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Ladies e Gentlemen

Porque Cristiano Ronaldo não merece ganhar a bola de ouro

Corremos o risco de ver um absurdo no futebol logo no começo de janeiro, mais precisamente no dia 12.

Neste dia, Cristiano Ronaldo poderá ganhar a Bola de Ouro, como o melhor jogador de 2014.

Pode e deve, a rigor.

Ladies & Gentlemen: em pleno ano de Copa do Mundo, premiar um jogador que não jogou nada e foi desclassificado miseravelmente na primeira fase é um acinte.

Copa do Mundo é Copa do Mundo. O resto é menor, bem menor, incluída a Champions League.

Os mais afoitos podem retrucar: “Mas o time não ajudou.” Devolvo: ele não ajudou o time.

Messi, numa equipe nem pior e nem melhor que Portugal, levou-a ao vice-campeonato. Por um detalhe a Argentina não foi campeã: Messi teve a chance na prorrogação, mas a bola que sempre obedece a seus comandos daquela vez se rebelou e saiu para fora.

Entre Cristiano Ronaldo e Messi, Messi sem dúvida.

Mas em ano de Copa o vencedor da Bola de Ouro tem que ser campeão do mundo. Isso quer dizer que o prêmio tem que ir para o jogador que faz companhia a Messi e Cristiano Ronaldo na lista tríplice da Fifa: o goleiro alemão Neuer.

Ladies & Gentlemen: goleiro é em geral uma função desprezada. Desde garotos, os piores da turma são cruelmente empurrados rumo ao gol.

Ninguém gosta de ser goleiro. Você ganha menos do que os outros e em geral só é reconhecido pelas falhas, ou como diz Boss, pelos chickens. (Nota da tradutora: frangos.)

Mas Neuer reinventou a arte de ser goalkeeper. Ele não se limita a defender. É também uma espécie de líbero, um último zagueiro que sabe desarmar adversários e entrega a bola aos jogadores de seu time com classe, calma e precisão.

Trata a “little fat” (nota da tradutora: gorduchinha) como uma amiga ou, mesmo, uma namorada.

E principalmente: é campeão do mundo.

Nada mais justo que a Bola de Ouro ser entregue ao inovador arqueiro alemão.

Sincerely.

Scott




Tradução: Erika Kazumi Nakamura

Sobre o Autor

Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.

