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A jecaria fascista, por Bob Fernandes

O procurador Ângelo Vilela era “amigo íntimo” do procurador-geral, Janot. Por suspeita de vazar informações para a JBS, Vilela ficou 76 dias preso.

Solto, em entrevista para Camila Mattoso, da Folha, Vilela expôs intestinos. Do procurador Janot e das delações na Lava Jato.

Vilela conta: Janot armou com a JBS para derrubar Temer. Porque assim evitaria que Raquel Dodge, a quem Janot chamava de “bruxa”, se tornasse a nova procuradora-geral.

O procurador Vilela diz: na Lava Jato se prende para investigar, ao contrário de investigar para, só com provas, prender.

Segundo o procurador, não é o Estado que tem provado a culpa, como manda a lei mundo afora…

Aos investigados se tem imposto o ônus de provar sua inocência….Certamente, uma contribuição desse “novo direito brasileiro” ao direito universal.

O procurador Vilela criticou ainda a tática dos “vazamentos seletivos para assassinato de reputações”.

O sistema político-partidário se auto-avacalhou, isso é fato.

Mas há outro fato: há mais de uma década, desde o chamado “mensalão”, vazamento é método e as manchetes são o verdadeiro tribunal.

Quem é fuzilado nas manchetes está moral e socialmente morto.

Também isso, avacalhação e auto-avacalhação da política, deu oxigênio, abriu espaços para ultraconservadores. Quando não, fascistas.

Como em Porto Alegre. Onde devotos bolsonáricos e bando MBélico fizeram o Santander se acovardar. E fechar a exposição “Queermuseu”.

Em Campo Grande, no Museu Marco, a polícia prendeu… um quadro. E em Jundiaí o ultraconservadorismo levou à censura de uma peça de teatro.

Hoje, em Brasília, um juiz autorizou tratar homossexuais como se fossem doentes.

O incomodo, de sempre, é com sexo. Isso se resolve no divã ou na cama, não com censura.

Na questão quadros e exposição, um bando de jecas. Sem noção, profundamente ignorantes.

Por isso, e por saberem disso, a reação fascistóide. As manifestações de recalque com a própria incultura.

Não buscam aprender, saber. Buscam impor sua ética/estética: linguagem e pensamento rasteiros, brutalidade, a ameaça constante da força, inclusive física.

Uns são ultraconservadores. Outros são a jecaria fascista.

Quem compara cerveja clara com loira é racista?

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Se com um copo de cerveja clara na mão eu disser:
Para ninguém achar que eu não gosto de bracadescendente. Lora gostosa. Uh! Foi mal".
O que acontece?
Nada!
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Pois saibam que babacas do ministério público denunciaram um sujeito que falou isso abaixo:

"Para ninguém achar que eu não gosto de afrodescendente. Nega gostosa. Uh! Foi mal".

Babacas!



Juiz decreta que homossexualismo é doença


O juiz Waldemar Cláudio de Carvalho "decretou" liminarmente que a "cura gay" pode ser usada por profissionais de psicologia. A Organização Mundial da Saúde deixou de considerar homossexualidade como doença desde 1990. Vendo esta decisão imagino o seguinte diálogo:

A professora pergunta a aluna:

- Bety por que não veio a escola durante a semana passada?

- Professora, eu estava doente.

- O que você tinha, algo grave?

- Não professora, é que passei a semana me sentindo lésbica.




Tucanos decidem integrar de vez a Quadrilha do Michê

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O alto tucanato e seus capachos estão prontos para garantir espaço na quadrilha do ladrão Michel Temer.

Tucanos garantem ao chefe da gangue do Pmdb que vão trabalhar para rejeitar a nova denúncia da PGR - Procuradoria-Geral da República -.

O golpista é acusado de liderar a Orcrim - Organização Criminosa - peemedebista e de obstruir o judiciário.

O ex-procurador Rodrigo Janot acusou o larápio de integrar o grupo desde 2002 (antes desse período ele era honesto, entendi).

Quanto a decisão do Psdb, alguém tinha alguma dúvida?

Eu tinha não.

Por que a Globo não derrubou o Michê?



Porque a força que sustenta o ladrão e sua quadrilha é maior que ela!

Todos golpistas


Todos eles ladrões da democracia, roubaram mais de cinquenta e quatro milhões de votos.
Corja!

