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Altamiro Borges: Mídia clama por golpe | Viomundo - O que você não vê na mídia

Altamiro Borges: Mídia clama por golpe | Viomundo - O que você não vê na mídia

A face mais cruel do neoliberalismo


Comentário de Luiz Flávio no blog do Nassiff 

Passei 8 anos do governo FHC sem um tostão de aumento. Sob o governo Lula tive dois (bem razoáveis). 


FHC afirmava à época ser impossível dar aumento. 


Corria o risco de explodir o orçamento por não ter de onde tirar dinheiro. 


Pois é, pois é, o atual governo encontrou uma fórmula. 


Melhor pagar menos juros e pagar melhor ao funcionalismo. 


O INPE no governo FHC perdeu dezenas de cérebros para o mundo. 


Tenho colegas na Universidade de Ilinois, no Cern, McDonald-Douglas, ICP (Portugal), SEP (França) e ECMWF (Inglaterra). 


Muuitos foram para a iniciativa privada no Brasil mesmo. 


Todos se foram por problemas Salariais. 


Olha que meu universo de contatos aqui não é tão grande. Imaginem o todo.
Hoje um pesquisador do INPE pensa duas vezes antes de deixar o Instituto.

Na contramão do governo federal o governo de SP mantém a política de arroxo. 



Não é o caso dos professores? 


O exame aplicado para promoção alardeado pelo governo contempla apenas 20% do funcionalismo. E os outros? Será que não dava para equilibrar essa balança?


Acredito que não existe vontade da “equipeconomica” do PSDB.

A face mais cruel do neoliberalismo corrói a face mais importante de uma nação, o povo. 


Sob a bandeira neo-liberal enterramos a qualidade de nossa educação. 


Não me surpreende que os autores dessa batalha contra o povo cujo inimigo foi personificado na figura do funcionário público voltem ao poder sobre a batuta do maestro Serra. Cláudia Costim, Sérgio Guerra, Paulo Renato, etc.

Viveremos outra vez essa angústia? Nas mãos do povo paulista não tenho dúvidas. Só não entendo o porque!

A mentira do dia

Votarei e trabalharei para eleger o tucano José Serra!

Desemprego - menor taxa desde 1998


A taxa de desemprego no país ficou em 13% em fevereiro. 
É a menor taxa para o mês desde 1998.
Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Seade/Dieese em seis regiões metropolitanas - Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal. 
O contingente de desempregados foi estimado em 2,618 milhões de pessoas.
O rendimento médio real dos ocupados nas seis regiões ficou estável em janeiro de 2010 ante dezembro de 2009, valendo 1.267 reais. 
Em relação a janeiro de 2009, contudo, houve crescimento de 1,5%. 
A massa de rendimento dos ocupados caiu 0,8% em janeiro ante dezembro e subiu 3,2% ante janeiro de 2009.

A piada do dia

ImageAlguém em sã consciência nesse país, que seguramente não esteja precisando passar por junta médica para avaliar suas condições mentais, é capaz de imaginar que há algum petista no Brasil louco de vontade de fechar aliança, ou disputar a eleição de outubro em coligação com o DEM?

Só o comando nacional dos demos é capaz de imaginar isso. Pois bem, a Executiva Nacional do partido acaba de aprovar resolução pela qual proíbe coligação do DEM com o PT em qualquer Estado nas eleições deste ano. A proibição é só contra o PT e não atinge os demais partidos da base do governo ou os da oposição.

A principal justificativa para esse ato de extrema benevolência dos demos para com os petistas é que a legenda deles não pode unir-se ao PT para a disputa das eleições nos Estados, uma vez que os dois partidos têm "ideologias opostas" em sua essência. "Somos antagônicos, temos posições diversas de um governo que não cumpre com a sua palavra. O partido tem que apresentar à sociedade uma posição clara de onde vai estar durante as eleições", justificou o líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC).

Tem toda razão o líder demo, somos realmente opostos. Nós do PT somos democratas, respeitadores e amantes da liberdade e jamais apoiaríamos uma ditadura em qualquer parte do mundo, seja aqui em 1964, seja em Honduras mais recentemente, em 2009.

