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Fhc * décadence sans élégance

* A decadência sem elegância



Na última década do século passado, quando instado a opinar sobre a última declaração de Fernando Henrique Cardoso, o emérito e genial professor Bento Prado Jr. respondia: "Depende. Depende do personagem que o Fernando está encarnado no momento. Porque o Fernando vive encarnando personagens, vai de Maria Antônia a Napoleão e de Thatcher a Marx, conforme a cara do freguês".

A genial boutade do Professor Bento mostra a vacilante personalidade de Fernando Henrique Cardoso. Há, porém, um elemento que nunca, em toda trajetória do "príncipe da sociologia" se modificou: seu oportunismo.

Por que se presta um ex-presidente a dar uma entrevista ao jornal da direita raivosa – O Estado de São Paulo – defendendo o golpe de Estado, travestido da "legalidade do pedido de impeachment" contra a Presidente Dilma? (leia aqui)

Se recuarmos na história do Brasil encontraremos vários e vários exemplos da atuação dúbia e desonesta de Fernando Henrique: o financiamento da Fundação Ford ao CEBRAP – cujo grande trabalho era manter o debate de ideias dentro do aceitável pelas circunstâncias; a debandada dele e seu grupo quando perceberam que não tinham espaço para manobrar e montar seus esquemas no PMDB do Dr. Ulisses e fundaram o malfadado PSBD; a sentada na cadeira de Prefeito, sem nunca ter conhecido Sapopemba; a outra sentada precipitada no sofá do Collor, mendigando um cargo de Chanceler e, quando chamado às falas por Mário Covas, a recusa envergonhado, para logo em seguida surgir como paladino da moral a gritar "Fora Collor!".

Se analisarmos seu período como Presidente veremos operar a outra face do oportunismo de Fernando Henrique: o de cuidar dos seus. Ou esquecemos todos da nomeação do genro para a direção da Agência Nacional do Petróleo (e posterior demissão, quando deixou de ser genro)? Ou do envolvimento de seu filho Paulo no escândalo da Feira de Hannover, por ocasião dos 500 anos do descobrimento da América? Ou, ainda, o fato do projeto da Dona Ruth Cardoso – Universidade Solidária – ser tocado por uma ONG de propriedade da família e financiado, quase em sua totalidade, por recursos das estatais, notadamente a Petrobras?

Só se indigna com a entrevista de hoje do ex-presidente quem desconhece o fato de que Fernando Henrique sempre foi o mais serviçal dos acólitos da elite industrial e financeira do País.

Este é apenas mais um serviço que ele presta a seus patrões. Resta saber se desta vez ele emitiu Nota Fiscal e recebeu o pagamento em doações para seu Instituto, ou se o soldo se deu na forma de uma estrada para sua fazenda, um apartamento em Paris ou o pagamento de pensão ao filho que não é seu, mas é."
por Eugênio Gaspar-

Após vazar Lula e Dilma, Sérgio golpista Moro envia caso ao Supremo


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O golpista tucano enrustido e togado Sérgio Moro decidiu, hoje segunda (21/03), devolver ao STF as gravações das conversas telefônicas do ex-presidente Lula; ele alegou que tomou tal medida por causa do envolvimento de pessoas com foro privilegiado, como a presidente Dilma Rousseff, ministros de estados e parlamentares; "Como fortuitamente foram colhidos diálogos com interlocutores ocupantes de cargos com foro privilegiado, é o caso de, independentemente da situação jurídica do ex-presidente, ainda assim remeter ao Egrégio Supremo Tribunal Federal para eventuais medidas cabíveis", afirmou; na semana passada, Moro vazou um diálogo entre Lula e Dilma e foi duramente criticado por juristas e ministros do STF; oposição usou diálogo para tentar engrossar o caldo do impeachment e manifestantes cercaram o Palácio do Planalto.

O merdinha tá com medo. Covarde!

Nota do Instituto Lula

Resposta às acusações sem fundamento

O que o ex-presidente tem e o que dizem que ele tem 

A VERDADE:
– O apartamento onde ele mora em São Bernardo, na avenida Prestes Maia, o mesmo que ele morava antes de ser presidente, e conhecido por toda a imprensa

– Dois apartamentos de 72 m2 na av. Getúlio Vargas, também em São Bernardo.
– O rancho “Los Fubangos”, no distrito de Riacho Grande (São Bernardo), na região da represa Billings.
OS DOCUMENTOS QUE PROVAM A VERDADE:
A) A declaração de bens de Lula ao TSE em 2002, quando
ele foi candidato à Presidência da República. A íntegra pode ser consultada em: http://download.uol.com.br/fernandorodrigues/

politicosdobrasil/2002/59-02.pdf:


