Julia Roberts (interpretando Vivian) na noite da ópera em “Uma Linda Mulher”, Jessica Rabbit (ainda que um desenho dublado por Kathleen Turner) em “Uma Cilada para Roger Rabbit” e o agente secreto James Bond (interpretado por Sean Connery, Pierce Brosnan e Daniel Craig, entre outros, na franquia “007”) têm em comum uma identidade visual que desperta o desejo. No caso feminino, a arma é o vestido vermelho; no masculino, o terno preto.
Quando se trata de se vestir com a intenção de atiçar o sexo oposto, estas são as apostas mais certeiras. “Ao colocar uma roupa vermelha, a mulher adquire uma aura de sedução. Já o homem de preto transmite a imagem de seriedade com um toque de mistério”, explica a estilista, designer e consultora de cores Bete Branco.
Mais tons para eles
As opções não param por aí. No dia a dia, os homens podem lançar mão de cores fortes para chamar a atenção das mulheres. “O figurino informal masculino muitas vezes se resume a calça jeans ou bermuda, tênis ou sapato neutro e camisa ou camiseta. Se ele colocar uma gola polo ou mesmo uma camiseta básica cor de laranja, atrairá olhares e certamente seduzirá com mais facilidade”, afirma a psicóloga e sexóloga Cida Lopes.
Bete observa que o cor-de-rosa tem conquistado espaço no guarda-roupa deles por também agradar às mulheres. “O homem que usa rosa demonstra ser mais sensível e seguro de sua masculinidade de uma forma não agressiva”, justifica.
Maquiagem, roupas íntimas e acessórios para elas
Com mais espaço para brincar com as cores, as mulheres ganham muitos pontos no jogo da atração quando levam o vermelho para a maquiagem, as roupas íntimas e os acessórios. Em um estudo publicado em 2012, pesquisadores da Universidade de Rochester (EUA) concluíram que o poder dessa cor é relacionado à herança biológica humana. A explicação é que as fêmeas primatas ficam com genitais, torso e face avermelhados durante a ovulação para atrair os machos, e esse fenômeno se repete de maneira inconsciente – e reforçada artificialmente – nos humanos.
“Ao ver uma boca com batom vermelho, o pensamento do homem é remetido à vulva, mesmo que ele não se dê conta disso”, diz Cida. Ela continua, acrescentando o dourado às possibilidades femininas: “Aliar ao vestido e à boca unhas vermelhas e brincos e colares dourados é infalível se a intenção é provocar”.
De acordo com levantamentos recentes feitos por Bete, o preto também vem ganhando espaço no que faz os homens considerarem uma mulher sensual. “O preto é ligado à sedução porque tem o tom do silêncio, do mistério. Eles adoram ver a mulher em um vestido preto decotado ou em um jogo preto de lingerie”, garante a consultora de cores. Por isso, elas podem investir no pretinho não tão básico quando estiverem a fim de conquistar.
Decoração para os dois
No quarto, as cores continuam sendo trunfos para a conquista. “Pintar uma parede do dormitório com um tom de vermelho é uma boa ideia nesse sentido”, diz Cida. Mas se não houver essa possibilidade, os detalhes dão conta da missão.
“Roupas de cama pretas ou vermelhas são totalmente ligadas ao erotismo e dão outra cara para o quarto do casal, convidam para o sexo”, sugere Bete. Além disso, ela defende que nos itens de decoração podem e devem ser aplicadas as táticas das cores sedutoras: “Aí estamos falando de flores vermelhas, um quadro e objetos em geral. Vale tudo para deixar o quarto mais convidativo”.
A intenção por trás dos presentes
Não é só no uso pessoal que a intenção de conquistar é transmitida pelas cores: ela se faz clara na escolha dos presentes que serão dados à/ao pretendente ou parceira/o. “O homem que dá à mulher flores de cores fortes, como vermelho, cor de laranja ou rosa choque, passa a mensagem direta de desejo e paixão. Já o que escolhe as brancas ou clarinhas denota inocência sem intenção de seduzir”, esclarece Cida.
Por parte das mulheres que resolvem presentear, é nas embalagens que existe a possibilidade de mostrar que se quer algo a mais. “Se ela dá um perfume de embalagem vermelha, por exemplo, pode se preparar para uma investida mais direta, pois ele entenderá a mensagem”, finaliza Bete.
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Raquel Paulino, especial para o iG