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Mercadante e o governo Lula Parte II

Na sequência, a segunda parte da entrevista que o senador Aloizio Mercadante, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, deu à CartaCapital dia 10 de maio último. A primeira parte foi publicada aqui nesta quinta-feira 13 e você pode lê-la clicando aqui.
A terceira e última parte da entrevista irá ao ar na segunda-feira 17.
A Celso Marcondes 
CartaCapital: E aquela polêmica a respeito dos números que Dilma usou sobre as operações da Polícia Federal?
AM
: Eu terminei um livro com um balanço do governo Lula. 1012 é (o número de operações da PF) que está no livro, eu terminei o livro com um balanço até 2009. Quando a Dilma me ligou, eu disse que era mais, imediatamente nós repassamos e eram 1060. No meu livro está assim: 20 operações de 2000 a 2002 do Fernando Henrique Cardoso. Eram 183 operações nos primeiros três anos do governo Lula, agora são 1060. Isso está disponibilizado no site da Polícia Federal inclusive, uma parte anterior do governo do Fernando Henrique Cardoso, se você olhar relatórios encontra lá as operações que foram feitas. É inquestionável. Nós aumentamos em 47% a verba da Receita Federal, aumentamos o efetivo, demos liberdade para adequação, investimos na inteligência policial, na polícia científica e os resultados apareceram também no combate à corrupção hoje muito mais eficiente. Uma transparência muito maior no País.

Objetivamente, o comportamento histórico deles e das principais lideranças não é compatível com esse discurso. Agora, se esse discurso é verdadeiramente uma inflexão, e eles pensam isso, se até quem sempre criticou o Lula, agora elogia o Lula, então vamos votar em quem o Lula elogia, vamos votar na Dilma.
E se esse governo é tão bom como eles dizem, então ele tem que continuar, deixar a Dilma trabalhar.
CC: Mas o senhor acha que a identificação da Dilma com o Lula já está clara para a maioria da população?
AM
: A minha visão, é que essas coisas só vão ficar claras a partir de agosto, quando a televisão for para o ar. A Dilma vai ter quase metade do tempo de televisão da campanha, nunca tivemos isso. Em 2002 nós tínhamos 21% e o Serra tinha 47% do tempo de televisão, agora vai inverter, ele vai ter em torno de 26%, 27% e a Dilma deve ter em torno de 50% do tempo de televisão. Nós vamos poder mostrar uma coisa que o Brasil sente. 75% dos brasileiros apoia o governo Lula, porque o País cresce, tem estabilidade, foi precavido em relação à crise; nós somos hoje o segundo maior produtor e exportador de alimentos do mundo, a safra agrícola é recorde este ano, com149 milhões de toneladas, o pré-sal aponta uma perspectiva fantástica para a economia brasileira.

Nós criamos um mercado interno de massa, que é o que faz o Brasil crescer hoje, porque a Europa está mal, o Japão e os EUA continuam com dificuldades e o Brasil retomou um crescimento de mais de 7% nesse primeiro trimestre.
Então, meu livro vai contar isso detalhadamente, é um balanço do governo, o prefácio é do Lula. Chama-se “O Brasil, a Construção Retomada”. Acho que vai ser um bom momento para o debate político.

Eu usei a “construção retomada” dialogando com “o Brasil construção interrompida”, do Celso Furtado. Eu publico uma carta em que ele me mandou em 2002, aonde ele dizia a angústia que sentia em relação ao período neoliberal, as dificuldades do país, ele achava que ia ser muito difícil dar um salto histórico, mas achava que era possível, que as nossas propostas caminhavam nesta direção. Ele não viveu para ver, mas a gente retomou a construção da nação.
CC: E dá para adiantar para nós a questão central que aborda no livro?
AM
: Eu acho que vai dar uma bela discussão, falo sobre como foi colocar o social como eixo estruturante do econômico e criar um mercado de consumo de massa, que era nosso projeto desde a origem. Porque nós fizemos a “Carta ao Povo Brasileiro” para fazer uma transição, na medida em que nossa margem de manobra era muito pequena quando nós chegamos.

