Jornalismo de “nota oficial” da Globo tenta limpar a barra de Aécio, cada vez mais Collor Autor: Fernando Brito

A "reportagem" do Jornal Nacional de hoje onde Aécio Neves admite o uso do aeroporto de Cláudio deveria ser copiada e distribuída nas escolas de jornalismo.

Porque é uma aula de como não deve (ou deveria) ser o jornalismo.

O texto é uma colagem de notas oficiais e declarações em clima de campanha do candidato tucano.

Não há uma gota sequer de reportagem ou investigação.

Vale o que foi escrito e o que foi dito pelo candidato.

Cláudio, que não chega a 30 mil habitantes, vira "um grande centro industrial", nas palavras incontestáveis do candidato tucano.

Não há uma indagação sequer sobre o que justifica o asfaltamento de uma pista de aviação em Montezuma, uma vila  que não tem oito mil e nem coisa alguma, exceto a fazenda que a empresa da família Neves tomou ao Estado num usucapião pra lá de estranho.

Mas convenhamos, as faltar a pista  de Montezuma, por R$ 300 mil, foi uma bagatela ões, fora a desapropriação perto dos R$ 14 milhões gastos para asfaltar a pista aberta por vovô Tancredo nas terras do contraparente, irmão de Dona Risoleta.

Ninguém se interessa em perguntar porque uma obra custou 40 vezes mais do que outra, bastante semelhante.

Quem sabe pudessem perguntar ao piloto do "avião da eleição" que o JN põe no ar para mostrar as mazelas do Brasil – que começaram neste governo, é claro – se é normal pousar em aeroportos irregulares.

Ou se ele se comunicava com a "torre" de Cláudio.

- Manda chamar o tio!

- Fala, sô

- Fasta os boi,  que nós tá ino…

- Já mandei tirá, minino.

- Os garoto dos aeromodelo num tão por lá, não?

- Craro qui não, avisei qui quem ia brincá hoje era ocê…

Nenhum repórter foi olhar o processo para saber, afinal, em quanto ficou a bufunfa do tio na desapropriação.

A culpa é da Anac, que não homologou um aeroporto particular que não apresentou os documentos. E outro, o de Montezuma, que nem pediu para ser homologado.

Carece não, é só pro menino usar.

Inútil, porém, a pasteurização jornalistica do assunto.

O povo, que é muito menos bobo do que a Globo pensa, não compra bonde faz tempo.

A expressão de Aécio, olhos esbugalhados, palavras despejadas, trai mais a verdade que a tolice do que é dito.

É o "não me deixem só".

Não adianta remendo.

Era melhor fazer como o gato, que enterra.

Autor: Fernando Brito

Sobre amores e conchinhas

O texto abaixo, de Nathalí Macedo, foi publicado no site "Entenda os homens"

“Felicidade pra mim é pouco. Eu preciso de euforia.” Essa máxima tem mais adeptos do que se pode imaginar. Em um mundo de baladas alucinantes e sexo fácil, não é de se estranhar que as verdadeiras parcerias sejam cada vez mais raras. Isso porque o conforto da conchinha em dias frios e do filminho a dois no domingo não tem sido suficiente para satisfazer enérgicos caçadores de êxtase.
A verdade é que algumas pessoas precisam estar em estado permanente de paixão. Só dançar não basta – é preciso ultrapassar todos os limites do seu corpo; só amar não basta – tem que ter orgasmos múltiplos todo dia; se identificar com a profissão não basta – É preciso gostar tanto do trabalho a ponto de ficar ansioso pela segunda-feira.
E os relacionamentos têm obedecido – lamentavelmente – esse vírus moderno da insaciabilidade aguda. Arrisco dizer que é por isso que as verdadeiras parcerias caíram de moda. Não se troca mais a liberdade da solteirice pelo tédio que um relacionamento estável supõe. Mas quem se recusa a essa troca certamente desconhece a sensação surreal de uma conchinha. De gargalhadas épicas assistindo a um programa de humor sem graça no sábado à noite. Do tesão inigualável de um sexo com amor (sexo com amor, não necessariamente sexo amorzinho).
As parcerias ainda estariam “em alta” se as pessoas parassem de esperar delas essa tal euforia. Espera-se sexo avassalador diariamente quando, às vezes, se pode querer simplesmente pegar no sono depois do jantar. Espera-se conversa e tagarelices sem fim enquanto se pode, vez ou outra, querer simplesmente permanecer em silêncio – e, calma, isso não é um problema.
Achar que todo relacionamento se sustenta na base do sexo três vezes ao dia e ter certeza de que há algo de errado se o outro recusa é uma utopia. O amor é poder ser você mesmo. Poder assumir que quer só dormir de conchinha – sem tabus, sem a obrigação da paudurecência permanente. Sentir-se bem com o outro de chinelo e camisa de propaganda, sem maquiagem e descabelada. Eu diria que amar é, acima de tudo, sentir-se à vontade. Sem pressa, sem euforia, sem regras estabelecidas. Porque amor é liberdade.
É preciso aceitar o outro em todas as suas versões, inclusive nos dias ruins. A rotina é o preço que se paga pra se ter um grande amor sempre ao lado – um preço irrisório quando ela se torna absolutamente deliciosa. E isso só é possível ao lado de quem se ama. Apaixonar-se é bom. Mas o amor tem privilégios que só podem ser desfrutáveis na calmaria.



Como despertar a si mesmo

“Zuikan” é a quarta tira de Daniel Gisé para sua série de ilustrações inspirada pelo livro Mente zen, mente de principiante, obra-prima de Shunryu Suzuki.
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É minha preferida. Está tudo aí. De acordo com muitas tradições de sabedoria, a origem de todas as complicações é o esquecimento de quem nós somos e onde realmente estamos. Essa ignorância da realidade é mantida por um processo contínuo de distração ou devaneio, o famosodaydreaming. Não por acaso boa parte das práticas que mais transformam são exatamente modos de repetir micro processos de acordar e lembrar (significado original de mindfulness) onde estamos, momento a momento — cortar a distração e voltar ao presente, de novo e de novo. Depois fica mais fácil investigar até que a grande lembrança aconteça. Primeiro paramos, depois abrimos os olhos e reconhecemos, nos damos conta: “Ah, sim!”.

