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Blog do Charles Bakalarczyk: Homofobia e pecado

Blog do Charles Bakalarczyk: Homofobia e pecado: "Setores religiosos estimulam o preconceito contra homossexuais Em tempos que a própria mídia impunemente reforça preconceitos (ver aqui), o ..."

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Não vamos nos iludir

Reunião do G-20 encerrada em Seul (Coréia do Sul) - a última do ano - não há como esperar mais. Agora o Brasil, a exemplo dos outros países (veja nota) precisa mais do que nunca ter como prioridade número 1 a questão cambial e comercial, suas contas externas e a valorização do real.

Esta é a primeira grande tarefa do novo governo que assume dia 1º de janeiro, chefiado pela presidenta Dilma Rousseff (PT). Há, inclusive, a possibilidade da retomada, num quadro melhor, das negociações da Rodada Doha, interrompidas desde 2008 com a eclosão da crise financeira global.

"Nós chegamos à conclusão de que é preciso retomar as negociações (Doha), sentar à mesa, começar a discutir a partir de onde nós paramos. Não temos que começar do zero, nós já avançamos muito", disse o presidente Lula no balanço de seu encontro - e da presidenta eleita, Dilma Rousseff - com os líderes e chefes de Estado e de governo das outras 19 nações e blocos que compõem o G-20.

Ninguém vai sair da crise sozinho

Há ainda, o fato, como bem destacou o presidente da República, de que a "situação no Brasil é privilegiada", pois apenas este ano, deverão ser gerados aproximadamente 2,5 milhões de empregos e o país vive as menores taxas de desemprego da série histórica.

"Já na Europa e nos Estados Unidos o desemprego é muito grande. Nós compreendemos a preocupação dos presidentes dos países europeus e, também, dos EUA, mas nós não podemos ser prejudicados por isso", ponderou o presidente Lula.

Assim, não vamos nos iludir, não tem porque: se a situação (de guerra cambial) mundial se agravar, a exemplo de 2008-2009 como fizemos na crise financeira global, o Brasil terá que tomar medidas extraordinárias para assegurar a continuidade de seu crescimento e da criação de emprego e renda, defender sua economia e nossos interesses nacionais.

Claro, terá de fazê-lo - pelo menos, é o ideal - de comum acordo com os países da região, com nossos parceiros sulamericanos e latinoamericanos, além de  potencializar nossa voz e presença nos organismos internacionais. Ninguém, nenhum país pode ou deve tentar isoladamente, porque ninguém sai sozinho desta crise.

Boletim do Zé Dirceu


Roubo no Panamericano

O Brasil é o país das facilidades.
Esse escândalo do Banco PanAmericano, controlado por Sílvio Santos, é mais um dos muitos episódios que demonstram essa triste realidade. Os auditores do Banco Central, que estão analisando a documentação, encontraram os primeiros rastros de desvio de dinheiro por parte dos executivos da operadora de cartão de crédito. O Pan Americano apresentou um buraco de R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 400 milhões da empresa de cartão de crédito da instituição, que foram desviados pelos executivos da cúpula do banco.

"Foi um baita susto. Como o Banco Central estava há três semanas em meu banco e não me informam de nada?" , Sílvio Santos

Artifícios
A investigação dos auditores do Banco Central detectou dois tipos de artifícios a que recorreram os executivos que usavam os cartões de crédito de clientes para desviar o dinheiro do banco. Um deles é a manipulação dos saldos, o outro a criação de cartões-fantasma, ou seja, o cliente era fictício. O primeiro era o mais utilizado. Um cliente do Pan Americano que gastou R$ 1.000, em um mês, pagava R$ 200 e financiava o saldo em prestações, o chamado crédito rotativo. Ao invés de registrar o saldo de R$ 800, os executivos dobravam o valor em operação fictícia.

Desvios
Pagávamos R$ 1.000,00 aos comerciantes onde os clientes fizeram a compra imaginada e desviavam os R$ 600 que sobravam. Os dirigentes do Pan Americano se negam a reconhecer os desvios, sustentando que "as inconsistências contábeis estão sendo alvo de apuração por parte das autoridades competentes e os valores necessários à sua regularização foram aportados pelo controlador". Fraudes grosseiras foram constatadas, semelhantes às usadas no falido Banco Nacional, que quebrou em 1995 - desvios feitos a partir de créditos inventados.