A crise cambial, a taxa de juros estava em torno de 27,5%, a inflação estava em 17%, então se precisava de uma política de transição, para criar condições, acúmulo de forças, governabilidade, para implantar um modelo onde o social fosse o eixo estruturante do econômico, porque esse que é o novo desenvolvimentismo que o Lula trouxe: o protagonismo internacional do Brasil, a liderança dos países em desenvolvimento, a integração regional da América do Sul. Foi um trabalho que me deu muito orgulho de ter participado como líder do governo.

Esse balanço do governo Lula é muito importante para a disputa em São Paulo. Eles estão aqui no governo há 27 anos, 16 anos com o PSDB, o Alckmin foi governador por 12 anos, seis anos governador, seis anos vice-governador, e mais um ano e quatro meses como secretário de governo. Então, eu não posso comparar um governo que eu não fiz com um governo em que eles estão tanto tempo se alternando. Eu posso comparar o governo que nós fizemos no Brasil, com o governo que eles fizeram no Brasil e posso destacar o que do governo Lula nós fizemos em São Paulo.
CC: No debate do Sérgio Guerra com o José Eduardo Dutra (presidentes do PSDB e do PT) Guerra insistiu que o governo Lula era uma continuação da política econômica e dos programas sociais do governo Fernando Henrique, que Lula não fez outra coisa senão adaptar tanto a política econômica quanto os programas sociais.
AM
: Evidente que, primeiro, a política externa é outra. O Serra disse que acha o Mercosul um desastre e nós investimos muito na integração. Nossas exportações para o Mercosul cresceram duas vezes mais, que as nossas exportações para o resto da economia mundial. Investimos na integração regional, isso ajudou no protagonismo internacional do país. Investimos em sair da ALCA, por uma política de articular os países em desenvolvimento e recolocá-los em uma agenda global. Não nos acomodamos com o papel subalterno, secundário em relação ao G-20, nós implodimos o G-8 e criamos o G- 20.

Nessa crise o Brasil presidiu o G-20 no momento da sua constituição, nós tivemos uma liderança inquestionável em Copenhague na agenda ambiental. E o presidente Lula é o presidente que mais vezes viajou à África, à Ásia, que mais viajou para a América Latina. Nós construímos realmente uma grande liderança internacional, que o mundo hoje aplaude e reconhece. Diferente da agenda de uma inserção subalterna que era o projeto deles.
O Cavallo (Domingo Cavallo, ex-ministro da Economia da Argentina nos governos Menem e Fernando de la Rúa) também dizia que o Mercosul era um projeto que tinha que ter uma relação carnal com os EUA e nós fizemos uma outra construção histórica cujo resultado, na balança comercial e nas contas externas do país, foi exuberante.
CC: E quais as diferenças sobre o papel do Estado, tema que deve também ocupar um espaço importante na campanha?
AM
: Nós retomamos o estado planejador, o estado protagonista, nós fortalecemos as empresas estatais. Eles venderam quase todo o patrimônio. Se você pegar a revista Exame em 2006, eles diziam temos que vender a Petrobras e o Banco do Brasil. Na crise o que nós fizemos? O Banco do Brasil empresta mais hoje do que todos os bancos públicos emprestavam em 2002. O BNDES hoje é maior que o Banco Mundial. Na Caixa Econômica Federal só de crédito imobiliário são 47 bilhões de reais, tem 410 mil casas sendo construídas na faixa de 0 a 3 salários mínimos e esse programa foi lançado no auge da crise. Uma política que nunca foi feita no passado.

O que eles fizeram na crise? O Serra, vendeu a Nossa Caixa. No auge da crise, quanto estávamos usando os bancos públicos para fazer uma política de crédito em um grave cenário de crise de liquidez, eles estavam vendendo a Nossa Caixa. Aumentaram os impostos na capital, o IPTU, fizeram um programa de distribuição tributária em São Paulo que aumentou a carga tributária do estado, enquanto nós estávamos desonerando o setor estratégico, dando liquidez e colocando nos bancos públicos.
CC: Mas o Brasil tem ainda sérios entraves nas áreas de energia e infraestrutura, não é?
AM
: Vamos começar pela Petrobras: eles venderam um terço por 5 bilhões de dólares. A Petrobras hoje vale 208 bilhões de dólares e é a 18ª maior empresa do mundo na bolsa, segunda maior empresa de petróleo do mundo. Isso e a descoberta do pré-sal mostram a força da Petrobras ao substituir importações na cadeia produtiva de petróleo. O Lula acabou de inaugurar o primeiro navio construído em Pernambuco, no estaleiro, que é uma coisa que foi construída nesse governo. A Ferrovia Norte-Sul está com 7 mil pessoas trabalhando, com uma velocidade fantástica, estava parada há 20 anos.

