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Abismo entre discurso e prática: o Psdb e o caso SwissLeaks

por Marcio Valley

A partir dessa matéria, escrevi o seguinte texto em meu Facebook.
O senador Randolfe Rodrigues, do PSOL, requereu a abertura de CPI para a apuração do caso SwissLeaks-HSBC. O senador conseguiu até o momento a adesão de 33 senadores, seis além dos que seriam necessários para a criação da CPI.
O partido que mais contribuiu com assinaturas para a criação da CPI foi o "partido mais corrupto do Brasil", o PT, com oito parlamentares. Como o PT possui 12 cadeiras, quase 70% de sua bancada assinou o requerimento.
A nota triste do episódio é que, ao menos até agora, nenhum senador do "partido mais honesto do Brasil", o PSDB, honrou o requerimento com sua assinatura, nem mesmo os "campeões da moralidade" Aécio Neves, Álvaro Dias e Aloysio Nunes. Repito: nenhum senador do PSDB assinou o requerimento. E olha que o PSDB possui quase tantos senadores quanto o PT. São 10 senadores. Provavelmente possuem fortes razões para não assinar. Cada um sabe onde o calo lhe aperta.
A grande mídia, que somente escandaliza os casos de corrupção que, de alguma forma, envolva petistas e seus aliados, praticamente nada publica sobre o assunto. Então, é possível que muitos sequer saibam do que se trata.
O nome é uma referência à Wikileaks, organização sueca que vaza informações confidenciais dos governos. SwissLeaks-HSBC é, assim, literalmente, o "vazamento sueco do HSBC", constituindo-se num gigantesco vazamento de dados bancários de clientes do banco HSBC, em Genebra, talvez o maior vazamento do tipo ocorrido na história da Suíça. O vazamento permitiu dar nome e individualizar as contas secretas, numeradas, que o banco mantém, e que são utilizadas para sonegação de impostos, evasão de divisas de diversos países e lavagem de dinheiro.
Aliás, esse é o único propósito de todos paraísos fiscais: autorizar o roubo da riqueza dos países, indevidamente apropriada por seus piratas modernos - rentistas, políticos e empresários inescrupulosos -, o que ocorre na forma de evasão fiscal. O país onde o pirata fez fortuna, através do suor dos trabalhadores e da exploração da riqueza natural, não vê um pingo de retorno na forma de impostos ou mesmo através de reinvestimento na produção.
Ganha o país do paraíso fiscal, ganham os bancos que realizam o serviço sujo de limpar o dinheiro e ganham os inescrupulosos piratas. Perde o povo e os miseráveis de todo o mundo. Sabe-se que mais de 9 mil contas de brasileiros milionários, ou bilionários, figuram na lista. O único jornalista brasileiro que teve acesso à lista, Fernando Rodrigues, não a divulga, apenas pinçando os nomes que ele próprio julga adequado publicar.
Como esse jornalista possui ojeriza ao PT e simpatia pelo PSDB, alguns suspeitam que diversos nomes ligados a esse partido constam da lista. A manobra é tão vil que outro jornalista brasileiro, mais sério, Amaury Ribeiro Jr, autor do livro "Privataria Tucana", requereu sua desfiliação da entidade de jornalistas investigativos que concedeu exclusividade ao Fernando Rodrigues.


Aparentemente, o PSDB possui um discurso contra a corrupção, principalmente do ex-candidato à presidência Aécio Neves, que não reflete a realidade de sua prática. Aliás, essa contradição entre discurso e prática é uma constante nesse partido, bastando analisar os sucessivos governos paulistas, o governo mineiro com Aécio e, indo um pouco mais para trás, o governo federal com Fernando Henrique Cardoso.

As redações da grande imprensa funciona mais ou menos assim: para os tucanos, a leniência mesmo com as provas mais evidentes, como no caso da compra de votos para a reeleição, e determinação expressa para não envolver o nome do ex-presidente FHC nas notícias sobre a Operação Lava-Jato.

Para os petistas, se o ascensorista terceirizado de uma estatal errar o andar solicitado, grita-se impeachment e exige-se a aplicação de punição com o rigor da teoria do domínio do fato.

Se a CPI do caso SwissLeaks-HSBC realmente funcionar, é possível que tenhamos uma revoada no ninho dos tucanos.