B)  A última declaração de bens de Lula, apresentada à Receita Federal em 2015:
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AS IMAGENS DA VERDADE:
Lula trabalhou desde criança. Foi vendedor de laranjas, engraxate, entregador de lavanderia, aprendiz, até formar-se torneiro mecânico e depois ser dirigente sindical, deputado e presidente da República.
Em 1965, Lula comprou a prestações uma casa de 2 quartos  no Parque Bristol, São Bernardo, onde morou com a mãe, um irmão e a primeira mulher.
Em 1976, deu aquela casa de entrada em outra, de 33 m2, no Jardim Valquíria, São Bernardo. A casa foi reformada e Lula morou lá com dona Marisa e os filhos até 1989.
Em 1993, Lula comprou a prestações um terreno de 7 mil m2 perto da represa Billings, onde construiu um galpão. É o rancho “Los Fubangos”.
Em 1995, Lula vendeu um carro e a casa do Jardim Valquíria para dar de entrada no apartamento da avenida Prestes Maia, onde mora até hoje.
Em 2001, dona Marisa recebeu de herança materna um terreno na av. Getúlio Vargas, em São Bernardo. O casal permutou o terreno por dois apartamentos de 72m2 no prédio que foi construído no local.
A ACUSAÇÃO:
Promotores do Ministério Público de São Paulo, com ampla repercussão da mídia, acusam Lula de ser dono de um apartamento no Condomínio Solaris (praia de Astúrias, em Guarujá).
A Força Tarefa da Lava Jato divulgou a mesma tese dos promotores de São Paulo e acrescentou que Lula também seria dono do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP).
A partir desses 2 erros factuais, querem acusar Lula de ter sido subornado por empreiteiras da Lava Jato, o que é totalmente falso.
OS DOCUMENTOS QUE DESMONTAM A MENTIRA:
  1. QUEM É DONO DO TRIPLEX:
escritura do apartamento 164-A do Condomínio Solaris, no Cartório do Registro de Imóveis do Guarujá, mostra que desde 2013, o apartamento pertence à empresa que o construiu para vender, ou seja, a OAS Empreendimentos SA:
QUEM SÃO OS DONOS DO SÍTIO DE ATIBAIA:
As escrituras do Cartório de Registro de Imóveis de Atibaia comprovam que uma parte do Sítio Santa Bárbara pertence a FERNANDO BITTAR:

Comprovam que a outra parte do sítio pertence a JONAS SUASSUNA:
   
E o contrato de compra e venda comprova que os pagamentos foram feitos por meio de cheques administrativos, ou seja: não há hipótese de lavagem de dinheiro, fraude, sonegação ou uso de “laranjas

Lula jamais ocultou seu patrimônio, que sempre foi declarado ao Imposto de Renda.
Lula jamais recebeu favores em troca de atos do governo. Isso só existe na mente dos adversários de Lula, de promotores que fazem denúncias irresponsáveis e de agentes do estado que perseguem Lula de forma ilegal, abusiva e arbitrária.
O apartamento do Guarujá não é e nunca foi de Lula. Em 2005, quando o empreendimento foi lançado pela Bancoop, dona Marisa adquiriu uma cota parte do projeto. Essa cota foi paga em prestações mensais à Bancoop até 2009, quando a OAS assumiu as obras e houve uma mudança de regras aprovada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.
Em 2014, o então presidente da OAS, Leo Pinheiro, quis vender o apartamento a Lula, mas a família não quis comprar – nem sem reformas nem com reformas.
A verdadeira história do tríplex  está contada com todas as provas na nota do Instituto Lula divulgada em 3O de janeiro:http://www.institutolula.org/documentos-do-guaruja-desmontando-a-farsa
Lula jamais registrou propriedade dele em nome de outras pessoas, nem em nome de empresas sediadas em paraísos fiscais.
Este é um artifício utilizado por algumas das famílias mais ricas do País para fugir ao pagamento de impostos, mas não por Lula.
Serve para esconder, por exemplo, quem são os verdadeiros donos da chamada Mansão PM, construída ilegalmente em terreno da União no litoral de Paraty (RJ).  E para esclarecer este mistério, a bancada do PT apresentou representação ao Procurador Geral da República:https://pedlowski.files.wordpress.com/2016/03/representac3a7c3a3o-pgr.pdf
O Sítio Santa Bárbara foi comprado por amigos de Lula e de sua família, para que pudessem compartilhar os momentos de descanso ao final do segundo mandato.
Lula e o ex-prefeito Jacó Bittar são amigos há mais de 40 anos. Os filhos cresceram juntos, como se fossem uma só família. 
Jacó Bittar doou dinheiro de sua poupança para o filho Fernando Bittar comprar uma parte do sítio. O empresário Jonas Suassuna, amigo e sócio dos filhos de Lula e dos filhos de Bittar, comprou com seus recursos a outra parte do terreno. 
As reformas feitas no sítio não têm qualquer relação com os desvios investigados na Operação Lava Jato, que envolvem pagamentos milionários por meio de empresas e contas em paraísos fiscais.
Em depoimento prestado à Polícia Federal, em 16 de dezembro, no âmbito da Operação Lava jato, Lula esclareceu:
 “QUE indagado se tinha conhecimento dos eventos de corrupção ocorridos na PETROBRAS e desvelados pela OPERAÇÃO LAVA JATO, o Declarante afirma que não tinha conhecimento dos mesmos; QUE afirma que estes fatos não eram também do conhecimento dos órgãos de fiscalização e controle, bem como da própria imprensa”
Lula voltou a esclarecer os fatos e rebater as mentiras no depoimento que prestou, sob violenta e injustificável condução coercitiva, aos delegados e procuradores da Lava Jato no aeroporto de Congonhas:
Lula não tem apartamento de luxo, mansão na praia, fazenda de gado ou endereço no exterior. 
Mas Lula tem um patrimônio que nenhuma outra liderança pode igualar: a gratidão e a confiança do povo brasileiro.