E o que eles fizeram em ferrovias? Em 16 anos que eles governaram o estado de São Paulo? Venderam a FEPASA e privatizaram todo o setor ferroviário nacional, abandonaram qualquer planejamento de projeto estruturante sobre trilho. O modelo de estado era outro, a política externa era outra, a política econômica foi outra. Nós fizemos uma política econômica de um perfil keynesiano, inclusive na crise, anti cíclico, para retomar a capacidade de investimento e formulação de políticas públicas. O PAC é a reconstrução da capacidade de planejamento estratégico de projetos estruturantes de investimentos do estado, em parceria com a iniciativa privada, que o Brasil tinha perdido a ideia de planejamento, projeto estruturante, papel protagonista do estado no impulso de seu desenvolvimento. Nós somos, na realidade, o que um novo desenvolvimentismo e a marca fundamental desse novo desenvolvimentismo é o social como eixo estruturante do econômico.

A ideia força desse governo foi criar um mercado de consumo de massa, eles diziam que se o salário mínimo crescesse a inflação voltava. Teve um crescimento de 74% do salário mínimo, eles jamais pensaram em um programa como o Prouni. Nunca existiu um Prouni antes, ele colocou 726 mil alunos na universidade com bolsa de estudos.

(LEIA A PARTE FINAL DA ENTREVISTA NA SEGUNDA-FEIRA 17) 

Foursquare, o novo queridinho da internet

No dia 16 de abril, cerca de 150 festas foram realizadas ao redor do mundo, todas em homenagem a um aplicativo para celulares chamado Foursquare. Fãs do aplicativo, sem nenhuma relação com os seus criadores, declaram a data o Dia do Foursquare. [A piada é infame: os americanos escrevem 16 de abril "04/16" - 16 é o quadrado (square) de quatro (four)]. No terraço de um edifício em Nova York, os criadores da rede social, com seus 30 e poucos anos, comemoraram o sucesso em um feriado autoproclamado. (Comemoraram também um crescimento de quase 500% em quatro meses.) Mas o que é o Foursquare? Em resumo: é uma rede social baseada na localização física de seus usuários, com elementos que lembram games. Tem pouco mais de um ano de existência e antes de janeiro de 2010 só funcionava em algumas cidades. Agora, é a empresa iniciante mais comentada da web, desejada por gigantes como Yahoo eFacebook, e inevitavelmente comparada ao Twitter em questão de euforia provocada nos usuários e nos investidores.

O Foursquare dá o próximo passo da onipresença das redes sociais no cotidiano e adiciona uma nova camada de informação ao mundo virtual. Uma camada de informação muito importante. Enquanto o Twitter e o Facebook querem saber o que você está fazendo, o Foursquare quer saber 
onde você está fazendo, em tempo real, direto do seu celular. Informação geolocalizada, tendência dominante nos próximos passos da internet (o Twitter lançou algo similar com o Places, o Google tem o Latitude e o grande concorrente do Foursquare é o Gowalla, além de rumores de um projeto geolocal do Facebook.) Sabendo onde você está, o Foursquare pode se transformar ou em um jogo ou em uma nova - e útil - forma de comunicação (ou nos dois). Continua>>>

Acari: A Minha Pasárgada Sertaneja

Conheça a equipe de FHC, ops, da campanha de Serra 2010


Diga-me com quem andas e direi quem és. O velho ditado popular serve muito bem para demonstrar o quanto o pré-candidato do PSDB a presidência da República, José Serra, tem em comum com o ex-presidente FHC. Embora tente afastar FH de seu palanque, a equipe de campanha de Serra é a mesma escalada para os governos de FH--- prova cabal de que muito longe de ser o pós-Lula, como anda dizendo, Serra é, na verdade, a volta das privatizações e do desemprego, marcas dos governos de FHC.


