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Nelson Rodrigues era um fanfarao de boteco

Nelson Rodrigues nunca revelou algo interessante sobre o comportamento humano. Nadinha. Não se é um escritor da "natureza humana" por ser escroto, ainda que se possa ser genial sendo um escritor escroto. Nelson é genial, mas "mulher gosta de apanhar" não é algo para ser complementado com "só as normais" e, sim, com o seguinte adendo: essa frase de Nelson não é para ser repetida por quem quer escrever filosofia ou literatura. Não é para ser repetida por filósofos porque estes podem fazer frases melhores, também não por literatos porque ela só tem sentido se nos imaginarmos em bailes de um passado distante quando, estando só entre rapazes, dizíamos "vou contar um chiste para homens", no estilo de Fernando de Azevedo.

Rubem Fonseca é diferente. Aí sim há alguém capaz de falar do drama humano. Aliás, Rubem Fonseca é tão bom que ao falar dele como quem é um escritor da "natureza humana", tenho vontade de utilizar essa expressão sem o uso das aspas, como se faria ou se fez no século XVIII ou mesmo XIX. Ele é genial para além do que um escritor é aceito como genial. É um escritor nota dez porque diz que vai terminar um conto de uma tal maneira e, cumprindo o prometido, ainda assim consegue surpreender. Li um conto dele recentemente em que um homem que aprecia morder, ao final do conto diz que gostaria de matar o assassino de sua amante com mordidas, e então cai em si confessando "mas eu só sei dar mordidas de amor" – e de fato são essas as mordidas que aparecem durante o conto, como fio condutor da história.


Prazer e sexo, amor e felicidade – essas duplas são legítimas? 

A virgindade de todos nós.

Nelson Rodrigues racismo e livros

Já toquei no assunto, mas vou repeti-lo. Em toda a Europa, sobretudo na Itália, como nos EUA, o racismo volta com força na ideologia de J.A. Gobineau, da Chamberlain e de Gumplovicz, que defendiam a existência de raças superiores, dotadas de capacidade de comando.

As raças superiores seriam a germânica, ou a anglo-saxônica, as mais puras da raça ariana e o mais perfeito espécime do tronco indo-europeu. Era o velho sonho de Hitler.

Ora, tais movimentos resultam inúteis porque já se sabe, com certeza, não existir mais raça pura.

Os imensos movimentos de populações propiciaram um completo entrecruzar-se de todas as raças, devido ao qual a idéia de uma raça pura não passa de um mito.

No Brasil, existe um problema semelhante, em estado latente, caracterizado pela situação de fato da discriminação social.

Tudo se passa entre nós, como se, no plano coletivo, existisse uma generosa adesão às normas da igualdade democrática, mas no plano individual, quero dizer, no plano da consciência pessoal, ainda permanecem fortes resíduos de segregação.

Enfim, existe racismo no Brasil? Existe, sim, e forte. Só há pouco, vocês se lembram, tivemos o primeiro general negro do Brasil e o primeiro ministro negro do STF. Exceções especialíssimas.

Nélson Rodrigues, ´flor de obsessão´, costuma repetir, em muitas das suas geniais crônicas, o caso de Jean-Paul Sartre, quando andou no Brasil e foi a uma festa de grã-finos. De repente, o filósofo francês, Prêmio Nobel de Literatura de 1964, pergunta: ´E os negros? Onde estão os negros?´ Só via brancos e brancas. Uma grã-fina, ´de narinas de cadáver´, responde: ´Estão por aí assaltando algum chofer´.

Eu, de mim, que sempre tive bons amigos negros -- advogados, professores, jornalistas etc. -- costumo citar uma frase cujo autor desconheço: ´A sombra do negro é igual à do branco.´

Neste canto, um bom livro para ler é ´O Zumbi dos Palmares´ ou ´A Cabana do Pai Tomás´. Porém, como nem tudo é perfeito, tem gente que prefere ler o Paulo Coelho e até mesmo ler o relatório final sobre a guerra da reforma política no Senado.

HÉLIO PASSOS

Minha opinião:
No Brasil não existe preconceito racial. Existe preconceito social! Para ser mais exato, é o seguinte:
Tem dinheiro ...tudo bem, tudo tem.