A taxa nacional de mortalidade infantil, que traduz o número de óbitos por grupo de mil nascidos vivos, caiu de 31,7 para 22,5 entre 1999 e 2009, informa a Síntese de Indicadores Sociais divulgada ontem pelo IBGE. No ano passado, a menor taxa de mortalidade infantil foi identificada no Rio Grande do Sul; a mais elevada, em Alagoas.
Baseada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do ano passado, a Síntese de Indicadores Sociais expõe um raio-x das condições de vida da população nos dez anos completados em 2009. E revela importantes avanços.
A esperança de vida ao nascer aumentou mais de três anos: era de 70 anos, em 1999, e passou a 73,1, em média, no ano passado. Entre as mulheres a expectativa passou de menos de 74 para 77 anos, enquanto para os homens aumentou de pouco mais de 66 para quase 70 anos.
Entre 1999 e 2009, a proporção de idosos na população nacional aumentou, enquanto a parcela de crianças e adolescentes diminuiu. Os brasileiros com mais de 60 anos formavam 9,1% da população, em 1999, e passaram a ser 11,3%, em 2009.
O Brasil ganhou mais sete milhões de idosos. Enquanto isso, a proporção de crianças e adolescentes de até 19 anos de idade na população caiu de mais de 40%, em 1999, para menos de 33% em 2009.
O estudo do IBGE mostra também que as mulheres decidiram ter menos filhos. Mas o número varia de acordo com o grau de instrução da mãe: as mulheres que passaram menos tempo na escola têm quase o dobro de filhos em relação às mulheres com oito anos ou mais de estudo. Além de terem menos filhos, as mulheres com mais instrução eram mães um pouco mais tarde e evitavam mais a gravidez na adolescência. As menores taxas de fecundidade foram identificadas nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais; as maiores, no Acre e no Amapá.
Menos tempo na escola, aponta o trabalho do IBGE, significa mais tempo na fila do desemprego. Há vagas para quem tem o ensino médio completo, mas faltam trabalhadores com esse perfil. Segundo o instituto, menos de 40% dos jovens concluíram o ensino médio.
O brasileiro passa cerca de 7 anos da vida na escola, tempo insuficiente para terminar o ensino fundamental.
O estudo também revelou que os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, representam cerca de 28% do que ganham as famílias mais pobres.
MENOS MORTE ANTES DOS CINCO ANOS
A redução da mortalidade infantil no Brasil, apontada pelo IBGE, foi destacada ontem também em relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sobre a morte de crianças com menos de 5 anos de idade. O documento diz que, em todo o mundo, o número de crianças mortas com menos de cinco anos, para cada grupo de mil nascidos vivos, foi reduzido de 12,4 milhões, em 1990, para 89,1 milhões, no ano passado. No Brasil a redução foi de 196.000 para 61.000.
O Unicef adverte, no entanto, que aproximadamente 22.000 crianças com menos de 5 anos ainda morrem a cada dia no mundo. Pelo menos 70% delas têm menos de um ano de idade.
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