Interessado na casa própria deve levar documentos

As pessoas que estiverem interessadas em realizar o sonho de adquirir um imóvel no 6º Feirão Caixa da Casa Própria não devem ir desprevenidas ao evento que se inicia hoje em Fortaleza e em Juazeiro do Norte. Para fechar negócio, é necessário apresentar RG, CPF, comprovante de residência e os últimos três contracheques. Aqueles que moram em imóveis alugados devem levar ainda o contrato de aluguel. Nos casos em que a renda é informal, são pedidos extratos bancários e as faturas dos três últimos meses do cartão de crédito.

Quem tiver FGTS e desejar utilizá-lo para comprar imóveis no evento da Caixa, deve apresentar extratos atualizados da conta vinculada de FGTS, cópia da Carteira de Trabalho e declaração de imposto de renda ou declaração anual de isento do ultimo exercício.

Projeção de R$ 530 mi

Com foco na quantidade de negócios e não mais no número de visitantes, o feirão prospecta gerar R$ 530 milhões em Fortaleza e Juazeiro do Norte - valor 20,6% superior ao do ano passado, quando foram fechados R$ 439,2 milhões, nos dois eventos. Na Capital cearense, o feirão abre hoje, no Centro de Negócios do Sebrae. Na estrutura e organização, foram envolvidas cerca de 100 pessoas.

De acordo com Adalfran Carneiro, gerente regional da Construção Civil da Caixa, "há uma expectativa muito positiva. Neste ano, queremos aumentar a quantidade de negócios gerados. 300 funcionários da Caixa e os cerca de 1.000 corretores de imóveis estão preparados para fazer o atendimento".

Ele confirmou que estarão disponibilizados 20 mil imóveis, sendo que a maioria é de novas unidades.

"O perfil do nosso comprador é formado por casais de nível superior, de 36 e 39 anos, que querem comprar imóvel entre R$60 mil e R$ 130 mil. Têm renda que varia de R$ 2.500 a R$ 4.900", informa.

A estrutura vai abrigar 100 estandes, dos quais 70 são de imobiliárias e construtoras. Cerca de 27 mil visitantes estão sendo esperados.

A Caixa está com 12 ilhas de atendimentos e quatro correspondentes bancários. "Na entrada, o interessado passar por uma triagem e já é encaminhado para o estande que melhor atenda a necessidade dele", explica o gerente.

No feirão, os interessados vão encontrar oportunidades de negócios para aquisição de imóveis na planta, novos e usados com financiamento de até 100% do valor. Nos próximos dias 5 e 6 de junho, o evento acontece no Cariri Shopping, em Juazeiro do Norte. Serão colocados à venda, 850 imóveis, no valor total de R$ 69 milhões. "A nossa expectativa é chegar aos R$ 70 milhões, com a projeção de outros negócios", adianta José Ney Monteiro Pereira, gerente regional Construção Civil, no município.

O espaço conterá 22 estandes e a estimativa é de 15 mil visitantes. No ano passado, foram realizados 701 negócios habitacionais, somando um montante de R$ 51,8 milhões.

O confronto entre duas visões de mundo e soberania


Rússia apoia esforço do Brasil pela paz no Irã; Sarkozy endossa tentativa brasileira de um acordo que evite sanções contra o Irã; alto funcionário do Departamento de Estado norte-americano reconhece: 'Lula é a última chance para que o Irã retorne negociações". O embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, ao Financial Times:  ' À medida que o Brasil se torna mais afirmativo globalmente e começa a afirmar sua influência, vamos trombar com o Brasil em novos temas - como o Irã, o Oriente Médio, o Haiti; embora positiva de uma maneira geral esta postura brasileira está nos desafiando porque significa que temos de repensar a forma como entendemos nosso relacionamento". E Serra? Aspas para sua declaração  em entrevista à RBS essa semana: 'Como presidente, não receberia nem visitaria Ahmadinejad'. 