Além disso, temos como regra fundamental de nossa atuação político-partidária, como um dos nossos princípios máximos, a luta pelos direitos humanos, o que significa ser contra o preconceito, a discriminação e pelo respeito a todas as origens, raças, credos e gênero entre outros. Da parte de um petista, portanto, jamais se ouvirá, por exemplo, a frase ouvida de um demo tempos atrás: "vamos acabar com essa raça".

Zé Dirceu

Convocação

O Dilma Presidente ( dilmapresidente.blogspot.com ) está convocando, recrutando colaboradores para postar no blog. O endereço para enviar e-mail e receber o convite é joel.leonidas@gmail.com Vamos colaborar.

O príncipe e o sapo


(*) Delúbio Soares
A história é o dia de hoje. Nós a vivemos intensamente, dela participamos, somos autores, atores, diretores e público ao mesmo tempo. Aplaudimos e vaiamos. Mudamos o elenco e a trama no meio do caminho. Somos os responsáveis pelas grandes transformações e pelas mudanças radicais na vida dos países. Mas, apesar disso, no futuro próximo, iremos ler os historiadores recapitulando os fatos, descrevendo momentos que marcaram, idéias que moveram multidões, líderes que cumpriram suas missões e outros que fraudaram a confiança de seus povos, ideais que arrebataram gerações inteiras e ficaremos extasiados com tudo o que nos for relatado sem dar-nos conta de que fomos parte efetiva daquela epopéia vitoriosa, da guerra sangrenta, do desafio enfrentado, da utopia buscada. Continua>>>

ARMANDO NOGUEIRA, UM SEDUTOR IRRESISTÍVEL


Como jornalista, Armando Nogueira foi um excelente poeta e um prosista de texto refinado. Entrou no jornalismo da TV Globo em 1966, quando o golpe militar estava ainda fresquinho, e lá ficou até 1990, quando o novo presidente, Fernando Collor, convenceu Roberto Marinho a promover Alberico Souza Cruz ao posto máximo do jornalismo global, não que tivesse qualquer objeção a Armando, simplesmente porque precisava premiar o amigo Alberico que teve participação decisiva na edição do debate presidencial e ainda palpitou nos programas especiais que transformaram Collor no indômito “caçador de marajás”.


Armando não foi demitido, pior que isso, sofreu uma “capitis diminutio”. Foi "promovido" a assessor especial da presidência, o que a plebe chama carinhosamente de “aspone”. Dedicou-se então ao jornalismo esportivo, onde, aí sim, foi um verdadeiro mestre da palavra escrita e falada. Fui revê-lo anos mais tarde apresentando um programa de esportes num dos inúmeros canais a cabo da Globo.


De Armando, pessoalmente, guardo duas passagens. Eu estava há menos de um ano à frente do Jornal da Globo quando cruzamos no corredor onde ficava a redação do Globo Repórter. Ele me parou e disse: “olha, eu quero te cumprimentar porque desde Heron Domingues não aparecia aqui um apresentador como a mesma naturalidade dele”. Heron era o ícone de toda uma geração de telejornalistas e ser comparado a ele era um elogio e tanto que elevou meu ego às alturas. Hoje, honestamente, não sei se foi sincero ou apenas uma frase de efeito com a qual seduzia todos que estavam entrando no império global.


Doutra feita, estava eu no Eng, a sala da técnica que comanda a transmissão dos telejornais, quando alguém me chamou ao telefone. Era o Armando: “Tenho uma boa notícia para lhe dar, a partir de agora você vai passar a ganhar cinco mil cruzeiros por mês”. Entre surpreso e curioso, rebati de primeira: “e o que é que vocês vão querer em troca?” Armando ficou visivelmente decepcionado com minha reação, esperava talvez um emocionado agradecimento de quem ganhava dois mil cruzeiros. Ora, pensei naquele momento, onde já se viu um patrão mais que dobrar o salário do empregado sem um motivo especial? Depois se esclareceu que eu, e todos os demais apresentadores, perdiam ali o status de funcionários da Globo e passavam a Pessoa Jurídica com contrato de firma. Na época uma novidade, hoje uma prática comum no mercado televisivo.


