Dize-me com quem dormes e dir-te-ei o que escreves. Foi a frase que me ocorreu quando li página de Danuza Leão, ex-mulher de Samuel Wainer, fundador de "Última Hora", e de Antonio Maria, cronista e compositor imortal, criticando, acerbamente, nossas festas juninas como algo cafona. Só faltou dizer que elegante é apenas o réveillon, a halloween ou o dia de ação de graças dos americanos. Fiquei pensando que seu leito, aquecido no passado por gente como Wainer, como Maria, deve de estar muito mal frequentado. Ou nada frequentado. Porque a solidão é má conselheira. Talvez esteja ela por detrás de tal amargura. Nesse ponto, quem melhorou muito foi Hermes da Fonseca que, em casando no Catete, com a jovem Nair de Teffé, floresceu de novo. E admitiu que ela promovesse, no palácio do governo, a festa dos corta-jaca em que se dançou maxixe, para escândalo dos que não podiam aceitar música brasileira em solenidade oficial, só valsas e polcas. Ruy Barbosa, não se sabe, se por mal dormido ou despeitado porque o outro lhe arrebatara a Presidência da República, teve a cara de pau de subir à tribuna do Senado Federal para profligar dança popular brasileira na residência oficial do chefe da Nação. Insurgiu-se contra nossa formação cultural e nossa tradição histórica.
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