Luizianne Lins garante estaleiro na Capital

Em menos de uma hora de reunião, realizada ontem em Brasília, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins e o diretor presidente da PJMR, Paulo Haddad, bateram o martelo: o estaleiro Promar Ceará será instalado na Capital cearense. Falta apenas decidir o local exato para receber o empreendimento.

Para demonstrar o empenho em resolver o impasse, na segunda-feira, 17, a chefe do executivo municipal visitará o Estaleiro Atlântico Sul, no município de Ipojuca, Pernambuco, interessada em entender o funcionamento de um equipamento desse tipo. No dia seguinte, o empresário, acompanhado do sócio Miro Arantes, chega a Fortaleza para conhecer melhor a orla e negociar com técnicos da Prefeitura a melhor área para a construção do estaleiro. Todos os locais já sugeridos, inclusive o Pirambu, serão avaliados.

"A reunião foi ótima. Nunca pensamos em perder a possibilidade de Fortaleza fazer parte da nova indústria naval brasileira. Por isso, estamos reunindo todo o nosso esforço para garantir o empreendimento na Capital cearense", afirmou Luizianne, antes de embarcar de volta aos seus domínios. Hoje, às 10h, ela visita as obras de reforma do Estádio Presidente Vargas.

Paulo Haddad, por sua vez, comemorou o resultado do encontro de ontem. "Pela primeira vez, tivemos a chance de colocar todos os pontos de vista na mesa. Agora tudo vai ser mais calmo. Vamos estudar todas as possibilidades e achar uma área adequada e vai ser em Fortaleza", ressalta o empresário. Continua>>>

Lula acredita em acordo nuclear com o Irã

O presidente Lula disse estar confiante de que conseguirá convencer o Irã a fechar um acordo sobre seu programa nuclear. 
Ontem Lula iniciou a mediação sobre o tema na Rússia, onde se reuniu com o presidente Dimitri Medvedev. 
Já Medvedev "apostou" que Lula tem 30% de chances de sucesso em sua visita ao Irã nesse fim de semana. Medvedev disse que é "talvez a última oportunidade" antes da adoção de sanções contra Teerã em consequência do programa nuclear. 
O presidente Lula chegará ao Irã no domingo.

Censura eleitoral


Preocupante. É o mínimo que podemos dizer da recente decisão do ministro corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Aldir Passarinho, de suspender liminarmente duas inserções do PT, que estavam disponíveis em mídia eletrônica, por considerá-las propaganda eleitoral antecipada.
Um olhar sobre a Lei 12.034/09, que regula o assunto, revela não haver lastro jurídico nenhum para embasar a decisão, contestável em seu mérito e que acabou ganhando contornos de censura prévia.
Equivocou-se o corregedor ao ter julgado duas inserções distintas como se fossem uma única peça: a primeira tinha a presença de Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência, reafirmando que o governo fez um bom trabalho e que continuar nesse caminho é essencial; a segunda, sem Dilma, com um narrador que questionava quem poderia dar continuidade ao trabalho do PT à frente do Governo Federal.
A propaganda partidária não excedeu em nenhum momento as limitações legais. Os partidos podem comparar gestões e enaltecer suas conquistas à frente dos governos que detêm. Mais do que isso: é dever dos partidos fazer tal comparação, porque, assim, distinguem para o cidadão as diferenças programáticas e inerentes à forma de governar.
É vetada por lei a comparação entre gestões, inclusive em gráficos, somente em peças oficiais de Governo. Ora, o programa partidário no rádio e na TV não é nem peça oficial de Governo, nem propaganda eleitoral antecipada. Mesmo que fosse o caso, a lei prevê suspensão de tempo de inserção apenas no próximo programa apresentado, no segundo semestre, e não antes de sua transmissão. Ou seja, de fato, ocorreu uma sanção alheia ao dispositivo legal.
A decisão é perigosa também porque decretar a suspensão com base apenas na manifestação de um único ministro —e sem ouvir a parte atingida. No caso, o PT não teve chance de se defender, quer dizer, houve desrespeito ao direito sagrado de ampla defesa, previsto em nossa Constituição.
Pelo sentido das nossas leis, a suspensão é o final do julgamento, obtido após apreciação de recurso. Assim, a decisão legitima na prática a censura prévia, lembrando, até, a Lei Falcão, instrumento criado pela ditadura que proibia os partidos de exporem suas ideias pela TV.
Afinal, buscar vetar na propaganda partidária as conquistas do Governo Lula, filiado ao PT, ou impedir a presença de sua candidata à sucessão, também petista, é um contra-senso. Que o programa partidário não possa se constituir em campanha antecipada, é posição de consenso. Mas é desproporcional exigir que o pré-candidato não apareça no programa de sua legenda, quando só filiados a partidos podem ser candidatos. O horário, então, é o veículo máximo à disposição dos partidos para divulgar o programa que, em última instância, irão expressar no exercício da arte de governar.
O efeito da decisão não se concretizou porque o PT foi ágil e apresentou, sábado e terça-feira, a sua nova propaganda partidária no rádio e na TV, para evitar uma situação que relembraria os tenebrosos tempos em que a ditadura militar instaurou a censura no Brasil.
O prejuízo para o partido poderia ter sido imenso, desproporcional ao que representa a esgrima jurídica que já permeia o embate, principalmente por iniciativa dos tucanos, neste período de pré-campanha. Porque poderia ter significado a perda desses espaços de veiculação na TV e no rádio, uma vez que nenhum partido costuma produzir material alternativo de propaganda para cada programa a que tem direito.
Prejuízo também para a democracia, porque o tratamento dado à oposição é diferente, sem proibição às peças partidárias que espalha o discurso anti-Governo Lula. Exemplo disso é o PPS, que veiculou material com a presença de José Serra, que sequer é filiado ao partido, para atacar o governo petista.
Não podemos permitir que o debate político, de propostas para o país, seja prejudicado por manobras desse tipo no “tapetão”. Decisões judiciais desse tipo são preocupantes para o desenrolar das eleições. Ao eleitor, cabe ficar atento aos dois pesos, duas medidas. 