Apenas um pequeno exemplo do porque os tucanos não assinaram a CPI do Suiçalão

Um vazamento de informações no braço suíço do HSBC revelou que o banco ajudou mais de 100 mil clientes a abrirem contras secretas na Suíça. Os documentos trazem informações sobre a movimentação de contas bancárias entre 1988 e 2007, que somam mais de US$ 100 bilhões em depósitos.

Por redação, com informações do Jornal i9

O Brasil aparece em quarto lugar entre os países com maior número de clientes com contas secretas no banco, registradas desde a década de 1970 até o ano de 2006. Mais de 8,7 mil brasileiros depositaram US$ 7 bilhões no período.
Dois bilionários brasileiros já foram identificados, Edmond Safra e membros da família Steinbruch.
Diversos membros da família Steinbruch, fundadores do conglomerado Vicunha, também foram identificados. O grupo detém indústrias de tecidos, a Vicunha Têxtil, e de aço, Vale do Rio Doce e a Vicunha Siderurgia, que controla a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) e o banco Fibra.
Os dois irmãos herdeiros do império, Mendel e Eliezer, eram clientes do HSBC. Mendel era beneficiário de seis contas e foi conectado a outras cinco. Os dois irmãos faleceram em 1994 e 2008, respectivamente.
A esposa de Mendel, Dorothea Steinbruch, controlava parte do conglomerado e também era cliente do banco. Ela foi ligada a doze contas diferentes. Todos os seus filhos também são clientes do banco, segundo a ICIJ.
Dentre os filhos está Benjamin Steinbruch, Filho de Mendel Steinbruch e Dorothea Steinbruch, foi incumbido de procurar novos negócios para o grupo no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1999. Entrou nas privatizações liderando os consórcios que compraram a Companhia Siderúrgica Nacional e a Companhia Vale do Rio Doce, entre outras. Acabou por abrir mão de suas ações na Vale para aumentar sua participação na CSN, empresa da qual atualmente é o principal acionista. Ocupou também a posição de gestor executivo no Banco Safra, na gestão 2008-2011. Durante sua gestão faturou equivalente a 200 milhões de reais.

Os irmãos de Benjamin

Clarice, Leo e Fabio listados nesta em outra investigação da ICIJ. Em 2013, o consórcio de jornalismo investigativo divulgou, em parceria com 38 veículos, uma lista de milionários com contas secretas nas Ilhas Virgens Britânicas, outro paraíso fiscal. Eles aparecem como acionistas e diretores da empresa Peak Management Inc.
Foi apontado pela Folha de São Paulo como o Primeiro Bilionário da "Era Tucana"


O ex-funcionário do HSBC em Genebra, Herve Falciani, é o homem por trás do maior vazamento de dados na história dos bancos. As informações obtidas por ele em 2007 mostravam que a filial suíça do segundo maior banco do mundo “ajudou” clientes ricos a driblar o pagamento de milhões de dólares em impostos.
Oito anos depois, ele disse, em entrevista à BBC, que se sente “vingado” e “aliviado”, já que os dados revelados por ele finalmente vieram à tona e o escândalo vem sendo investigado em várias partes do mundo.
Segundo Falciani, estamos longe do fim da história, já que ainda há muitas informações sobre o esquema do HSBC.
Aliás, para ser bem preciso, há um milhão de bits em dados, afirma o ex-funcionário.







Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/02/comprador-da-vale-do-rio-doce-no.html#ixzz3SzzZepXT

Pra desopilar

- Mãe se eu roubar, vou preso?
- Depende.
- Depende de que?
- Se roubar pouco, com certeza vai.
- E se eu roubar muito?
- Vai ficar rico.
- Mas, se eu roubar bem muito mesmo?
- Vai participar das privatarias e choques de gestão tucanas. Comprar banco com dinheiro público e depositar a propina na Suiça via o banco comprado. Não assinar cpi para investigar essa roubalheira, E também não ser investigado pelo MPF-PR nem o juiz Moro na Operação lava jato. Além de na cpi que investiga a Petrobras. Resumindo: meu filho vai para o Psdb.




PT é o partido que mais colaborou com assinaturaspara CPI do SwissLeaks-HSBC

O Psdb - ninho de paladinos da moral, ética e honestidade nacional - não angariou nenhuma mísera assinatura, por que?...

