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A Presidenta Dilma Rousseff defendeu, para o seu segundo mandato, uma regulamentação econômica dos meios de comunicação no Brasil

O tema, que já havia sido discutido durante a campanha pela reeleição, volta a tona após a última edição da revista Veja sobre as denuncias de corrupção na Petrobras em meio ao processo eleitoral.

"Como qualquer setor, a mídia tem que ter regulações econômicas. Vou discutir bastante antes de fazê-la. Direito de resposta é democrático e deve ser regulamentado", afirmou ao SBT Brasil nesta terça-feira (28).

Abaixo, outras frases de Dilma:
A prioridade com os EUA é vasta. Abarca questões econômicas, acordos bilaterais, tributações, e parceria em inovação.

Marcamos de nos encontrar no G-20, na Austrália. Vamos tomar todas as medidas para continuar nossas relações estratégicas.

Na pauta, questões econômicas, bitributação, acordos comerciais, questões contraditórias resolvidas, como o caso do algodão.

Caso Petrobras:
A direção da Petrobras foi técnica. Passei a não deixar indicação política dentro da Petrobras. Vai continuar assim.

Sobre CPI da Petrobras: "Tudo que for investigação, pode ser feito. O governo não vai criar nenhum obstáculo

Não trato de corrupção só em eleição. Serei atenta aos desdobramentos da Petrobras. Temos oportunidade de acabar com a impunidade

Fui vítima de uma vazamento seletivo estranhíssimo. A acusação não é feita, a prova não é mostrada.

Crise hídrica em São Paulo:
Foi feito pelo Gov. de SP uma avaliação de que se não houvesse investimento, haveria crise hídrica.

Sugeri a ele que tomasse medidas emergenciais. Financiamos este projeto do S. Lourenço e agora liberamos R$ 1,8 bi

A questão é mais grave. Água é responsabilidade do Estado. Na hora que o Gov. SP pedir, o Gov. Federal está pronto pra ajudar

No Nordeste, todos os estados têm obra para garantir segurança hídrica. Passamos pela maior crise da seca dos últimos 70 anos

Economia:
Tenho um bom diálogo com todos os setores. Vou fazer reunião com vários setores

Eu não vou hoje dizer sobre a indicação ao Ministro da Fazenda, mas antes do final do ano, deixarei bem claro

A desoneração da folha de pagamento é uma forma do Brasil melhorar a produtividade do trabalho

Reduções de impostos foram conjunturais. Desoneração da folha não tem nada a ver com melhoria da situação da economia americana.

O país tem que ter uma escolha: não vejo contradição entre superávit primário e desoneração.

Diálogo no segundo mandato:
Estou aberta ao diálogo com Aécio e Marina. Vou chamá-los para uma conversa

Tenho que ter disposição e abertura. É necessário que criemos pontos de união. Quero união, mas que as pessoas mantenham divergências

O que Lula quiser ser, eu darei apoiarei

Darei total apoio à criminalização da homofobia. É um processo civilizatório. A violência é uma barbárie

Como qualquer setor, a mídia tem que ter regulações econômicas. Vou discutir bastante antes de fazê-la. Direito de resposta é democrático e deve ser regulamentado

Mais cedo, a Presidenta afirmou  que não deixará "pedra sobre pedra" nas denúncias feitas sobre corrupção na Petrobras. A petista disse que o combate à corrupção será rigorosa:

"Quantas CPIs quiserem instalar, vejo com tranquilidade. A investigação vai trazer esclarecimentos importantes sobre a Petrobras. Doa a quem doer, não deve ficar pedra sobre pedra. O Brasil tem a responsabilidade de não permitir a impunidade desta vez", declarou ao Jornal da Band.

Abaixo, outras frases da Presidenta:

Obama me disse que era bom descansar.

Não tem como seguir o conselho do Obama (de descansar mais de três dias).

Diálogo:
Toda eleição implica em uma divisão, mas você tem que pressupor que, por trás disso, tem um conjunto de posição em que as pessoas queriam definir um futuro melhor para o país.

A disposição para o diálogo é essencial

Esse diálogo tem que abranger a maior parte dos setores organizados e isso inclui os que foram oposição.

Convidarei todos para fazer essa conversa. O diálogo é isso.

Fui eleita por parte do eleitorado, mas serei presidenta de todos brasileiros. Esse diálogo tem que abranger todos os setores

O diálogo é com a oposição, com setores produtivos, bancos e representações da sociedade, movimentos sociais.