Pequenos despertares no cotidiano

A história de Zuikan nos oferece um meio hábil para cortarmos o falatório mental e ficarmos mais presentes em cada uma de nossas ações. Quando andamos, andamos. Caso contrário, alimentamos ruminações inúteis, como discussões internas com a esposa e lembranças de um trabalho pendente — desse modo, o que menos fazemos é andar, sentir o próprio corpo andando, respirar e contemplar os arredores.
Além de chamar a si mesmo, o que mais podemos experimentar para nos acordarmos?
Você pode criar sua própria âncora, uma espécie de chamado que o traga de volta quando percebe estar esvoaçando. É como se acendessem as luzes do cinema repentinamente e você lembrasse: “Sim, estou vendo um filme!”. Ou removessem seu fone de ouvido bem no ápice aflitivo de uma música do Radiohead. Você lembra da própria existência, do próprio corpo, do que está fazendo, de onde está.
Assim como nas práticas meditativas, o importante não é lutar contra os pensamentos e as emoções, apenas perceber o processo todo: “Uau, estou sentado aqui, as outras pessoas estão ali, eu passei os últimos minutos sem noção alguma do que está acontecendo”.
Exemplos de âncoras e despertadores:




  • Estalar os dedos ou bater uma palma bem alta (esse é o que uso, especialmente em momentos de muita aflição)
  • Respirar bem fundo e alinhar a coluna.
  • Sentir e relaxar cada parte do corpo (para mim o que mais funciona é relaxar o maxilar e língua, abrindo um pouco os lábios).
  • Procurar algum detalhe nunca antes visto no ambiente no qual se encontra.
  • Bocejar de propósito e soltar o corpo inteiro.
  • Abrir um pouco mais os olhos, talvez ampliar o olhar para 180 graus e não focar em nada específico.
  • Olhar bem nos olhos da pessoa que está falando com você e perceber a si mesmo percebendo o outro, ouvindo sua própria voz enquanto fala, como se você enviasse parte de sua mente para observar a situação inteira, como um microfone instalado no teto para captar o som da sala.
  • Contemplar o céu ou apenas olhar um pouco mais para cima ou para baixo da altura a que está acostumado.
  • Relembrar uma grande pessoa, professora ou exemplo vivo de equilíbrio, sabedoria, destemor, alegria, generosidade…
  • Olhar com calma para as palmas das mãos (técnica usada também para estimular os sonhos lúcidos, prática que também detalhamos dentro do lugar).
  • Olhar para um objeto ou situação de modo bem cru, sem comentários, algo assim: “Mangueira. Molhada. Dois galhos quebrados ali.”
  • Tirar o olho da tela (do computador ou celular) e atirar o foco para além do horizonte, como se estivesse mirando algo muito distante.
  • Lembrar que em breve estaremos todos mortos.
  • Contratar o Kramer para entrar todo dia assim na sua casa e na sua mente:

E vocês?

Vocês costumam praticar algo desse tipo? Como fazem? Quais âncores e despertadores funcionam para vocês?
Seguimos o papo nos comentários.
* Texto inspirado pela tirinha do Daniel Gisé e escrito em colaboração com Luciano Ribeiro, com base em uma antiga prática da Cabana que é explorada de outras formas dentro do lugar.
Se tiver interesse em participar do lugar, venha por aqui. Se quiser ser avisado de novas práticas, artigos, vídeos, hangouts, encontros e cursos com foco em felicidade genuína e florescimento humano, cadestre-se no informativo do lugar:




Este post é resultado de nossas práticas, diálogos e treinamentos na Cabana PdH. Quer entrar no Dojo?
Gustavo Gitti

Professor de TaKeTiNa, autor do Não2Não1, colunista da revista Vida Simples e coordenador do lugar. Interessado na transformação pelo ritmo e pelo silêncio. No Google+, no Twitter e no Facebook. Seu site:www.gustavogitti.com

Millôr Fernandes

Atualíssimo
A imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o País. Acho que uma das grandes culpadas das condições do País, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime.



O taxista é reaça? Seja mais que ele!

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O que fazer quando um taxista começa a defender barbaridades na sua frente? Preso ao banco de trás, você pode pedir para parar e descer. Discutir com ele até o destino final. Ou jogar o mesmo jogo e ver o que acontece.

Resolvi colocar em prática a sugestão de uma amiga:

- Por favor, aeroporto de Congonhas. Pode ir pela Henrique Schaumann.

- É pra já.

[Na telinha de TV do táxi] Dois menores foram apreendidos, na madrugada desta terça-feira, após uma tentativa de roubo frustrada em Moema…
- Olha só… Depois vem o pessoal dos direitos humanos e coloca tudo de volta nas ruas. Esse país não é sério. Dane-se que tem 14, 15, anos, tem que prender mesmo. Se tem idade para cometer crimes, tem idade para ir preso como se fosse de maior.

- (Silêncio meu)

- Tinha que contratar uns policiais fora do serviço para dar uma coça nessa molecada. Assim, aprendiam o que os pais não ensinaram.

- (Silêncio meu)

- Acho que tem que ter pena de morte. Vi na TV que nos Estados Unidos não tem crime porque tem pena de morte. Mata um ou dois desses com injeção e os outros vão pensar duas vezes antes de fazer porcaria.

