Eleição 2014 - Lula nega candidatura a presidente
Non sense e incoerência
Lula faz balanço de governo
UMA PLANTINHA TENRA
Senão uma ducha de água fria, ao menos um balde de decepção acaba de ser virado no plenário do Senado, interrompendo a euforia anterior. Mesmo assim, valeu a iniciativa parlamentar, iniciada numa subscrição popular e aprovada pela Câmara. O futuro Congresso deverá ser o último a apresentar razoáveis percentuais de fichas-suja. Pode valer o mesmo para certos governos estaduais.
Otávio Mangabeira dizia ser a democracia uma plantinha tenra que devia ser regada todos os dias. Estava certo. Desde a eleição de Tancredo Neves e a posse de José Sarney que o país respira normalidade institucional, uma constante desde 1985, não obstante traumas variados.
Até Tu, Uribe?
Trechos do artigo de Andrés Oppenheimer "A nova reeleição, uma proposta autodestrutiva". 1. O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, que goza de alta popularidade pela sua exitosa campanha contra os narcoterroristas, está a um passo de mudar a constituição e se apresentar a um terceiro mandato. Isso converterá a Colômbia em uma república bananeira. Desde que Uribe assumiu a presidência o número de guerrilheiros das FARC reduziu-se de 23 mil a 8,5 mil e os sequestros de 2.900 casos anuais a 437. Pela primeira vez em muitos anos os colombianos podem viajar com tranquilidade por seu país. 2. A economia está crescendo, a pobreza diminuiu 11% em seis anos e o investimento estrangeiro alcançou um recorde ano passado com 10 bilhões de dólares. Os críticos da nova reeleição, e que reconhecem o bom trabalho, dizem que Uribe não deveria postular-se de novo, precisamente para garantir a continuidade de seus logros. Todos os pré-candidatos garantem a continuidade. 3. Da mesma forma que o narcisista-leninista Hugo Chávez, é provável que inclua a pergunta num plebiscito para dizer que o processo é legal. Frederick Jones, porta voz de John Kerry, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado do EUA, me disse sobre a terceira presidência de Uribe: "O senador Kerry crê firmemente que a alternância no poder é uma característica fundamental de uma democracia funcional e saudável". 4. Minha opinião é que uma terceira presidência consecutiva seria prejudicial para Uribe, para a Colômbia e para a América Latina. Para Uribe, pois terminará mal, como Menem e Fujimori, que tentaram ficar pela terceira vez. Para a Colômbia que se converteria numa democracia tramposa em função da popularidade. E para a América Latina porque desmontaria os argumentos das forças democráticas e permitiria que Chávez e seus discípulos autocratas o usassem como exemplo. 5. Por favor, presidente Uribe, converta-se num campeão da democracia e abandone esse projeto. É uma ideia que terminará destruindo a você e seu país. | |||
Factoíde de 3º mandato enterrado na CCJ
ma linha. Leia mais em O Globo
Enterro de um factoide
por Mauricio Dias, em Carta Capital
Coube ao deputado José Genoino, um petista histórico, acabar com a conversa que, ultimamente, só interessava à oposição: a possibilidade de um terceiro mandato para o presidente. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 367/09, com a permissão para duas reeleições continuadas do presidente, dos governadores e dos prefeitos, apresentada por um deputado da base de apoio do governo, virou um factoide da oposição para atacar um suposto apego de Lula ao poder. Para isso foi calculadamente batizada de “PEC do terceiro mandato”. Isso deixava de considerar que ela precisava ser aprovada, que Lula se candidatasse e que, por fim, vencesse a eleição.
Hipocrisia. O coro oposicionista era puxado pelo PSDB, que, em 1995, aprovou a continuidade do presidente Fernando Henrique Cardoso por mais quatro anos. Valeram-se de uma situação de circunstância para quebrar a regra do jogo. Montaram na farsa do dólar artificialmente barato diante do real, que foi desvalorizado logo após a eleição de FHC.
Mas é verdade também que havia uma ala do PT que iniciou um movimento queremista inflado mais pela resistência à candidatura de Dilma do que pela vontade de manter Lula no poder.
A histórica popularidade do presidente também dava fôlego ao factoide. Há uma referência a isso na descrição do funeral da emenda, escrita por Genoino em onze páginas. Para sustentar a inadmissibilidade da PEC, que, segundo ele, fere princípios caros à democracia, buscou inspiração no pensador italiano Norberto Bobbio. Mais exatamente quando fala, em O Futuro da Democracia – em defesa das regras do jogo, no conjunto de normas mínimas e fundamentais para esse regime, como, por exemplo, a vontade da maioria. É fundamental, mas não é a única. É preciso respeitar a vontade da minoria. Genoino era deputado do PT, em 1995, quando o partido, minoritário na Comissão de Constituição e Justiça, votou contra a ampliação do mandato de FHC. Agora manteve a regra quando podia alterá-la.