Esporte bretão - Juiz, bandeirinhas, tapetão, decidindo o jogo

Esporte bretão
Juiz, bandeirinhas, tapetão, decidindo o jogo, por João Sucata
O primeiro gol do Corinthians contra o Linense foi visivelmente impedido. O bandeirinha se mancou e o juiz deve ter engolido o apito. No Barcelona x Villa Real, o pênalti em Neymar não existiu.  Nada mais detestável, até para um corintiano mais maduro, equilibrado, que sabe que tem time para ganhar sem juiz e bandeirinha, ou que se não tem, que se for justo seu time deve perder e então arrumar a casa. Felizmente, de fato, o placar mostrou que a ajudazinha  ao Corinthians não era necessária, 4 x 1 contra o Linense, mas quase atrapalhou a festa. No caso do Barcelona, a ajuda do juiz foi decisiva, 2 x 2.
Infelizmente o episódio tem sido mais raro. Antigamente eram comuns os esquemas para favorecer times grandes na CBF. O futebol  deve ser decidido no campo (como a política atual deveria ser resolvida com respeito às instituições dos três poderes), entre jogadores dos dois times, torcida nos seus respectivos lugares, respeitando-se. No entanto, não faltam histórias de vícios no esporte bretão, e eles são revoltantes. O torcedor faz sua parte para apoiar seu time, tenta jogar com ele, os craques se esforçam, jogam o jogo, mas quando menos se espera um jogador do time adversário se joga na área e o juiz apita pênalti.
Tem coisa mais revoltante? Mas acontece cada dez ou vinte anos.
Claro, o time prejudicado vai logo por cima do juiz e ele, alegando indisciplina, expulsa um de seus jogadores, um que, aliás, nem estava no protesto e era seu melhor astro,  o meia, que ligava defesa ao ataque,  a esperança de vencer as dificuldades e conquistar o campeonato.
Se é o juiz favorece o time  com torcida maior, os locutores dizem que a autoridade do juiz foi desafiada e ele a usou para manter a ordem. A policia está lá para impedir invasão. Que se vai fazer, além de vaiar?
O inesperado acontece, o batedor do pênalti chuta fora. O  jogo é retomado. O time prejudicado, entusiasmado, avança , o meia lança o centroavante, que por sua vez passa por dois adversários e marca gol. Os jogadores comemoram mas o bandeirinha está com o pau levantado, aponta impedimento que o juiz, sem vacilar, confirma. Os jogadores desta vez nem se aproximam, assim mesmo o árbitro levanta o cartão amarelo para o centro avante. O centro avante diz que apenas comemorou o gol. O juiz diz que ele o está desrespeitando o expulsa de campo.
O jogo continua, na mesma toada, difícil, um time privilegiado, o outro com nove jogadores lutando como leão (lembra seu time?), E não é que no último minuto o quarto zagueiro do prejudicado chuta do meio de campo e o goleiro adversário aceita...O juiz vacila, como anular o gol? Não dá, o time destinado a perder ganhou, a torcida eufórica festeja pela cidade.
No dia seguinte o time perdedor entra com recurso. No tribunal esportivo, todos solenemente vestidos de togas, pisa-se sobre um grosso e fofo tapetão. Os jornais ajudando na pressão a favor do recurso. O advogado do perdedor diz que cinco anos antes o jogador que marcou o gol não pagou a taxa de inscrição na federação corretamente, eram R$ 180,00 e ele pagou R$ 178.00. O advogado do time vencedor mostra o recibo de R$ 2,00 pago posteriormente, mas um juiz do Tribunal diz que o recibo de R$ 2,00 foi pago fora do prazo. O advogado de defesa diz que foi no prazo, mostra a data, o regulamento. O Tribunal diz que ele não tem prova, anula o resultado, declara vencedor o time que perdeu. Sua torcida devia estar chocha, mas torcida é torcida e comemora.
João sucata