Conspiração é o crime maior do Michê, por Jeferson Miola


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A corrupção é um crime gravíssimo, que deve ser severamente punido. Mas é a conspiração, e não a corrupção, o maior e mais relevante crime cometido por Michel Temer. Inclusive porque com a conspirata, Temer montou o “governo de ladrões” [cleptocracia, em grego] para expandir e aprofundar o assalto aos cofres públicos pela oligarquia golpista.
Janot e o STF centram fogo na acusação ao Temer pelos crimes de corrupção, e não pelo crime de conspiração. Isso é entendível: a procuradoria da república e a suprema corte, com suas ações, omissões e silêncios, foram parte ativa e cúmplices do golpe que derrubou a Presidente Dilma.
Ficou claro que Lúcio Funaro não é somente o principal comparsa do Eduardo Cunha na roubalheira praticada pelo PMDB. Na realidade, ele tinha um posto mais elevado. Funaro era o elo operacional da organização criminosa do Temer, Cunha, Geddel, Padilha, Moreira Franco, Henrique Alves, Rocha Loures [e outros] que foi montada para assaltar o Estado brasileiro.
Eles atacavam em todos os ramos, atividades e oportunidades: portos, aeroportos, empréstimos da CEF, financiamentos do BNDES, obras públicas, licitações, medidas provisórias, Petrobrás, Eletrobrás, Furnas etc. Onde havia possibilidade de negócios escusos, lá estava a quadrilha em ação.
A delação premiada do Lúcio Funaro desvendou o modo de funcionamento da quadrilha e as tarefas e atribuições de cada bandido nela. Na delação, Funaro ajudou a esclarecer os nexos entre [i] a mala de R$ 500 mil de propina carregada pelo Rodrigo Rocha Loures, [ii] o recebimento de R$ 1 milhão pelo Padilha no escritório do “mula” José Yunes [amigo de meio século de Temer], e [iii] os R$ 51 milhões armazenados num apartamento na Bahia pelo “amigo fraterno” [tratamento dispensado por Geddel a Temer no pedido de demissão do ministério por tráfico de influência] Geddel Vieira Lima.
A revelação principal e mais comprometedora do Funaro, porém, não é a respeito das dezenas de milhões roubados pela quadrilha, mas o esclarecimento sobre a atuação do Michel Temer na coordenação política e intelectual, junto com Cunha et caterva, da conspiração que derrubou a Presidente Dilma.
O empresário corruptor Joesley Batista, dono do grupo JBS e de uma imensa bancada de deputados e senadores, já havia esclarecido que financiou a compra de vários deputados e a eleição de Cunha à presidência da câmara dos deputados para viabilizar o golpe contra o mandato legítimo de Dilma.

Quadrilhão de Michê é quadrilhinha diante do Mercado Financeiro

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Os fortes indícios de corrupção apresentados contra Michel Temer, apontado pela PGR como chefe da quadrilha do PMDB, estão sendo praticamente ignorados pelo mercado; embora o noticiário político tenha esquentado nos últimos dias, o tom geral do mercado financeiro foi positivo; diferentemente do que acontecia até algumas semanas atrás, investidores têm demonstrado menor sensibilidade aos eventos vindos de Brasília; uma das razões para esse relativo descolamento entre economia e política, dizem gestores e economistas, são os sinais de que a atividade pode ter um ritmo de recuperação mais acelerado do que se previa, o que ajuda a melhorar tanto o cenário fiscal como as condições para as próximas eleições.

Crônica do dia


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O intolerável é só a intolerância, por Nilson Lage

