Vive a Nação dias gloriosos.
Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem.
Graças à decisão e ao heroísmo do STF, que obedientes a seus chefes [GAFE] demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Dirceu, Delúbio e Genoino, que insistiam em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.
Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.
Agora, a opinião publicada dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao lulopetismo.
Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.
Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos ministros, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque a PGR e o STF, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Judiciário.
No momento em que o Sr. Lula ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Ocultas, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações midiáticas. Sua presença, suas palavras e a eleição de mais um poste [ Fernando Haddad ] a prefeitura de São Paulo, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei. Depois dessa, Lula e o PT podem vencer a disputa eleitoral para governar São Paulo, isso é inadmissível.
Atendendo aos anseios particulares, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, alguns ministros do STF chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.
Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os sem votos, os agiotas, donos da grande imprensa, com o mesmo intuito redentor que animou os juízes e os promotores. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.
A esses líderes togados devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso patrão. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso pertence ao Pig, agiotas nacionais e internacionais. Não é da Pátria, do Povo e do Regime. Foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer ideia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.
Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes togados, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos.
Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto. Sejamos dignos de tão grande favor.
Atualização do Editorial do Globo de 02/04/1964
+Joel Neto