Parafraseando Martin Luther King

O que me preocupa não são os gritos dos violentos e corruptos bolsonaros, cunhas, serras, alckmins, aécios, marinhos e fhcs. O que me preocupa é o silêncio e omissão dos bons.




Não sou petista. Mas também não sou cega

Por Monica Iozzi

A Folha de São Paulo publicou hoje em seu site uma entrevista feita comigo há alguns dias. Acredito que a edição feita pela repórter não deixou minha opinião clara o suficiente. Por isso, segue abaixo o conteúdo da entrevista feita por e-mail na íntegra.

1) Você é praticamente uma unanimidade entre os telespectadores da Globo e os usuários das redes sociais. Teme que demonstrar seu posicionamento político - ainda que não partidário - possa te prejudicar?

MI - Não. Me sentiria prejudicada se não pudesse expor o que penso. Não posso deixar de me pronunciar só porque trabalho na TV. Sei que muitas vezes serei mal interpretada, principalmente num momento como este, em que o país parece estar dividido apenas entre "coxinhas" e "petralhas". Precisamos parar de nos comportar como torcidas organizadas de futebol e aprofundar a discussão política no Brasil. Participei do vídeo convidando as pessoas para as manifestações deste dia 18 com este intuito. Mas é preciso deixar claro que a ideia não é abonar as ações do PT. A ideia é cobrar que TODOS OS PARTIDOS sejam investigados e julgados de maneira clara, imparcial e justa. E que a imprensa divulgue da mesma maneira as acusações sofridas pelo PT, PSDB, PMDB, etc. O que não vem ocorrendo. Não sou petista, mas não sou cega.

Epígrafe do dia

Sobre as manifestações a favor de Lula, Dilma, PT e principalmente da Democracia.




"Um povo existe apenas em virtude da consciência que tem da sua existência",
Anatole France, escritor Francês

Briguilinks

Nota de rodapé para o juiz Sérgio Moro, por Armando Rodrigues Coelho Neto

Em nome da minha dignidade, tenho, por dever de ofício, de me por à margem do circo social e assumir a pecha que qualquer um queira me atribuir. Ajo, bem sei, como um membro de uma torcida organizada, que cansado de ser rotulado dessa ou daquela forma, aceita ser chamado de porco, peixeiro ou bambe... Tenho como inspiração o escritor Dias Gomes, que na peça O Santo Inquérito, colocou na boca da personagem Branca esse testigo: "Há um mínimo de dignidade que o homem não pode negociar".

Na direção contrária do polêmico e saudoso jurista Ruy Barbosa, que a muitos inspirou com a frase "vergonha de ser honesto", quero discorrer sobre o paradoxo da honestidade. Afinal, minha história em defesa do aprimoramento da Polícia Federal dentro da uma corregedoria, ora vigilante quanto às ações de seus servidores, ora vigilante ao resultado de seu trabalho, não me serve de referência pessoal. Meus contrapontos são vistos como defesa de corruptos e. consequentemente, sou corrupto.

Mas, deixem-me contar algo que aconteceu há duas semanas. Um jornaleiro, dono de uma banca da região central de São Paulo, foi preso. Saiu de lá algemado pela Polícia Civil, acusado de vender cigarro contrabandeado. Segundo consta, a polícia teria estado investigando o destino de cargas roubadas, até que finalmente chegou ao pobre coitado. Literalmente, segundo consta, ele é mesmo pobre e a essa altura, coitado.

O pobre jornaleiro exibe em sua banca uma edição do panfleto político conhecido como "revista Veja". Já desbotada pelo tempo de exposição, tem como título "O doleiro fala". Com o mesmo orgulho e renitência, ele ainda deixa expostos outros exemplares merecidamente encalhados, com títulos do gênero "Ele sabia", edição que revela um crime eleitoral impune, com endosso dos tribunais. Mais ao lado, outro exemplar com a chamada "O poder de Aécio". A capa da dita cuja traz político playboy abrindo a camisa no peito para exibir um escudo de super-herói.