Não interessa aos reis das cpis - Álvaro Dias, Aloysio Nunes Ferreira, Aécio Neves, José Serra, Tasso Jeressati & Cia - revelar ao Brasil quanto José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha e Delúbio Soares tem deposirado na Suiça - e desde já fica esclarecido, esse dinheiro é fruto de corrupção - ?

Ah, mais um coincidência, a grande e impoluta mídia também não deu nenhum destaque, não deu uma manchete.

Mas, deixa estar.

Quando - se - revelarem os nomes dos correntistas que tem/tiveram fortunas depositados na Suiça via HSBC, uma coisa é certa:

Não terá um único nome que tenha participado ativamente da privataria tucana e muito menos ninguém das famílias midiáticas.

Oraite?





Mensagem da Vovó Briguilina

...De maneira clara, cristalina a vida segue seu caminho, a gente queira ou não.
E, sim, arriscar faz parte.
Ter coragem de levantar a cabeça e buscar a felicidade faz a diferença entre lutar e vencer, ou permanecer parado chorando por nossas perdas.

by Vilma Cescon Ramos


Charge do dia


Esse Bessinha

Petrobras

Quem desdenha quer comprar. Isso é sapiência popular

José Serra tira a fantasia: o negócio é fatiar e vender (doar) a Petrobras




Autor: Fernando Brito
chevon
O vendedor da Vale – título que lhe foi concedido pelo próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – lista o que se tem de fazer com a maior empresa brasileira.
Vai falando meias-verdades, como a de dizer que a Petrobras está “produzindo fio têxtil”, vai circulando a presa, como um velho leão.
O “fio textil” é poliéster, derivado integral de petróleo, que é produzido em Suape, como parte da cadeia de valor gerada pela refinaria, junto com a resina PET, com a que se produz garrafas.
São plásticos, enfim, um dos frutos de maior valor da cadeia de refino de petróleo.
Depois, diz que a Petrobras “não tem que fabricar adubo”.
Parece que está falando de esterco, mas é, simplesmente, de um dos insumos mais importantes da imensa produção agropecuária brasileira: amônia, que é produzida a partir do gás extraído junto com o petróleo.
É o “N” da famosa fórmula NPK dos fertilizantes, que o Brasil, incrivelmente, importa às toneladas.
Depois, fala em vender as usinas termelétricas de eletricidade, que já foram das multis e que a Petrobras teve de assumir porque elas só queriam o negócio com os subsídios que lhes deu FHC na época do apagão de 2001, subsídios que, além disso, eram suportados por nossa petroleira.
A seguir, fala em vender a distribuição, os postos Petrobras.
Aqueles onde o dim-dim entra, sonante, chova ou faça sol.
E aí, finalmente, diz que a empresa deve se conservar na extração de petróleo, mas que este deve ser “aberto ao mercado”.
Como já é, deve-se ler isso como a entrega da parcela exclusiva, de 30%, das imensas jazidas do pré-sal.
Claro que, nos negócios da cadeia do refino de petróleo, a Petrobras pode comprar, vender, dividir, agir como age um empresa que busca concentrar recursos em suas prioridades.
Isso inclui, senador Serra, o tal “fio têxtil”.
É tão bom negócio que seus amigos da Chevron  o produzem em larga escala através da Chevron-Phillips, em oito países.
Assim como a Chevron produz adubo e está cheia de passivos ambientais pela forma terrível que o faz, antes como Texaco e agora  usando  o “codinome” de Ortho.
E, claro, a Chevron não vai abrir mão de seus mais de 8 mil postos de abastecimento só nos Estados Unidos…
Quer dizer, as receitas de Serra para a Petrobras são exatamente o contrário do que fazem seus amigos da Chevron…
Senador, mas o que é bom para os Estados Unidos não é bom para o Brasil?



Jornalismo se fazia com notícia

Por Fernando Brito
camiao
Do Facebook do simpático professor catarinense Pedro Cabral Filho, com os links dos vídeos a que ele se refere, para você ver que não tem exagero.


