Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa...

Com margem de lucro de 50% para Petrobrás, diesel custaria apenas 2,30

Em artigo publicado há pouco no site da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), o engenheiro e especialista no setor de petróleo, Paulo Cesar Ribeiro de Lima, que também já foi consultor Legislativo, tanto do Senado Federal, quanto da Câmara dos Deputados.

A breve análise de Ribeiro Lima reforça o que se tem exaustivamente dito sobre a oneração que se teve no preço dos combustíveis, desde que a estatal passou a enviar petróleo bruto para o exterior e importar derivado dos EUA.

O artigo traz dados que tornam o argumento como imbatível para se entender a questão que levou o Brasil à crise do diesel que estourou esta semana no país. Se o objetivo é compreender tudo aquilo que envolve a questão do preço do diesel no Brasil, você não pode deixar de conferir o artigo e guardar as referências.

A produção e refino de petróleo como utilidade pública
Lavra e refino são monopólios da União
Paulo César Ribeiro Lima [1]

Como bem estabelece a Constituição Federal, em seu art. 177, tanto a lavra quanto o refino são monopólios da União, que, por sua vez, pode contratar essas atividades com empresas estatais ou privadas. Transcreve-se, parcialmente, esse artigo:

“Art. 177. Constituem monopólio da União:

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;

II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
(...)
      § 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
(...)”

Também é importante destacar que o abastecimento nacional de combustíveis é considerado atividade de utilidade pública, nos termos da Lei nº 9.847 de 26 de outubro de 1999:
“Art. 1º A fiscalização das atividades relativas às indústrias do petróleo e dos biocombustíveis e ao abastecimento nacional de combustíveis, bem como do adequado funcionamento do Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e do cumprimento do Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis, de que trata a Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, será realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ou, mediante convênios por ela celebrados, por órgãos da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

§ 1º O abastecimento nacional de combustíveis é considerado de utilidade pública e abrange as seguintes atividades:

I - produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, comercialização, avaliação de conformidade e certificação do petróleo, gás natural e seus derivados; (...)”

Em resumo, a produção e o refino de petróleo não podem ser tratados como um simples negócio privado com foco no lucro empresarial e no mercado, como tem ocorrido, ilegalmente, no País.

O Brasil, com a descoberta da província petrolífera do Pré-Sal, tem oportunidade única de se tornar autossuficiente tanto em petróleo quanto em combustíveis. Importa ressaltar que o País é exportador líquido de petróleo, mas importador líquido de derivados de petróleo.

Nos anos recentes, o Brasil tem sempre exportado petróleo pesado e importado petróleo mais leve para gerar uma carga adequada para as refinarias. No entanto, nos últimos anos, foi muito grande o aumento das exportações de petróleo, conforme mostrado na Figura 1.

Figura 1 – Evolução das exportações de petróleo cru.

Em 2005, o Brasil exportou cerca de 100 milhões de barris; em 2017, as exportações foram superiores a 350 milhões de barris. Se esse petróleo exportado, produzido a partir da exploração de um bem da União, nos termos do art. 20 da Constituição Federal, fosse refinado no Brasil, seriam gerados empregos e autossuficiência em derivados de petróleo, tão importantes para o desenvolvimento sustentável do País.

A consequência das exportações de petróleo cru e a pouca importância dada às atividades de refino é o aumento das importações de derivados, como mostrado na Figura 2.

Figura 2 – Evolução das importações de derivados básicos.

Em 2005, o Brasil importou apenas cerca de 15 milhões de barris de óleo diesel; em 2017, a importação desse derivado ultrapassou 80 milhões de barris. No passado, o País era exportador de gasolina; em 2017, o Brasil importou mais de 28 milhões de barris desse combustível. Também grande foi o aumento das importações de gás de cozinha, o chamado gás liquefeito de petróleo (GLP), cujas importações aumentaram de cerca de 5 milhões de barris em 2005 para mais de 20 milhões em 2017.

Essas importações de derivados provocam um grande impacto nos preços aos consumidores brasileiros, pois são comprados a preços de mercado internacional em dólares e sujeitos a variações cambiais. Além disso, há um custo de internação para trazer esses combustíveis para o Brasil.

As licitações de blocos da província do Pré-Sal são, então, uma grande oportunidade para fazer com que o Brasil se torne autossuficiente em derivados básicos como óleo diesel, gasolina e GLP.