Todos sabem que esse jornaleiro preso declara-se contra a corrupção. Faz coro com Eduardo Cunha, aquele que tem-não-tem contas lícitas-ilícitas na Suíça. Alinha-se ao deputado Paulinho da Força Sindical (Solidariedade/SP), que responde processo no Supremo Tribunal Federal, por suposto desvio de verbas do BNDES. Tem especial simpatia pelos ladrões de merenda das escolas paulistas e vai por aí afora.

Feito o registro, trago a brasa para a minha sardinha. Como sou ruim de memória, recorri a velhos arquivos e peguei o nome dos policiais corruptos que consegui que fossem demitidos por corrupção, nos meus tempos da Corregedoria da Polícia Federal. Descartadas as hipóteses de recuperação do ser humano, fiquei surpreso. Vi, com esses olhos que a terra há de comer, que aqueles policiais corruptos (ou ex-corruptos, sabe lá!) também estão contra a corrupção. É o que dizem nas redes sociais.

De outro giro, com um pouco mais de afoiteza, na mesma rede social, dei-me o trabalho de visitar as páginas de alguns envolvidos na Operação Anaconda – um rumoroso escândalo que envolvia venda de sentenças. Também aqui, riam ou fiquem perplexos, constatei que os envolvidos naquela operação policial também estão contra a corrupção, defendem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, sem que nenhum crime possa a ela ser imputado.

Resumindo, estão contra a corrupção, entre outros, o senhor Eduardo Cunha; os corruptos demitidos da Polícia Federal, enquanto Aécio Neves (Lista de Furnas) faz coro com os ladrões da Anaconda. De outro giro, a TV Globo (que nunca teria apresentado o cobrado DARF comprovando sua regularidade junto ao Fisco) anda de mãos dadas com a Veja (que nada noticia sobre o escândalo do metrô ou da Privataria Tucana). Engordam a lista  a Folha de S. Paulo (que não cobre HSBC, embora tenha a exclusividade), o jornal O Estadão (que já confessou em editorial o seu antipetismo), sem contar os repicadores dessa "grande mídia".

Como a lista de supostos grandes veículos é gigante, incluindo emissoras de televisão, que segundo a lenda vive de dízimos (quem sou eu pra desmentir!), chegou a hora de desaguar direto no Primeiro Comando da Capital (PCC). Sobre esse grupo, confesso, não tenho nenhuma informação, pois ultimamente anda muito silente. Além disso, não há vazamentos sobre conversas telefônicas gravadas (com ou sem autorização judicial) nas quais afirmem estarem contra a corrupção. Noutras palavras, não sei dizer se o PCC sensibilizou-se com o apelo do juiz Sérgio Moro e do decadente Lobão para que todos fossem às ruas. Quem sabe o PCC possa ter organizado uma "saidinha bate-volta", só para engrossar a passeata contra a Presidenta Dilma Rousseff.

Dito isto, preciso explicar minha confissão. Na verdade, estamos caminhando para uma quase unanimidade, e alguém já disse, salvo engano, Nelson Rodrigues, que toda unanimidade é burra. Quero de forma humilde e singular, quebrar essa unanimidade, pois não faço parte da corja ou cruzada que reverbera o discurso de Eduardo Cunha, Veja, Globo et caterva.

Diferentemente de Cunha e outros, preciso ser réu em razão de meus contrapontos. Aceito a leitura que fazem de mim, como um palmeirense aceita ser chamado de porco. Mas, não faço coro com a horda que citei lá em cima, ainda que eu esteja cansado de ver raposas com a boca cheia de penas negando que comeram as galinhas. Ainda que eu esteja farto da exibição de marcas de batons em cuecas. Mas, não sou eu quem alimenta essa sociedade corrupta de R$ 1,99, dos "pibões", da ganância e nem saúdo meus amigos com tal T.F.A. maçônico.

Esse cruzamento de astros e ou conjunção de fatores, dei de chamar sutilezas e paradoxos da corrupção e fico a pensar como se sentem os cidadãos honestos de País ladeado e fazendo coro com o impoluto Eduardo Cunha. Obviamente, e se esses mesmos cidadãos resolvesse me devolver a pergunta, curiosos por saber como me sinto apoiando àqueles a quem tratam por corruptos?