Nasci em uma nação formada por três raças tristes às vezes, como agora; de outras vezes, alegres.
Amei negras e índias, menos brancas; nenhuma asiática por falta de oportunidade. O melhor amigo que tive, a quem devo carinho de irmão, é judeu. Estudei russo, embora tenha esquecido a língua; também inglês, francês, espanhol, latim, grego… Salivo com todas as culinárias e culturas humanas, até as que não conheço.
Descendo da mais cruel das gentes, as da Europa, aquela ponta miserável da Eurásia de onde partiram os assassinos de povos e devoradores de civilizações. Que bom que ao menos uma vovó indígena me restou na ancestralidade! Mas não culpo europeu algum de hoje – ou norte-americano, que é o europeu em casa nova – porque não creio na herança das culpas nem na responsabilidade das partes no desempenho do todo.
Acredito que, se não houvesse contenção social, a tendência heterossexual seria dominante, mas não a única, nem na sociedade nem na vida das pessoas – porque ao sexo biológico, já em si duvidoso, acrescenta-se a representação simbólica na linguagem, que espelha vida e tece estranhas relações entre intimidade e afeto.
Respeito as prostitutas, tanto as que se enquadram no vitimismo do discurso convencional quanto as vocacionadas e animadas na carreira que partilham com o mesmo estoicismo das meninas que, pelo avesso, se guardam para um “bom partido”. A vida é um jogo e fazem sua aposta.
A pornografia, ao contrário do que pretendem os moralistas, existe para adolescentes, os na idade própria e os que prosseguem sendo. Os demais acham apenas chato, se não for belo, e desenvolvem seus próprios métodos.
Tenho pena dos miseráveis, mas também dos muito ricos, que juntam fortunas de que não precisam, esmagando para isso tanto gente, perdem a noção do valor das coisas e, afinal, criam tolos armados de privilégios, com que tive que competir algumas vezes.
Desdenho desses farsantes que usam o nome de Jesus para tomar dinheiro do salário dos pobres e recorrem sempre ao Antigo Testamento, que é a história de um povo onde tudo acontece, porque não encontram o apoio de que precisam nos relatos do Cristo.
Sequer odeio os traficantes, porque sei que a droga, como muitas vezes a fé, é instrumento de controle social manipulado por interesses que não habitam morros nem correm riscos.
Sei que a luta de classes é o motor da História, mas não acredito que o ódio seja a melhor juízo na condução das batalhas.
É quando a raiva passa que a razão impõe o justo.
A única coisa que não se pode tolerar, que impede a solução dos conflitos, é a intolerância.

Lula e o efeito saturação, por Aldo Fornazieri

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"Fim do jogo", "bala de prata", "fim da linha para Lula". Estas foram algumas das definições expedidas por analistas e comentaristas políticos acerca do depoimento de Palocci, imputando acusações genéricas contra Lula. As evidências empíricas e as pesquisas de opinião, contudo, indicam que o que chegou ao fim da linha são os efeitos da guerra de desgaste que vem sendo travada contra o ex-presidente desde o início da atual crise política. Os que não se deram conta deste fato são, João Dória, alguns comentaristas que se consideram vacas sagradas do jornalismo político e os fascistóides empedernidos que vêem em Lula a encarnação do demônio.
A destruição da figura política e histórica de Lula era um dos objetivos iniciais da Lava Jato, particularmente dos procuradores de Curitiba e do juiz Moro, mas também dos políticos que se agregaram no golpe e de boa parte do jornalismo político. Com o estilhaçamento do bloco golpista, com a percepção de que o governo Temer é uma quadrilha e com o envolvimento crescente de políticos governistas nas denúncias de corrupção, a frente ampla de ataque a Lula se  reduziu.
A estratégia adotada pelos inimigos de Lula foi a de um fogo de barragem, uma guerra de saturação prolongada e concentrada na figura dele, depois de derrubada a Dilma. Este fogo consistiu no uso de todas as armas lícitas e ilícitas, em todas as frentes - estatais e não estatais, públicas e privadas. Lula foi apresentado desde o início como o grande chefe, o "general da propinocracia", nas palavras do Dallagnol.
Mas a guerra de saturação produziu uma contra-face, inesperada pelos seus operadores: a saturação da opinião pública. As acusações e delações contra Lula são tantas que poucos sabem acerca do que ele está sendo acusado.  Acusações e delações contra ele esgotaram a capacidade de provocar abalos emocionais, na medida em que houve uma saciedade de emoções. Diga-se agora o que se disser a respeito de Lula, se não vier acompanhado com malas de dinheiro, com contas recheadas por milhões de reais, não produzirá mais nenhum efeito significativo, pois se produziu um estado psicológico nas pessoas que chegou ao limite a respeito do assunto. As pessoas estão saciadas de denúncias contra o ex-presidente. O que vier agora tende a ser rejeitado, provocando fastio, cansaço, aborrecimento, tédio e recusa.
Ao esgotar a sua potência emocional, as novas denúncias, pelo contrário geram incômodo e indiferença. As pessoas comuns raciocinam e chegam às suas conclusões usando o método comparativo. Com isto, percebem três coisas:  1) Lula é acusado de ser dono de um triplex, de um sítio, de um terreno para o Instituto e de um apartamento em São Bernardo do Campo que, comprovadamente, não são seus e que o MP e Moro não conseguem provar a propriedade do ex-presidente; 2) em contraste com a imaterialidade das acusações contra Lula, há a materialidade de 51 milhões no apartamento do Geddel, a mala de dinheiro de Temer e Rocha Loures, os dois milhões de Aécio Neves e várias contas, jóias e dinheiro de outros acusados; 3) há uma crença generalizada de que nada será feito contra Temer e contra Aécio Neves.
A interligação de todos esses pontos na mente das pessoas comuns reforça a crença de que se Lula cometeu pecados, estes são menores do que aqueles dos seus inimigo e de que há uma ação persecutória contra ele por parte do Ministério Público e do juiz Moro. Há que se considerar também que boa parte daqueles que lutaram pelo afastamento de Dilma e pela condenação de Lula estão estupefatos com os crimes revelados, praticados por políticos do atual condomínio de poder.
As políticas anti-sociais, anti-culturais, anti-ambientais e anti-civilizacionais praticadas pelos governistas revoltaram muitos dos seus apoiadores iniciais. O entorno fascista do governo e dos políticos que o compõem, que cresce em número e ousadia, vem colocando muitas pessoas em estado de alerta e revendo positivamente os seus posicionamentos em relação a Lula, ao PT e às esquerdas. Por outro lado, há uma clara decomposição do centro político com a crise e cisão do PSDB. Com isso, o movimento da política se desloca para uma polarização crescente, tendo Lula de um lado, e as duas faces fascistóides do outro: Bolsonaro e Dória.
Lula ou guerra?

