Atuo no RH - Recursos humano - de uma empresa há dois anos e durante este tempo nunca passei por uma situação complicada, mas a complicação chegou. A uns vinte dias atrás a empresa teve de contratar uma colaboradora para trabalhar como auxiliar de limpeza. Fiquei encarregada da tarefa, e depois de analisar diversos currículos escolhi o de uma senhora residente numa região muito carente da cidade. Ela entra no trabalho as 07:00 e sai as 17:00, com intevalo das 11 a 13 horas. Como ela morava longe, não ia para casa na hora do almoço. Com o passar dos dias notei que ela não trazia marmita como faziam a maioria dos funcionários. Ao perguntar sobre a refeição ela me disse que não trazia porque preferia comer num restaurante próximo. Assenti e deixei pra lá. Passado mais uns dias meu olhar atento percebeu que ela apenas merendava o pão com café que a empresa servia pela manhã, e passava o restante do dia sem comer nada. Concluí que ela estava passando necessidade. Contatei o supermercado que nos fornece e solicitei uma cesta básica. Chamei-a ao meu escritório, disse que a empresa fornece uma cesta básica para seus colaboradores da área de limpeza e entreguei a dela. Enxerguei um brilho em seus olhos, interpretei como gratidão. Ontem, percebi que ela trabalhou mais alegre e pela primeira vez em 20 dias, ela havia levado uma marmita.
Ontem eu entendi minha função como profissional de Recursos Humanos.
Vida que segue...