Eu diria apenas que nunca entendi bem a palavra honestidade na sociedade brasileira e que quando o combate à corrupção for sério, posso me apresentar como voluntário. Pois bem, leitores, foi nesse contexto, de falso combate à corrupção, que resolvi fazer uma nota de rodapé para o juiz Sérgio Moro. Mas, eu esqueci o que ia dizer...

Armando Rodrigues Coelho Neto é jornalista e advogado, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo

Gilmar Mendes se autonomeia Presidente do Supremo e “decreta feriado” até prenderem Lula

POR FERNANDO BRITO 

Moro  faz o "serviço". Gilmar Mendes o abençoa. E, In hoc signo vinces , Eduardo Cunha leva avante o impeachment da "moralidade".

Agora há pouco. informa o Estadão,  Mendes  afirmou em entrevista à Rádio Jovem Pan, que "sua decisão de suspender a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil do governo Dilma Rousseff, devolvendo dessa forma as investigações contra o petista para o juiz de 1ª instância Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, não deverá ser apreciada pela corte antes da Semana Santa, em razão do feriado da Páscoa".

"Depois da Semana Santa é que essa questão será tratada pelo Supremo", disse o ministro, numa referência ao habeas corpus impetrado ontem, 20, pelos advogados de Lula, para derrubar a decisão de Mendes.

Como o habeas corpus ainda não foi distribuído e o será a outro ministro que não Mendes – por razões óbvias, por é sua decisão que está sendo questionada – sua atitude é, de novo, invadir a competência do ministro ou ministra que for sorteado como relator do pedido.

Há um pedido de liminar que será ou não atendido dependendo do livre convencimento do ministro que o vier a relatar.

Se Gilmar Mendes, em menos de 48 horas, encontrou sustentação jurídica para atender ao pedido de suspensão da posse de Lula impetrado pela advogada que é diretora de sua empresa de ensino de Direito, porque outro ministro não poderia, em prazo igual, entender que há razões suficientes no pedido assinado por alguns dos maiores juristas brasileiros – para ficar em duas citações, apenas: Celso Bandeira de Mello e Fabio Konder Comparato ?

Ora, porque Gilmar Mendes não quer.

Quer dar tempo a que se escarafunchem papéis, que se conectem versões, que se arranjem argumentos e, afinal, Moro possa conduzir Lula à cadeia, ainda que seja por algumas horas, que lhe garantam a sagração no Jornal Nacional e mais um passo na destruição do homem que ele e Gilmar Mendes odeiam com todas as forças de sua pequenez moral.

Os ministros do Supremo foram reduzidos – para lembrar a frase do insuspeito Joaquim Barbosa – a "capangas lá do Mato Grosso".

 – Vocês fiquem quietos aí, não se metam, porque quem manda aqui sou eu.  Até o Moro prender Lula é feriado. Vão para a praia e não me encham o saco.

Suas Excelências obedecerão e ficarão bem comportados diante de tanta prepotência?

Se ficarem, que o país siga no calvário, que as instituições lavem as mãos como Pilatos no Credo.

Lula precisa ser crucificado a qualquer preço.

Não reclamem do que vier depois, portanto.

O povo de Aécio (PSDB)


Quem saiu às ruas no domingo 13 não representava o conjunto da sociedade. Era rico, branco e eleitor do tucano

por Marcos Coimbra

O sistema político foi dormir menos sobressaltado, mas ainda preocupado, depois das manifestações do domingo 13. Nada de verdadeiramente novo aconteceu "nas ruas" e o fato significativo foi de que algumas nuvens no horizonte ficaram mais escuras. 

A mídia procurou amplificá-las, em manchetes de jornal e na cobertura intensiva na televisão. Chamou os acontecimentos de "maior ato da história", em risível exercício de negação da própria história. Maiores que alguns protestos na década de 1960, como a Passeata dos 100 Mil, no Rio de Janeiro? Maiores que as manifestações em favor das eleições diretas nos anos 1980?

Pretender que eventos tão distantes sejam comparáveis é forçação de barra. Em um Brasil com um terço da população atual e em plena ditadura, 100 mil cidadãos nas ruas para protestar significam muito mais do que foi visto agora na Praia de Copacabana. Os "comícios das Diretas" não foram simultâneos e os participantes tinham consciência do risco que corriam ao confrontar o regime militar. Como dizer que foram menores?  

Em relação às manifestações, tanto no dia 13 quanto ao longo de 2015, a questão relevante nunca foi de "quantos", mas de "quem". É exatamente o inverso das mobilizações durante a ditadura, nas quais a quantidade era atributo fundamental, a ponto de aquela "dos 100 mil" haver se tornado memorável pelo simples fato de atrair tanta gente.  