O papel dignificante e contraditório de Lula diante do inevitável, por Armando Coelho Neto

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“Delegado da PF não sabe explicar por que chamou Lula para falar sobre MP editada por FHC”. Este é o título de um vídeo que circula nas redes sociais no qual o deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS) destroça a convocação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva para depor sobre uma Medida Provisória editada  pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Incisivo, o deputado quis saber do servidor da PF, sobre seu desinteresse dele em não ouvir FHC, mas quis ouvir Lula. Não se interessou em saber se, à época da edição da MP, alguma empresa ou parente de FHC se beneficiou de alguma forma, nem se as empresas liberaram verba para o Instituto Fernando Henrique Cardoso. Menos ainda quem foram os parlamentares e que benefícios tiveram...
Uma série de constrangidos “nãos” foram as respostas do delegado da PF. É como se só vislumbrasse crime no Lula, levando o deputado Pimenta a concluir pela pública e notória perseguição ao ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva.
A delimitação do trabalho da Farsa Jato no tempo, espaço e pessoas é prova insofismável do descrédito e ou desqualificação da maior farsa jurídica da história do Brasil. Entretanto, quanto mais chafurdam o submundo da esquálida democracia brasileira, menos PT é encontrado e mais seus oficiantes se deparam com a sociedade que a Farsa Jato e seus simpatizantes se alinham. Uma sociedade na qual a palavra “querida” é uma ofensa ao Ministério Público Federal, durante uma audiência. Leia-se a barnabé da Farsa Jato queria o mesmo tratamento que é dado a um vereador semianalfabeto (excelência).
Coisas de uma sociedade na qual dizer que “juiz não é Deus” é crime de desacato e um desses quase deuses chegou a processar um porteiro de prédio por não o chamar de doutor. Uma sociedade no melhor estilo “Você sabe com quem está falando?”.
A rigor, a Farsa Jato é sadomasoquista, pois bate no que nutre a sociedade que ela integra e cujos vícios finge combater. Farta de acólitos de aparências, há pouco espaço para moral e mais vive de falso moralismo e sonegação fiscal. Nessa sociedade, uma petição ingressada numa repartição pública não recebe um carimbo sem que se “molhe a mão de alguém”. Mas, o Partido dos Trabalhadores foi eleito para simbolizar essa podridão, por ter seguido a regra social. Daí que deixo no ar um tema que no Direito Penal é chamado de “Inexigibilidade de Conduta Diversa”, que é uma causa supralegal de exclusão da culpabilidade, aulinha básica que Moro e Dalagnol faltaram. Seria possível o PT fazer campanha e governar sem dinheiro e sem comprar votos? Qual a opção que a sociedade de Moros, Marinhos e Malafaias oferece?
Eis que a horda de paneleiros antes moralista está silente. Seja porque o motivo não era nem econômico nem moral, seja por vergonha de admitir que foi às ruas de verde e amarelo, camisa de CBF para beija pato, convocado por Aécio e Gedel, enganada por Vejas, Istoé, Folhas, Globos et caterva.
A horda verde-amarela deu suporte popular ao golpe de estado que, com a complacência do Ministério Público e do Poder Judiciário, entregou o comando da Nação a uma quadrilha. Nela, Gedel, PMDB, Odebrecht, Moros, Marinhos e Malafaias são instrumentos naturais de sustentação de um modelo social, político e econômico podre que não se pode discutir. Quem tentar fazê-lo terá que ouvir Vai pra Cuba, Venezuela ou Coreia do Norte!