- Olha eu concordo inteiramente com o que o senhor disse. E acho que tem que impedir essa gente pobre da periferia de ter filho. Esterilizar toda essa mulherada mesmo para que não dê à luz bandidinho de merda. Outra medida importante seria colocar uns portões nas entradas de favelas e bairros pobres e só deixar eles saírem de dia para trabalhar. E se não tiverem trabalho, não saem. Não sabe viver em sociedade, toque de recolher! E quando resolver essa questão, tem que ir para outras, botar as coisas em ordem. Vagabundo que faz barbeiragem no trânsito tem que ir preso, gente que pula a cerca em casa tem que ir preso, bêbado que fica enchendo a cara no bar e não trabalha tem que ir preso, quem sonega imposto tem que morrer! E sem essas coisas de julgamento, não. Faz e pronto, simples assim.

- O senhor é radical. Não sei se concordo com tudo isso não…

- Por que? O senhor defende vagabundo, é isso? Defende vagabundo?

- Não, mas também não é assim.

- Assim como?

- Ah, não acho certo. Tem que ver quem é a pessoa e coisa e tal. Não pode fazer isso, não. Não acho justo.

O motorista não deu um pio até o destino final. Mas, certamente, vai pensar duas vezes da próxima vez.

Recomendo. Por uma vida com menos mimimi.


Os 10 golpes mais populares no Facebook em 2014

É um mundo perigoso lá fora, no reino sem leis do Facebook. Por todo lugar que você olhar, é possível achar alguém infectado espalhando spam pela rede Algumas destas técnicas de infecção, no entanto, são mais comuns do que outras, conforme um estudo publicado pela BitDefender.

Se você se deparar com uma “sex-tape” da cantora Rihanna no Facebook e decidir clicar para ver, você provavelmente dará acesso à sua conta e ao seu computador para pessoas indesejadas . O mesmo deve acontecer se você tentar trocar as cores do seu Facebook. É, não dá para fazer isso também; pelo menos não clicando em um link na rede.

No topo da lista, está um golpe clássico, que remonta a tempos mais simples do Orkut, quando você podia ver quem visitava seu perfil e o total de visualizações que a página recebeu. Porém, quando você tenta aplicar o mesmo conceito ao seu Facebook, você acaba se tornando um spammer infectado.

“Por que as pessoas ainda querem ver quem acessou seu perfil, mesmo depois de tantos alertas de segurança? Eles provavelmente acreditam que se tratam de apps legítimos. É engenharia social pura; um desafio mental que aperta os botões certos. As iscas mudaram ao longo dos anos, mas a razão pela qual o golpe funciona é simples: a natureza humana”, diz Catallin COsoi, chefe estrategista de segurança da BitDedender.

Abaixo você pode conferir o top 10 de golpes mais comuns no Facebook:

1) Total de visitantes/acessos ao seu perfil – 30,2% das infecções

2) Troque a cor do seu Facebook – 7,38%

3) Sextape da Rihanna com seu namorado – 4,76%

4) Clique aqui para ganhar uma camiseta grátis do Facebook – 4,21%

5) Diga adeus ao Facebook azul – 2,76%

6) Produtos de graça por falta de lacre – 2,41%

7) Confira se algum amigo te deletou – 2,27%

8) Veja o top 10 de pessoas que mais olham seu perfil – 1,74%

9) Descubra como ver quem visualizou seu perfil – 1,55%

10) Acabei de trocar as cores do meu Facebook. É incrível – 1,50%

Via The Guardian


Vida de cinema, por Luiz Fernando Veríssimo

Os filmes que víamos antigamente não nos prepararam para a vida. Em alguns casos, continuam nos iludindo. Por exemplo: briga de socos. Entre as convenções do cinema que persistem até hoje está a de que socos na cara produzem um som que na vida real nunca se ouviu.

O choque de punho contra o rosto fazia estrago nos rostos — ou não fazia, era comum lutas em que os brigões quase se matavam a murros terminarem sem nenhuma marca nos rostos — mas poupava os punhos. E como sabe quem, mal informado pelo cinema, entrou numa briga a socos, o punho quando acerta o alvo sofre tanto quanto o alvo.

No cinema de antigamente você já sabia: quando alguém tossia, era porque iria morrer em pouco tempo. Tosse nunca significava apenas algo preso na garganta ou uma gripe passageira — era morte certa.

Quando um casal se beijava apaixonadamente e em seguida desparecia da tela era sinal que tinham se deitado. E depois, não falhava: a mulher aparecia grávida. Nunca se ficava sabendo o que acontecia, exatamente, depois que o casal desaparecia da tela, a não ser que o filme fosse francês.

Pode-se mesmo dizer que o começo da mudança do cinema americano começou na primeira vez em que a câmera acompanhou a descida do casal e mostrou o que eles faziam deitados. Depois desse momento revolucionário não demoraria até aparecerem o beijo de língua e o seio de fora. E chegarmos ao cinema americano de hoje, em que, de cada duas palavras ditas, uma é fucking.

Se a vida fosse como o cinema nos dizia, nunca faltaria bala nas nossas pistolas ou gelo no balde para o nosso uísque quando chegássemos em casa. E sempre que tivéssemos de sair às pressas de um restaurante, atiraríamos dinheiro em cima da mesa sem precisar contá-lo e sem esperar que o garçom trouxesse a nota.

Seria uma vida mais simples, em cores ou em preto e branco, interrompida a intervalos por números musicais em que cantaríamos acompanhados por violinos invisíveis, e quando dançássemos com nossas namoradas seria como se tivéssemos ensaiado durante semanas, e não erraríamos um passo, e seríamos felizes até the end.


A oração de Maria

Deus. Ó Deus infante. O mais precioso filho do céu. Concebido pela união da graça divina com a nossa desgraça. Durma bem.

Durma bem. Banhado pela fresca da noite cravejada de diamantes. Durma bem, pois o fogo da ira ferve bem perto. Goze do silêncio do berço, pois o ruído do tumulto se faz sentir em seu futuro. Saboreie a doce segurança de meus braços, pois chegará breve o dia em que não poderei protegê-lo.