Cartões
Os desvios ocorrem a partir dos cartões de crédito porque, segundo o advogado Jairo Saddi, um grande especialista em legislação bancária, o Banco Central controla a contabilidade dos bancos, mas não exerce nenhum tipo de fiscalização sobre a operação dos cartões de crédito. Isso porque, consoante os termos da legislação brasileira, cartão de crédito configura uma operação mercantil, e não financeira. "As fraudes ocorrem em áreas onde não há controle" - diz o advogado. Nos Estados Unidos e na Europa os cartões de crédito são fiscalizados pelos bancos centrais.

Estímulo
Explica o advogado Jairo Saddi que, no Brasil, as empresas de cartões de crédito são consideradas instituições financeiras só para efeito de questões de sigilo bancário, mas não estão incluídas nesse rol para a fiscalização do Banco Central. A ausência de fiscalização nas empresas de cartões de crédito, diz o especialista em legislação bancária, constitui um estímulo para a manipulação de fraudes. "Empresa de cartão de crédito precisa ser equiparada às instituições financeiras e fiscalizada pelo Banco Central" - defende o advogado Jairo Saddi.
Tarcísio Holanda

Partidos pensam em fazer um giro. Estão fazendo um jiral

Sobre a formação de um mega bloco parlamentar a ser criado pelo PMDB, PTB, PR, PP e PSC, a presidente observou:
" Para equilibrar o governo é importante fortalecer os partidos aliados que estiverem mais fracos no parlamento".

Traduzindo:
PT e PSB terão mais espaços na esplanada dos ministérios. Além da cota pessoal da presidente também crescer.

As cobras e os cobras do PMDB que se cuidem.


A verdade e a Lenda

Interpretem como quiserem...


O fim de semana prolongado  pelo feriado, mais a chuva, ensejaram a muita gente ficar em casa  diante da telinha,  buscando filmes antigos. Dos inscritos na galeria das obras-primas, passou "O Homem Que Matou O Fascínora", de John Ford. A história é de um  jovem advogado que vai para o interior disposto a fazer valer a lei contra a truculência, interpretado por James Stewart. Perseguido por um bandidaço,  Lee Marvin,  o mocinho foi protegido por um campeão da lei, John Wayne, de quem acaba roubando a namorada.  Décadas depois, por haver enfrentado e matado o mau caráter num duelo, mesmo sem saber atirar, e tendo-se tornado por isso deputado, senador e duas vezes governador   do estado, Stewart  volta à cidadezinha para o enterro de Wayne, que morreu de velho. Lá, resolve contar a um  jornalista a verdadeira história: ele não era herói coisa nenhuma,  muito menos havia matado Lee Marvin. Quem fizera isso fora John Wayne, escondido do outro lado da rua.


No final, o jornalista rasga as anotações e conclui:

"Quando a verdade prejudica a lenda, mantenha-se a lenda."

Carlos Chagas

A Veja não pensa que seus assinantes são idiotas...


Ela tem certeza!
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A sucessora de Irmã Dulce

Maria Rita Pontes, sobrinha da religiosa prestes a ser beatificada, administra uma entidade que responde por 49% dos atendimentos médicos da capital baiana

Pequena e de aparência frágil, a freira baiana que adotou o nome de Irmã Dulce (1914-1992) sabia impor suas vontades. Foi combinando delicadeza e persistência que ela demoveu os pais da ideia de vê-la casada e ingressou ainda muito jovem na vida religiosa. Foram essas mesmas qualidades empreendedoras que a levaram a criar na Bahia, há pouco mais de 50 anos, um dos maiores e mais respeitados trabalhos filantrópicos do país, as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). Com jeito manso, sem imposições, Irmã Dulce também apontou sua sucessora: a sobrinha Maria Rita Pontes, hoje com 53 anos.

Assim como a tia, que também se chamava Maria Rita, a atual superintendente da Osid havia traçado planos para si diferentes daqueles imaginados pela família. Mas sentiu-se impelida a abandonar a carreira de jornalista quando um problema respiratório crônico de Irmã Dulce se agravou, em 1991. Aí a sobrinha deixou o emprego de jornalista no Rio de Janeiro e passou para a linha de frente da Osid, em Salvador. De lá para cá, ela tem estado ali, e as obras sociais não pararam de crescer. De 180 mil atendimentos em 1992, ano em que Irmã Dulce morreu, a Osid passou para mais de 5 milhões em 2009. 

