se obter a paz social. A razão é simples. O impedimento de Lula e a eleição de um candidato sem o menor fôlego político – se houver um, que se apresente – tornarão extremamente custosas qualquer solução extra-Lula. Haverá um duro aprendizado e o prolongamento perigoso da polarização política.
A tentativa de apresentar Lula como o alter ego de Bolsonaro, colocando ambos na categoria de populistas radicais, é ridícula, assim como as sucessivas tentativas de encontrar o campeão branco ou recorrer ao cadáver político de Fernando Henrique “El Cid” Cardoso.
Apesar do esforço ingente da mídia, nenhuma reforma sem consenso despertará a confiança de investidores. Como está ocorrendo, aliás, em outros países, em situações de crise de legitimidade menores que no caso brasileiro, no qual se tem as reformas sendo implementadas por uma organização criminosa.
Um dia cairá a ficha que de que não haverá saída for a do consenso. Pode ser que o bom senso chegue antes; pode ser que demore.

Peça 3 – o fôlego do antilulismo

De qualquer forma, a tendência dominante, ainda, é o de se tentar inviabilizar politicamente Lula e promover o milagre da ressurreição de quem nunca foi, Geraldo Alckmin.A radicalização do anti-lulismo foi tão intensa que dificilmente mídia e Judiciário se permitirão algum assomo de bom senso.
Significaria acabar com os sonhos do Ministério Público Federal de se transformar em poder autônomo, abortar o ativismo do Judiciário, reduzir a margem de manobra da mídia. E quem irá largar o osso?
A volta à normalidade será um trauma para os deuses do punitivismo. É só conferir o que a síndrome da abstinência de poder está produzindo no ex-Procurador Geral da República Rodrigo Janot.
Resta acompanhar, então, o desenrolar dessas três tendências, para saber se em algum momento promoverão o consenso ou o dissenso definitivo.
***
"Nossa metade é assim, poesia e prosa, presente e passado, fraqueza e força, medo e coragem para chegar ao fim de uma caminhada e recomeçar outra, com a mesma esperança de chegar"

Lula: Venceremos canetas e balas


Luis Nassif: Admito que este Xadrez é bastante polêmico. Os movimentos descritos a seguir ainda são incipientes e há dúvidas de monta sobre seus desdobramentos. De qualquer modo, monto o Xadrez, alinhavo o raciocínio, encaixo as peças até para facilitar as análises e críticas. Com a narrativa estruturada, fica mais fácil identificar os pontos vulneráveis dos cenários traçados.

Peça 1 –a polarização eleitoral

Quem se der ao trabalho de conferir os Twitters ou mensagens de juízes punitivistas – como Marcelo Bretas –, ministros politicamente comprometidos – como o corregedor João Otávio Noronha, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - ou procuradores partidários do fake prosecution. verá em comum os mesmos bordões propalados pela ultradireita MLB, mas que antecedem sua fundação.
Por exemplo, criticar a defesa de minorias, como se significasse retirada de direito das maiorias; o deboche do politicamente correto; o tratamento de desperdício a qualquer política social.
Esse pensamento simplório, porém eficaz junto aos setores mais anacrônicos, é a argamassa que une polos contrários, dos que manobram o discurso anticorrupção, à quadrilha que se valeu das manifestações para se aboletar no poder.
Esse discurso de intolerância  começou a ser explorado pela revista Veja na campanha contra o desarmamento. Ali, pela primeira vez, se percebeu o potencial comercial e político do discurso de ódio e preconceito. À medida em que foi se ampliando, embarcaram dinossauros convictos, pequenos oportunistas e organizações criminosas, como a comandada por Eduardo Cunha.
Com o tempo, a reiteração do discurso de ódio ganhou camadas mais amplas, especialmente no Judiciário e no aparelho repressivo.
Vários grupos se apressaram em dar carne fresca ao tigre e aproveitar seu potencial mobilizador: mídia, Lava Jato, juízes punitivistas, PSDB e, finalmente, a quadrilha de Cunha-Temer.
Hoje em dia há uma nítida identidade de pensamento entre esses setores, mas uma disputa entre os punitivistas do Judiciário e do Ministério Público contra o bloco de Temer.
É uma barafunda, um conjunto de peças soltas que não forma um todo. E se mostra incapaz de gerar um projeto de país.
Essa mesma incapacidade assola a equipe econômica, que se valeu do sequestro do Executivo pela quadrilha para impor um conjunto de políticas que não resistem ao primeiro teste eleitoral. E que sequer resistem ao teste da legitimidade. Só um pensamento tecnocrático tosco para apostar em algo assim.
Para as próximos eleições, os desdobramentos dessa polarização são nítidos.
Numa ponta haverá o lulismo – com ou sem Lula -, carregando os erros econômicos dos últimos anos, a estigmatização de quinze anos de campanha diária da mídia, mas com um grande acervo de políticas públicas e de avanços sociais.
Na outra, o antilulismo, brandindo exclusivamente o discurso bilioso e o preconceito em estado puro, e equilibrando-se no discurso moralista.
No meio, um enorme contingente de grupos modernos, muitos decepcionados com os rumos do lulismo mas que, nas últimas eleições, deram a vitória a Dilma Rousseff – menos por convicção, mais pelos espaços mantidos e por se dar conta de que a eleição de Aécio Neves significaria o retrocesso.