É a Globo (RBS, lá) em mais uma sessão de “o mundo está se acabando”.
Chega a dar vergonha de ser jornalista: ser desmentido ao vivo pelas pessoas que estão sendo entrevistadas, na ânsia de incutir o pânico na sociedade.
Diz o Pedro:
Péssimo dia Santa Catarina. Na sua campanha do vale tudo contra o governo Dilma o jornaleco matinal da RBSteira, mau dia Santa Catarina de hoje de manhã repercutiu assim a greve dos caminhoneiros:
- Faltará comida no Estado e o desabastecimento já começou nos supermercados de Itajaí.
Diz a antara, ou ancora.
- Estou aqui com o Sr. Fulano, do sindicato dos supermercados. Como está o desabastecimento?
– Não existe desabastecimento em Santa Catarina. Cuidado com esta campanha de apavoramento, isso não acontece aqui.
A repórter gagueja e tenta reverter a pergunta. O entrevistado volta a afirmar que a paralização está acabando e está tudo regular.
– Pois é, é com vocês do estúdio.Não satisfeitos e com a pauta do ódio, a metralhadora é virada para os postos de gasolina.
– Já falta gasolina em Santa Catarina, principalmente no Oeste do Estado. Vamos conversar com o Sr. Sicrano, representante das empresas de distribuição. 
– Já falta combustível nos postos de Florianópolis e região? Dizia a coitada da repórter.
– Claro que não. Florianópolis é abastecida pela região de Biguaçu e isso não tem a menor condição de acontecer.
– Mas a gasolina irá aumentar. Diz a tansa.
– Como? Uma coisa não tem relação com a outra.
A tola retorna para o estúdio e as caras de “puta que pariu” não deu certo, dava até vergonha. O difícil é que a sutileza apresentada não é para todos. Por isso continuo afirmando que educação é tudo. Ler torna a gente mais inteligente, mais esperto e perspicaz. Dói, mas é prazeroso.

Conferi os vídeos: com uma palavra a mais ou a menos, é isso mesmo: a nítida tentativa dos repórteres de levar os entrevistados a pintarem o inferno de  Dante.
Foi a época em que jornalismo se fazia com notícia….



Papo de homem

Conhece aquela?...
"Ele é tão lesado que se cuidasse de uma tartaruga ela fugiria"...Então?




"É por causa do Barrichelo". Foi assim que me apresentaram o Rubens, uma tartaruga que foi encontrada perto do trabalho há pouco mais de um mês. Ela parecia perdida caminhando assustada na calçada e, com medo de ela ser atropelada, rapidamente o amigo Rodrigo a trouxe para a casinha aqui do PapodeHomem. 
Muito mais rápido que isso, logo virou piada. Quem diabos perderia uma tartaruga? Aquela velha máxima de que "ele é tão lerdo que deixaria a tartaruga fugir se cuidasse de uma" poderia existir de fato?
O Rubens foi a atração da casa, o alívio cômico do final de tarde. Pesquisando, descobriram que ele, na verdade, era um jabuti do sexo masculino e que gostava de comer mamão, mesmo que a iguaria soltasse seu intestino. Acompanhei tudo meio à distância, era muita gente em cima do bicho, imaginei que ele fosse um cara mais discreto, um verdadeiro outsider
Sabe, aquela coisa de querer ficar meio só, de conhecer o mundo com as próprias patas? Acho que essa era a do jovem Rubens, uma descoberta de si mesmo no urbanismo selvagem da zona oeste de São Paulo. Teve um dia que me vi a sós com ele. Fui lá fora pensar numas palavras chiques e me deparei com sua desenvoltura meio estúpida pelo quintal. Me sentei e passei a reparar nele. Ele parou e me olhou. Ficamos nesse jogo de mente alguns minutos. Provavelmente ele me contou um pouco de sua vida, seu desejo de chegar ao Alasca, a saturação que ele estava sentindo da cidade grande, da falsidade das pessoas, do escárnio pela condição natural de lerdeza que ele carregaria para o resto da vida. 
Preconceito, liberdade, o direito de ir e vir de todos. Acho que tivemos um papo incrivelmente produtivo sem trocar uma única palavra. Era hora de libertar o Rubens.
Batendo de porta em porta, descobriram o dono do Rubens e seu verdadeiro nome: Leopoldo. Morava há uns dois quarteirões dali, em uma casa que estava em reforma. Os pedreiros deixaram o portão aberto e foi a brecha que o Rubens, digo, Leopoldo queria. Seu dono, um senhor de pouco mais de 50 anos contou que o jabuti ficara na casa quando o pai dele se mudou. Logo, o bicho tinha mais de 50 anos. O nosso aventureiro gosta de longas caminhadas pelo bairro, sempre na companhia de seu dono.
Ao levar o Leopoldo de volta para casa, o Rodrigo - que foi quem encontrou e o batizou de Rubens - começou a trocar uma boa conversa com o dono, saber mais sobre o passado do bairro, saber mais sobre a família do cara. No meio do papo, o pai do cara chegou da rua, um velho de mais de 70 anos chegando em sua moto, estiloso de tudo, descolado. Os três, encantados uns com os outros e com a deliciosa conversa sobre a vida, descobriram coisas em comum, falaram da paixão pelas motocicletas, sobre velocidade, sobre esperteza e lucidez e já passava mais de meia hora desde que se encontraram pelo motivo da entrega do jabuti.
E aí se deram conta. Onde estava o Jabuti? Lá se foi mais uma hora até encontrarem novamente o Leopoldo.
Vi depois, em meu celular, quatro ligações não atendidas. Não foi dessa vez, Rubens. Não foi dessa vez.