Além desse “princípio democrático”, Genoino invocou, também, o “princípio republicano” da periodicidade, temporalidade e rotatividade do poder.
“A democracia é a certeza das regras e a incerteza dos resultados. A quebra de regras, como sabemos, tem sempre como vítima a esquerda”, diz.
Isso significa, também, um freio ao uso do plebiscito previsto na emenda. Não se pode prevalecer de circunstâncias conjunturais, como a enorme popularidade do presidente e a aprovação do governo por grande maioria da população, para mexer nas regras do jogo, principalmente em causa própria.
A oposição sempre soube que Lula tinha força para arrastar apoio nas ruas e no Congresso. As pesquisas mostram a disposição da população. No meio político, a prova foi dada pela rapidez com que a PEC conseguiu apoio para tramitar.
Que os políticos, diplomados e ambiciosos, anotem a bela lição deixada por um operário metalúrgico que, em circunstâncias especiais, chegou ao poder no Brasil e, se quisesse, poderia esticar a permanência nele.
3º mandato é Dilma
3º mandato enterrado
E para acabar de vez com o factoíde da tucademopiganalha o petista José Genoino deu parecer contrario a proposta do 3º mandato.
3º mandato e otimismo
Por mais que Lula desminta intenção de disputar terceiro mandato, a imprensa, todo o dia, o combate por isso. Ela cria o factóide e se aproveita de sua invenção para malhar as intenções presidenciais. É porque sabe que se ele entrasse no páreo, com os 81% de popularidade de que desfruta, deixaria todos, Serra e Aécio no chinelo. Odiado da mídia, é o querido das multidões.
Otimismo
Lembram-se de FHC e colunistas amestrados cobrando de Lula quando se delineou a crise internacional que ele combateu, não só com medidas certas, como também com o otimismo necessário? Ela vinha destruir o Brasil e arruinar a popularidade de seu presidente, segundo o desejo dos tucanos. Até agora isto não aconteceu.
Dois pesos...qual a medida?
Da Rolha de São Paulo, Em 5 de janeiro de 1996
“O apoio de três em cada quatro brasileiros à possibilidade da reeleição para o próximo presidente e futuros governadores e prefeitos mostra que a população vê com bons olhos a chance de renovar os mandatos que vem a se mostrar bons governantes. (...)
O argumento de que a reeleição ensejaria o uso eleitoral da máquina administrativa pelo mandatário – o candidato parece engajado. Afinal, esquece ingenuamente que a ‘máquina’ pode ser igualmente utilizada – como lamentavelmente ocorre amiúde – em prol do candidato de situação, mesmo que não seja ele o mandatário.
Uma eventual emenda de reeleição, ademais, evidentemente não muda a lei para manter um governante. Ela apenas permite que ele se recandidate. Entre a candidatura e a renovação do mandato estará sempre o democrático e o inquestionável veredicto das urnas.”
Editorial de 9 de janeiro de 1997
“Casuísmo explícito”
“Esta Folha há muito considera justo o direito de os governantes, inclusive os atuais, disputarem a reeleição. Mas a abrangência da questão, a total ausência de debates esclarecedores e a clara manipulação do tema, visando benefícios meramente eleitorais, tornam cada vez mais indispensáveis que o assunto venha a ser examinado em fóruns amplos e, em seguida, apreciado em plebiscito nacional”
O Globo em editorial de 26 de janeiro de 1997
“O preço da demora”,
“(...). Para essas mudanças são fundamentais as reformas estruturais em andamento: delas dependem a revisão da ação do Estado, enquanto os mecanismos de mercado se tornam cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros.
Tudo isso está suspenso, enquanto se debate a emenda da reeleição. Trata-se de uma questão política duplamente importante do ponto de vista econômico. Por um lado, a aprovação do direito de reeleição na prática significa a ampliação do horizonte das reformas; por outro lado, é um problemas que deve ser resolvido com rapidez, para que a classe política, o Executivo e o Congresso voltem a se concentrar na agenda das reformas.”
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A resposta está nas urnas
A resposta está nas urnas
A resposta está nas urnas
Quantos hipocritas devemos ouvir para perdemos a paciência?
A resposta, meu amigo, está nas urnas
A resposta está nas urnas