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CartaCapital reafirma denúncia contra tucanos

Leio por aí que o Ministério Público de Minas Gerais acusa CartaCapital de forjar documentos do processo do “mensalão tucano”. Repito: a revista teria sido acusada pelo MP mineiro de criar e publicar papéis falsos de uma ação judicial, segundo os relatos na internet. O autor de acusação tão grave terá de provar em juízo suas palavras. 

Aos sites que se apressam em reproduzir a “informação” sem ouvir a revista, lembro que CartaCapital não publica fichas policiais nem documentos falsos, não acusa sem provas, não transforma bandidos em heróis da pátria, não se associa a meliantes da estirpe de Carlinhos Cachoeira nem recorre aos serviços de arapongas (que se converteram nos verdadeiros “repórteres investigativos” de Brasília). Não fazemos parte deste clube e é patético o afã de tentar nos misturar a esta gente. O jornalismo de esgoto corre por outras bandas.

Quanto ao processo do “mensalão tucano”, a exemplo do episódio da famosa Lista de Furnas, mais uma vez fica claro o poder de quem se esforça para desmoralizá-lo. E, desta feita, impressiona a participação do MP mineiro nesta empreitada. A Lista de Furnas também foi descrita como falsa. Até hoje, aliás, o ex-governador e deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB) usa este argumento (a de que a lista foi forjada) para responder a textos que descrevem como o valerioduto funcionava em seu quintal. Parte da mídia “isenta e independente” repete a tese de Azeredo para ver se cola. Mas uma perícia do Instituto de Criminalística da Polícia Federal comprovou que a lista não foi adulterada e que as assinaturas são verdadeiras.

A reportagem de Leandro Fortes, como de hábito, baseou-se em documentos obtidos com fontes seguras, participantes ativos do esquema que serviu de laboratório para a tecnologia de caixa 2 desenvolvida pelo publicitário Marcos Valério de Souza e mais tarde adotada pelo PT. Estamos absolutamente tranquilos.

Para refrescar a memória dos leitores, reproduzimos a seguir a reportagem publicada na edição número 723, de 11 de novembro de 2012. Leia AQUI.

por Sergio Lirio

Mino Carta e Leandro Fortes apelarão para demotucanos criarem cpi

Os tuiteiros demotucanos ficaram excitados com uma nota publicada ontem no portal "Comunique-se" dizendo que "Carta Capital é acusada de forjar documento em reportagem sobre mensalão tucano".

Em primeiro lugar é preciso dizer que o portal publicou uma mentira. O Ministério Público de Minas Gerais não acusa a CartaCapital de forjar nada. O MP divulgou nota no dia 20 de dezembro dizendo que um documento, com trechos publicados na revista, seria falso, e iria investigar sua origem. Em nenhum momento acusou a revista de forjá-lo.

Na reportagem da revista, assinada por Leandro Fortes, está escrito com todas as letras a origem do documento que alimentou a reportagem: consta dos autos do inquérito 3530/STF, e pode ser obtido também na 2a. e na 11a. vara criminal de Belo Horizonte (o MP alegou, depois da reportagem publicada, que o documento na 2a. vara é diferente e seria fraudado).


Também na reportagem, Leandro Fortes escreve que o advogado de Nilton Monteiro (que conviveu com os bastidores tucanos e depois divulgou a Lista de Furnas e outras informações) encaminhou todo o material à Polícial Federal, à Corregedoria da Polícia Civil de MG (a investigação lá está sob suspeita por acusações de ingerência política para proteger tucanos e corrupção policial), ao Conselho Nacional de Justiça (há também acusações envolvendo membros do Judiciário), e ao ministro Joaquim Barbosa do STF. 

Se os demotucanos acham que "pegarão" a Carta Capital, por que não abrem uma CPI sobre esta reportagem, sobre o documento supostamente "forjado" e sobre os fatos relatados para esclarecer? 


Carta Capital não é a Veja, Leandro Fortes não é Policarpo Júnior, e Mino Carta não é Roberto Civita. 

Todos da Carta Capital não terão nenhum problema em testemunhar em uma CPI o que sabem a partir de suas apurações jornalísticas. 
por Zé Augusto