Descansem bem, mãos pequeninas. Pois apesar de pertencerem a um rei, vocês não tocarão o cetim, não possuirão ouro. Não pegarão numa pena, não guiarão um pincel. Não, suas mãos pequeninas foram reservadas para obras mais preciosas:
tocar a chaga viva de um leproso
enxugar a lágrima triste de uma viúva,
agarrar-se ao chão do Getsêmani.

Suas mãos, tão minúsculas, tão ternas, tão brancas — fechadas hoje em forma de punho infantil. Elas não foram destinadas a empunhar um cetro nem abanar do balcão de um palácio, mas reservadas para o cravo romano que irá pregá-las numa cruz romana.

Durmam bem, olhos pequeninos. Durmam enquanto podem. Pois logo virá a claridade e você vai ver a confusão que fizemos do seu mundo.

Verá nossa nudez, pois não podemos ocultar-nos.
Verá nosso egoísmo, pois não podemos dar.
Verá nossa dor, pois não podemos curar.
Ó olhos que verão o abismo escuro e seu terrível príncipe... durmam, por favor, durmam; durmam enquanto podem.

Fique quieta, boquinha pequenina. Fique quieta boca pela qual falará a eternidade.

Língua minúscula que em breve chamará os mortos,
que irá definir a graça,
que silenciará nossa insensatez.
Lábios de botão — sobre os quais paira um beijo de estrelas concedendo perdão para os que crerem em você, e de morte para os que o negarem — fiquem quietos.

Pezinhos pequeninos que cabem na palma de minha mão, descansem. Pois passos difíceis estão à sua frente.

Sentem o cheiro do pó das estradas que terão de palmilhar?

Sentem a água fria e salgada sobre as quais andarão? Recuam ao sentir o prego que terão de suportar? Temem a descida íngreme pela escada em espiral até o domínio de Satanás?

Descansem, pezinhos pequeninos. Descansem hoje para que amanhã possam andar com poder. Descansem. Pois milhares irão seguir os seus passos.

Pequeno coração... coração santo... bombeando o sangue da vida através do universo: quantas vezes iremos quebrantá-lo?

Você será dilacerado pelos espinhos de nossas acusações.
Você será devastado pelo câncer do nosso pecado.
Você será esmagado pelo peso de sua própria tristeza.
E será traspassado pela lança da nossa rejeição.
Todavia nesse ato de traspassar, nesse último rompimento de músculo e membrana, nessa precipitação final de sangue e água, Ele irá encontrar descanso. Suas mãos serão libertadas, Seus olhos verão a justiça, Seus lábios sorrirão, e Seus pés o levarão para casa.

E ali descansará de novo — desta vez nos braços do Pai.

Max Lucado


Aécioporto: Tucano passou 11 dias mentindo e tenta encerrar caso com desculpa esfarrapada

Ricardo Amaral: No caso Cláudio, o piloto mentiu

No artigo que publicou na Folha de S. Paulo, o candidato tucano Aécio Neves procura reduzir o escândalo do aeroporto de Cláudio a um “equívoco”: ter utilizado uma pista de pouso sem saber se ela estava homologada pela ANAC. Gasta o tempo do leitor tentando explicar a disputa judicial pelo valor da desapropriação das terras do tio, como se isso fosse o mais relevante num caso de patrimonialismo escancarado. De quebra, confessa que, “por escrúpulo”, negou à população da paupérrima Montezuma o direito a uma estrada asfaltada, mas distraidamente deixou asfaltar uma pista de pouso que serve a ele e ao latifúndio de sua família no município. É comovente, mas voa longe da verdade.

Levando em conta a entrevista do candidato ao Jornal Nacional, as duas notas de sua assessoria e o artigo na Folha, o foco desse caso continua sendo:

Levando em conta a entrevista do candidato ao Jornal Nacional, as duas notas de sua assessoria e o artigo na Folha, o foco desse caso continua sendo: Aécio Mente.

1) Ele disse que era uma pista de terra que foi reformada. Falso. É só ver o edital para construção e conferir a transformação da área pelo Google Earth. Foi feita uma pista novinha, de 14 milhões, sem aproveitar necas da velha.

2) Ele disse que seu governo fez mais de 30 aeroportos no interior. Falso. Ele fez dois: o da Zona da Mata e o de Cláudio. E 8 reformas, de 14 anunciadas.

3) Ele disse que Cláudio é um pólo com mais de 300 indústrias, produzindo para exportar. Falso.Claudio tem hoje 63 fundições de ferro e alumínio. É responsável por 0,002% das exportações do país.

4) Ele disse que a obra foi decidida por critérios técnicos. Quais, numa cidade de 28 mil habitantes, localizada a menos de 70 quilômetros de dois aeroportos regionais?

5) Ele disse que o aeroporto não beneficia a família. Falso, por óbvio. O que é melhor: ter uma fazenda perto ou distante da rodovia? Perto ou distante de um aeroporto? Com um aeroporto dentro (a cerca só isola o aeroporto da rodovia, não da fazenda), melhor ainda, não é? O valor da desapropriação é troco perto da valorização das terras.

6) Ele levou onze dias para admitir o que todos desconfiavam: usou, sim, a pista. O nome mais suave para esse comportamento é dissimulação.

Aproveito para comentar uma pergunta que ronda a cabeça de muita gente:

Por que a Folha publicou a matéria do Aécioporto?

1) Porque a imprensa brasileira vive sua maior crise de credibilidade desde o êxito da Copa. Atolou-se na pauta da oposição e precisa mostrar alguma independência ao público lesado. O custo-benefício da operação favorece o jornal, que não vai trocar de candidato.

2) Porque a FSP sempre agiu assim: eventualmente bate em um aliado, mas não abre mão de cobrir o PT deforma sistematicamente crítica. Essa é a diferença de tratamento, disfarçada por matérias pontuais para sustentar suposta “isenção”.