Mas apesar de todas as virtudes de Armando, cantadas em prosa e verso nos depoimentos de personalidades das artes, da política e do jornalismo, não dá pra esquecer que ele esteve à frente do jornalismo mais comprometido do Brasil: o que foi praticado pela Globo durante os anos da ditadura militar. O JN era conhecido como "o porta-voz do regime". As ordens que emanavam dos governos militares eram obedecidas sem questionamento. Não me lembro, sinceramente, de ter visto por parte dos profissionais da Globo alguma tentativa de desobediência ou de driblar a censura, como fez por exemplo o Jornal do Brasil, que saiu com aquela capa histórica no dia seguinte à decretação do AI-5, 13 de dezembro de 68, iludindo os militares fardados que ocuparam as redações assim que terminou a leitura do ato discricionário.


Eu estava na TV Globo durante o primeiro mandato de Leonel Brizola à frente do governo do Estado do Rio. Entrei em maio de 83, pouco depois da posse do novo governo, e o jornalismo da Globo passava por uma grave crise de credibilidade, com seus repórteres e carros ameaçados nas ruas pela população. Pesava sobre a emissora a acusação de, junto com a Proconsult, empresa contratada pelo TRE para apurar os votos da eleição direta para governador do Estado, em 1982, tentar fraudar o resultado para dar a vitória a Moreira Franco, o candidato do regime militar, apoiado pela família Marinho. Por engano ou má-fé, a emissora divulgava números que não refletiam a verdade da apuração.


Em 1984, no episódio das Diretas Já, onde atuei como narrador em off no comício da Candelária, no Rio, a postura da Globo foi a de ignorar por completo os movimentos populares que cresciam em todo país. Mas não bastava ignorar, era proibido usar a palavra “diretas” em qualquer situação, mesmo como notícia, contra ou a favor. Até que a pressão popular tornou-se irresístivel e a emissora foi obrigada a render-se ao apelo da população brasileira.


Em 1989, no segundo e último debate entre Collor e Lula nos estúdios da TV Bandeirantes, no Morumbi, quando eu tinha acabado de deixar a Globo e estava lá representando a Manchete, observei que Lula estava visivelmente cansado e abatido. Além do esforço da reta final da campanha, ele tinha sido acusado no programa de Collor por uma ex-namorada, Mirian, de tentar convencê-la a abortar uma criança (a filha dele, Lurian). Depois se soube que a estratégia (financeira) de colocar a enfermeira Mirian no foco da mídia a três dias da votação partiu de Leopoldo, o irmão de Collor e muito amigo dos Marinho. A família Collor é dona da emissora que retransmite a programação da Globo em Alagoas. Toda essa lembrança histórica é para dizer que Lula foi mal naquele segundo debate, mesmo assim a Globo, na edição da matéria, destacou os melhores momentos de Collor e os piores de Lula.


Os que têm boa memória hão de se lembrar da severa campanha do Jornal Nacional contra o então ministro da Justiça do governo Figueiredo, Ibrahim Abi-Ackel, que ousou impedir a liberação de uma carga de equipamentos supostamente contrabandeados destinados à TV Globo. Durante várias edições, o JN acusou o ministro de envolvimento no contrabando de pedras preciosas, no qual Abi-Ackel não teve, comprovou-se depois, nenhuma participação. Mas pouca gente lembra disso. É provável até que os jovens executivos da Globo “desconheçam” o fato ou, se souberem, contem uma história diferente.


Armando Nogueira estava à frente do jornalismo em todos esses episódios nebulosos que narrei com absoluta fidelidade. De uma maneira ou de outra compactuou com esse tipo de jornalismo corporativo e subserviente.
Talvez tenha faltado em Armando a coragem de assumir sua responsabilidade como diretor de jornalismo da Globo que notoriamente era o braço da ditadura militar na mídia. Sua memória estaria resgatada para sempre se um dia ele tivesse contado toda a verdade, que apenas cumpria ordens que vinham do oitavo andar, mais precisamente da sala do Doutor Roberto. Armando, como eu e todos os que trabalharam na emissora nos anos de chumbo, fomos cúmplices do regime. Uns por total desinteresse político, outros por opção ideológica, outros ainda por necessidade profissional.


