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Luis Nassif - Quem são os "radicais, porém sinceros" da Lava Jato

O caso Mossack Fonseca provocou um rebuliço enorme na Lava Jato.
Quem foram os responsáveis por essa trapalhada, que expôs de tal maneira a operação? Há um desgaste interno nítido. Mas o desgaste maior é com o parceiro maior da operação, as Organizações Globo.
Como Sherlock Holmes identificaria os responsáveis pela trapalhada?
Os Marinho têm seus pontos de contato com a Lava Jato através de seus jornalistas. Dificilmente se imiscuiriam com os movimentos internos da operação.
Sendo assim, não teria verossímil nenhuma retratação pessoal dos responsáveis pela trapalhada, tipo, “fui imprudente e coloquei vocês no fogo”. Zeus fornece a carruagem mas não permite contatos pessoais – a não ser em cerimônias oficiais de premiação.
A parceria é midiática. Por isso, a única maneira da ponta – procuradores, delegados, jornalistas – se comunicarem com o centro é através dos canais de parceria permitidos pelos Marinho.
Para decifrar o enigma, portanto, há a necessidade de analisar movimentos estranhos no lado público da Lava Jato: a mídia. Quem poderia estar demonstrando necessidade de firmar posição, de purgar algum erro cometido?
Do lado da mídia, um dos diretores da Lava Jato, Diego Escosteguy que, de repente, volta a tuitar matérias passadas sobre o escândalo, como se quisesse mostrar saldo positivo na conta corrente da Lava Jato.

Do lado do Ministério Público Federal, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, na surpreendente entrevista ao Estadão, em que abriu mão de qualquer cautela e assumiu definitivamente a postura de um deus ex-machina expondo claramente seu alvo.
Passei horas imaginando as razões que o teriam levado a se expor tanto: alguma ameaça à Lava Jato; a tentativa de requentar o impeachment. Nada disso. O maior provável é tentar se redimir do caso Mossack Fonseca.
Mencionei Sherlock porque estou seguindo a série pela Netflix, produção da BBC. E, nos capítulos atuais, Sherlock enfrenta aquele que o roteiro define como o mais perigoso vilão de Londres, Charles Augustus Magnussen, o dono de um poderoso conglomerado de mídia, apelidado de “o Napoleão da chantagem”, mostrando um pouco do estado de espírito britânico depois das aventuras de Rupert Murdock por lá.
no GGN