Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa...

Mostrando postagens com marcador john lennon. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador john lennon. Mostrar todas as postagens

Porque os Beatles são os Beatles

Vamos organizar as ideias.
Boyhood: da infância à juventude é um filme do diretor Richard Linklater — de Escola do Rock e da trilogia Antes do Amanhecer/Antes do pôr-dos-solAntes da meia-noite — que levou 12 anos para ser feito. A história acompanha a vida de um garoto, dos seis aos dezoito anos e foi filmado ano a ano para pegar o crescimento do mesmo ator/protagonista e do envelhecimento dos mesmos atores que o acompanham.
O que vem adiante é um trecho de uma carta que aparece no filme. Claro que o recorte mínimo não estraga em absoluto o enredo, mas é sempre bom avisar que se trata, sem, de um spoiler.
Dito isso, vamos ao que interessa.
The Beatles, já com o Ringo Starr. Liverpool, 1961 (clique para ver a imagem maior)
The Beatles, já com o Ringo Starr. Liverpool, 1961 (clique para ver a imagem maior)
Aos 15 anos, o garoto ganha um disco do pai. É uma coletânea que seu velho fez dos Beatles, intitulado Black Álbum.
Fiquei sabendo dessa história via BuzzFeed, que publicou a carta produzida pelo ator para sua filha e adaptada para o personagem principal do filme, Mason. Na cena que o presente é mencionado, parte dessa explicação é citada pelo pai do garoto.
Disso, o Matias, que faz o Trabalho Sujo na mesma casa, pegou parte da tradução que resume bem o porque os Beatles foram os Beatles:
* * *
“Li uma história sobre a morte da mãe do John:
Ele era um adolescente revoltado – com um canivete no bolso, cigarro nos lábios e sexo na cabeça. No funeral da mãe desequilibrada e recém-falecida (que ele havia acabado de ficar mais próximo), ele – bêbado e puto – socou um membro da banda e deu o fora. Alguns anos mais novo, o Paul – um moleque que ainda não ligava muito pra garotas, ainda UNCOOL e presente na banda graças às suas habilidades com a guitarra apesar de ser meio infantil – correu atrás do John na rua dizendo: “John, por quê você está sendo tão babaca?”.
O John respondeu, “Minha mãe acabou de morrer, porra!”
E o Paul disse, “Você nunca perguntou sobre a minha mãe.”
“O que tem ela?”
“Ela também está morta.”
Eles se abraçaram no meio da rua. Aparentemente o John disse, “Podemos por favor começar uma porra de banda de rock’n'roll?”.
Essa história respondeu a dúvida presente no meu cérebro ao longo de todo minha vida como ouvinte de música: Se os Beatles estiveram juntos ao longo de apenas 10 anos e os membros da banda eram tão novos ao longo desse período, como eles conseguiram escrever “Help!”, “The Fool on the Hill”, “Eleanor Rigby”, “Yesterday” e “A Day in the Life?” Eles eram apenas caras de 25 anos cercados por garotas em frente aos seus hotéis e com direito ao tanto de champagne que um moleque consegue beber. Como eles conseguiram desenvolver suas mentes para feitos artísticos tão grandiosos?
Eles conseguiram pois estavam sofrendo. Eles sabiam que o amor não dura pra sempre. Eles descobriram isso ainda muito novos.”
* * *
Abaixo, a playlist da coletânea do “Black Álbum“:

Disco 1:

1. Paul McCartney & Wings, “Band on the Run”
2. George Harrison, “My Sweet Lord”
3. John Lennon feat. The Flux Fiddlers & the Plastic Ono Band, “Jealous Guy”
4. Ringo Starr, “Photograph”
5. John Lennon, “How?”
6. Paul McCartney, “Every Night”
7. George Harrison, “Blow Away”
8. Paul McCartney, “Maybe I’m Amazed”
9. John Lennon, “Woman”
10.Paul McCartney & Wings, “Jet”
11. John Lennon, “Stand by Me”
12. Ringo Starr, “No No Song”
13. Paul McCartney, “Junk”
14. John Lennon, “Love”
15. Paul McCartney & Linda McCartney, “The Back Seat of My Car”
16. John Lennon, “Watching the Wheels”
17. John Lennon, “Mind Games”
18. Paul McCartney & Wings, “Bluebird”
19. John Lennon, “Beautiful Boy (Darling Boy)” 20. George Harrison, “What Is Life”

Disco 2:

1. John Lennon, “God”
2. Wings, “Listen to What the Man Said”
3. John Lennon, “Crippled Inside”
4. Ringo Starr, “You’re Sixteen You’re Beautiful (And You’re Mine)”
5. Paul McCartney & Wings, “Let Me Roll It”
6. John Lennon & The Plastic Ono Band, “Power to the People”
7. Paul McCartney, “Another Day”
8. George Harrison, “If Not For You (2001 Digital Remaster)”
9. John Lennon, “(Just Like) Starting Over”
10. Wings, “Let ‘Em In”
11. John Lennon, “Mother”
12. Paul McCartney & Wings, “Helen Wheels”
13. John Lennon, “I Found Out”
14. Paul McCartney & Linda McCartney, “Uncle Albert / Admiral Halsey”
15. John Lennon, Yoko Ono & The Plastic Ono Band, “Instant Karma! (We All Shine On)”
15. George Harrison, “Not Guilty (2004 Digital Remaster)”
16. Paul McCartney & Linda McCartney, “Heart of the Country”
17. John Lennon, “Oh Yoko!”
18. Wings, “Mull of Kintyre”
19. Ringo Starr, “It Don’t Come Easy”