Deixo aqui minha homenagem ao Armando Nogueira, poeta, cronista e escritor de texto sensível. E um adjetivo que ainda não ouvi nos inúmeros depoimentos sobre ele: um sedutor irresistível.
Eliakim Araújo

Dia do trabalhador: trabalhar menos para trabalhar todos


Gasto com juros está quase igual ao de pessoal


Do Valor

João Villaverde, de São Paulo
Uma diferença que já foi superior a cinco pontos percentuais hoje é menor que 0,5 ponto. Se o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano for de 6%, como as estimativas do mercado apontam, os gastos do governo com pessoal e encargos podem atingir a marca de 5% do PIB, ao mesmo tempo em que as despesas com pagamentos de juros da dívida pública oscilarão num nível pouco superior a isso. Na década, será a menor diferença entre as duas rubricas do orçamento federal e, mantida essa dinâmica, os gastos podem eliminar a diferença histórica já no ano que vem, com ambas alcançando 5% do PIB.
As despesas com juros, que como proporção do PIB já beiraram os 10% nos anos 90, já são metade disso. Os R$ 169,1 bilhões empenhados pelo governo com pagamentos de juros da dívida pública em 2009 equivaleram a 5,4% do PIB. Ao mesmo tempo, os gastos com encargos e pessoal vêm ganhando força rapidamente. Em 2008, foram, segundo dados do Tesouro, R$ 130,8 bilhões. No ano passado, os gastos tiveram ampliação de 15,9%, alcançando R$ 151,6 bilhões – o equivalente a 4,84% do PIB. Para 2010, após o corte promovido pelo Planejamento na semana passada, os gastos com pessoal devem alcançar R$ 167,5 bilhões e, com isso, bater em 5% do PIB. As despesas com juros, por outro lado, devem diminuir um pouco, alcançando 5,3% – uma vez que o impacto da alta da Selic, que virá a partir do mês que vem será diluído pelos títulos pré-fixados, mais procurados.
Os gastos com juros são impactados principalmente pelas oscilações da Selic, a taxa básica da economia. Entre 2000 e 2006, a taxa Selic média anual foi sempre superior a 15%, com auge de 23,45% em 2003. Em 2007 e 2008 variou na faixa dos 12% e, no ano passado, atingiu a mínima de 10,07%. Já as despesas com pessoal respondem à decisões do Executivo, que pode ampliar o salário de carreiras do setor público ou arrochar salários. Nos últimos dez anos, despesas com pessoal e encargos sociais oscilaram em níveis próximos a 4,5% do PIB, elevando-se mais consideravelmente a partir de 2007.
As despesas mais elevadas com pessoal, no entanto, só passaram a ocupar parcela maior do PIB quando a atividade recuou – em 2007 e 2008, com alta de 6,1% e 5,1% no PIB, respectivamente, a elevação dos gastos foi diluída. No ano passado, quando o PIB sofreu queda de 0,2%, a relação atingiu 4,8%. A previsão de gastos para essa rubrica em 2010 é de R$ 167,5 bilhões, uma alta de 10,4% em relação a 2009. Com isso, os gastos com pessoal em proporção do PIB devem atingir 5% neste ano, a maior fatia do PIB na década.
Em movimento contrário, as despesas com juros perdem espaço no Orçamento. Entre 2000 e 2007, os gastos com pagamento de juros tomaram pelo menos 6% do PIB, tendo alcançado 8,5% em 2003. A partir de 2008, a parcela do PIB transferida a detentores de títulos públicos foi inferior a 6% pela primeira vez – 5,4%.
Dos R$ 169,1 bilhões pagos em juros nominais pelo setor público em 2009, o governo central foi responsável por R$ 149,8 bilhões, ou 88,5% do total. Em 2008, por outro lado, a participação do governo central foi bem menor: 58,8% da carga total de R$ 163,6 bilhões gastos com juros. O aumento da participação do governo central no bolo, em detrimento das estatais e dos governos regionais, se deu mesmo em cenário de queda na Selic. Entre 2008 e 2009, a Selic caiu de 13,75% para 8,75% ao ano. “Não fossem algumas medidas anticíclicas, as despesas com juros poderiam ter sido ainda menores no ano passado”, afirma Amir Khair, especialista em contas públicas.