Peça 2 – os movimentos da direita moderada

A direita mais moderada – e moderna - já se deu conta de que a vitória só será possível com a consolidação do centro-democrático. Não se trata apenas da viabilidade eleitoral, mas da única possibilidade de uma pacificação nacional, que impeça a guerra interna e o caos decorrente da radicalização.
Mas não conseguiu emplacar ninguém capaz de ocupar esse centro. Doria, Huck, Joaquim, Partido Novo, Marina e o escambau, nada deu certo.
Nenhum dos candidatos a anti-Lula tem dimensão política ou consegue se desvencilhar desse cipoal de preconceitos anacrônicos. E nenhuma das tentativas de empinar uma candidatura menos pesada foi bem sucedida.
A receita tatibitate é a mesma repetida por Geraldo Alckmin na convenção do PSDB: mesmices sobre gestão (ele que não é gestor), sarcasmo sobre direitos sociais e discurso raivoso contra o “inimigo”.
O centro não quer guerra, não quer sangue, não quer radicalização.

É a partir dessa constatação que se monta o Xadrez de Lula.
A enorme dificuldade em encontrar um tertius, a radicalização representada por Bolsonaro ou mesmo por Geraldo Alckmin, a desmoralização crescente com a  atuação da organização criminosa que empalmou o poder, reforçará a percepção de que não existe saída sem Lula.

Peça 3 – os movimentos de Lula

Nos próximos meses crescerá essa percepção no meio empresarial de ponta, aquele que consegue enxergar os desdobramentos da políticos nos negócios, e mesmo no mercado e entre antipetistas.
É cedo para saber se será uma tendência vitoriosa ou se esbarrará no ainda fortíssimo sentimento anti-Lula, cuja contra-ofensiva está concentrada na atuação da mídia, dos juízes punitivistas e dos procuradores militantes dos fake prosecution.
Mas à imagem do país partido ao meio serão contrapostas as lembranças dos melhores momentos do grande pacto nacional representado por Lula, após a Carta aos Brasileiros, a luta bem-sucedida para superar a crise de 2008 e o período de bonança em que todos os setores ganharam.
Na outra ponta, continuará aceso o movimento de satanização de Lula explorando o “mensalão”,  a Lava Jato e os traumas com o governo Dilma.
Independentemente do desfecho, Lula se encaminhará inexoravelmente para o centro, aliás, de onde nunca saiu, colocando-se novamente como o avalista do novo pacto social, para decepção dos grupos que viram brotar cascavéis dos pactos com mídia e mercado.
Esta postura será inevitável por duas razões:
1.     Será a única maneira de conquistar o centro democrático e, através dele, bloquear os avanços da ultradireita morista, de impedir sua candidatura através da Judiciário.
2.     No jogo atual, com as candidaturas postas à mesa, mesmo com os pactos, apenas os grupos mais radicais à esquerda deixarão de apoiar Lula.

Peça 4 – as dificuldades do novo tempo

Não se sabe se será bem-sucedida dada a dose de estigmatização da figura de Lula e o extremo despreparo dos grupos de mídia e de setores empresariais em prospectar cenários futuros. Desde 2006, a cada traulitada na cabeça da mídia, havia uma espécie de aposta: os que apostaram que a mídia nunca aprenderia as lições e se modernizaria ganharam todas as apostas.
O pacto anterior de Lula se consolidou em um período econômico favorável, com o boom das commodities permitindo que os recursos atendessem às políticas sociais, que o mercado continuasse se esbaldando nos ganhos de arbitragem de juros e câmbio, e a indústria e os salários ganhassem com a expansão do mercado interno.
Esse tempo acabou e deixou lições nítidas sobre os erros cometidos, especialmente o não enfrentamento do poder da mídia, do mercado e das corporações públicas.
Agora, a crise fiscal obrigará a montar um pacto menos abrangente que o de 2003 e a escolher estrategicamente os aliados e, principalmente, os inimigos a serem combatidos.
Quem acompanhou o discurso de Lula sabe que, em uma eleição limpa, só param ele à bala ou à caneta de juiz punitivista.
Os desafios pré-eleição são os seguintes:
1.     Montar um pacto que permita driblar a ofensiva jurídica comandada por Sérgio Moro e pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, os braços armados da ultradireita.
2.     Colocar a campo os empresários de confiança, que mergulharam nas sombras no auge da Lava Jato.
3.     Articular a frente dos coronéis do PMDB que abominam o esquema Eduardo Cunha.
4.     Acenar para o mercado que não virão medidas drásticas.
Se eleito, os desafios serão maiores:
1.     Manter a governabilidade com a economia em crise.
2.     Montar um forte pacto com a esquerda não-petista, administrando a ansiedade dos grupos mais à esquerda.
3.     Atacar a questão da dívida pública e do livre fluxo de capitais.
4.     Conquistar corações e mentes do empresariado, em ambiente de crise.
5.     Enfrentar o desafio de enquadrar a Rede Globo.
Montar um pacto na crise é tarefa hercúlea, mesmo para um super-negociador como Lula.

Peça 5 – as probabilidades

A hipótese de avanço do Lula ainda repousa em bases muito incipientes. Importa observar os sinais iniciais desses fenômenos, que acontecerão nos próximos meses, mas ainda não se sabe em qual intensidade:
·   Afirmações  progressivamente mais conciliadoras de Lula;
·  Acenos dos parlamentares do PMDB e de partidos menores, especialmente os nordestinos.
·  Manifestações de empresários. Em off esse movimento já começou. Falta saber quando e se sairá da caixa.
O termômetro maior será acompanhar as manifestações dos grandes empresários e o desempenho da economia.

Temer e Alckmin apostam na recuperação da economia. A única certeza, para o próximo ano, será o estrangulamento fiscal gigante, acarretado pela PEC do Teto, que matará qualquer veleidade do blefe de nome Henrique Meirelles e do chefe Michel Temer.
GGN