Bastava que as resoluções do CNPE e os editais da ANP, que estabelecem as condições contratuais, condicionassem as exportações de petróleo cru ao abastecimento do mercado nacional com combustíveis produzidos no Brasil. Se isso ocorresse, estariam resolvidos os graves problemas do mercado nacional de combustíveis.

Atualmente, o custo de extração do Pré-Sal já é inferior a US$ 7 por barril. O preço mínimo do petróleo para viabilização dos projetos do pré-sal (break-even ou preço de equilíbrio), que era de US$ 43 por barril no portfólio da Petrobrás de três anos atrás, caiu para US$ 30 por barril no plano de negócios em vigor, o que representa uma redução de 30%. Adicionados ao custo de extração outros custos como depreciação e amortização, de exploração, de pesquisa e desenvolvimento e de comercialização, entre outros, o custo total de produção pode chegar a US$ 20 por barril.

Mas não é apenas o custo de produção do Pré-Sal que é baixo, o custo médio de refino da Petrobrás no Brasil também é baixo, muito inferior ao do exterior, conforme mostrado na Tabela 3. Nos últimos quatro trimestres, o custo médio de refino da Petrobrás foi inferior a US$ 3 por barril.

Figura 3 – Custo médio de refino da Petrobrás.

O custo total de produção somado ao custo de refino totaliza apenas US$ 23 por barril. Se o preço de equilíbrio for somado ao custo médio de refino, em vez do custo total de produção, chega-se a um custo médio de US$ 33 por barril de combustível.

Somados outros custos administrativos e de transporte, o custo médio de produção de óleo diesel, por exemplo, seria de, no máximo, US$ 40 por barril. Utilizando-se uma taxa de câmbio de 3,7 Reais por Dólar e que um barril tem 158,98 litros, o custo médio de produção do diesel é de apenas R$ 0,93 por litro.

Ocorre que a Petrobrás, antes da redução de 10% no preço do óleo diesel por 15 dias, estava praticando um preço médio nas refinarias de R$ 2,3335 por litro, o que representa uma margem de lucro de 150%. Depois dessa redução, o preço do óleo diesel nas refinarias reduziu-se para R$ 2,1016 por litro.

Mesmo após essa redução de 10%, a margem de lucro da Petrobrás de 126% seria altíssima Assim sendo, não faz sentido a estimativa de que a União poderia ter que repassar R$ 4,9 bilhões à estatal até o final do ano. Em relação ao óleo diesel produzido a partir do petróleo nacional, essa redução de 10% representa apenas uma diminuição nas margens de lucro de 150% para 126%, ambas altíssimas.

Se todo o óleo diesel consumido no Brasil fosse produzido internamente a um custo de R$ 0,93 por litro, o preço nas refinarias, mesmo com uma margem de 50%, seria de R$ 1,40 por litro, valor muito inferior ao praticado pela Petrobrás, de R$ 2,3335 ou R$ 2,1016 por litro.

Estima-se, a seguir, qual seria o preço nos postos se o preço de realização da Petrobrás, nas refinarias, fosse de R$ 1,40 por litro. A esse valor têm que ser acrescidas as seguintes parcelas, por litro:

- Cide: R$ 0,05;
- Pis/Cofins: R$ 0,298;
- Margem de distribuição e revenda (cerca de 9%): R$ 0,207;
- ICMS (15%, em média): R$ 0,345.

Observa-se, então, que se o petróleo do Pré-Sal for refinado no Brasil, ele poderá ter um preço nos postos de combustíveis de R$ 2,30 por litro; preço muito menor que o atualmente praticado que é superior a R$ 3,50 por litro.

Conforme mostrado na Figura 4, a carga tributária incidente sobre o óleo diesel, de apenas 29%, é muito baixa quando comparada a outros países. Na Europa, a carga tributária sobre esse combustível é bem superior a 50% e mesmo o diesel sendo importado, o valor pago na refinaria é menor que no Brasil. Os tributos cobrados chegam a ser três vezes maiores que no Brasil.

Nesse contexto, não faz sentido que a União deixe de arrecadar, anualmente, cerca de R$ 14,9 bilhões, relativos a Pis/Cofins, como aprovado pelo Plenário da Câmara dos Deputados, no dia 23 de maio de 2018, e R$ 2,5 bilhões, relativos à Cide. Registre-se que 29% da Cide é repassada a Estados e Municípios.

Os dados mostrados na Figura 4 demonstram, claramente, como a atual política de preços no Brasil é tecnicamente equivocada.

Figura 4 – Composição do preço do óleo diesel em diversos países.