Os voluntários, que eram apenas 21, hoje são 240, que se somam aos 3.850 funcionários das 17 unidades administradas pela instituição. 
Antes de morrer, Irmã Dulce guardara num cofre uma carta testamento, informal, contendo uma lista tríplice com nomes que poderiam lhe suceder no trabalho. 
A sobrinha encabeçava a lista. 
O segundo nome era de Dulce Lopes Pontes, mãe de Maria Rita, também já morta. 
O terceiro, de uma meia-irmã da freira. A escolhida considerava a missão grande e pesada demais. E não pretendia abrir mão de sua vida pessoal. Preocupada com a sucessão, Irmã Dulce chegou a oferecer a gestão das obras a Madre Tereza de Calcutá, que declinou do pedido, assim como a Igreja Católica. 

“Foi uma decisão difícil, mas não tive escolha”, afirma Maria Rita. “Já estava muita envolvida com a obra e não podia deixar Irmã Dulce.”
Marcio Lima
AMAR E SERVIR
Maria Rita na capela das Obras Sociais criadas pela tia. Sob sua gestão, os atendimentos passaram de 5 milhões por ano.
 
Passados 18 anos de sua decisão, ela diz que não se arrepende. Sente-se realizada, embora quase não tenha vida pessoal. Mantém o celular ligado 24 horas e tem uma agenda repleta, às vezes imprevisível. 

“É uma vida integralmente dedicada a essa missão”, afirma. 

Desde que assumiu a Osid, Maria Rita tem profissionalizado a gestão. 

Há planejamento e metas, além de contratos com o Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do qual a Osid administra hospitais e clínicas que respondem por 49% da assistência de saúde da capital baiana. 

A parte do orçamento que não é coberta pelo SUS (cerca de 10%) é obtida por doações de pessoas físicas e jurídicas e da venda de lembrancinhas e produtos de panificação produzidos na unidade de Simões Filho, cidade vizinha a Salvador onde funciona o braço educacional da obra. Ela atende 800 crianças e adolescentes com ensino fundamental e cursos profissionalizantes.

“Irmã Dulce saía tirando pessoas das ruas e abrigando-as por todos os cantos, às vezes até no necrotério”, afirma Maria Rita. 

“Ela dizia que era melhor ficar ali, recebendo ajuda, que morrendo nas ruas.” 

Hoje, mesmo estruturada, a organização continua movida pelo espírito de Irmã Dulce, e não fecha a porta a quem quer que seja.

“Se não tivermos um leito disponível, buscamos outro encaminhamento. Embora o tipo de gestão seja outro, não poderemos perder de vista a filosofia e os valores da obra, cuja missão é amar e servir”, diz Maria Rita.

No Bairro de Roma, na Cidade Baixa, em Salvador, onde fica a sede da Osid com seus 33.000 metros quadrados de área construída, há 15 núcleos de assistência médica e social, entre eles o Hospital Santo Antonio e um hospital infantil. 

A Osid ainda administra dois centros de saúde municipais em Salvador, em parceria com a prefeitura, e três hospitais estaduais, um na capital e outros dois nos municípios de Barreiras e Santa Rita de Cássia.
  Reprodução
“Por falta de recursos, não fazemos um bom investimento desde o ano 2000”, queixa-se Maria Rita, que pretende construir um centro de Hemoterapia e Nefrologia e aumentar a unidade de assistência em oncologia, oferecendo também radioterapia, além da quimioterapia. 

Em outubro de 2009, numa viagem a Salvador que teve o objetivo declarado de agradecer ao Senhor do Bonfim pela ajuda no tratamento de um câncer no sistema linfático, a então pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, visitou a unidade de oncologia da Osid. Em rápida conversa com Maria Rita, Dilma teria se comprometido a ajudar na ampliação.

“Estamos contando com essa ajuda”, diz a mulher que herdou a terna teimosia da tia.

Maria Rita já planeja os caminhos que a obra deverá seguir no momento em que ela própria tiver de reduzir o ritmo de trabalho. Para ela, a beatificação de Irmã Dulce vai funcionar como garantia de perenidade da obra. 

“A beatificação dará muita serenidade ao Conselho Administrativo em relação ao futuro da Osid.” 

Na visão de Maria Rita, as obras ganharão maior visibilidade no Brasil e no mundo assim que Bento XVI anunciar a santidade de Irmã Dulce. 