Derrotistas derrotados

por Ronaldo Souza
Ainda que não tenha adotado nesse episódio e tão somente nesse episódio, nada mais, o cinismo da Globo, foi muito pouco o que a Abril fez. Diante do que a Veja tem feito ao longo dos últimos 11 anos, somente reconhecer que errou nas previsões terroristas sobre a Copa é muito pouco.
Não posso deixar de reconhecer, entretanto, que saiu na frente dos outros.
Por que ela reconheceu a sua culpa nesse episódio?
Simples, muito simples.
Dessa vez a imprensa mexeu com uma coisa chamada futebol.
Futebol e política caminham juntos, apesar do reflexo de um no outro não ser exatamente o que se espera e se diz.
O futebol é um patrimônio do povo brasileiro. É o maior patrimônio no imaginário do povo desse país.
Segundo Nietzsche “a inteligência do homem tem limites, a estupidez não”.
A sanha com que partiram para cima da Copa do Mundo no Brasil é a maior prova disso
Esqueceram que deveria ser somente a Copa do Mundo no Brasil. Como em todos os outros países, um evento da FIFA.
Entretanto, movidos por objetivos menores, tacanhos, típicos do segmento social que ela formou e com o qual mantém íntima relação, a imprensa tentou transforma-la na Copa do Brasil.
É no Brasil, não pode ser bom; a insensatez se impôs.
Sabem o que é o pior?
Conseguiram.
Conseguiram fazer da Copa do Mundo, um evento que se repete a cada quatro anos em diferentes países do mundo, a Copa do Brasil.
Esta é a COPA DO BRASIL. Esta é a COPA DAS COPAS.
E não é a Copa das Copas por causa da quantidade de gols (como há muito tempo não se via) e 0 X 0 inesquecíveis, por causa dos belos estádios e da qualidade dos gramados (elogiados por todos), por causa das fan fest (quantos sabem fazer festa como os brasileiros?).
Isso ajuda, mas não é por isso. Virtudes e defeitos ela tem como todas as anteriores.
É a Copa do Brasil, a Copa das Copas, por tudo que a cercou.
Será que alguém imagina que existem vários correspondentes internacionais de todos os países no Brasil?
Não, não é assim. A imprensa internacional repercute a imprensa nacional. E divulga lá fora o que lhes parece mais importante, E em tempos de Copa do Mundo, quantas notícias serão mais importantes do que a Copa do Mundo?
O terrorismo da imprensa brasileira, particularmente da Globo, Veja, Folha e Estadão, transformou a Copa do Mundo que seria realizada no Brasil na pior das copas.
Muito antes de começar.
Muito antes de a bola rolar.
Aliás, a bola não ia rolar.
Não ia ter Copa.
Tentando destruir a imagem do país por interesses políticos, a imprensa brasileira detonou a Copa do Mundo que seria realizada no Brasil.
Pelos seus exclusivos interesses particulares.
Mas a imprensa internacional veio ao Brasil. E com ela vieram 3,5 bilhões de pessoas de todo o mundo.
E perguntaram.
Onde está o caos?
A imprensa internacional que repercutira a nacional agora a ridicularizava.
Um belíssimo tiro no pé.
A imprensa brasileira já caiu no ridículo há muito tempo.
Agora o mundo percebeu.
Ela vai continuar cínica e fazendo as mesmas coisas. E da mesma forma sabendo quem e porque vai continuar acreditando nela.
Mas, uma coisa é fato.
Terão cada vez mais uma quantidade muito menor de pessoas que ainda lhe darão alguma credibilidade.
A Seleção Brasileira ainda tem tempo para reverter o momento difícil pelo qual passa e tentar ser campeã. Continuemos a torcer para que nos gramados a nossa seleção ganhe.
Porque fora deles já ganhamos.
O Brasil venceu.
Você, que faz parte do povo brasileiro. Você, que faz parte desse povo maravilhoso. Você, que contribuiu para a realização da Copa do Brasil. Você, que contribuiu para a realização da Copa das Copas.
Você está de parabéns.
Leia Também: "A Copa vai mostrar a nossa incompetência", Arnaldo Jabor

Álbum de figurinhas

Raimundinho e o "Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor"...
O chão salpicado de flores rosadas e o vento que sopra entre as copas das árvores fazem tão parte da casa de Raimundinho quanto o sofá branco com estofado à mostra, a cômoda que abriga as roupas que veste e a penteadeira adornada com a imagem de Jesus Cristo e uma bandeirinha do Brasil.
Prestes a completar 40 anos anos, o morador de rua ocupa a área à sombra de dois jambeiros à margem da Rua Francisco Orellana e dorme a uma distância de 1,7 km a pé da Arena Amazônia – “agora o bairro ficou mais bonito por que temos uma nave espacial: de noite ela liga”. Em uma das três ou quatro vezes que passei à beira da sua casa, o catador de materiais recicláveis, que teve educação formal até a quinta série, é dependente químico e diz ser pai de 13 filhos com três mulheres diferentes, conversou comigo.
O papo foi bom, mas o texto demorou a sair (já passei por Cuiabá, Brasília e estou a caminho de Fortaleza nesse momento) por que fiquei na dúvida sobre se deveria ou não transformar nosso diálogo em um micro perfil.
Resolvi fazer outra coisa.
Separei apenas a íntegra de um trecho da conversa, que, penso, faz um retrato mais interessante de “Eu, sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” do que o cântico que é entoado a todo momento nos estádios.
Vi que você tem uma imagem de Jesus Cristo no armário. Por quê?
Eu sou muito religioso. Respeito muito, não importa qual religião, por que Deus pra mim só é um.
Vi também uma bandeirinha do Brasil…
Sou brasileiro, e isso aí eu não nego. Tinha uma grandona, mas que se acabou na chuva.
E o que significa ter essas bandeiras para você?
Eu tenho orgulho de ser brasileiro. Eu acho que nunca vou trair meu país que nem um bocado de gente que faz dinheiro aqui e leva para fora, entendeu? Um cara desse pra mim não é brasileiro. Ele tem que investir no país dele. (…) Nicolau, Lalau. Ouviu falar no Nicolau? (…) Foi condenado a 30 anos, mas não chegou nem na delegacia. Mas é ele, né? Tem estudo, dinheiro, poder. Mas não tem Deus com ele, por que quando morrer não vão levar é nada.

