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A cegueira das elites políticas do Brasil só não é maior que o seu ódio


Ouvi hoje, no rádio do carro, o cometário de Merval Pereira, na CBN.
Com a bateção de cabeça no governo e o rebaixamento da nota de crédito do Brasil, ele dizia que a questão fiscal, no país, está “completamente descontrolada”, que este governo não tem como resolvê-la e que, acha ele, ela “só será encarada seriamente com o próximo presidente eleito. Ele receberá um país falido e vai ter que enfrentar a situação com o apoio da população.”
Concordo, Merval, com o que diz, mas proponho uma pergunta simples: que presidente eleito pode “enfrentar a situação com o apoio da população”?
Não vamos perder tempo com os “nanicos” da base governistas, montados em seus 1% de intenção de voto e cujo prestígio está restrito ao “mercado”, aos analistas econômicos e políticos e aos deputados, certo? Apoio da população não é isso, certo?
Nem com o Bolsonaro,  que só é valente com mulheres (e desarmadas, ao contrário do que ele prega).
Passemos a Alckmin. Fala sério, Merval, você vê nele carisma, liderança, capacidade de comunicação  para mobilizar a população para um enfrentamento destes, de um descontrole total? Nem no PSDB ele une, que dirá do Oiapoque a Chuí, como é preciso.
Ah, sim, tem o Huck, que você mesmo chamou de populista, dizendo que reformava casa e consertava caro. Reconheçamos: ele tem carisma, tem capacidade de se comunicar com a população mas…não tem o que dizer, não é? Dória também tinha tudo isso e vê-se, um ano depois, o fiasco que é. E em São Paulo, cidade onde nem de longe se tem o perfil social do Brasil imenso.
Sinto informar, Merval, para seu desespero, que o único que tem o perfil que você mesmo aponta é aquele senhor que você odeia: Luís Inácio Lula da Silva.
Em primeiro lugar, porque isso não é novidade. Não estava quebrado, correndo atrás de dinheiro do FMI, o Brasil que ele recebeu de Fernando Henrique?
Em segundo lugar, porque Lula já provou que não fará aventuras. Não vai tomar os cofrinhos das crianças, as poupanças dos velhinhos, não porá os “gringos” aeroporto afora, vai ouvir, vai conversar, vai agregar todo e qualquer um que não seja como você,  Merval, um poço de ódio inesgotável.
É verdade que Lula, de volta, terá de ser bem mais incisivo, um pouco menos “paz e amor” do que na primeira vez. Mas você sabe que não é por gosto, é porque contra ele as armas da mídia estão e estarão mais ensarilhadas. Dêem-lhe um trégua e vocês verão como ele cessa fogo…
Lula é tão talhado para o momento que vive o Brasil que a única coisa que se pode fazer contra o triunfo de sua candidatura é o que estão fazendo: cassá-la pela via da violência judicial.
Represar rios improvisadamente, Merval, é um risco que só os incautos correm. Deixar as águas fluírem o mais livremente possível é a atitude dos sábios, que usam a sua força para mover os moinhos.
Mas não, não é, Merval, vocês não podem fazer isso. Não podem aceitar que é ele quem tem capacidade para a empreitada gigantesca  que o próximo presidente terá pela frente.
É demais para a sua mesquinhez que deste povo que desprezam possa brotar um homem de Estado, função que é para os bem-nascidos e bem-vestidos.
Preferem se lançar num caldeirão de aventuras.
A cegueira das elites políticas do Brasil  só não é maior que o seu ódio.
por Fernando Brito - Tijolaço
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