O primeiro passo já foi dado pelo Vaticano, que no final de outubro reconheceu um milagre atribuído à freira baiana. Segundo dom Geraldo Majella Agnelo, cardeal arcebispo da Bahia e arcebispo primaz do Brasil, a beatificação deverá acontecer até o Natal.
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Agora pobre voa

Como ficam as tradições da república brasileira?...
Como meu voto valer tanto quanto o de um nordestino?...
Prioridade na reforma política é voto valer de acordo com a renda...

E as tradições da república brasileira

Voto proporcional a renda é prioridade na reforma política do Marco Adnet

Facebook - Tudo em hum

Enquanto os rumores apontavam que a empresa lançaria um serviço para matar o Gmail, Zuckerberg apresentou um sistema integrado de comunicação

Muitos esperavam que o Facebook lançasse um serviço de correio eletrônico, mas o presidente da empresa, Mark Zuckerberg, afirmou que o lançamento de ontem é mais do que isso. A maior rede social do mundo apresentou um sistema unificado de mensagens, que une e-mail e comunicação instantânea, para fazer frente aos serviços populares de correio eletrônico do Google, do Yahoo e da Microsoft.

rumores que circulavam na internet diziam que o Facebook lançaria um "matador do Gmail" (serviço do Google). Zuckerberg confirmou que o novo sistema permitirá que as pessoas tenham endereços "facebook.com", mas acrescentou que incluirá também mensagens instantâneas e via celular.

"Este não é um matador de e-mail", disse Zuckerberg, durante evento no hotel St. Regis, em San Francisco. "É um sistema de mensagens que inclui o correio eletrônico como um de seus componentes." Ele disse que mais de 350 milhões, dos 500 milhões de usuários do Facebook, atualmente enviam e recebem mensagens no web site, mas não acredita que o e-mail será sistema vencedor de comunicação no futuro.

Zuckerberg afirmou que, apesar de o correio eletrônico não estar ficando para trás imediatamente, mais e mais pessoas passarão a usar serviços que integram várias plataformas, como o Facebook. Mais de 4 bilhões de mensagens são enviadas todos os dias pela rede social.

Alguns usuários do Facebook foram convidados a testar o serviço a partir de ontem e, nos próximos meses, ele estará disponível para todos os participantes da rede social. Andrew Bosworth, diretor de engenharia do Facebook, disse que 15 engenheiros trabalharam no projeto, durante 15 meses.

Entre as funcionalidades do novo serviço, estão uma caixa de entrada para os amigos do usuário e seus contatos no Facebook e outra para e-mail e mensagens. A rivalidade entre o Facebook e o Google deve ter um papel central na definição do futuro da internet. O setor de tecnologia acompanha de perto a briga das duas empresas pelo tempo dos usuários de internet, por receita publicitária e pelos profissionais de talento no Vale do Silício.

Futuro. Os primeiros sistemas de e-mail pela internet foram lançados no começo da década de 1970. "Se fizermos um bom trabalho, algumas pessoas dirão que esta será a forma de comunicação que funcionará no futuro", disse Zuckerberg sobre o "Projeto Titan", como foi apelidado o serviço durante o desenvolvimento.

O presidente do Facebook apontou que estudantes do ensino médio estão deixando de usar o correio eletrônico, preferindo serviços de bate-papo, mais imediatos e com mensagens mais curtas, porque eles são mais simples, "mais divertidos" e por oferecerem mais valor a quem usa.

Apesar de o e-mail ainda ser a principal forma de comunicação de adultos mais velhos, estudos recentes apontam que esse não é o caso dos jovens. As mensagens via celular ultrapassaram os contatos face a face, o e-mail, os telefonemas e os sistemas de mensagens instantâneas como a principal forma de comunicação dos adolescentes nos Estados Unidos, segundo a Pew Internet & American Life Project.

O correio eletrônico era a forma de comunicação menos usada entre os adolescentes. Somente 11% deles usavam e-mail todos os dias para interagir com seus amigos, comparados a 54% que enviavam mensagens via celular todos os dias e 30% que usavam telefones fixos.

Mudança. Atualmente, o Facebook só permite a comunicação entre pessoas inscritas na rede. O lançamento de ontem permitirá a troca de mensagens com quem não está no Facebook.