Lucro da Caixa cresce 72,1% no primeiro trimestre


Saldo líquido foi de R$ 777,5 milhões no período; desempenho do crédito imobiliário bateu novo recorde no período

Fabiana Holtz – O Estado de S.Paulo

A Caixa Econômica Federal informou ontem que obteve lucro líquido de R$ 777,5 milhões no primeiro trimestre, o que representa um crescimento de 72,1% em relação ao primeiro trimestre de 2009. O saldo das operações de crédito em março cresceu 50,9% em comparação com março de 2009 e 8,2% em relação a dezembro do ano passado.
O desempenho do crédito imobiliário atingiu novo recorde no trimestre, com R$ 14,5 bilhões em contratações, incluindo repasses. O desempenho é mais que o dobro do valor de igual período do ano anterior.
O saldo da carteira habitacional foi de R$ 77,8 bilhões, com crescimento de 58,2% em relação ao mesmo período de 2009. Nesse segmento, as contratações com recursos da poupança atingiram R$ 7 bilhões, com alta de 82,4%. Com isso, o saldo dessas contratações atingiu R$ 38,8 bilhões no fim do trimestre, 90% de acréscimo em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
O índice de inadimplência na carteira de habitação ficou em 1,9%, estável em relação ao primeiro trimestre de 2009. O índice de Basileia da Caixa fechou o trimestre em 18,1%, superior ao mínimo exigido pelo BC, de 11%.
Retorno. A Caixa encerrou o primeiro trimestre de 2010 com retorno sobre patrimônio líquido médio de 25,2%, um aumento de 10,4 pontos porcentuais sobre o primeiro trimestre de 2009. O patrimônio líquido da instituição no fim de março era de R$ 13,7 bilhões.
Já o patrimônio líquido total dos fundos de investimentos administrados pela Caixa aumentou 14,1% na mesma base de comparação, para R$ 274,2 bilhões.
A base de clientes cresceu 5,3%, somando 50,3 milhões entre correntistas e poupadores de todas as faixas de renda. Os depósitos totais tiveram saldo de R$ 190,7 bilhões no primeiro trimestre, 11,1% mais que em igual período do ano passado, com destaque para os R$ 111,3 bilhões da poupança – 16,2% de aumento em relação a março de 2009.
Os depósitos à vista apresentaram saldo de R$ 17,7 bilhões – alta de 42,3% sobre o mesmo período de 2009, com 14,9 milhões de contas. No crédito imobiliário, foram R$ 14,5 bilhões em contratações, 109% acima dos R$ 6,937 bilhões do primeiro trimestre do ano passado.