Disco 3:

1. John Lennon, “Grow Old With Me (2010 Remaster)”
2. Wings, “Silly Love Songs”
3. The Beatles, “Real Love”
4. Paul McCartney & Wings, “My Love”
5. John Lennon, “Oh My Love”
6. George Harrison, “Give Me Love (Give Me Peace on Earth)”
7. Paul McCartney, “Pipes of Peace”
8. John Lennon, “Imagine”
9. Paul McCartney, “Here Today”
10. George Harrison, “All Things Must Pass”
11. Paul McCartney, “And I Love Her (Live on MTV Unplugged)”

Agradecimentos infinitos ao Ramon Vitral, que traduziu a fala toda e criou as três playlists que você está escutando.
Vai. Agradece ao Ramon Vitral também.
Jader Pires

É escritor e editor do Papo de Homem. Lançou, nesse ano, seu primeiro livro de contos, o Ela Prefere as Uvas Verdes e outras histórias de perdas e encontros.

Imagine

Singela homenagem a John Lennon

L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

Os piores dias do rock and roll


Dois acontecimentos marcaram o mundo da música no mês de dezembro de maneira trágica. O primeiro, completou 40 anos neste domingo (6). Nessa data, em 1969, os Rolling Stones faziam aquele que seria considerado o pior dia do rock and roll. No autódromo de Altamont, na Califórnia, um festival acontecia meses depois do triunfante Woodstock. Além dos Stones, bandas como Santana, Jefferson Airplane e Crosby, Stills & Nash também se apresentaram.


  • Leia os outros colunistas



  • O lema "Paz e Amor" não se aplicou ao concerto de Altamont, pois a produção contratou como seguranças membros da gangue de motociclistas Hell's Angels (dizem que por míseros 500 dólares). Os caras entravam no meio da multidão com suas motos e saíam dando porrada em todo mundo que encostasse nelas. Enquanto o público se espremia na frente do palco para ver os Rolling Stones, o pau comia lá embaixo com os Hell's Angels. Mick Jagger chegou a parar o show por várias vezes e pedir "paz", mas o tumulto era tanto que não existia mais controle.

    Essas imagens da tragédia foram registradas no filme "Gimme Shelter" (1970) e até hoje é deprimente ver como aquilo aconteceu. Enquanto os Stones cantavam "Simpathy For The Devil" as brigas esquentaram. Quando a banda começou "Under My Thumb" - tocada ao vivo pela primeira vez naquela ocasião - o jovem negro Meredith Hunter foi brutalmente assassinado a facadas pela gangue dos Hell's Angles. Dias depois, Keith Richards declarou que foi um grande erro colocarem os Hell's Angels para fazerem a segurança do evento. Antes dos Stones se apresentarem nesse festival de Altamont, à tarde, Marty Balin, o vocalista do Jefferson Airplane, havia sido agredido por um membro do Hell's Angel. O grupo californiano Grateful Dead, que também estava escalado para tocar no evento, foi mais esperto, quando percebeu a violência, abortou a apresentação.

    O segundo fato trágico do mês foi o assassinato de John Lennon, no dia 8 de dezembro de 1980. Pela manhã, John Lennon fotografava ao lado de Yoko Ono para aquela que seria a capa mais importante da história da revista norte-americana Rolling Stone. Mais tarde, ele e Yoko foram ao estúdio para completar a gravação da música que ela havia feito, "Walking on Thin Ice", em que John tocava guitarra. Na volta para casa, John Lennon foi covardemente assassinado a tiros por um suposto fã psicopata que o abordou na entrada do prédio Dakota, onde John morava com Yoko e seu filho Sean, de cinco anos.

    O crime ocorreu por volta das 22 horas - John quis chegar cedo para dar um beijo de boa noite em seu filho Sean - quando Mark Chapman abordou o casal. Yoko entrou primeiro no prédio e Lennon ficou para trás, sendo atingido por quatro tiros. Imediatamente o ex-Beatle foi levado ao Roosevelt Hospital, mas não resistiu aos ferimentos - um deles atingiu a veia aorta e ele perdeu 80% do sangue. O assassino foi tão frio que sentou no chão e esperou a polícia chegar. Quando o porteiro do Dakota lhe perguntou, "Você sabe o que fez?", ele respondeu friamente: "Sim, eu matei John Lennon".

    É absolutamente revoltante até hoje ler esse tipo de declaração. John Lennon foi cremado, Yoko preferiu não fazer um funeral , apenas declarou em uma nota aos fãs. "John amou e rezou pela raça humana, apenas façam o mesmo por ele. Com amor Yoko e Sean".

    É com lágrimas nos olhos que termino esse texto, pois a morte de Lennon foi um dos momentos mais tristes de minha vida. A partir desse dia, o Natal não fez mais sentido para mim e passei a pensar melhor nos versos de "Happy Xmas (War is Over)".