Dessa forma, não se justifica reduzir tributos sobre esse combustível, que podem ser importantes para a consecução de políticas públicas em quadro de crise fiscal. A grande parcela, e que precisa ser reduzida, é o valor pago na refinaria, que representa 55% do preço nas bombas.

O alto preço de realização nas refinarias do Brasil decorre do fato de a política de preços da Petrobrás acrescentar ao preço no Golfo (Estados Unidos) um custo de transporte, de taxas portuárias e de margem de riscos. Assim, o preço da estatal é mais alto que o preço no mercado internacional.

Está também sendo repassada para os consumidores, até diariamente, a volatilidade tanto dos preços no mercado internacional quanto do câmbio para a população, o que não faz, tecnicamente, o menor sentido. A redução dessa volatilidade pode ocorrer por diversos métodos, como bandas ou médias móveis, como ocorre nos países não autossuficientes em derivados. Nesses países, os períodos de amortecimento variam de semanas a meses.

A Figura 5 mostra os preços de realização nas refinarias da Petrobrás do óleo diesel S-10 e S-500, assim como o óleo diesel de baixo enxofre nos Estados Unidos (Golfo).

Figura 5 – Evolução dos preços do óleo diesel depois da nova política da Petrobrás.

Como mostrado na Figura 5, além de voláteis, os preços nas refinarias do Brasil são mais altos que nos Estados Unidos (Golfo), em razão da atual política de preços da Petrobrás.

Em suma, mesmo que a Petrobrás tivesse uma margem de lucro de 50%, o óleo diesel poderia ser vendido nos postos a R$ 2,30 por litro, desde que o petróleo fosse produzido e refinado no Brasil. Daí a importância de se combater o Edital da 4ª Rodada de Licitações do Pré-Sal, por não fazer qualquer exigência relativa a refino no País.

Se os contratos assinados com as empresas petrolíferas estabelecessem esse tipo de exigência, por certo não estaríamos vivendo a dramática crise de abastecimento que ora assola o País.

Referências do autor e gráficos (figuras):
[1]Paulo Cesar Ribeiro Lima foi engenheiro da Petrobrás, Consultor Legislativo do Senado Federal e Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados.

[2] Disponível em http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/vamos-bater-meta-de-producao-e... Acesso em 24 de maio de 2018.

[3] Disponível em  http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/preco-do-diesel-tem-reducao-de... Acesso em 24 de maio de 2018.

[4] Disponível em http://www.petrobras.com.br/pt/produtos-e-servicos/composicao-de-precos-... Acesso em 25 de maio de 2018.

Fonte: Site da Aepet no link: http://www.aepet.org.br/w3/index.php/artigos/artigos-da-aepet-e-colabora

Mensagem da Vovó Briguilina

Duas coisas que a gente aprende na vida:

  • Não desperdiçar tempo com pessoas que nada acrescentam a você e não investir seu potencial com pessoas que não te dão o devido valor.
Se dê valor e naturalmente será valorizado por todos.
Boa noite
E...

***

Cadê as feministas?

A dúvida que tenho é: nesse caso a vítima tem direito aos benefícios da Lei Maria da Penha?
Agradeço quem me informar.

***

Décima em homenagem ao Michê

Resultado de imagem para charge temer capeta
Foi chegando sorrateiro
Veio a mando do tinhoso
Um pernóstico seboso
Fez de nós, os brasileiros
Reféns de quadrilheiros
O Marun seu estafeta
Levando nota preta
Faz intrigas no quartel
O jagunço do capeta
Todos sabem, é o Michel
(Paulo Magalhães)

***

Procura-se

Envie informações para o Michê, ele está com saudades dessa gente
***

Crise palaciana

Resultado de imagem para charge temer banheiro
Marcela Temer - Estamos com um grave problema.

Carlos Marun - O que é primeira dama? Pode dizer, estou aqui para servir.

Marcela - É algo constrangedor.  Tenho vergonha de dizer.

Marun - Pode dizer. Seja o que for eu resolvo.

Marcela - É que o presidente não está conseguindo cagar.

Marun - Vou falar com o General Etchegoyen.

