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Rambos de salto alto


Bolsonaro sobe a rampa de salto alto e mão no coldre, por Rainer Dragon no Jornal Folha de São Paulo

Carrega uma autoconfiança e um desdém com o contraditório poucas vezes vistos. A parentada se esbalda em exibir camisetas com recadinhos para a malta e em congestionar as redes sociais com toda a sorte de regras sobre como estão certos e sobre como são a redenção para tudo isso que está aí. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos e eles acima do Brasil, de Deus e de todos.
Veja a promessa de facilitar a posse de armas para o “cidadão de bem”. Você já deve ter calo nos ouvidos de tanto escutar policiais recomendarem não reagir a assaltos. O bandido tem a seu favor o elemento surpresa, a prática. E sua vida sempre vale mais do que qualquer bem material.
Mas os Rambos de botequim não estão preocupados com estudos, lógica, racionalidade, essas besteiras.
Enxergam-se como um Lee Van Cleef de barriga avantajada e pantufas a acertar testas de malandros, todos lerdos e ruins de mira, em um desempenho que policiais treinados muitas vezes não conseguiram ter.
E não vamos falar aqui de brigas com vizinho, violência doméstica, disparos acidentais ou de crianças e adolescentes fuçando o armário. Não, vamos tentar entender o que define um cidadão de bem apto a se armar. Para bolsonaristas, quem não tem antecedente criminal, ora bolas.