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Brasil é um dos seis países do G-20 que registram superavit primário

Em Em cerimônia de posse das novas diretorias da Federação e do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs/Ciergs) nesta sexta-feira (18), a presidenta Dilma Rousseff elencou motivos para empresários se manterem otimistas e confiantes no aquecimento da indústria e retomada do crescimento. Segundo ela, o desenvolvimento sustentável do Brasil só será possível com indústria forte e pujante. Dilma lembrou que a indústria brasileira teve a quinta maior taxa de expansão entre os países do G-20 em 2013 e que, em 2014, houve queda acentuada não somente no Brasil, mas no mundo inteiro.

“Temos mobilizado todos os instrumentos para preservar nosso crescimento, e principalmente, para garantir a continuidade da criação de empregos para os brasileiros. Perseguimos este objetivo, sem abdicar, um só instante, da robustez dos fundamentos macroeconômicos. (…) O Brasil, nesse momento, é um dos seis países do G-20 que registram superávit primário nas suas contas, junto com Arábia Saudita, a Itália, Alemanha, Turquia e a Coreia do Sul. Os demais não registram superávit primário.”

Durante a cerimônia, a presidenta detalhou conjunto de estímulos, já anunciados, para reduzir custos de produção em curto prazo, dando mais força à indústria. Dentre eles estão: a desoneração permanente da folha de pagamento; adoção do PSI (Programa de Sustentação do Investimento) com juros bem mais baixos; política de compras governamentais, priorizando produção no Brasil; estímulo ao desenvolvimento de cadeias produtivas; e incentivo ao aumento de exportações com o Reintegra. A presidenta aposta nas medidas somadas à questão da produtividade para dar mais fôlego à indústria nacional.




“Nós temos uma pauta de produtividade baseada em quatro pilares. Um é infraestrutura, o segundo é educação, o terceiro é inovação e o quarto é a construção de um Brasil sem burocracia.”

Na questão da infraestrutura, o investimento em ferrovias e em hidrovias ampliará a capacidade de escoar produção a menores custos. Na redução da burocracia, Dilma defende modelos regulatórios claros, com processos simplificados: “o princípio é que o cidadão é um só e o Estado que integre todos os guichês e o trate como um cidadão e um indivíduo.”

No sentido da inovação e da educação, a presidenta tornou a defender a necessidade de formação de técnicos, universitários, pesquisadores e lembrou que isso só é possível com muito investimento, como os 75% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social do pré-sal para educação.

“No Brasil, nós precisamos da educação por quê? Para não voltar atrás na desigualdade e estabilizá-la, torná-la perene, precisamos formar técnicos, universitários, pesquisadores, enfim, precisamos formar as pessoas em todas as áreas, mas basicamente, precisamos saber que é necessário gastar bastante com educação básica, tanto com creches, como educação em tempo integral, como alfabetização na idade certa. Por isso, propusemos ao Congresso que se dedicasse 75% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social do pré-sal para educação.”


DILMA COMEMORA RECORDE DE GERAÇÃO DE EMPREGOS NO GOVERNO LULA


Dilma comemorou o resultado do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) que mostra uma nova geração recorde de vagas formais no país em março e no primeiro trimestre. Segundo o Ministério do Trabalho, em março foram gerados mais de 266 mil empregos com carteira assinada, um recorde para o mês. Nos três primeiros meses do ano, o resultado também é o maior para toda a série histórica e houve a criação de 657,2 mil novos empregos com carteira assinada.

“Nossa previsão é um pouco mais conservadora de 1,6 milhão de empregos até o final do ano, mas o Lupi (ministro Carlos Lupi) está dizendo que vai passar dos 2 milhões. Nessa projeção aqui ele tem razão.De qualquer maneira esse é um dado que a gente tem que comemorar”, disse durante discurso para empresários na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).

Segundo ela, isso só foi possível devido ao novo ciclo de crescimento criado no governo Lula, que acabou com uma espécie de enigma da Esfinge, “decifra-me ou te devoro”, no país. Na avaliação de Dilma, esse enigma foi decifrado pelo governo e o país passou a crescer e distribuir renda.

“Estagnação e desigualdade. A minha geração e a grande maioria de nós aqui sabem que essas duas palavras nos desafiaram ao longo de décadas como uma espécie da Esfinge, ou decifra-me ou te devoro, e nossos sonhos foram sendo devorados. É como se nosso país nunca chegasse ao que se esperava dele”, disse.

Ela salientou ainda que esse crescimento da economia e do emprego só foi possível porque o governo federal soube fazer uma parceria com o setor privado. “Nós recuperamos várias coisas, a capacidade do Estado em investir em infraestrutura, de buscar capacitação. E, sobretudo, transformamos o Estado em parceiro do setor privado. Nossa atitude sempre foi de parceria”, salientou.

Dilma ressaltou ainda a necessidade do setor privado de crédito aumentar sua participação no Brasil nos próximos anos, porque a demanda por financiamentos irá aumentar. “Eu espero, e o Luciano Coutinho, presidente do BNDES, já disse isso, que aumente a participação no mercado de ações e a participação dos bancos privados nacionais e internacionais no aumento de crédito. Porque vamos precisar de uma quantidade de capital muito grande. O BNDES vai ter R$ 125 bilhões, talvez mais. O Brasil sustenta o grosso desse investimento, mas é preciso que se incorporem os bancos privados, porque ficamos 25 anos sem investir e vários projetos de alta rentabilidade não foram feitos”, projetou.