E o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, vai conversar com o ministro Sérgio Etchegoyen, Gabinete de Segurança Institucional, que resolve conversar com Luna,  ministro da defesa. Diante da gravidade do caso Luna não vê outra saída e chama o comandante do exército, Eduardo Villa Bôas. Eis que nesse instante ouve-se em todo o Palácio do Planalto:

Michel Temer - Caguei!!!
  ***

Guilherme Boulos sobre a crise dos combustíveis

A Petrobras tem de servir ao público [cidadãos brasileiros] e não para dá lucro a rentistas estrangeiros

***

Comparar faz bem





Abaixo os números do lucro líquido da Petrobrás durante os governos FHC (Psdb) e Lula (PT)

  • Governo Fhc [1995 a 2002] Lucro líquido 33,6 bilhões, média de 4,2 bilhões anuais.
  • Governo Lula [2003 a 2010] Lucro líquido 204,1 bilhões, média de 25,5 bilhões anuais.
É a mesma coisa que comparar o Real Madrid com o Ibis.


Se comparar, vota para Lula voltar.
(Diogo Costa)
***

Destaque dominical


A Petrobrás é a raiz do golpe, por André Araújo

Não há nenhuma grande petrolífera estatal à venda no mundo e elas são 13 das 20 maiores empresas globais de petróleo. Especialmente não há nenhuma estatal petroleira à venda com grandes reservas de petróleo. É muito menos há estatais à venda com reservas de petróleo no Hemisfério Ocidental.
Nesse sentido a PETROBRAS  é única. Não só tem as reservas como tem os meios de extrai-la já prontos,  ganha-se três anos que levaria para explorar um campo virgem. Nesse quadro a PETROBRAS é o objetivo estratégico numero 1 na área de petróleo, especialmente com a elevação do nível de conflitos no Oriente Médio. Nada melhor que um governo frágil para permitir a execução desse projeto de privatização que já começou com a venda de ativos estratégicos da empresa, como oleodutos e a BR Distribuidora, já se anuncia a venda de refinarias, uma empresa em liquidação, a venda final será do pré-sal.

A assunção do grupo Temer ao poder só foi possível com o aval do “mercado”. O preço foi a entrega da totalidade da área econômica a delegados do mercado, Meirelles e Goldfajn na linha de frente, Paulo Pedrosa no Ministério de Minas e Energia, Maria Silvia no BNDES, Wilson Ferreira na ELETROBRAS.

Meme do dia

Não há comparação entre um governo que está a serviço do cidadão com um desgoverno que está a favor do patrão.

Resultado de imagem para piada gasolina

***

PT lança candidatura Lula hoje

O mote da campanha de lançamento do ex-presidente Lula de volta ao Palácio do Planalto será:

"Os brasileiros lembram qual era o preço do botijão de gás e da gasolina na era Lula".

Mesmo preso injustamente pela máfia de toga, Lula lidera todas as pesquisas de opinião pública e é o candidato com menor rejeição.


***

Recadinho aos paneleiros

O ator Gustavo Mendes interpreta a presidenta Dilma Rousseff dando o troco aos que a golpearam.  Acontece que Dilma é tão superior aos seus desafetos que não se comporta com mesquinharia nem rancor.

***

Aula de semântica, compreensão e interpretação de texto, por Pedro Augusto Pinho


A professora escreve no quadro: o agente Moro cumpriu sua missão. Volta-se para turma e pergunta: esta frase está completa?
Murmúrios e silêncios. Houve-se uma voz: Não.