Com 500 milhões de usuários, o Facebook alcança mais pessoas que o Hotmail, da Microsoft, com 361 milhões de contas; que o Yahoo Mail, com 273 milhões; e que o Gmail, do Google, com 193 milhões, segundo a consultoria ComScore.

As tentativas do Google de lançar serviços que seriam o futuro do e-mail não tiveram o sucesso esperado. O Google Wave acabou cancelado e o Google Buzz recebeu críticas de que desrespeitava a privacidade dos usuários. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presente dos desastres


Depois de enfrentar quedas de Dirceu e de Palocci, Lula se despede com registro de êxitos sem precedentes

O governo Lula é uma sucessão de fatos inesperados, mas dois deles têm a dimensão extraordinária das mágicas do acaso. É à inversão imprevista de duas derrotas brutais, com tudo para arrasarem sua imagem e o governo, que Lula vai se despedindo da Presidência com o registro de êxitos sem precedente entre seus antecessores todos. E mesmo como um caso especial no mundo.

O mensalão foi um canhonaço que destroçou muito mais do que a aparelhagem executiva da Presidência e, com ela, o braço de operações montado sobre a leviandade da direção petista. O mensalão pôs em ruína, também, toda estratégia e o plano de configuração do poder que deveria executá-la.

Nesse poder, o papel de regente do Executivo dividiu-se, quase definidamente por setores, entre José Dirceu, Antonio Palocci e Henrique Meirelles. Mas o maestro político era José Dirceu, só ele. Ao Lula que então se viu coube reter-se no seu já comprovado talento: mobilizar parcelas sucessivas da opinião pública, o jogo de cena, as viagens e a presença em eventos que ocupassem o tempo presidencial.

Era um Lula distante da ação política e do trânsito de políticos, comum para presidentes. Com muitas evidências de insegurança e de alheamento às coisas de governo, incapaz de enfrentar uma entrevista coletiva e mesmo algo menor que não estivesse arranjado.

A saída de José Dirceu de suas funções no plano e no Gabinete Civil era tão impensável, antes de forçada pelo mensalão, que não houve ideia alguma para preencher o vácuo no seu aspecto essencial, que era a ação política do governo.

Aumentados os seus temores de que novos tropeços, mesmo que menores, atingissem sua continuidade como presidente, restou a Lula improvisar ele próprio o comando e a execução das ações políticas do governo. Tateante, cedendo muito mais do que o necessário, fazendo dívidas precipitadas sem escolher os políticos credores, Lula perdeu muito, mas com o tempo ganhou tarimba e segurança, suficientes para o necessário sem brilho. Até que sobreveio a segunda explosão, onde menos seria esperável.

O escândalo de Antonio Palocci não desarmou Lula apenas na vigilância de uma política econômica conservadora com temperos neoliberais. Essa função fizera de Palocci uma espécie de guarda-costas de Lula em setores real ou potencialmente hostis e ameaçadores, como o financeiro, o dos meios de comunicação, o do empresariado influente e, não menos, o do sistema internacional de defesa do conservadorismo.

Guido Mantega não caiu do céu. Veio das profundezas ferventes onde foi posto pela corrente Palocci, desde antes da formação inicial do governo; e, depois, pelas mal contidas restrições ao conservadorismo econômico do governo. Mas, quando um caseiro desacreditou dos ares beatíficos de Palocci, Guido Mantega, ministro do Planejamento, foi visto como o único a estar informado dos aspectos todos da economia, para cobrir o vácuo ainda que só pelo tempo para a solução definitiva.

De lá para cá, Lula fez uma dívida enorme com Mantega. A retomada do crescimento e seus múltiplos efeitos de força política e eleitoral devem-se à persistência de Mantega na ideia, que o alijara, de buscar a conciliação de crescimento e inflação baixa. A tranquilidade e a boa dose de otimismo que se instalaram no Brasil, e contribuíram muito para o processo sucessório sem turbulências, são frutos dessa bem sucedida conciliação não conservadora.

Em outro plano, com o crescimento sem inflação Lula se viu projetado, da simpatia folclórica dedicada pelo Ocidente ao metalúrgico-presidente, à possibilidade de uma admiração e, depois, de uma influência internacional que soube cultivar muito bem.

O mensalão e a queda perturbadora de José Dirceu levaram Lula ao comando político que lhe deu uma liderança sem precedente. O escândalo e queda ameaçadora de Antonio Palocci resultaram para Lula em uma presença internacional sem nem sequer algo próximo em outros presidentes brasileiros.