3) Porque precisa dizer ao seu candidato (a quem considera o futuro presidente) que a FSP não é o Estado de Minas: “Tu és nosso, mas não somos tua”. É um chega pra lá preventivo em dona Andréa Neves. Só quem pode mandar na Folha é o Serra, que por sinal também deve ter sido surpreendido, pois a pauta veio de Minas.

4) Porque pretendeu fazer uma operação cirúrgica sobre um tema explosivo. Deu manchete no impresso, mas escondeu o caso na home do UOL, que é a verdadeira metralhadora da casa. Manteve o assunto em pauta, mas não foi a Montezuma. O editorial ambivalente de domingo é apenas isso: um editorial ambivalente.

O PT pode esperar por pancadaria brava daqui em diante, mas ficou no direito de reivindicar isonomia: o espaço que a FSP e o Jornal Nacional deram para Aécio Neves se defender é maior do que tudo que já se deu aos petistas acusados de qualquer coisa nos últimos tempos.


Presidente Dilma na 14ª Plenária da CUT

Abaixo algumas verdades ditas pela presidente:

“Esse apoio (dos trabalhadores) é uma honra”

“O Brasil, com a CUT, é um país que é privilegiado”

“Quando a gente olha os outros países, ficamos orgulhosos por ter uma central como a CUT”

“Eu sou de uma época que, quando o trabalhador queria lutar por direitos, ou era demitido ou era colocado na lista negra”

“O Brasil com a CUT é um país privilegiado. O Brasil, quando olhamos outros países, ficamos orgulhosos por termos a CUT”

“Esse país mudou. A CUT faz parte dessa democracia e elege o 1º operário presidente do país”

“A CUT reflete a luta do povo brasileiro na construção de um país muito mais justo”

“Não fui eleita nem serei reeleita para reduzir salário do trabalhador. Não fui eleita nem serei reeleita para desempregar. Não fui eleita nem serei reeleita para colocar nosso país de joelhos para qualquer um que seja”

“Posso não agradar a todos nem acertar toda hora, mas podem ter certeza eu não traio meus principios, meus compromissos e não traio a minha parceria. Os compromissos que eu assumi eu cumpri”

“Nós defendemos a valorização do salário mínimo no Brasil. Nós aprovamos a lei”

“A gente sabe que o Brasil foi o país que mais reduziu desigualdade e a valorização do mínimo faz parte disso”

“Vocês podem ter certeza que um dos nossos compromissos fundamentais é com a valorização do mínimo”

“Eu vou consolidar as conquistas que nós, juntos, conseguimos para o nosso país”

“Quando o Lula foi eleito pela primeira vez, nós dissemos que a esperança ia vencer o medo”

“Agora, é a verdade que tem que vencer a mentira”

“Consolidar as conquistas que nós conseguimos para o nosso país”

“Passaram mais de 2 anos falando que não ia ter Copa e que, se tivesse, ia dar errado”

“Agora nós temos que saber que é a verdade que tem que vencer o pessimismo”

Falaram até de um racionamento de energia. O que nós vimos? Que NADA disso aconteceu”

“Vejam bem, passaram mais de 2 anos falando que não ia ter Copa do mundo”

“O Brasil deu uma goleada nos pessimistas”

“Nesta eleição, vamos ter que dar uma goleada nos pessimistas”

” Meu compromisso com a valorização do mínimo é pra reduzir a pobreza e desemprego”

“Pra eles, a culpa da crise é sempre do trabalhador”

“Vamos superar a crise garantindo emprego”

“Nós temos a certeza de que tivemos muitos avanços”

“Eles, no mundo, desempregaram 60 milhões de pessoas nós vamos responder com números: nós empregamos 11 milhões e meio”

“Nós reconhecemos a importância do trabalho para a economia brasileira”

“Do 8 milhões de trabalhadores q se matricularam no Pronatec, o percentual de mulheres é 62%”

“Queremos oferecer cada vez mais oportunidade de formação para todos desse país”

“Até a pouco tempo fazer um curso técnico nesse país era muito difícil”

“Hoje estamos, lá fora, enfrentando a maior crise desde a crise de 29″

“Essa crise atingiu TODOS os países do mundo”

“O Brasil está enfrentando a crise de forma a garantir que nós sairemos dela com mais condições ainda de crescer e distribuir renda do que antes”

“É por isso que tomamos todas as medidas pra preservar a coisa mais importante que tem quando olhamos pra sociedade”

“Daí porque o emprego é a primeira coisa. A segunda coisa é a educação”

” O Pronatec é o programa dos trabalhadores do Brasil”

“Temos que cuidar das crianças e do acesso a universidade”

“Temos que olhar também para o trabalhador avulso. O senhor q tem um carrinho de pipoca também é trabalhador”

“Que é ter um médico lá no Posto de Saúde de segunda a sexta nos tratando e de forma humana”

“Agora o que é que queremos com atenção dos médicos? Todo mundo muitas vezes já precisou de um exame de laboratório”

“Vocês que são sindicalizados têm, mais chances de ser atendido por um especialista, por isso a importância de ser sindicalizado”

“Outra questão, a gente não pode adaptar direitos trabalhistas. Adaptar direitos trabalhistas mas não mesmo”

“Nós conseguimos mudar esse país. Hoje a filha do pedreiro pode virar entrar num avião”

“Com muita honra porque o lugar é seu. Não porque você está sentado ao lado de quem quer q seja, mas porque o lugar é seu”

“Tem gente q não gosta disso. Tem gente q acha que o aeroporto virou rodoviária. Nós queremos uma rodoviária muito bonita”

“Como asseguramos que o povo avance em direitos e não volte pra trás”

“Eles ficaram de joelhos diante do FMI. Deviam os olhos da cara. Hoje nós temos 10 vezes mais do que isso de crédito. Isso é uma mudança fantástica”

“Quero concluir dizendo a verdade vence a falsidade e o pessimismo quando lembramos do que aconteceu na Copa” “