Petrobras adapta refinaria do Maranhão ao pré-sal

O início da contratação das obras de terraplenagem da futura refinaria da Petrobras no Maranhão coincide com a revisão do projeto e a provável redução do valor do investimento, previsto inicialmente em US$ 20 bilhões. 


A refinaria, que será construída no município de Bacabeira, será readequada para processar também o petróleo leve a ser produzido no pré-sal.

Inicialmente, a refinaria do Maranhão - e também uma outra, planejada para o Ceará - foi desenhada para refinar óleo pesado, extraído na Bacia de Campos. 



"Em vez de processar apenas petróleo pesado, o processo está sendo revisto para processar 50% de óleo do pré-sal", diz Luiz Alberto Domingues, da Petrobras.

SERRA, A TAXA DE JUROS E A HISTÓRIA


A questão verdadeiramente estrutural que distingue Serra e Dilma é de natureza histórica, não retórica. Grosso modo, poder-se-ia condensá-la numa pergunta: desenvolvimento para quem? A resposta opõe, de um lado, os interesses mais retrógrados e reacionários da sociedade brasileira, que tem, objetivamente, em Serra seu estuário neste pleito, e, de outro, Dilma Rousseff, referência de continuidade do amplo espectro de forças aglutinadas em torno do atual governo. É isso que está em jogo nesta campanha presidencial.


José Serra critica, corretamente, a ortodoxia encastelada no Banco Central que subiu a taxa de juros em abril de 2008, quando a crise internacional já campeava solta nos mercados financeiros e requeria um ajuste de sentido exatamente oposto. O que Serra não diz –porque não pode, porque não enxerga ou porque discorda - é que sem contar com o lubrificante do juro baixo para gerar um efeito contracíclico favorável ao investimento e a demanda, o Presidente Lula não hesitou.


A contrapelo do que foi a ação do Estado brasileiro em crises anteriores, sobretudo aqueles registradas durante os oito anos em que Serra foi ministro de FHC, Lula determinou generosa ampliação da liquidez pelos bancos públicos –que ele não privatizou, mas fortaleceu, ao contrário de seu antecessor; a expansão do crédito popular –cujo volume mais que dobrou em relação ao governo tucano e hoje se aproxima de 50% do PIB; o aumento real do salário mínimo,que teve ganho real de 73% acima do INPC desde 2003; a ampliação do Bolsa Família –que a oposição até há pouco denominava de ‘bolsa-esmola’ e ‘gastança’; o financiamento de máquinas à agricultura famíliar; a ampliação dos investimentos da Petrobrás, e os do PAC, além do incentivo à construção civil, com o reforço nos financiamentos da CEF e o programa Minhas Casa, Minha vida. A enfeixar esse conjunto, uma contundente desoneração fiscal foi promovida em vários setores produtivos.


Delfim Netto, ex-ministro da ditadura militar, já havia feito a mesma crítica de Serra à política de juros do BC antes, com maior profundidade e rigor, em colunas que assina na Folha e no jornal Valor, ademais de textos nesse sentido publicados em sua página na Carta Capital. Carta Maior concordou, deu divulgação e ampliou essas críticas na época, abrindo espaço às ponderações no mesmo sentido feitas por outros economistas, à esquerda.

Nem por isso credita-se a Delfim Netto qualificações políticas para gerir o passo seguinte do desenvolvimento brasileiro na sucessão do Presidente Lula.



Não se confunda essa travessia com uma gincana de conhecimentos em macroeconomia, quesito em relação ao qual tanto Serra, quanto Delfim e Dilma Rousseff se ombreiam, sendo conhecidas também as restrições da ex-ministra à ortodoxia neoliberal, bem como seu corajoso contraponto cotidiano à orientação imposta pelo paloccismo no 1º mandato de Lula.