Os manipuladores da horda fazem política negando a política, tentando vender a ideia de gestores, num cínico processo de mexer em tudo, expurgar o que lhes convém para que tudo fique exatamente como está. E assim, um barquinho de lata tem mais horas de cobertura jornalística do que 51 milhões amofumbados, sob a espreita de um ladrão que gritou ser necessário “combater a roubalheira do PT”. E o mais grave: a foto dos milhões serviu de ilustração para atacar Lula/Dilma. A mídia que faz isso é a mesma que idolatra a Farsa Jato e seus oficiantes. Daí que ficar difícil separar o joio do trigo. Parece tudo uma hipocrisia só.
É a parcialidade mostrada por Pimenta lá em cima. É o jogo de cartas marcadas cuja lado tosco recente é o ex-ministro Antonio Palocci. Acuado, sob tortura e pressão do cárcere indefinido, deu um testemunho linear supervalorizando o óbvio, sobre o “sempre se soube”. Monocórdio e modorrento, não sei se Palocci precisou de marqueteiro para depor. Mas, usou expressões de efeito jornalístico capazes de gerar manchetes. Com direito a risadinha, engasgo, suspiro ou satisfação de Sérgio Moro, disse “não sou santo”. Depois, surgiram “fratura exposta”, “operação Tabajara“´, “pacote de propina” até resvalar na mais glamorosa - o tal “pacto de sangue”. Tudo para dar suporte e credibilidade ao disse-me-disse sobre a bajulação presidencial, na qual o Ministério Público, entre documentos apócrifos, cifras indefinidas e reuniões das quais o Palocci não participou, quer encontrar crime.
Depois veio Lula, que quase fez da audiência a continuação da caravana da democracia. Todo bandido acuado diante das excelências do estado policialesco se contrai diante do algoz. Por não ser bandido nem estar acuado, tratou Moro e a representante do Ministério Público por querido e querida – seu linguajar popular. Depois disse não sei, não vi, não fui, deve ter sobre o que não tinha obrigação de saber. Afinal, eram ações de terceiros, que a acusação queria contextualizar por conveniência. Alias, contextualizar é prelazia da Farsa Jato, pois Lula e seu defensor não podem contextualizar. “Isso não vem ao caso, a pergunta está indeferida” é o bordão de Moro. A imprensa, suporte principal da acusação é  usada até em sentença, mas não pode ser citada por Lula.
E assim, foi dada sequência a um ritual de desfecho conhecido. Depois de tanto vazar acusações baseadas em ilações não dá pra voltar atrás e basta responder: é minha convicção. Lula pode ser condenado em novo processo. Se é assim, o que tem feito Lula diante do inevitável?
Quero especular sobre isso. Lula sabe que será desgastado até ter sua candidatura inviabilizada. Sabe que uma condenação em segunda instância o tira da disputa. Sabe que só o deixarão concorrer diante da certeza de que o candidato da Farsa Jato será vencedor. Então, Lula sai em caravana se defendendo e defendendo o que fez com provas e convicção. Vai consciente da missão dignificante e pacificadora de levar adiante a bandeira da democracia. Caso concorra e perca, petistas e simpatizantes acolherão com fleugma o resultado das urnas. Mas, se por uma circunstância qualquer concorrer e ganhar, que o seja de forma massacrante, já que a recíproca da fleugma gestora, raivosa ou bolsopata não é verdadeira. E o PT precisa voltar para o povo.

Indiferença ou cumplicidade?

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Raquel Dodge e o alto tucanato

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Sobre a Procuradora-Geral da República faço apenas uma pergunta:
- Quantos membros do alto tucanato a senhora pelo menos investigou? Nenhum? Ah, com certeza o Psdb está mais uma vez bem protegido pela PGR.

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