Correto, diz a professora. O que está faltando?
Saber qual a missão.
Muito bem. Alguma outra informação para que a sentença faça inteiro sentido?
Novos murmúrios e silêncio prolongado.
Sendo ele um agente, o é de alguém ou de alguma instituição. Logo, falta explicitar de quem Moro é agente.
Vamos então descrever o ambiente que ajudará à compreensão integral à frase.
O Brasil é um país de reconhecidas desigualdades econômicas e sociais. Estas desigualdades levam o país à desigualdade na representação política. A grande maioria, quase a totalidade, de sua população não tem representantes no Congresso e nas Assembleias estaduais.
Em 2015, ano anterior ao golpe que destituiu a Presidente Dilma Rousseff, o Brasil distribuía suas classes, de acordo com a renda, em cinco grupos: A, com menos de 1% da população; B, com cerca de 11%, C, com 54%, D, com 25% e E, com 10%. Note-se que neste ano havia 8% de desempregados e 25% dos habitantes  recebia um salário mínimo. (Luis Migual Luzio dos Santos, Classes Sociais no Brasil: o país dos 12%, in Baixo Clero, 14/01/2016).
Dos 513 deputados federais eleitos em 2014, de acordo com o DIAP, 190 se declaravam "empresários", 139 "ruralistas", 82 "evangélicos", 46 "sindicalistas" e 20 "policiais"; 411 (80%) tinham curso superior completo. Mesmo se todos os sindicalistas defendessem os interesses dos trabalhadores, das classes menos favorecidas, o que sabemos não ser verdade, ainda seriam 9,5% congressistas representando 89% da população.
Como no título do trabalho citado, o Brasil é dirigido por representantes de menos de 12% dos brasileiros. Trata-se portanto de uma oligarquia que dirige o País, em seu único proveito. Veremos que esta oligarquia também representa interesses estrangeiros, em oposição a interesses nacionais.
Tomemos agora a votação pelo impeachment da Presidenta Eleita, em 2016. Os partidos PSDB, DEM, PRB, PMB, PSC, PPS, SD, PSL e PV, por unanimidade, votaram a favor do impeachment, e, igualmente, com 70% ou mais de seus deputados, o PTB (70%), PR, PSB, PHS, PSD, PMDB e o PP (90%).
Vejamos a composição da Assembleia Legislativa do Paraná (ALP), local da principal atuação do agente Moro. Os dois maiores partidos PMDB e PP votaram majoritariamente pelo impeachment. Outros partidos que votaram pela saída da Presidente Dilma, com representação na ALP são PSDB, PPS, PSC, PSD, SD, PV, PTB, PHS, PR e PSB. Embora haja sempre posições pessoais não alinhadas a decisões majoritárias dos partidos, em princípio a ALP tem 77% de seus componentes favoráveis à subversão dos princípios constitucionais que regeram o Brasil até maio de 2016.
Saltemos para a descoberta de petróleo pela Petrobrás em 2006 e a questão do petróleo na geopolítica do século XXI.
Como é evidente, a cada descoberta de um campo de petróleo fica mais difícil, com as tecnologias disponíveis, descobrir outro campo. Esta relação, que não é divulgada pelas empresas de petróleo, estabelece o número de "poços secos" (os perfurados sem êxito para descoberta de petróleo) para um descobridor. O pré-sal é uma descoberta na fronteira exploratória, ou seja, no limite do conhecimento e da disponibilidade de recursos materiais para sua exploração e produção. A Petrobrás dispõe de tecnologia e capacidade para este empreendimento como demonstra a produção de mais de 50% do petróleo brasileiro em 11 anos a partir da descoberta.
Acresce que o pré-sal é a maior província petrolífera descoberta no último meio século. Houve a descoberta dos folhelhos de óleo e gás no Canadá e nos Estados Unidos da América (EUA), mas há inúmeras restrições, além do custo, para manutenção daquelas produções.
Os olhos do mundo petroleiro convergiram para o Brasil, num momento em que os tradicionais produtores do Oriente Médio e do norte da África sofrem com as guerras e o esgotamento de suas reservas. A maior reserva de petróleo, atualmente, se encontra na Venezuela; e bem sabemos a pressão dos EUA e do sistema financeiro internacional (banca) contra aquele país.
Vamos conhecer um pouco do agente Moro.
"Em julho de 2016, a filosofa Marilena Chauí afirmou que o juiz de primeira instância Sérgio Moro havia sido "treinado pelo FBI" para atender aos interesses estadunidenses na condução da operação Lava Jato" e "Para aqueles que acreditam em uma relação estratégica entre Moro e os Estados Unidos, a hipótese levantada por Marilena Chauí encontra respaldo em um documento vazado pelo WikiLeaks em 30 de outubro de 2009", lemos na matéria de Daniel Giovanaz, em 5 de Junho de 2017, no Brasil de Fato (Agente da CIA? Treinado pelo FBI? Um raio-x da relação Moro-EUA).
Sem dúvida, o agente Moro, com outros magistrados, promotores e policiais, participou do Projeto Pontes. E o que pretendia este projeto? Na verdade dar o suporte dos EUA para que seus treinados violassem as legislações do Brasil e de outros países latino-americanos a pretexto do combate ao crime financeiro.
