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Khalil Gilbran: Viva Belchior


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(...) Sem sombra de dúvidas, Belchior é um dos maiores compositores de todos os tempos da nossa música popular, as sutilezas poéticas de sua obra são encantadoras, emocionam e gozam de uma liberdade que, por vezes, podem ser comparadas às genialidades de Fernando Pessoa e Bob Dylan. Se Bel queria mesmo que seus versos, feito faca, cortassem a nossa carne, ele conseguiu. Porque a juventude do nosso coração é perversa e nos faz sofrer, perceber que “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. Nesse mundo, é difícil não querer o a cabeça pensa, querer o que a alma deseja, e enxergar que “a vida inteira está naquela estrada, ali em frente”.
Resta-nos saber quais versos Belchior ainda guarda para nós “sob as dobras do blusão”. Que discos tem ouvido? Com que pessoas tem conversado?
Ele é “apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior”, mas soube compreender e cantar, como poucos, a nossa solidão, o nosso som, a nossa fúria e a nossa “pressa de viver”.
Viva Belchior!

by Khalil Gilbran

"Quem não luta pelos seus direitos, não é digno deles", Rui Barbosa

Razão e Paixão


Sua razão e sua paixão são o leme e a vela de sua alma navegante. Se um dos dois quebrar, você pode adernar e ficar á deriva ou ficar imóvel no meio do mar. Porque a razão, reinando sozinha, restringe todo impulso. E a paixão, deixada a si é fogo que arde até sua própria destruição.
Khalil Gibran 

Khalil Gibran

A força da alegria

[...] diz que há vinte séculos os homens adoram a fraqueza na pessoa de Jesus, e não compreendem Sua força. Jesus não viveu como um covarde, e não morreu queixando-se e sofrendo. Viveu como um revolucionário, e foi crucificado como um rebelde.

"Não era um pássaro de asas partidas, mas uma tempestade violenta, que quebrava as asas tortas. Não era uma vítima dos seus perseguidores, e não sofreu nas mãos de seus executores - mas era livre diante de todos.

"Jesus não desceu ao mundo para destruir nossas casas, e - com suas pedras - construir conventos; ele veio insuflar uma alma nova e forte, que faz de cada coração um templo, de cada alma um altar, e de cada ser humano um sacerdote."

Olhando com cuidado sua vida, veremos que, embora soubesse que sua Paixão era inevitável, procurou nos dar o sentido da alegria em cada gesto. Como disse em uma das colunas passadas, Ele deve ter pensado bastante antes de decidir qual o primeiro milagre que devia realizar. Deve ter considerado a cura de um paralítico, a ressurreição de um morto, a expulsão de um demônio, algo que seus contemporâneos considerassem como "uma atitude nobre"; afinal, era a primeira vez que se mostraria ao mundo como o Filho de Deus.

E está escrito: seu primeiro milagre foi transformar água em vinho - para animar uma festa de casamento.

Que a sabedoria deste gesto nos inspire, e esteja sempre presente em nossas almas: a busca espiritual é compaixão, entusiasmo, e alegria.

O monge tibetano Chögyam Trunpga diz: "não é preciso uma experiência mística para descobrir que o mundo é bom". Basta perceber as coisas simples que existem a nossa volta, ver as gotas de chuva escorrendo na vidraça, acordar de manhã e descobrir que o sol brilha, escutar alguém rindo."

Agindo desta maneira, o mundo deixa de ser uma ameaça. Passamos a nos dar conta que somos capazes de reverenciar o milagre da existência, aceitamos que temos a sensibilidade suficiente para ver o amor que existe em nossa alma. Se somos capazes de ver o que é belo, é porque também somos belos - já que o mundo é um espelho, e devolve a cada homem o reflexo de seu próprio rosto.

Embora sabendo nossos defeitos e limitações, devemos fazer o possível para conservar a esperança e bom humor. Afinal de contas, o mundo está se esforçando para nos ajudar, mesmo que a gente esteja achando contrário.

O único grande perigo é ficarmos seguros demais - porque um guerreiro da luz, por mais alegria que possua em seu coração, jamais deve relaxar por completo. Quando sentirmos que, por causa de uma atitude positiva diante da vida, estamos caindo em uma espécie de otimismo inconseqüente e baixando nossa guarda, é bom lembrar o seguinte texto de Confúcio:

"O perigo surge quando o homem sente-se seguro de sua posição".

"A ruína ameaça todo aquele que tenta preservar um estado de coisas."

"A confusão aparece quando colocamos tudo em ordem".

"Portanto, o homem superior não esquece o perigo quando está em segurança."

"O sábio não esquece o fantasma da ruína quando está em plena prosperidade."

"O inteligente não esquece a confusão quando seus negócios estão em ordem".