Desvio de verba? Obras superfaturadas? Desapropriação indevida? Abuso policial? Acho genial que, apenas com um plural deslocado na última frase, Raimundinho é capaz de estender o seu recado para bem mais gente.
***
Uma Copa do Mundo se faz com pessoas.
As que entram em campo, as que viajam para testemunhá-la, as que enchem as ruas, as que se voluntariam, as que torcem e as que veem no evento uma oportunidade para garantir seu sustento ou para extravasar.
A seção “Álbum de Figurinhas” pretende contar, com um microrrelato artesanal e um retrato por dia, a história de algumas dessas pessoas, muitas vezes invisíveis, que povoam os bastidores da Copa do Mundo do Brasil.
Para ler todos os textos, basta entrar no nosso Álbum de Figurinhas.
Ismael dos Anjos

É mineiro, jornalista, fotógrafo, devoto de Hunter Thompson e viciado em internet. Quanto mais abas abertas, melhor.





Outros artigos escritos por 

Do Escrevinhador

A Copa do Mundo no Brasil começou 11 dias atrás e as expectativas apocalípticas criadas na velha imprensa não aconteceram.

Com isso, a máscara dos grandes meios de comunicação brasileiros vai caindo, com impacto na imprensa internacional.

“Nossa imprensa foi rigorosamente espírito de porco antes do evento começar”, acusa o escritor Ruy Castro, em programa da SporTV (clique aqui para ler).

Espírito de porco é uma expressão para classificar pessoa cruel e ranzinza, que se dedica a complicar situações para causar constrangimentos.

Jornais alemães, espanhóis, franceses e ingleses, que refletiam o quadro catastrófico pintado pelos canais de televisão, redes de rádio e jornais de grande circulação no Brasil, desfazem o mito criado antes da Copa.

“Na imprensa estrangeira, era totalmente normal que se tivesse uma versão tão ‘apreensiva’, porque ela espelhava o que acontecia na nossa imprensa, que foi de uma critica permanente, à priori. Uma cobertura com enorme má vontade, o tempo inteiro, de uma exigência absurda, que acabou enfatizando o movimento ‘Imagina na copa’”, critica o escritor.

“Ah, mas faz parte da imprensa? Isso eu sei: má notícia quer notícia. Mas a má notícia nem tinha acontecido ainda… Não se deu nem chance de que se pusesse as coisas em ordem”, avalia Castro.

Ruy Castro é um jornalista reconhecido, que começou a trabalhar na imprensa na década de 60. A partir de 1988, passou a se dedicar a escrever livros, como “Chega de Saudade” (sobre a Bossa nova) e “Ela é Carioca” (sobre o bairro de Ipanema, no Rio), além das biografias “O Anjo Pornográfico” (Nelson Rodrigues), “Estrela Solitária” (Garrincha) e “Carmen” ( Carmen Miranda),

Leia outros textos de Radar da Mídia

Sobre a Copa do Mundo

Sem pedidos de desculpas

da lavra de JB Costa

Acerca dos editorais de vocês fazendo uma "mea culpa", ainda tímida e aqui e acolá com algum ranço. eu, como o 199.999.999º humilde brasileiro tenha a responder o seguinte:
 
1) Vocês foram, seja institucionalmente, seja através dos seus prepostos repórteres e analistas, a linha de frente nesse processo de alastrar o pessimismo e o catastrofismo no país no que tange à possibilidade desta nação sediar um evento desse porte. Não queiram, por obséquio, querer agora dar uma, como se diz na gíria, de "João sem braço".
 