Presente

Hoje… congelaria todos os nossos bons momentos.
Viveria consigo todos os nossos sonhos bons.
Colocaria num enorme envelope…
O cheiro da terra molhada de chuva.
A brisa que traz o perfume de todas as flores.
O canto de todos os passarinhos… e só cantariam a ti.
As cores do arco-íris… para enfeitar o nosso amor.
O olhar cândido da criança…
Para lembrar-nos sempre de como devemos olhar um para o outro.
Um pote repleto de inocência… para alimentar nossos corações.
Sorrisos sinceros… que alimentariam os nossos.
Verdades…saudades… beijos sinceros… sempre.
O barulho do riachinho que corre livre… como o nosso amor.
Hoje… pintaria o mundo com cores que só tu gostas…
O nosso mundo… as nossas cores.
Hoje… te daria a vida.
Haja que de tanto amar-te… faria-te nascer de mim.
Hoje… um mundo melhor com tua existência.
O meu mundo – sim – pois que tu o és.

                                                                                    Karla Mello


Partidos, federações

Poder político, poder econômico

1. São Paulo, por seu enorme poder econômico, é sempre o foco da disputa de poder. Desde a Primeira República foi assim, com 3 presidentes paulistas (Prudente de Moraes, Campos Sales, Rodrigues Alves), que na sucessão, com outro paulista, produziu-se um impasse e veio a política do Café com Leite, S. Paulo e Minas. A insistência do presidente Washington Luís, com mais um governador de S. Paulo, precipitou a revolução de 30. Agora mesmo, a dicotomia eleitoral Nordeste-Sul decidiu a eleição e com uma presidente fora de S. Paulo. Na Federação tem sido assim.

2. Mas nos Partidos Políticos também. Nada tão natural. Controlar o seu Partido desde S. Paulo é sempre um objetivo. A proximidade com o poder econômico atrai. Mas às vezes a disputa federativa se transfere à partidária. Nada tão esperado. O primeiro caso já no início da democratização foi com o PDS. Maluf, desde S. Paulo, tenta controlar o partido e ser o candidato a presidente. Veio uma dissidência -a Frente Liberal- decisiva na eleição de Tancredo pelo Congresso e fundamental, por isso, na aceleração do processo de democratização e convocação da Constituinte. Em seguida a Frente liberal se transforma em Partido, o PFL.

3. Na eleição de 1986, o PMDB ganha em quase todos os Estados. Seus presidentes nacionais -Ulysses e depois Quércia- eram naturalmente de SP. A primeira disputa interna foi pela candidatura ao governo de SP. Vence Quércia com Fleury. Em seguida se inicia o processo de ruptura com a criação do PSDB, basicamente um partido paulista. Tasso, prestigiado governador do Ceará, permanece no PMDB e só entra depois. O fortalecimento posterior do PSDB afetou o PMDB, que por talento e habilidade políticos, voltou ao centro do poder, apoiado pela fragilidade parlamentar de Lula.

4. No PT esse processo de disputa de poder para retirar a hegemonia de SP vem se dando a cada convenção partidária. Mas os presidentes do partido foram e continuam sempre sendo de S. Paulo. Com o acesso ao poder e a liderança de Lula, essa disputa perdeu vitalidade. Mas voltará, quando fora do poder.

5. Os movimentos que se veem agora no Democratas são, portanto, perfeitamente previsíveis e politicamente naturais. A luta pelo poder com o controle de S. Paulo já ocorreu e retorna agora. A presidência do PMDB hoje é de S. Paulo. A presidência do PR é de S. Paulo, e a presidência do PP, saiu de S. Paulo em função do enorme desgaste de seu presidente, Paulo Maluf. Bem, e claro, a presidência do PT é de S. Paulo. A presidência do PSDB -formalmente fora de SP- é de fato exercida, desde S. Paulo.

6. Em geral, esta centralização do comando politico, local e nacional em S. Paulo, termina gerando um stress federativo. Melhor seria que a necessária desconcentração fosse administrada em cada partido, e em nível nacional. Aliás, nesse caso, como ocorreu por voluntarismo de Lula em sua escolha para 2010.