Embora as pesquisas a respeito das características dos manifestantes do domingo tenham sido feitas em poucas cidades, revelam um quadro sempre igual: quem foi às ruas não espelha nossa sociedade.  

Seria de se esperar que a principal diferença entre eles e aqueles que não aderiram às passeatas estivesse no grau de interesse e de envolvimento com a política: os motivados saíram de casa e os desmotivados ficaram (ou foram fazer outra coisa). Mas não é isso que as pesquisas mostraram.

Os manifestantes não representam a parcela politicamente mobilizada da sociedade, apenas um segmento dela. Não são "o Brasil que se opõe" a alguma coisa, mas uma parte que não expressa o todo, nem do ponto de vista socioeconômico nem em termos político-partidários. 
 
Em todas as cidades, as pesquisas apontaram que os participantes eram mais ricos, tinham mais educação formal e eram mais brancos que a média da população. Que a proporção de cidadãos mais velhos era maior, assim como a de empresários e profissionais liberais. 

O mais importante é, porém, o fato de os manifestantes não exprimirem a diversidade de opiniões existente na sociedade. Em São Paulo, 79% daqueles que participaram do ato votaram em Aécio Neves em 2014. Em Porto Alegre, 76%. Nas duas cidades, somente 3% dos entrevistados disseram ter votado em Dilma Rousseff. 

Não se trata apenas de ricos e brancos. Quem desfilou pelas ruas é fundamentalmente rico, branco e eleitor de Aécio Neves. É esse o perfil de quem atendeu às convocações dos partidos políticos, das lideranças e dos meios de comunicação claramente oposicionistas.

Ao se considerar o vasto investimento na organização das manifestações e o esforço da mídia, em especial do Sistema Globo, para engrossá-las, o acréscimo nos números, em relação ao início de 2015, foi modesto. Não conseguiram que crescessem como desejavam e foram incapazes de diversificar e ampliar o recrutamento de participantes, a fim de torná-los mais representativos.   

Além dessa mídia, que pôde perceber que seu poder é menor do que imaginava, quem deve estar preocupada é a oposição. Se em São Paulo quase 80% dos manifestantes eram eleitores do PSDB, como justificar as vaias recebidas por seus expoentes? Como explicar que o antigo eleitorado tucano prefira opções ainda mais à direita? Quem achava que mais lucraria ao acender a fogueira saiu chamuscado. 

Tanta coisa aconteceu de domingo para cá que as manifestações parecem longínquas. Mas é bom ter em mente o que foram efetivamente, para evitar a prevalência de versões falsificadas capazes de atrapalhar a interpretação do nosso momento tão delicado. O "povo brasileiro" não se manifestou, mas os eleitores de Aécio. Tinham todo o direito de fazê-lo, mas não são o País. 

Indignado com a PF, MPF e Moro, por Diogo Flora




Sério, estou indignado com a incompetência da Polícia Federal, Ministério Público Federal e desse juiz de Curitiba. Vinte e cinco fases da Operação lava jato, escutas telefônicas legais e ilegais, apreensão de documentos do Instituto Lula e também pessoais, "milhões" de brasileiros protestando contra Dilma, Lula e o PT na Avenida Paulista, toda grande mídia a favor e até agora não conseguiram nenhuma prova concreta de algum crime praticado por Lula. Em compensação, só eu no Facebook tenho pelo menos uns quatro ou cinco amigos que tem provas robustas e incontestáveis que o sujeito é dono do sítio em Atibaia, dono do triplex em Guarujá, desviou bilhões da Petrobras e afundou o Brasil num lamaçal de corrupção nunca antes visto na história do país. Sinceramente Moro, esperava mais de você.

Post de Diogo Flora no Facebook
Recebi por e-mail

Porque o Psdb, Temer e Cunha querem acelerar a votação do impeachment


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Deflagrada hoje (21/03) a 25ª fase da Operação lava jato, em Portugal pode baixar o facho da oposição. É que foi preso Raul Schmidt Felipe Junior, tido como operador (pagador de propina) de Jorge Zelada, ex-diretor da área internacional da Petrobras. Zelada foi indicado pela bancada do Pmdb na Câmara Federal, e seus padrinhos políticos foram Eduardo Cunha e o vice-presidente Michel Temer. Pórem, a prisão de Raul Schmidt não causa dor de cabeça apenas aos caciques do Pmdb. É que durante o governo FHC - Psdb (94 a 97) ele foi gerente da Braspetro, em Angola.

Sabemos que PF, MPF e Moro não perguntarão sobre nada antes de 01/01/2003 - não vem ao caso -. Mas, sabe lá que o senhor Schmidt faça questão de falar alguma coisa...