2) Vãs foram as tentativas do governo, bem como de instâncias não comprometidas com o mesmo, de explicar ou clarificar os processos ou ações perpetradas para viabilizar essa Copa,  começar pela construção/modernização de estádios e as obras de infraestrutura afins. Da parte de vocês o que poderia ser aceitável em termos jornalísticos, no caso, a desconfiança, passou a ser uma linha de ação política-ideológica. Ou seja, não eram os gastos supostamente perdulários, ou eventuais desvios, o foco, e sim, uma tática para desmerecer, depreciar e enfraquecer um sistema de Poder. Tanto é que até o presente momento não há nenhum caso concreto de irregularidades interpostas por quem de direito(TCU, MP, CGU). 
 
3) A verdade, prezados senhores, é que vocês, com todas as vênias, QUEBRARAM A CARA! (Ia escrever fuças, mas hoje estou "bonzinho").
 
Assim, da parte desse humilde brasileiro que hoje se delicia com o sucesso dessa Copa; se orgulha das avaliações feitas no exterior sobre a mesma;  e se emociona com o ar de felicidade dos milhares de torcedores de todos os cantos do mundo, concluo:
 
- Não aceito seus pedidos de desculpas de jeito nenhum! E arremato escrevendo num português que certamente meu finado avô aprovaria:
 
Vão todos para a "baixa da égua".

Rodrigo Vianna

Um país normal
Neymar é o "cabra"; e um PAC para Fred

O Brasil virou um país comum.
Comum porque, depois de dois jogos nessa Copa que acontece em solo brasileiro (sim, os jogos não foram transferidos para Miami – ao contrário do que supunha a “Veja”), ninguém está discutindo por que os aeroportos não deram conta de transportar os torcedores de uma cidade para outra. Ninguém está perguntando por que a desorganização absoluta (“só no Brasil”) impediu os torcedores de chegar aos estádios. Não se está lamentando o lamaçal em que se transformou o campo em Natal – cidade assolada por uma chuva de proporções bíblicas.
Não. Os aeroportos funcionam. O público chega aos estádios. A drenagem do gramado em Natal também funciona. Tudo normal e comum. O anormal é que o Brasil tenha jogado pouco contra o México. Essa é a discussão que ocupa, nas últimas horas, os filhos da pátria e também os filhos da … enfim, o pessoal da ala vip do Itaquerão.
Fred andou em campo contra o México. Parecia um veterano já meio barrigudo disputando a bola com a rapaziada de 20 ou 25 anos. Esse parece ter sido o grande erro da Dilma em relação à Copa: não incluiu o Fred no PAC da mobilidade urbana (era essa a piada hoje na internet). Fred em campo me fez sentir saudades de Serginho Chulapa…
E o Paulinho? A Inglaterra fez mal a ele. Meio-campista refinado no Corinthians, virou um burocrata depois de ter-se transferido para o Tottenham. Paulinho sumiu em campo também contra o México.
Somos um país normal. Tão normal que, nesta terça-feira, vi 3 mil e 500 turistas mexicanos desembarcando de um transatlântico no porto do Mucuripe (aquele mesmo da música “as velas do Mucuripe…”). Os mexicanos desciam e… pasmen: havia ônibus para levá-los do cais ao estádio, havia um terminal de passageiros novinho, tudo funcionava de forma absurdamente normal em Fortaleza.
O que não funcionava era nosso meio-de-campo. O pivô não funcionava na frente. Os laterais não faziam ultrapassagens…
Triste Brasil. Quando éramos uma ditadura abominável, tínhamos Gerson e Tostão para assessorar Pelé na Copa de 70. Agora, viramos um país normal. Daqueles bem chatos. Com zagueiros eficientes e meio-campistas burocráticos. Neymar solitário, habilmente solitário.
O Brasil só não é (felizmente) um país totalmente comum porque ainda somos capazes de levar, ao estádio da Copa, torcedores vestindo chapéu de cangaceiro. Sim, essa foi a cena que vi ao me aproximar do Castelão (coisa horrorosa: nome de um ditador em estádio da Copa) nesta terça-feira. Os mexicanos faziam uma festa belíssima nas ruas de Fortaleza. Com sombreiros e máscaras de luta livre. Aquilo me incomodava. Onde estava a criatividade da torcida brasileira?
De repente, surgiram os cearenses com chapéu de cangaço…  Pedi ao cinegrafista que filmasse um deles, sem notar que o mais extraordinário não era o chapéu, mas o cartaz que o torcedor carregava: “Neymar é o cabra!”. Sim. No Ceará, Neymar não é o cara. É o cabra.