“Falaram que ia ter racionamento de energia. Agora aqui em SP água pode faltar”

“Não faltar energia elétrica não é projeto, é trabalho duro”

“Tomamos todas as providências pra não faltar energia elétrica”

“Queremos uma campanha do quanto melhor, mais futuro. Quanto melhor mais saúde”

“Não faremos uma campanha pra xingar ninguém. Queremos combater o pessimismo”



O massacre em Gaza e a retórica da auto defesa

Esta não é, nem de longe, a primeira edição do massacre promovido por Israel em Gaza. Desde 2000, as forças israelenses mataram por volta de 4 mil palestinos e feriram outros 20 mil, mas isso quase nunca é mencionado nas reportagens sobre o assunto

Apesar das centenas de mortes (30% de crianças) e dos milhares de feridos que aumentam a cada dia, após a intensificação dos ataques por terra, mar e água das Forças Militares de Israel contra Gaza (prisão a céu aberto), o que mais se ouve é que Israel tem o direito de se defender. Ou então as atitudes se assemelham ao estilo da diplomacia brasileira, que condenou o “ataque desproporcional” à Faixa de Gaza e diz apoiar os direitos dos palestinos, mas intensificou o seu comércio e ações de cooperação militar com Israel nos últimos anos.

A versão espalhada por Israel, e prontamente incorporada pela grande mídia, é a de que o “novo ciclo de violência” teve inicio com o sequestro que culminou na morte de três jovens judeus. Mas como há cidadãos em Israel comprometidos com os direitos humanos e com a verdade, descobriu-se que o governo israelense segurou a informação de que os jovens judeus sequestrados já estavam mortos. O primeiro-ministro Netanyahu deu ordens para que o serviço de inteligência escondesse a noticia e divulgasse ao público que Israel estava “agindo no pressuposto de que eles estivessem vivos”. Uma mentira para prolongar o estado de incerteza em relação aos jovens com o objetivo de induzir o sentimento de vingança, além de justificar ação de busca em milhares de casas, prendendo e interrogando (varias denúncias de tortura) centenas de pessoas.

De repente, sem apresentar nenhuma prova, o porta-voz do Exército israelense, brigadeiro-general Moti Almoz, aparece num programa de rádio declarando: “Fomos instruídos pelo escalão político para atacar duramente o Hamas”. E assim tiveram início os ataques em Gaza, numa clara demonstração de punição coletiva a todos os palestinos naquele território.

Ora, dirão alguns que o cenário atual não difere em nada do que acontece há muito tempo. Sim, tem todo sentido a irritação do jornalista inglês Robert Fisk quando este lembra que, desde 2000, as forças israelenses mataram por volta de 4 mil palestinos e feriram outros 20 mil, e que quase não se faz menção a isso nas inúmeras reportagens que lemos sobre o mais recente massacre em Gaza.

De certa forma sim, é bem semelhante, mas agora nota-se uma vigorosa e orquestrada estratégia de mídia que pode ser encontrada em documento elaborado (The Israel Project’s 2009 Global Language Dictionary) após a guerra de Gaza de 2008, cujo objetivo principal é orientar os partidários das ações de militares de Israel a usar certas perguntas, palavras e frases com a intenção de ganhar os corações e mentes do público. Um código de conduta que nos ensina a desviar a atenção, ou mesmo justificar, os mortos, feridos e desabrigados palestinos.

Reparem que vocês vão encontrar, de uma forma geral, essas orientações tanto em declarações diplomáticas de vários governos, em textos de analistas e jornalistas, como também nos debates nas redes sociais.

Frank Luntz, um sionista republicano, foi encarregado por líderes políticos dos EUA e de Israel de preparar um guia de mídia (media guide) a fim de neutralizar os críticos do uso da força por parte de Israel e, ao mesmo tempo, promover a imagem de país agredido na mídia. No texto constam as palavras e frases que “funcionam” e as que não funcionam quando a mensagem de justificativa do uso da força se dirige à opinião pública ocidental. Vejam alguns exemplos: “os norte-americanos concordam que Israel tem o direito de defender suas fronteiras. Mas evite tentar definir como as fronteiras deveriam ser… não faça referência às fronteiras antes ou depois de 1967, pois isso só serve para lembrá-los da história militar de Israel”.

O guia chama atenção aos detalhes que terão impactos significativos para ganhar o apoio do público. Preste a atenção, diz o manual, que é bem diferente afirmar que “Israel não deve bombardear Gaza” do que dizer “Israel não deve ser forçado a uma situação na qual terá que bombardear Gaza”. Notem que a construção da frase tem o objetivo de mostrar que Israel tem por objetivo a paz e, portanto, se reage com o uso da força, é porque não há alternativa possível diante de um inimigo que só deseja a guerra (veja).

Da mesma forma, o manual solicita, novamente, atenção quando vai se referir ao Hamas e seus foguetes. Não diga que o Hamas “dispara aleatoriamente contra Israel”. A palavra chave é “deliberada”. Diga “Hamas deliberadamente lança foguetes contra cidades israelenses, comunidades e populações civis”. Além disso, o guia indica que você deve “pintar um quadro vívido de como é a vida de civis israelenses sob a constante ameaça de ataque de foguetes”. Sugere ainda algumas perguntas que induzem a pessoa a não ter outra alternativa a não ser consentir com o que Israel faz. “Imagine se milhares de foguetes fossem disparados em sua comunidade todos os dias e todas as noites. O que seu país deveria fazer? O que você deveria fazer? Não temos o dever de proteger os nossos cidadãos?”.

O manual alerta que não se deve entrar nos debates sobre proporcionalidade ou ações preventivas – em vez disso, use outra palavra, mais importante para o público, que gera imensa credibilidade: Paz. Tente promover empatia: “Toda a vida humana é preciosa. Entendemos que a perda de uma vida palestina inocente é tão trágica como a perda de uma vida israelense”; admita que “a ação de Israel nem sempre é bem sucedida em impedir mortes de civis”; mencione que Israel está “comprometido a fazer tudo ao nosso alcance para a prevenção de mortes de civis.”