Ninguém participa de um processo eleitoral sem que esteja em debate a mudança, a melhoria da vida do povo

Economia:
Os investidores mantém grau de confiança no Brasil muito expressivo. Somos um dos países q mais atrai investimentos externos

O Brasil tem setor financeiro sólido. Na Europa, há desconfiança sobre a robustez dos bancos

Temos todas as condições de nos recuperar da crise. Temos reservas e situação equilibrada no Brasil

O Brasil está passando por uma situação ainda difícil, mas temos todas as condições para sair dela se todos nós nos dermos as mãos e tivermos como claro objetivo a retomada do crescimento econômico.

Nós não atribuimos a conta da crise para o povo brasileiro. Mantemos menores taxas de desemprego da história

O que favoreceu o governo foi que nessa crise não atribuímos a conta para o povo brasileiro como sempre foi atribuído.

Mantemos hoje no Brasil uma das menores taxas de desemprego da nossa história: 4,9%

O Mercado é assim, ele flutua.

O Brasil, hoje, tem condições de sair desse processo de baixo crescimento.

Temos um mercado interno robusto, pq milhões de brasileiro foram para a classe média

Somos um país que tem proteção externa. Ninguém sofre como crescia há uma década atrás por não ter reserva. Temos e ela nos protege.

Reforma Política:
Durante a campanha, vi uma ânsia imensa pela reforma política

Vi um movimento muito grande de vários segmentos pela reforma política. Recebi documento com cerca de 7 milhões de assinaturas.

A discussão deve ser interativa. A forma como vai ser, não sei. Mas é muito difícil que não tenha consulta popular. .

Tem que ter negociação sobre as questões importantes para futuro do País. Temos que discutir como encarar as reformas fundamentais.

Crise da água em São Paulo:
Uma série de investimentos deviam sido feitos (pelo gov. de SP) e não foram

O Nordeste passou pela pior seca dos últimos anos. Nós colocamos caminhões-pipa e fizemos um milhão de cisternas

Há um diagnóstico do próprio gov. de SP sobre a situação da segurança hídrica, em que se elenca uma série de investimentos que não foram feitos

A responsabilidade constitucional pela água é de estados ou municípios. No caso da cidade de São Paulo, é do estado.

Garantimos o financiamento para que as obras ocorressem. O governo de São Paulo optou por uma licitação da Adutora de S. Lourenço

O Nordeste passou pela pior seca dos últimos 70 anos. Quase 6 mil carros-pipa e 1 milhão de cisternas foram feitas

Tenho abertura absoluta, já nos oferecemos, financiei. Esse é um problema tão grave que afeta toda população brasileira.

Caso Petrobras
Quantas CPIs quiserem instalar, vejo com tranquilidade. A investigação vai trazer esclarecimentos importantes sobre a Petrobras

Doa a quem doer, não deve ficar pedra sobre pedra. O Brasil tem a responsabilidade de não permitir a impunidade desta vez.

Fator previdenciário:
Tenho responsabilidade com a previdência. Sempre tive abertura pra discutir o tema.

69% de todos os aposentados tiveram ganho real acima da inflação. Hoje, os aposentados também foram beneficiados

Alisson Matos, editor do Conversa Afiada

Economia - Bovespa

A Bolsa de Valores, onde o dinheiro se aventura sob inescrupulosas manipulações, é paradoxalmente o valhacouto dos espertos e o inferno dos bobalhões.

O grande mote dos especuladores é jogar com os acontecimentos políticos como monitores dos humores do mercado. Assim, encobrem suas peripécias típicas de um moderno faroeste urbano.

Com a reeleição de Dilma, tentaram pegar os bobalhões forçando a queda premeditada das ações da Petrobrás e de alguns bancos. Estes foram na pilha e jogaram seus papéis na fogueira, valendo menos 10%.

Nesta terça-feira, sob o pretexto de que o mercado reagiu bem à entrevista da presidenta reeleita a duas redes de tvs, os espertos puxaram para cima e ganharam uma baba na revenda em cima dos bobalhões.

Com a ajuda de uma mídia dividida entre a incompetência deprimente e a má fé ousada os especuladores tentam fazer crer que é no pregão da Bovespa que pulsa o coração financeiro do país. Se ela despirocar, o Brasil afunda.

Neste momento, 11h31m do dia 28, registra uma alta de 2,23%, com 51.629 pontos. Já o dólar cai mais de 1%.