Francisco Costa - a Copa é um fracasso

A direita estava certa, sou obrigado a concordar

Hoje está fazendo uma semana que a Copa do Mundo se iniciou. 
Conforme prognosticaram os jornalistas, embasados em vasta experiência jornalística, honestidade de propósitos, compromisso com a verdade e isenção política, infelizmente está tudo acontecendo como o esperado.
Parabéns às tevês Globo e Band, à revista Veja, aos jornais Folha de São Paulo e O Globo, pela perfeita percepção da realidade, o que só os que fazem jornalismo sério, não corrompido por interesses políticos e pecuniários, podem ter.
Como era esperado, o vexame é total, o que enxovalha o Brasil aos olhos do mundo e mostra toda a incompetência política e administrativa desse governo, nos expondo assim a humilhante situação, da qual demoraremos muitos anos para nos livrarmos.
Para fazer as afirmações que se seguem, pautei-me pelo que tenho lido na imprensa internacional, a partir de jornalistas estrangeiros e turistas do mundo todo, e postado pelos bravos militantes da direita, intelectualizados e precisos nas suas análises e críticas.
Os estádios todos inacabados, de arquitetura no mínimo duvidosa, feios, mal iluminados… Acertaram os que disseram que só ficariam prontos na próxima década.
As chamadas obras de infrestrutura, no entorno dos estádios, foram uma balela. Os engarrafamentos, nos momentos que antecedem os jogos, são quilométricos, com os torcedores chegando atrasados, inclusive com muitos deles desistindo de entrar nos estádios.
Os aeroportos superlotados, com voos atrasados e cancelados, filas imensas nos guichês, bagagens extraviadas… Com todos os aeroportos por terminar, cheios de materiais de obras espalhados, numa imundície só.
Um outro fiasco que não poderia passar em branco é o das comunicações, com os correspondentes sem poder fazer contatos com suas bases, os links interrompidos ou com interferências, nos isolando nos momentos de pico, que antecedem e durante os jogos.

E o apagão, a suprema humilhação? Como é que em pleno século XXI um país inteiro pode ficar sem energia elétrica por horas, em silêncio, no escuro, envergonhado?
O apontado infelizmente aconteceu: um surto de dengue em pleno inverno, com os hospitais lotados, sem ambulâncias para transportar doentes, medicamentos em quantidade insuficiente, com muitos turistas debandando, voltando para os seus países, com medo.
Mas… O que mais temíamos e tínhamos certeza que aconteceria e ficaria fora de controle… A violência generalizou-se de tal maneira que nem mesmo as Forças Armadas estão tendo força suficiente para, se não debelar, pelo menos minorizar: brigas generalizadas entre torcidas, resultado de um serviço de segurança ineficiente, pequeno no número de homens, e despreparados.
As delegacias policiais já não dão conta de tantos registros de ocorrências de roubos, assaltos e sequestros, com balas perdidas em grandes aglomerações de turistas, os arrastões, promovidos por facções criminosas, com gente descida dos morros e vindas dos subúrbios.
Perdeu-se a conta de ônibus queimados, vitrines quebradas, lojas comerciais saqueadas…
Claro que uma situação dessa, e que só surpreendeu aos mal informados, não leitores de nossos jornais e revistas e telespectadores, só poderia gerar protestos, indignação, e então o que se viu foi o coro, em São Paulo, usando palavras de baixo calão, dirigidas à presidente da república.
Não passou pela cabeça de ninguém que deixar o povo ter acesso aos estádios seria uma temeridade? Como esperar civilidade, educação, postura, respeito e até caráter de pessoas de pouco estudo, baixos salários, residindo em áreas longínquas? Como esperar dessa gente qualquer coisa como simpatia, hospitalidade, cortesia? São ogros.
Só deveriam ter acesso aos camarotes vips dos estádios os grandes empresários, os políticos de direita, os artistas e apresentadores da televisão, gente polida, educada, respeitadora, como não mostram no vídeo, em pleno exercício de monetário cinismo.
O país está um caos, e não foi por falta de aviso: a mídia avisou que seria assim, a oposição ao governo provou que seria assim, uma multidão de internautas inteligentes e bem informados mostraram todas as evidências de que seria assim, mas o governo não quis ouvir e pôs avante esse sonho megalômano de realizar uma Copa do Mundo aqui.
O Brasil nunca mais será o mesmo aos olhos do mundo, que agora entendeu que, aqui, a mídia e os partidos de direita (Dem, PSOL, PSDB…) são mais criminosos que o Comando Vermelho e o PCC.