Já ouviu ou leu algo parecido com isso? Acredito que sim. Do presidente dos EUA ao blogueiro especialista, a cartilha é seguida, às vezes de forma sutil, em outras nem tanto. Notem que o manual abomina o bom senso e o contexto histórico. Experimente fazer algumas perguntas.

Afirmação repetida ad nauseam: Israel tem o direito de se defender. Perguntas: alguém disse algo em contrário? É um direito de Israel, ou é de todos os povos e nações, incluindo os palestinos? Alguma vez Israel foi impedido de realizar esse direito? Ora, se não há nenhum sentido nessa pergunta, por que ela é feita?

Sem os fatos, a propaganda nos induz a elaborar hipóteses a respeito das supostas intencionalidades, sem imputar as responsabilidades políticas a quem criou um ambiente propício à violência. Os jornalistas não deveriam partir de fatos estabelecidos? A Palestina é um território ocupado? Gaza está sitiada? São fatos verificáveis. É possível analisar qualquer acontecimento separadamente de uma das formas mais violentas de domínio político e econômico que é a ocupação? Ocupação refere-se às questões relacionadas a muçulmanos, judeus e árabes ou é um modelo de dominação histórica que independe de questões étnicas ou religiosas?

Sejamos francos, é possível delimitar com precisão quando teve início o “novo ciclo de violência”? Foi com o ato de terror que culminou na morte de três jovens judeus, ou quando dois adolescentes palestinos foram assassinados por franco-atiradores israelenses no dia de Nakba? Ou, ainda, com os 19 palestinos mortos pelo exército israelense nos três primeiros meses de 2014?

Parafraseando Eliot, é forçoso reconhecer que, depois de percorrer todo esse tenebroso caminho com milhares de mortos, feridos e refugiados, deveríamos voltar ao inicio, quando tudo começou, como se fosse a primeira vez. Esse início chama-se OCUPAÇÃO, que foi muito bem ilustrado por Robert Fisk abordando o recente episódio.

“Os israelenses de Sderot estão recebendo tiros de rojões dos palestinos de Gaza, e agora os palestinos estão sendo bombardeados com bombas de fósforo e de fragmentação pelos israelenses. É. Mas como e por que há hoje 1 milhão e meio de palestinos apertados naquela estreita Faixa de Gaza?”.

Reginaldo Nasser - professor do curso de Relações Internacionais da PUC-SP e do programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP). Mantém o blogue “As palavras e as coisas” no Portal Fórum.



Clarice Lispector

Não aceito meio termo

Tenho cabeça, coração e me respeito.
Acredito em sonhos, não em utopia.
Mas quando sonho, sonho alto.
Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente.
Sou isso hoje, amanhã já me reinventei.
Sou complexa, sou mistura.
Me perco, me procuro e me acho.
E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar.
Não me doo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor.
Ou sou tudo ou sou nada.
Não suporto meio termos.



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ADDICTUS ON LINE NARCÓTICOS NÃO ANÔNIMOS PREVENÇÃO ÀS DROGAS.

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Fernando Brito: no Brasil da direita, a culpa é da vítima

Aécio Neves diz que o Aeroporto de Cláudio só é usado por ele porque a ANAC não o homologou, mesmo que isso tenha ocorrido por falta de documentos e porque a pista fica sob o controle de sua família.
Reinaldo Azevedo escreve que o racionamento de água em São Paulo vai ocorrer por causa de Alexandre Padilha e do Ministério Público Federal, embora quem o diga necessário sejam os especialistas da Unicamp.
O Santander lucra aqui R$ 1,2 bilhão (líquidos, já sem os impostos que quase não pagam) em seis meses, quase 30% do que ganha em todo o mundo, mas se acha no direito de dizer que o Brasil vai de mal a pior.
Só de abril a junho, o Santander no Brasil teve lucro líquido de R$ 527,5 milhões no segundo trimestre, alta de 5,35% em relação ao mesmo período do ano passado.
A coisa anda “tão ruim” para os bancos que o Bradesco divulgou hoje um lucro líquido de R$ 3,8 bilhões no 2° trimestre, quase 30% maior que o do ano passado. E sem emprestar mais, o que deveria ser a origem dos lucros de um banco.
A Argentina vinha pagando religiosamente sua dívida, mas um juiz de bairro decide que os que especularam com seus títulos, os fundos abutres, devem ter prioridade para receber o fruto de sua esperteza. E, em lugar de uma indignação contra isso, dizem que Cristina Kirchner “dá o calote” nos credores.
As empresas se queixam da demanda fraca mas contabilizam lucros recordes “vendendo menos”.
Estão todos “indignados”, os pobres coitados.
E nada disso é polemizado, porque são verdades absolutas, imperiais.
Nunca se viu um caos econômico tão lucrativo assim.



Flip 2014

10 frases de Millôr Fernandes o homenageado desta edição

1 - Se você não tem dúvida é porque está mal informado.
2 - Todo homem nasce original e morre plágio.
3 - Desconfio de todo idealista que lucra com seu ideal.
4 - Fobia é um medo com PhD.
5 - Quem confunde liberdade de pensamento com liberdade é porque nunca pensou em nada.
6 - Baiano só tem pânico no dia seguinte.
7 - Nunca conheci ninguém podre de rico. Mas já vi milhares de pessoas podres de podre.
8 - O homem é o câncer da natureza.
9 - Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos muito bem.
10 - Para bom entendedor meia palavra basta. Entendeu ...ecil?