O que está em questão nesse divisor político é mais dramático do que a proficiência retórica em capítulos básicos de livros textos de estudantes de economia. A questão verdadeiramente estrutural que distingue Serra, Delfim e Dilma é de natureza histórica, não retórica. Grosso modo, poder-se-ia condensá-la numa pergunta: desenvolvimento para quem? 


A resposta opõe, de um lado, os interesses mais retrógrados e reacionários da sociedade brasileira, que tem, objetivamente, em Serra seu estuário neste pleito, e, de outro, Dilma Rousseff, referência de continuidade do amplo espectro de forças aglutinadas em torno do atual governo, dentro do qual os interesses reacionários - que empalmam a candidatura José Serra - sofrem o contrapeso da enraizadora presença de movimentos e lideranças populares, incluindo-se aí o Presidente e sua base de origem.


É isso que está em jogo nesta campanha presidencial. 


O ferramental macroeconômico, assim como a bola, no futebol, para recorrer a uma metáfora a gosto de Lula, não decide o jogo. Quem marca ou leva gol é a equipe que conduz a bola e, sobretudo, o lugar reservado à imensa massa de brasileiros no jogo do desenvolvimento. 


Sabemos o lugar que aqueles que apóiam Serra destinaram ao interesse popular sempre que empalmaram o poder como pretendem faze-lo agora, de novo, tendo à frente um personagem obrigatoriamente esquivo, dada a natureza imiscível entre o que sai de sua boca e as forças que comandam o seu destino.

Recuo amplo, geral e irrestrito: Direitos humanos: governo retira propostas polêmicas

Diante da ampla repercussão negativa do Programa Nacional de Direitos Humanos, o presidente Lula recuou e publicou ontem decreto alterando nove pontos do plano divulgado em janeiro. 


As principais mudanças atendem a reivindicações de militares, religiosos, ruralistas e órgãos de comunicação. 


Para atender a Igreja Católica, Lula excluiu o trecho que defendia a descriminalização do aborto e revogou o artigo que proibia símbolos religiosos em órgãos públicos. 


Os militares foram contemplados com mudanças nas referências ao golpe de 64. A expressão "repressão ditatorial" foi substituída por "violação de direitos humanos". 


Também saiu do texto o artigo que determinava a realização de audiências prévias à concessão de liminares de reintegração de posse. 


A nova versão também exclui a ameaça de punição de rádios e TVs por desrespeito aos direitos humanos. 

Lula ironiza Serra e diz que economista da oposição sabe mais


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que gostaria de estudar o curso superior de Economia depois de sair da Presidência. Em entrevista ao jornalista Carlos Nascimento, do telejornal "SBT Brasil", Lula ainda cutucou pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, ao dizer que economista na oposição sabe mais.


"Eu gostaria de ser economista. Eu acho chiquérrimo porque eles sabem muitos números. Quando estão na oposição, sabem mais ainda. O Serra, por exemplo, sabe tudo o que não sabia quando estava no governo", afirmou.


Ouvido pelo SBT, Serra preferiu ser diplomático. "O Lula sabe bastante de economia. Se ele for estudar, ele vai se sair bem", afirmou.


Se juro tiver que subir vai subir, mesmo em ano eleitoral, diz Lula
Para Lula, quem for condenado não pode ser candidato, tem de ser preso
Lula inicia na Rússia giro que tem Irã como tema principal
Lula afirma que Temer é o vice ideal para Dilma


Sobre o caso Romeu Tuma Júnior, Lula defendeu o afastamento do secretário nacional de Justiça. "Nessa situação, eu prefiro que haja o afastamento." No entanto, afirmou que deixou a decisão com o ministro Luiz Paulo Barreto (Justiça).


Lula falou da seleção brasileira que irá para a Copa do Mundo na África do Sul. "[O técnico] Dunga convocou uma seleção que é a cara dele", afirmou.


O presidente afirmou que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), é um bom vice para a pré-candidata petista Dilma Rousseff, na disputa presidencial. "O melhor vice para Dilma é aquele que se dá bem com ela."


Lula disse que irá se comportar depois do mandato e que não ficará dando palpite no governo. "Eu quero descansar um pouco e viver a minha vida."


Solidão?

A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.