7. Mas não é simples, pois na política vale a primeira lei de Newton: "Matéria atrai matéria na razão direta da massa e na razão inversa do quadro da distância". Matéria em política é poder: poder econômico, tantas vezes associado ao poder político. A matéria com maior poder de atração é SP. Estar dentro de SP (inverso do quadro da distância) potencializa esse poder.
Cesar Maia

Blog do Charles Bakalarczyk: Para a RBS, pobre é frustrado, não lê e provoca ac...

Blog do Charles Bakalarczyk: Para a RBS, pobre é frustrado, não lê e provoca ac...: "Esse é o veículo ideal para o pobre, RBS? A tração é idêntica ao comentarista do vídeo abaixo... Conforme vídeo postado ao final, para a RBS..."

O ex-presidente de Cuba Fidel Castro criticou o presidente estadunidense, Barack Obama, em artigo

O ex-presidente de Cuba Fidel Castro criticou o presidente estadunidense, Barack Obama, em artigo publicado nesta segunda-feira (15). "Obama, como um rei mago, anda distribuindo postos no Conselho de Segurança das Nações Unidas, como se a ONU fosse propriedade sua. Quanto tempo ele acredita que pode manipular o mundo desta forma?", indaga Fidel. "Ignoro se tão generoso oferecimento também foi feito ao Brasil, que deveria representar a América Latina e, inclusive, a África no Conselho de Segurança da ONU", completou o ex-presidente.
Fidel ressalta que, em recente visita à Àsia, Obama declarou que o Japão deve ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e prometeu apoiar a Índia neste mesmo sentido. Para o ex-presidente, a credibilidade dos Estados Unidos está dando seus estertores. "Quando um doente está muito grave, é prática da Igreja Católica, depois da confissão, dar a extrema-unção, e foi isto o que ocorreu com a credibilidade dos Estados Unidos nas reuniões do G20 e da Apec".

fidel

"Obama, como um rei mago, anda distribuindo postos no Conselho de Segurança das Nações Unidas, como se a ONU fosse propriedade sua. Quanto tempo ele acredita que pode manipular o mundo desta forma?", indaga Fidel. "Ignoro se tão generoso oferecimento também foi feito ao Brasil, que deveria representar a América Latina e, inclusive, a África no Conselho de Segurança da ONU", completou o ex-presidente.

Fidel ressalta que, em recente visita à Àsia, Obama declarou que o Japão deve ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e prometeu apoiar a Índia neste mesmo sentido. Para o ex-presidente, a credibilidade dos Estados Unidos está dando seus estertores. "Quando um doente está muito grave, é prática da Igreja Católica, depois da confissão, dar a extrema-unção, e foi isto o que ocorreu com a credibilidade dos Estados Unidos nas reuniões do G20 e da Apec".

2010 - Bom Ano

 