Segundo Khair, duas estratégias de R$ 100 bilhões cada acabaram por aumentar a dívida corrigida pela Selic: o aumento de capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a liberalização do depósito compulsório. “O capital repassado pelo Tesouro ao BNDES foi corrigido pela Selic e os R$ 100 bilhões liberados do compulsório foram todos revertidos pelos bancos às operações compromissadas”, diz o economista.
As operações compromissadas são modalidades financeiras em que os bancos emprestam reais ao BC e são remunerados pela Selic. “O dinheiro do compulsório, em sua maior parte, não foi repassado para o crédito, mas passou a onerar os cofres públicos”, avalia.
Na semana passada, o BC sinalizou que voltará a elevar a Selic, após 19 meses de cortes ou manutenção da taxa. A alta, segundo calcula o mercado, deve levar a Selic para algo entre 11% e 12% ao ano até o fim de 2010. Segundo Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, o impacto nos gastos será diluído pela forte alta do PIB.
Além disso, diz Borges, os títulos pós-fixados colocados em mercado ao longo do ano terão custo mais baixo que os pré-fixados, que embutem altas maiores que as que virão na Selic. “O mercado está cobrando prêmios muito altos para adquirir títulos públicos”, afirma ele, que calcula que “se todos os títulos vendidos daqui para frente pelo governo fossem corrigidos pela Selic, ainda que ela suba ao longo do ano, os gastos com juros seriam menores”. Nas contas do economista, o valor despendido com juros seria de 4,8% do PIB e não 5,3%, mantida a gestão de rolamento da dívida mobiliária.
Para Fernando Montero, economista-chefe da Convenção Corretora, gastos menores com juros não deveriam, necessariamente, refletir-se em aumento de despesas com pessoal e encargos. Segundo o economista, mais dinheiro transferido para pessoal acarreta em mais juros. “Quanto mais se amplia o gasto primário, maior é o estímulo ao consumo e o fortalecimento da demanda. Como a oferta não cresce de maneira tão dinâmica, passamos a consumir os investimentos estrangeiros”, raciocina. “Ao fim de 2010, teremos consumido toda a poupança externa disponível”, diz. Assim, avalia Montero, os juros precisarão subir para compensar o alargamento do déficit com o exterior e ao mesmo tempo controlar a demanda interna.
“Mas é claro que um ajuste fiscal seria mais eficaz, porque não atrapalharia o crescimento e não ampliaria os custos do Estado com pagamento de juros”, afirma Montero, para quem um aperto nas despesas com pessoal não ocorrerá em 2010, mas em 2011. “O início de governo, tanto em nível federal quanto estadual, costuma ser mais firme nos gastos, que são expandidos em anos eleitorais”.
A maior participação dos gastos com pessoal e encargos no PIB – de 4,3% em 2005 para 5% neste ano – deve ser analisada de outra forma, diz Khair. “É preciso verificar quanto da receita anual é revertida nos gastos.” Ele calcula que as despesas com pessoal e encargos em 2009 foram equivalentes a 20,5% da receita total, tendo se acelerado frente aos 18,3% apurados em 2008. Entre 2003 e o ano passado, diz Khair, os gastos com pessoal responderam por 19,8% da receita, em média. “Quase quatro pontos percentuais inferior à média apurada entre 1997 e 2002″, afirma.
Para Borges, da LCA, os gastos com pessoal devem ser analisados de forma “detalhada”. “É fácil olhar os números e achar preocupante”, afirma, mas “houve recomposição salarial em uma série de carreiras do funcionalismo, especialmente a partir de 2007″. São gastos que não serão repetidos. Afinal, avalia Borges, o aumento salarial só ocorre uma vez e seu impacto tende a se diluir com o crescimento da economia.