Do blog Pragmatismo Político (05/07/2016): "O WikiLeaks revelou um documento do governo dos EUA que mostra como a Lava Jato e os trabalhos do juiz federal Sergio Moro sofreram influência de agentes daquele País, que capacitam profissionais para o combate a "crimes financeiros e terrorismo". O informe diz que os agentes norte-americanos influenciariam brasileiros a criar uma força-tarefa para trabalhar em um caso factual, que receberia assessoria externa em "tempo real".
Segundo o comunicado, após o sucesso de um seminário sobre "crimes financeiros ilícitos" promovido pelo "Projeto Pontes" (bancado com recursos dos EUA), cursos de formação em São Paulo e Curitiba foram solicitados por juízes, promotores e policiais brasileiros interessados em aprofundar o conhecimento sobre como, por exemplo, arrancar, de maneira prática, revelações de acusados de lavagem de dinheiro e outras testemunhas".
Hoje já sabemos que a Petrobrás, o principal alvo da Operação Lava Jato, é espionada desde o Governo do General Figueiredo. E tudo que poderia ser usado para a destruição da maior empresa brasileira e das grandes empresas nacionais de engenharia foi entregue ao agente Moro. Ele precisava apenas, com prisões, torturas e ameaças, obter "confissões" que pudessem constar de um processo judicial, o que não era possível para documentos da espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA.
Pertencendo à categoria dos 12%, com apoio político interno (PSDB e grandes partidos que apoiaram o golpe de 2016) e de agências estadunidenses, no exterior, não é de surpreender que o agente Moro enfrentasse o sistema judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF), o  Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e até as leis do Brasil para atender a sua missão.
Cabe, então, deixar clara a missão.
O Brasil voltou a crescer depois da devastação provocada pelo período tucano com Fernando Henrique Cardoso. As Políticas Públicas de acesso a vida e a instrução (ainda que na pedagogia colonial) dos governos petistas trouxeram ao mundo do consumo milhões de brasileiros, movimentando a economia e incentivando investimentos. Em algumas áreas, como da engenharia de construção e montagem, de engenharia naval, da engenharia civil, as empresas de controle nacional ganhavam licitações em todo mundo, inclusive nos EUA.
E não se tratava de subornos, como as agências estrangeiras e seus papeis carbono brasileiros divulgam sistematicamente. No mundo dos negócios internacionais prevalecem as comissões, a compra de políticos e administradores públicos com poder de decisão. Ilude-se quem pensa que é um vício brasileiro. É uma consequência do sistema capitalista, seja o industrial ou, muito mais ainda, o financeiro.
Com a descoberta do pré-sal, o País não só se tornou autossuficiente em petróleo como de um petróleo da qualidade do árabe leve, da Arábia Saudita. Isto fazia prever um período de consistente progresso, de investimentos em educação e saúde, em pesquisas científicas e tecnológicas, o que é inaceitável para as potências coloniais e, em especial, para os atuais "donos do mundo", o sistema financeiro internacional, a banca.
Usando o surrado, mas ainda eficaz, pretexto da corrupção – o que está por ser demonstrado por fatos e valores, exceto para os 12% que sempre dirigiram o Brasil – parcela da classe média, com os corrompidos atores do judiciário e do legislativo, com a mídia sempre oposta aos interesses brasileiros e com o silêncio das forças armadas (FA), deram o golpe que colocou os parceiro do agente Moro no governo.
E assim, a Petrobrás está sendo estilhaçada, distribuída por empresas estrangeiras, o pré-sal entregue às petroleiras controladas pela banca, as empresas de engenharia, que tanto pavor causavam às concorrentes estrangeiras, fecham suas portas ou se submetem a papéis secundários nas concorrências, e o Brasil, em dois anos, retroage tanto econômica quanto socialmente ao fim do século XIX, início do século XX.
A união do agente Moro com os doleiros no Brasil foi, também, importante estratégia de incriminação e prisão dos que nada fizeram de errado, que não fosse, aos olhos colonizadores, lutar pela Pátria Livre, pelo Brasil Soberano, independente e socialmente justo. Diga-se, por oportuno, que "socialmente justo" para a mídia golpista sempre foi chamado de "comunismo".
Agora a sentença – "o agente Moro cumpriu sua missão" – pode ser entendida na sintaxe e na semântica; no contexto social brasileiro, na situação econômica e financeira internacional e pelo recente golpe que trouxe o retrocesso à Nação.
A transcrição da aula só foi possível com as informações colhidas nas fontes citadas e nos artigos e informações dos blogs e portais: Pátria Latina, Brasil 247, Dinâmica Global, GGN Jornal de todos os brasis, e nos jornais impressos Monitor Mercantil (RJ e SP), Alternativa (Nova Friburgo, RJ), Brasil Popular (Brasília) e no Pravda ru, em português.
Pelo resumo.
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado 
***

Nova criminalidade

É a lei do mercado

– Charge do Claudio Mor, via Folha.
***