Nietzsche e a conta corrente

Antonio Delfim Netto | VALOR

Uma das mudanças, de tantas que estão acontecendo na análise da economia brasileira, é o quase consenso sobre o sucesso das nossas políticas fiscal e monetária no enfrentamento da crise financeira que se abateu sobre o mundo. Dependendo da disposição do analista com relação à orientação política do governo, os pecadilhos cometidos na acomodação do superávit primário de 2010 serão “veniais” ou “capitais”. O fato concreto, entretanto, é que devemos terminar 2010 com boas perspectivas internas como se vê na tabela abaixo:
Não é possível negar: 
) que se trata de um ponto de partida positivo; 
) que a situação da economia mundial mudou. Terminou, pelo menos por algum tempo, o vento de cauda externo; e que, 
) temos de nos preparar para enfrentar algumas nuvens escuras escondidas no horizonte.
A mais próxima, mas menos visível, refere-se à política fiscal. Durante o esforço para combater a crise executamos uma política expansiva que não foi, apenas e propriamente, “contracíclica” porque os gastos não terminaram com a volta da economia ao crescimento: assumimos alguns compromissos de despesas permanentes, com receitas não garantidas.
É tempo, agora, de retomarmos o caminho virtuoso que nos trouxe até aqui: produzir um déficit primário da ordem de 3,3% (sem choro nem vela!) capaz de garantir num horizonte visível (se a taxa de juro real for menor do que o crescimento do PIB), uma redução monotônica da relação dívida bruta/PIB para 40%. Mais que isso, é preciso estabelecer uma regra que produza uma taxa de crescimento das despesas do governo (excluídos os investimentos) menor que a do crescimento do PIB. Isso abrirá espaço para a ampliação dos investimentos públicos e aumentará a capacidade do governo de atrair capital privado para parcerias nos empreendimentos de infraestrutura.
A segunda nuvem não está escondida: brilha a ponto de nos cegar. Há pelo menos 25 anos temos a maior taxa de juro real do mundo. Com o compromisso de uma política fiscal firme e crível será possível dar ao Banco Central autônomo o conforto necessário para que, na execução da política monetária, ele a reduza, num horizonte aceitável, à média internacional (qualquer coisa entre 2% e 3%) o que, certamente, terá de ser precedido por uma formulação adequada da remuneração das cadernetas de poupança. Com relação à política monetária é preciso insistir na ideia que “todos os modelos são errados, mas alguns são úteis” e que nenhum deles nos dirá qual a taxa de juro “neutra”, que compatibiliza o pleno uso da capacidade produtiva com a estabilidade da taxa de inflação. Com relação a esta, aliás, também já é tempo de reconhecermos que não há nada errado com a meta inflacionária de 4,5%. Não há a menor evidência empírica de que taxas de inflação menores do que 6% ou 7% tenham qualquer efeito sobre o crescimento do PIB a longo prazo. É claro que quando as condições de pressão e temperatura forem normais, o melhor o e desejável é ter uma taxa de inflação parecida com a dos nossos parceiros internacionais. Por outro lado, é preciso impor um pouco mais de transparência às decisões do Copom, publicando, num prazo de 90 dias, os votos escritos por seus membros para que nos tranquilizemos com sua “ciência”. O “hedge” de todo BC para conquistar “credibilidade” é superestimar a taxa de juro “neutra” e subestimar o famoso “produto potencial”, o que pode ter um custo social inaceitável.

Pecadilhos podem ser “veniais” ou “capitais”

A terceira nuvem no horizonte diz respeito à fantástica supervalorização do real que está corroendo a sofisticada estrutura industrial brasileira. Ninguém razoável pode continuar a acreditar na famosa “Disneylândia”, onde os mercados são perfeitos e os preços são sempre os “certos”. Temos de pensar qual é o Brasil que queremos em 2030, quando teremos de dar emprego de boa qualidade para 150 milhões de brasileiros. Certamente não é este. E a mudança depende de um Estado-indutor inteligente, diligente e firme, que continue a estimular a agricultura e a mineração, mas dê atenção especial à pesquisa, à inovação e aos investimentos nos setores industrial e de serviços, sem esquecer os estímulos à elevação da taxa de poupança.
Não devemos esquecer que, no fim, a competição é o nome do jogo, mas competição em condições isonômicas entre a produção interna e a importação. No “chão da fábrica”, a produtividade do trabalhador brasileiro e do chinês é praticamente a mesma. Perdemos da porta da fábrica para fora, porque o Estado chinês é mais ousado e “eficiente” do que o nosso. É evidente que o déficit em conta corrente de US$ 50 bilhões em 2010 e o estimado (se tudo continuar como está) em qualquer coisa como US$ 70 bilhões, em 2011, festejados como coisa muito boa pelos mercadistas dos preços “certos”, estão preparando o mesmo desastre que já vivemos muitas vezes no passado. Não posso deixar de lembrar Nietzsche, que disse “a grande vantagem da falta de memória é que podemos gozar sempre, pela primeira vez, as mesmas coisas boas”!
Antonio Delfim Netto
contatodelfimnetto@terra.com.br
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A presidente Dilma prepara reajuste do Bolsa-Família acima do INPC


A equipe de transição da presidente Dilma avalia a concessão de reajuste acima da inflação para os benefícios do Bolsa-Família. De acordo com o governo, a reposição da inflação acumulada pelo INPC desde o último aumento, de um pouco mais de 9%, não seria suficiente para começar a cumprir a promessa de erradicar a pobreza extrema no País.

O benefício varia de R$ 22 a R$ 200, dependendo do grau de pobreza e da quantidade de filhos da família.

O projeto do Orçamento enviado pelo presidente Lula não prevê reajuste.

Hoje, o País tem 8,9 milhões de miseráveis, após a queda de 12% para 4,8% da pobreza extrema entre 2003 e 2008. Dilma também pediu solução para famí1ias que, por não terem filhos em idade escolar, estão fora do programa.

12,7 milhões de famílias são atendidas anualmente pelo programa.