Bispo de Crateús (Ce) afirma que CNBB é contra o golpe

Sem votos (Temer/Serra) querem governar via tapetão


Foto de Williams Portela.



De olho na eleição presidencial de 2018, o senador tucano José Serra afirma que, em caso de impeachment de Dilma Rousseff, o vice Michel Temer (PMDB) deve assumir compromissos com a oposição e com o País de não concorrer à reeleição, não interferir nas disputas municipais, não promover caça às bruxas e montar um Ministério “surpreendente”; “o novo governo não deve realizar nenhum tipo de retaliação a nenhuma força política”, diz; ele propõe um governo de união, mas sem o PT; “O PSDB será chamado e terá a obrigação de participar. Sem abdicar de suas propostas e convicções”, diz.

Isso é apenas uma pequena mostra do que seria um governo Temer/Serra.

A incomum e rara liminar de Gilmar Mendes





por Damares Medina e Eloísa Machado de Almeida
Tudo parece mais uma medida de ocasião do que uma real mudança de entendimento

A decisão liminar de Gilmar Mendes que suspendeu os efeitos da posse de Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil pode ser analisada por diferentes ângulos, pela admissibilidade da ação, pelo seu mérito e por um aspecto mais amplo da jurisdição do Supremo Tribunal Federal. Por todos eles, a medida se mostra incomum, rara, inusual.
As surpresas aparecem logo no começo, ainda na distribuição dos processos. A distribuição específica das ações do controle concentrado permitiu uma dupla prevenção sobre o mesmo tema: Teori Zavascki para as arguições de descumprimento de preceito fundamental e Gilmar Mendes para as demais ações.

No dia 17 de março, Teori Zavascki solicita informações da Presidência da República e, no dia seguinte, Gilmar Mendes concede a liminar sem sequer ouvir a autoridade impetrada. O encadeamento temporal decisório contraria até mesmo a precedência do controle concentrado sobre o incidental que o Supremo sempre preconizou.

A admissibilidade do mandado de segurança também gera importantes questionamentos. Afinal, há menos de uma semana o próprio STF julgou que a arguição de descumprimento de preceito fundamental seria o instrumento para questionar a nomeação de ministros – como o fez com a nomeação de Wellington César para o Ministério da Justiça.

Além disso, o mandado de segurança coletivo deve ter um direito líquido e certo a ser protegido, ou seja, deve ser evidente que aquele partido político, ou seus integrantes, teriam direito de questionar a nomeação de Lula para ministro, o que não existe. Nomear ministros é atribuição discricionária e privativa da Presidente da República.

Para fugir desse ponto, Gilmar Mendes se reinterpreta, contrariando posições dele próprio e do Supremo: "eu mesmo registrei discordância quanto à possibilidade do partido político impetrar segurança em favor de 'interesses outros que não os de seus eventuais filiados.
 Percebo que a análise que fiz daquela feita foi excessivamente restritiva. Os partidos políticos têm finalidades institucionais bem diferentes das associações e sindicatos. Representam interesses da sociedade, não apenas dos seus membros. Representam até mesmo aqueles que não lhes destinam voto".

Tudo parece mais uma decisão de ocasião do que uma real mudança de entendimento. Reconheceu o direito liquido e certo mesmo com duas decisões de Tribunais Regionais Federais negando-os. Incomum.

Os problemas formais não param por aí. Gilmar Mendes concede medida liminar sem ouvir o outro lado, contrariando a lei de liminares (Lei 8.437/1992) e a lei do mandado de segurança (Lei 12.016/2009). Qual perigo na demora autorizaria esse tipo de decisão, em clara discrepância dos padrões decisórios do STF que sempre intima a autoridade impetrada a oferecer informações? Raríssimo.

Mírian Dutra diz que mostrará pagamentos de FHC via Brasif

fhmirian



É deplorável que a vida conjugal – e extra-conjugal – venha para a cena política.
Mas quando Fernando Henrique Cardoso, ao anunciar seu apoio ao impeachment, diz que “espera ser investigado” pela Polícia Federal sobre o suposto envio de recursos à sua ex-namorada Mírian Dutra através de um expediente envolvendo empresa que tinha negócios com o governo, passa a ser público.
Ainda mais quando a vida privada de outros ex-presidentes é devassada ao microscópio.
Então, o vídeo de Joaquim Carvalho, no Diário do Centro do Mundo, onde Mirian Dutra responde ao seu desafio do ex-presidente com um “não se iluda” a FHC, passa a ser assunto público.
Que coloca Fernando Henrique no nível de um Renan Calheiros que fala francês.