Luiz Carlos Azenha

Aos poucos, realidade vai matando o "Imagine na Copa" 

Quando Vladimir Safatle escreveu um artigo intitulado Não Teve Copa, publicado na Folha, que reproduzimos — aliás, com uma argumentação convincente para alguém que defende aquele ponto-de-vista –, acrescentei um adendo como PS do Viomundo, que dizia:
O meu conhecimento (do Azenha) da Copa do Mundo, de ter vivido algumas pessoalmente nos países-sede, é de que depois de duas semanas o país literalmente enlouquece pelo evento. Tenho a impressão de que o Safatle desconhece o poder do futebol no imaginário do brasileiro.
Ainda é cedo para declarar a organização da Copa como tendo sido absolutamente bem sucedida. Muita água ainda vai rolar.

Porém, as pessoas estão começando a se encantar com o evento, para dizer o mínimo — e a primeira rodada nem terminou.

Há mesmo algo de especial num acontecimento que consegue arrastar 35 mil colombianos para ver uma partida de futebol no Mineirão, bem longe de casa.
Enfatizemos: a Copa privatizada é um evento frequentado majoritariamente por ricos e classe média alta. Mas isso não diminui o encanto nas cidades que sediam as partidas, por conta do clima criado por gente do mundo todo, cujas interações são baseadas unicamente na paixão pelo esporte. De repente, você se descobre falando sobre futebol  com um camaronês, um nigeriano e dois norte-americanos que nunca viu antes na vida…

Em Belo Horizonte, num aeroporto, o jogo Uruguai vs. Costa Rica juntou norte-americanos, colombianos, brasileiros, chineses e japoneses na plateia, além de gregos de cabeça inchada (haviam perdido de 3 a 0).

Só tenho como comparar o evento do Brasil às três Copas que acompanhei bem de perto: Itália, em 1990, onde passei 40 dias; Estados Unidos, onde eu vivia em 1994; França, em 1998, de onde fiz viagens aos países adversários do Brasil.

Dessa vez a qualidade do futebol e o número de gols nos surpreendeu positivamente.

Mas a mídia corporativa, que por motivos políticos promoveu a maior campanha já vista contra um evento esportivo em nossa História, jamais vai admitir o que também está se confirmando: no essencial, a organização foi bem sucedida.

É possível apontar erros e obras inacabadas, mas nada que comprometa o essencial para os torcedores: capacidade de transporte, comunicação e qualidade dos estádios — em termos de conforto e visão dos jogos.

Em Belo Horizonte, por exemplo, há transporte bom e barato entre os aeroportos e o Mineirão, o que facilita muito para aqueles que acompanham suas seleções e fazem viagens rápidas, num país continental.

Embora falte sinalização em inglês e espanhol em muitos lugares, há um grande número de pessoas fornecendo informações, especialmente mas não apenas nos aeroportos.

Em Confins, turistas estrangeiros no saguão reclamaram do sinal de transmissão dos jogos, baixado pela internet (depois descobrimos tratar-se de algo bancado por um patrocinador). Um dos visitantes pediu que eu reclamasse em nome dele. Fui fazê-lo e, para nossa surpresa, descobrimos que havia um ambiente especial para os passageiros em espera (retratado abaixo).
Tudo muito bacana, bem organizado.
Ah, sim, algo absolutamente essencial existe em grande quantidade nos aeroportos: torres para recarregar aparelhos eletrônicos. Ninguém merece ficar sem bateria no meio de um jogo, né mesmo?

