Combate a corrupção
Operação Mão Dupla
A ação acontece, desde o início da manhã desta quinta, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), para reprimir crimes contra a administração pública federal no Ceará.
- BR-116 (KM 0 ao 12)
- Ponte de Sabiaguaba
- Ponte Aracati
- Revitalização na BR-020
A Polícia Federal não divulgou ainda os nomes das pessoas detidas, adiantando apenas que, dentre os presos, estão membros do alto escalão do órgão.
Participaram da operação cerca de 200 policiais federais e 32 servidores da CGU.
Investigações acontecem desde 2009
Foi descoberto um esquema criminoso voltado à prática de fraudes em licitações, superfaturamento, desvio de verbas públicas e pagamentos indevidos em obras de infraestrutura rodoviária realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Dos 32 contratos existentes, só 8 foram fiscalizados pela CGU.
Irregularidades também de material
Além disso, foram encontradas nas obras irregularidades de material, isto é, produtos de baixa qualidade pelo preço elevado que foi cobrado nas licitações. Haverá perícia para verificar futuros problemas nas obras.
- Fortaleza
- Icó
- Boa Viagem
- Russas
- Sobral
Estão também sendo realizadas diligências em Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba, Pará e Amazonas.
- 52 mandados de busca e apreensão
- 27 de prisão temporária
- 1 mandado de prisão preventiva
- Afastamento de 8 servidores públicos
- Sequestro de bens imóveis na capital e no interior do estado
Começa agora uma revolução no Brasil
Será divulgado nesta semana o índice de qualidade e velocidade das obras do PAC acompanhadas pelo DNIT, o que servirá de base para um bônus concedido aos servidores e engenheiros do orgão -pode-se ganhar até R$ 48.900 de prêmio. Pelo importância das obras e sua capacidade de influenciar o resto do Brasil, estamos diante de uma revolução.
Não será obviamente (nem de longe) apenas essa medida que vai melhorar a execução das obras no Brasil. Mas está em jogo a mudança de um olhar diante do funcionário público que, a partir de agora, passa a ser sócio do sucesso do PAC e cúmplice do fracasso. Vai ser recompensado no sucesso e punido no fracasso, o que é um estímulo ao mérito.
Todos esses indicadores vão forçar que os governos sejam mais sérios com a conclusão dos serviços, invistam mais e melhor, envolvam a comunidade e as empresas, se preocupem menos em denuncias e mais em realização. Afinal, sem isso, o Estado jamais conseguirá ter um bom desempenho.
Por isso, considero que deveríamos ter também um índice de qualidade dos ministérios que, se não atingido, deveria ter punições, extensivas aos governadores e prefeitos.
Jilcerto de Mestaim