Com Dilma, as menores taxas de desemprego da história do Brasil

" O desemprego - no Brasil - está tão baixo, que até Dunga e Felipão conseguiram emprego". Zé Simão

Sobe o comando da presidente Dilma Roussef, o Brasil tem registrado os menores índices de desemprego da história. Em dezembro do ano passado, a taxa foi de apenas 4,3%, a menor de todos os tempos. Atualmente, o desemprego no Brasil é inferior ao da maioria dos países economicamente desenvolvidos.

Enquanto o resto do mundo ainda amarga os efeitos da crise econômica internacional, com recessão e desemprego em vários países, o Brasil segue abrindo novos postos de trabalho.

A crise, iniciada em 2008, já ceifou mais 60 milhões de empregos em todo o planeta, enquanto aqui, no mesmo período, mais de 11 milhões de novas vagas de trabalho foram abertas.

Apenas durante o mandato da Presidenta Dilma, foram criados mais de 5 milhões de empregos com carteira assinada segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).


Economia e política

Inflação em queda é o pior pesadelo dos tucanos

por Fernando Brito - Tijolaço

Não é só com o aeroporto que a cúpula da campanha de Aécio Neves está preocupada.
A continuidade da tendência de queda dos índices de inflação, apesar do terrorismo diário dos jornais (a capa de O Globo, hoje, é um primor), vai eriçando as penas do tucanato.
A queda anunciada hoje pela Fundação Getúlio Vargas - deflação de 0,61% – é o dobro do que os -0,3% previstos pelo “mercado” no último Boletim Focus, uma publicação do Banco Central que se assemelha à cartinha do Santander.
Mais do que a queda, a terceira seguida – assusta o tucanato que tenha continuado a acontecer – o IGP do 2°  decêndio, fechado 10 dias antes, tinha registrado queda de 0,51% – e, sobretudo, que siga firme a queda no índice de preços ao consumidor, que caiu à metade em relação ao mês passado.
É um “terror”, porque a continuidade é que gera a percepção pública de que a alta dos preços “sossegou”, o que é seu mais importante termômetro de avaliação da economia, num quadro de desemprego baixo como o que temos.
Semana que vem, o IBGE divulga o IPCA, que deve ficar em torno de 0,15% e só não vai praticamente “zerar” por conta do brutal reajuste das tarifas elétricas, “cortesia” da Aneel que acredita na “petição de miséria” alardeada pelas geradoras, que choram  os lucros que previam com estiagem.
Uma delas, a Tratecbel, lucrou “apenas” R$ 73 milhões no segundo trimestre porque “guardou” energia para vender na segunda parte do ano, esperando preços mais altos.  É, como se lembram os mais velhos como eu, aquela história do “boi no pasto”.
Boi elétrico, claro.
A essa hora, no alto comissariado tucano para a economia, todas as esperanças se concentram numa mulher.
E claro que não é a Dilma, mas Janet Yellen, chefona do Federal Reserve americano.
Torcem para ela voltar atrás e retirar de uma vez só os estímulos à liquidez (conhecidos como “quantitative easing”) da política monetária americana e provoquem uma corrida – improvável – dos capitais aplicados aqui.
O FMI, sempre porta-voz dos interesses do capital financeiro, voltou com a lenga-lenga dos “cinco frágeis”.
A reação do governo brasileiro à essa história se explica como um recado na base do “não vem que não tem” para o Fundo.
Até porque, agora, no campo financeiro, a aliança dos Brics engrossou nossa voz.



5 motivos para COMPRAR o Nexus 5

Olhar Digital

Veja seis coisas interessantes com impressão 3D


Impressão 3D não é um assunto novo, mas os altos preços das impressoras - a partir de R$ 3 mil - retardam sua popularização. Enquanto isso, seu uso é experimentado em diversos segmentos e tem produzido façanhas da medicina à gastronomia

Nesta terça-feira, as empresas Autodesk, Stratasys e Anacom demonstraram, em São Paulo, possibilidades interessantes de se criar objetos comuns a partir de máquinas 3D. Confira abaixo alguns exemplos "nascidos" em uma impressora de nível industrial Objet 260.

1) Bonecos e estátuas
Note que este soldado de Halo não tem nenhuma peça móvel: ele saiu da impressora exatamente deste jeito.

Reprodução

Lembram do Abe, de Oddworld? Olha ele aí!

Reprodução

Como você pode ver, o nível de resolução das impressoras está bom o suficiente para fazer verdadeiras obras de arte. (Não sabemos quem arrancou a orelha do Batman, mas suspeitamos que tenham utilizado o machado ao lado).

Reprodução

2) Peças para itens do dia a dia

Este chuveiro foi impresso com três materiais diferentes (um para a saída de água, um para o tubo e um flexível, para a mangueira interna)

Reprodução

3) Protótipos de produtos

Os óculos abaixo foram completamente produzidos na impressora, em versões com materiais de diferentes níveis de rigidez, e utilizado em testes para que usuários determinassem qual o modelo mais confortável.

Reprodução

4) Modelos médicos

Sabe aquele molde chato de dentistas que enche sua boca com gosma e exige que você espere que ela seque? Olha ele ali, impresso em 3D depois de uma tomografia computadorizada! E aquela radiografia que parece impossível de ser lida por qualquer um, exceto o médico? Que tal um modelo 3D, transparente, que mostra exatamente onde seu osso está quebrado? A impressão 3D pode ajudar tanto pacientes quanto médicos a entenderem melhor as doenças de que sofrem (ou tratam).

Reprodução

5) Correntes de bicicleta

Não recomendamos que você use uma corrente de bicicletas impressa em 3D na sua magrela, já que ela é feita de resina não muito resistente. Mas é interessante saber que é possível imprimir um item cheio de pequenas peças de uma vez, sem que seja necessário montá-lo.

Reprodução


6) Essa coisa aqui

Esse cubo com engrenagens não serve para muita coisa, mas é legal. Também foi impresso diretamente assim, sem que tenha sido necessário montar o brinquedo, mostrando que mesmo coisas complexas com engrenagens podem sair prontas de uma impressora 3D.