Essa associação política só cola entre os bobalhões da Bovespa e a opinião pública bombardeada por um arsenal terrorista operado pelos grandes interesses econômicos e políticos.

Vou lhe dizer uma coisa que vai deixar você com a pulga atrás da orelha: até o primeiro governo do PT quando passava dos 10 mil pontos o Ibovespa estava em alta. Na crise de 2009, o sinal vermelho acendeu quando ela desceu a 35 mil pontos.

No final da década de 90, com a chamada "Crise da Tailândia", o Ibovespa caiu a 4 mil pontos. Um mês antes, havia euforia no mercado e a revista VEJA (sempre ela) chegou publicar matéria de capa focando a corrida ao mercado de ações com o charme do momento.

Aproveitando a queda provocada pela "crise da Tailândia", joguei minha poupança em um fundo de ações e saí meses depois, quando a recuperação chegou a 9 mil pontos. Foi uma festa: havia dobrado a poupança por ter feito o elementar: entrar na baixa e sair na alta.

A presidenta Dilma Rousseff é economista e já fez um curso governo no seu primeiro mandato. A usar o que aprendeu, não se deixará intimidar pelas chantagens da especulação.

Não é aquele ambiente sujo da Bovespa que faz a economia produtiva andar. No Brasil, em especial, não há relação simétrica entre as cotações das ações e a capacidade produtiva das empresas.
Quando o Ibovespa caiu a 4 mil pontos em 1999 a Petrobrás valia em papéis menos do que um navio de sua frota. E, apesar da pressão privatizante da época, quando FHC vendeu 30% da empresa no Wall Street, tinha um orçamento pujante: hoje é superior ao do Estado de São Paulo.

Bem respondeu o Lula quando questionado uma vez sobre um momento de mau humor do mercado: eu não aplico na bolsa.



ARTIGO DE PEDRO PORFÍRIO

As eleições e a organização sistemática do ódio

Orville Faubus, governador do Arkansas de 1955 a 1967, estava muito mal nas pesquisas eleitorais para sua reeleição, pois seu governo desagradou a todos. Só um milagre o salvaria.

Foi quando a Suprema Corte americana decidiu que as escolas públicas de todo o país deveriam aceitar nas mesmas salas tanto alunos negros como brancos. Nisso, Faubus viu uma possibilidade. Primeiro, ele ligou para Washington perguntando se mandariam forças federais para conter a violência que eclodiria nas escolas no próximo período letivo, o que deixou o governo federal em alerta. A verdade é que não havia indícios de violência, era tudo invenção. Mas Fabus providenciaria o circo sangrento.

A seguir, o governador pediu ao comissário de polícia e amigo pessoal Jimmy Karam que organizasse secretamente uma quadrilha de brutamontes. Quando as aulas começaram, a quadrilha agrediu um grupo de estudantes negros que pertenciam a um time de basquete, e esses revidaram com igual violência. Porém, a versão da polícia foi a de que os alunos é que agrediram os brancos.

As rádios locais divulgaram a versão oficial, e organizações racistas se reuniram para defender a honra de “seus irmãos brancos”. Quando as forças federais chegaram, um clima de terror e de ódio racial havia se alastrado. Fabus, então, adotou na campanha o discurso de que o governo federal estava conspirando para destruir a autonomia dos estados federados ao dar liberdade para a população negra criar o caos. Os brancos deveriam, portanto, se unir contra o inimigo em comum.

Foi um milagre eleitoral. Faubus, que os analistas acreditavam já estar derrotado, recebeu 80% dos votos.

“Política, na prática, seja qual for a ideologia, sempre consistiu na organização sistemática do ódio”, resumiu Henry Adams. E todos os políticos e marqueteiros eleitorais de hoje em dia sabem disso. Afinal, a história ensina essa lição. Na Guerra Fria, os americanos odiavam os comunistas, e os soviéticos odiavam os burgueses. Na Revolução Francesa, Jacobinos e Girondinos odiavam-se reciprocamente, e ambos odiavam a monarquia. No Brasil Imperial, os conservadores saquaremas os liberais luzias detestavam-se com igual força — mas Holanda Cavalcanti dizia que nada era mais parecido com um saquarema do que um luzia no poder.