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É escritor e editor do Papo de Homem. Lançou, nesse ano, seu primeiro livro de contos, o Ela Prefere as Uvas Verdes e outras histórias de perdas e encontros.

Dia do Orgulho Heterossexual

Psdb assina a CPI do Suiçalão








Luis Nassif - Dilma é a responsavel pela integridade da Petrobras





A AGU (Advocacia Geral da União) tenta negociar com o TCU (Tribunal de Contas da União) um acordo de leniência com as empresas envolvidas no Lava Jato, com a intenção de preservá-las, sem prejuízo das ações penais contra executivos e controladores. Procuradores da Lava Jato respondem que, por não conhecer os detalhes dos inquéritos (sigilosos) a AGU poderá estar fazendo o jogo dos malfeitores.
Por seu lado a CGU (Controladoria Geral da União) também critica a eventualidade de um acordo, com receio de que possa aliviar as punições.
***
Tudo isso demonstra que há uma notável assimetria nas informações sobre a Lava Jato.
Se a intenção dos órgãos de controle (MPF e CGU) for apenas a de punir os criminosos e não a de inviabilizar a economia; se a intenção da AGU for a de apenas preservar a economia e não a de livrar a cara dos criminosos, é evidente que a questão demanda uma mediação, uma autoridade maior que junte as partes, troque as informações e, sem prejuízo do sigilo das operações, ajude a chegar a um meio termo, que preserve a economia sem comprometer as punições.
***
Em circunstâncias normais, o mediador dessa história seria o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Pelo seu histórico de indecisões, é claro que lhe falta dimensão pública e pessoal para essa tarefa.
Em circunstâncias normais, a presidente da República substituiria Cardozo por um novo Ministro, em condições de montar esse quebra-cabeça. Nas atuais circunstâncias, a presidente está imobilizada, incapaz de uma atitude pró-ativa em qualquer frente.
***
Então, como fica?
É injusto atribuir aos grupos de mídia a responsabilidade pela preservação da Petrobras. Eles contribuem com louvores à encomenda que receberam de destruir a empresa.
O mesmo ocorre com a oposição. Em um dos telegramas da Wikileaks, o então candidato à presidência da República José Serra aparece negociando com um operador de petroleiras internacionais, prometendo acabar com o sistema de partilha no pré-sal, se eleito.
É igualmente injusto criar uma teoria conspiratória nova para explicar o papel das petroleiras. Afinal, trata-se de um método secular, inaugurado há mais de cem anos pelo primeiro Rockefeller. O setor apenas segue sua natureza.
Também é injusto responsabilizar o Procurador Geral da República e o Ministério Público pelo desmonte da empresa. Eles cumprem com sua missão, que é apenas a de investigar suspeitos e punir criminosos.
***
Se cada grupo cumpre com sua missão, de quem é a responsabilidade pelo furacão que ameaça a Petrobras e toda a cadeia de petróleo e gás? É a presidente da República Dilma Rousseff.
O que tem a fazer é simples;
  1. Indicar um interlocutor para se reunir com a AGU, TCU e PGR com a missão explícita de preservar a Petrobras e a cadeia do petróleo e gás. Não vale alguém que esconda a reunião na agenda oficial.
  2. Junto com esses interlocutores, analisar objetivamente quais os limites à punição e até ao fechamento das empreiteiras, sem prejudicar o setor.
  3. Destravar o mais rapidamente possível a pauta Petrobras e começar a trabalhar o segundo governo.
Se não fizer, arriscará a entrar na história pela porta dos fundos.