É óbvio que você pode fazer uma longa lista de problemas, aqui e ali, coisas que acontecem em eventos complexos como a Copa.

Mas parece que nas questões absolutamente essenciais — estádios, aeroportos e comunicação — as coisas estão funcionando num padrão que não deve nada aos eventos anteriores que acompanhei de perto.

Muito cedo, a Copa brasileira já é bem mais empolgante que a dos Estados Unidos; já teve exibições brilhantes em campo, melhores que as da Copa da Itália e, pelo jeito, logo vai arrastar as multidões que promoveram festas empolgantes nas ruas de Paris na segunda fase do Mundial de 1998.

Obviamente que aqueles que sofrem da síndrome de vira-latas vão fazer uma lista dos motivos pelos quais prefeririam ver a Copa em outro país. Mas, como escrevi anteriormente, isso não tem a ver com as condições objetivas da organização. É a necessidade da classe média de se diferenciar dos outros pelo status social, de imaginar que fez algo que seu interlocutor jamais conseguirá fazer.

Tirando isso, lentamente o “imagina na Copa” vai sendo enterrado.

Isso os vips que xingaram a presidente, não aprendem

Torcida do Japão ajuda a limpar estádio depois do apito final

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Após a derrota da seleção japonesa para Costa do Marfim, por 2 a 1, neste sábado, os torcedores japoneses deram um verdadeiro exemplo de civilidade. Logo após o apito final, a torcida nipônica ajudou a coletar e ensacar o lixo produzido por eles nas arquibancadas da Arena Pernambuco.

Álbum de figurinhas

Rodrigo Cavalcante, 18 anos, e o futuro dos filhos
Ele gosta do Messi, mas torce é para o Brasil
Rodrigo e o filho, David Ryan: o futuro é dele.
Rodrigo e o filho, David Ryan.
Em meio à alegre algazarra que tomou conta de sua vizinhança, o pizzaiolo armou o caçula – David Ryan, de 2 meses – com um protetor de algodão improvisado no ouvido e o levou, junto com a mulher Daniela e a primogênita Débora Vitória, para assistir ao jogo de estreia da Seleção.
O moicano roxo, os dois brincos com detalhes rosa nas orelhas e as espinhas que ainda marcam-lhe o rosto denunciam a juventude, mas Rodrigo já sabe bem o que espera para o pequeno David: uma vida aberta.
Não precisa ser jogador, nem médico.
“Ele pode ser o que quiser. É ele quem escolhe o futuro dele”
* * *
Uma Copa do Mundo se faz com pessoas.
As que entram em campo, as que viajam para testemunhá-la, as que enchem as ruas, as que se voluntariam, as que torcem e as que vêm no evento uma oportunidade para garantir seu sustento ou para extravasar.
A seção “Álbum de Figurinhas” pretende contar, com um microrrelato artesanal e um retrato por dia, a história de algumas dessas pessoas, muitas vezes invisíveis, que povoam os bastidores da Copa do Mundo do Brasil.
Ismael dos Anjos

É mineiro, jornalista, devoto de Hunter Thompson e viciado em internet. Quanto mais abas abertas, melhor.

O Maracanã é nosso?

Os torcedores de futebol do Rio de Janeiro e suas sensações, percepções sobre a "Arena Maracanã"

Bernardo Buarque de Hollanda e Jimmy Medeiros 
"Vivemos uma fase do futebol globalizado em que a espetacularização modificou a função e a natureza dos estádios. O legado das praças esportivas proposto pela FIFA não coincide com o modo tradicional de torcer nos estádios brasileiros."