E isso é o que temos neste 2º Turno das eleições presidenciais de 2014. Ódio organizado e direcionado para converter-se em votos. Nas redes sociais, o que é mais compartilhado não são as propostas de Dilma e Aécio, mas memes, slogans e notícias tendenciosas sobre o candidato adversário. Fatos são distorcidos, gráficos exageram ou falseiam os dados, caricaturas grosseiras fazem rir os soldados de um dos exércitos.

E o alvo dessas ofensas não é apenas o candidato odiado, mas também seus eleitores.

O curioso é que, salvo algumas questões pontuais, na prática o programa e a ideologia de ambos os candidatos e dos partidos que eles representam são muito semelhantes. Ambos são sociais-democratas e nos principais aspectos a política econômica do governo de Lula (e de Dilma) foi o prosseguimento da política econômica de Fernando Henrique Cardoso.

Em seu livro Sobre Formigas e Cigarras, inclusive, Antônio Palocci afirma que recebeu das mãos de Armínio Fraga (declaradamente futuro Ministro da Fazenda se Aécio sair vitorioso), durante a equipe de transição FHC/Lula, um documento então chamado “Agenda Perdida”, em que o economista Ricardo Paes de Barros apresentava o projeto do Bolsa-Família, formulado durante o governo do PSDB.

Mas os marqueteiros de Dilma e de Aécio sabem muito bem que é importante organizar sistematicamente o ódio. Para isso, cada um pinta o rival com as cores do que o seu eleitorado imagina serem as do próprio demônio. Isso jamais é declarado, mas fica subjacente em toda a campanha eleitoral.

Forja-se, então, uma polarização entre direita e esquerda, muito mais retórica do que prática.

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Para a campanha de Aécio, Dima é a representante de um partido “esquerdista” que um dia transformará o Brasil numa grande Venezuela com o objetivo de cercear as nossas liberdades individuais e corromper a administração pública ainda mais. Para a campanha de Dilma, Aécio é um “coxinha da direita conservadora”, um segundo Collor que leiloará o Brasil ao capital internacional até regredirmos ao Período Colonial com o objetivo, bem, de cercear nossas liberdades individuais e corromper a administração pública ainda mais.

Os programas de governo ficam para segundo plano (até porque não são muito diferentes nos aspectos essenciais) e o palco é ocupado por denúncias e acusações que chegam a atingir a vida privada dos candidatos. A estratégia de ambos é destilar o medo e fazer com que o voto do eleitor não seja tanto a favor de um candidato, mas contra o outro, afinal, há uma distinção muito importante apresentada por ambas as campanhas: se Dilma se reeleger, o caos será instaurado; se Aécio for eleito, o caos será instaurado.

As redes sociais não permanecem livres dessa batalha campal. Ao contrário, elas são o principal front em que dois exércitos do ódio e do asco por um candidato se reúnem para combater. E quem não participa dessa guerra adota qualquer tática para salvar seu couro e escapar das balas perdidas.

Essa organização sistemática do ódio consiste em definir os outros, os inimigos, como menos-que-humanos. Petralhas e coxinhas são rótulos que substituem certas características da individualidade humana por generalizações grosseiras que possibilitam tornar o outro, durante o 2º Turno, mero receptáculo de nosso deboche e indignação.

Pois eu digo que eu tenho um sonho. E no meu sonho delirante, ambos os candidatos, no último debate a ser televisionado no dia 24, decidem fazer perguntas baseadas nas regras do diálogo não-violento que Arthur Martine. Durante o debate civilizado e voltado para a análise dos programas de governo, ouviríamos numa réplica um dos candidatos falar algo mais ou menos assim ao seu adversário:

“Obrigado, candidato. Embora discordemos, você conseguiu expressar minha posição nesse tema de forma tão precisa que eu gostaria de ter colocado dessa maneira. E veja que nossos programas de governo concordam no ponto X e no ponto Y, correto? Além disso, confesso que minha futura gestão utilizará algumas das melhores iniciativas da gestão do seu partido quando estava na Presidência, pois meu partido aprendeu com o seu em relação ao ponto Z e W. Porém, deixe-me fazer as seguintes críticas objetivas a sua proposta…”

Mas, como disse, isso é um quase delírio. Na situação em que estamos, parece até uma piada. O próprio tempo que os candidatos dispõem durante um debate para responder e fazer réplicas e tréplicas é reduzido demais para que ocorra um diálogo saudável.

Parece até que as emissoras brasileiras querem estimular as simplificações e a estratégia do ataque e do ódio. Afinal, diálogo civilizado não dá ibope — e muito menos voto.

por Victor Lisboa