Foram detidas 14 pessoas no Paraná. Incluindo um delegado da polícia civil. Os outros são investigadores, policiais militares, guardas civis e até mesmo um "preso de confiança". Todos acusados de obterem confissões de quatro trabalhadores pobres com o uso da tortura. A própria perícia derrubou a "rainha das provas" obtida pelo delegado e demais policiais ávidos pelos holofotes dos programas sensacionalistas. Não foi encontrada material genético compatível com os quatros suspeitos e não ocorreu o estupro.
Não estou aqui defendendo bandidos, desprezando a vítima ou menosprezando a dor dos amigos e familiares da menina Tayná, assassinada aos quatorze anos. Estou constatando que este crime possui cinco vítimas diretas. Uma de homicídio e quatro de torturas e abusos sexuais. Jovens com as vidas destroçadas.
Embora pobres e provavelmente analfabetos funcionais os quatro de Colombo não se enquadram com perfeição no politicamente correto que valora os seres humanos atualmente. Fossem eles índios, gays, negros ou militantes sociais e políticos os autointitulados progressistas estariam produzindo um ruído altíssimo e não este silêncio ensurdecedor. Não consideram o sofrimento atroz infligido às pessoas, mas sim a sua qualificação. A ministra petista dos direitos humanos teria ido muito além das falas protocolares. São membros da imensa legião dos brancos deserdados, miseráveis e sofredores, mas rotulados como responsáveis por crimes ancestrais como a escravidão. Como se beneficiários do abominável tráfico negreiro fossem, portanto disputando em condições ainda mais desfavoráveis o acesso à educação. Como Adriano, Sérgio, Paulo e Ezequiel existem milhões de outros rapazes que estarão cada vez mais à margem da sociedade.