A FIFA se cansa das mentiras da mídia e da oposição brasileira e desmente uma a uma

1. A Fifa não gastou um real com a Copa no Brasil
A entidade cobriu todos os custos operacionais do evento, de cerca de US$ 2 bilhões. "Nós não usamos nada de dinheiro público para isso, só usamos dinheiro gerado pela venda dos direitos de TV e comercialização da Copa do Mundo", afirma a Fifa. 
Sobre os investimentos feitos pelo governo brasileiro, a Fifa se defende dizendo que nem todos estão relacionados à Copa e que o país vai se beneficiar por muitos anos das melhorias. 
2. O dinheiro para os estádios foram retirados da Saúde e da Educação
A Fifa rebate as críticas de que os 12 estádios construídos ou reformados teriam tirado verba da educação e da saúde brasileira. "A presidente Dilma Rousseff, falando duas semanas antes da Copa do Mundo, salientou que o orçamento do Estado para a educação e a saúde não será afetado pelos empréstimos do BNDES para os estádios (apenas 0,16 por cento do PIB do Brasil)
3. A Fifa mandou o Brasil construir 12 estádios caros
Segundo a entidade, cabe a cada país escolher se quer usar 8, 10 ou 12 estádios. E o Brasil escolheu ter 12. A Fifa diz que apenas estabelece algumas diretrizes básicas a serem seguidas para que os estádios atendam às necessidades e expectativas das equipes, de segurança e dos meios de comunicação. 
4. Os ingressos são tão caros que a maioria dos brasileiros não pode pagar
"Em comparação a outros grandes eventos (Jogos Olímpicos, Fórmula 1, torneios de tênis, shows de música pop, etc), há muitos ingressos baratos para a Copa do Mundo", diz a Fifa. 
A entidade diz que para os jogos da fase de grupos havia bilhetes a venda por 15 dólares. Além disso, a Fifa diz ter dado gratuitamente 100 mil bilhetes para os construtores que trabalharam nos estádios, "bem como para as pessoas socialmente desfavorecidas".
5. FIFA exige isenção fiscal total para seus patrocinadores, o que significa que o país anfitrião não ganha nenhum dinheiro
A entidade diz não fazer nenhuma demanda de isenção fiscal geral para patrocinadores e fornecedores, ou para qualquer outra atividade comercial no país anfitrião.
"A Fifa só exige uma flexibilização dos procedimentos aduaneiros para alguns materiais que precisam ser importados para a organização da Copa do Mundo e que não estão à venda no país de acolhimento (por exemplo, computadores a serem utilizados pela Fifa), placas de publicidade eletrônica e a importação de bolas de futebol a serem utilizados durante a Copa e em seguida reexportados ou doados para uma instituição ligada ao esporte no país."
6. A Fifa só quer lucrar e não se importa com mais nada
"A Fifa é uma associação de associações com fins não comerciais, sem fins lucrativos e que utiliza seus recursos para alcanças seus objetivos estatutários, que incluem o desenvolvimento do jogo de futebol ao redor do mundo", diz a entidade. A Fifa diz gastar 550 mil dólares no desenvolvimento do futebol em todo o mundo.
7. O país sede é deixado sozinho para lidar com seus problemas sociais, econômicos e ambientais
A entidade diz estar "plenamente consciente da - e aceita totalmente - sua responsabilidade social como parte da Copa do Mundo", diz.
"A Fifa anunciou uma estratégia completa de sustentabilidade há quase dois anos, com foco em estádios ecológicos, gestão de resíduos, poio da comunidade, redução e compensação de emissões de CO2, energias renováveis​​, mudanças climáticas e transferência de conhecimento. Além disso, a Fifa ainda apoia uma ampla gama de projetos sociais".
8. A Fifa é responsável pelas remoções de famílias
"A Fifa  nunca exigiu qualquer desses despejos", diz a entidade, que ainda afirma ter recebido por escrito do governo federal e das cidades-sede que ninguém teria que ser expulso ou removido para a construção ou reforma dos 12 estádios.
9. A Fifa expulsou os ambulantes da rua para dar exclusividade a seus patrocinadores
A Fifa nega a acusação de que estaria expulsando os vendedores ambulantes das áreas no entorno dos estádios. "Pelo contrário, a Fifa trabalha duro para assegurar que os comerciantes de rua façam parte da Copa do Mundo. No ambiente do estádio, no entanto, preocupações com a segurança implicam que só pessoas com ingressos ou credenciais possam entrar", explica.
"Na maioria das cidades-sede, os comerciantes de rua que já estavam trabalhando em torno dos estádios foram registrados e, portanto, poderão trabalhar perto dos estádios e das Fan Fests durante a Copa do Mundo", diz a entidade.