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Dilma x Agripino



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A foto que o PIG não queria



Ah, se o Mantega fosse o Pedro Malan ...

  1. O Ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, com o Presidente George W. Bush dos EUA, junto aos integrantes do Grupo dos 20, em Washington.
  2. Na reunião, sentados, da esquerda para a direita, Ben Bernanke, presidente do Banco Central americano; Henry Paulson, Secretário do Tesouro americano; Bush; e Mantega.
  3. Do PiG, o Estadão, foi o único que deu essa foto na primeira página.
  4. De fato, tem importância o Ministro da Fazenda do Brasil ao lado dos três caras que mandam no mundo – ou mandavam ...
  5. Ah, se fosse o Pedro Malan !
  6. Ah, se fosse o Armínio Fraga !
  7. Ah, se fosse o Luiz Carlos Mendonça de Barros...
  8. Uma das discussões em jogo é ampliar o G-8, dos países mais ricos, para um G-20, que engloba países como os Brics, Brasil, Índia e China (a Russia já está).
  9. Aqui, no Brasil, no PiG provinciano e golpista, sempre se considerou que o Brasil, sob a presidência de Lula, não deveria ter assento nesses clubes fechados, importantes, muito menos no Conselho de Segurança da ONU.
  10. Teríamos que esperar o José Serra, muito mais preparado (para que ?), assumir.
  11. O PiG, de resto, faz a cobertura mais catastrófica desta crise.
  12. Nem os jornais da Islândia tratam a crise com a fúria da Miriam Leitoa.
  13. A Miriam neste domingo recebeu o apoio decisivo de Elio Gaspari, que, como a Miriam, considera que houve uma maxi-desvalorização.
  14. E que, segundo o Estadão, a maxi significa a crise do “sub-prime” brasileiro.
  15. Como diz a manchete do Globo, o mundo derreteu (E o Brasil derreterá mais cedo ainda, está implícito na manchete do Globo.)
  16. Tivemos uma maxi, ou os diretores financeiros da Votorantim, Sadia e Aracruz deveriam ser demitidos ?
  17. Tivemos uma maxi ou a dívida da Globo em dólares voltou a ficar desagradável ?
  18. O mundo não derreteu.
  19. Ainda não é dessa vez que o capitalismo vai acabar.
  20. Quem derreteu ou terá que derreter é o Governo Lula, segundo o PiG e seus colonistas (clique aqui para ler sobre os colonistas...)
  21. O PiG é alarmista, porque quer aprofundar a crise e atolar o Brasil nela – até que Serra tome posse.
  22. É a tese do “sangramento” de Lula, concebida por Fernando Henrique, também chamada de “quanto pior, melhor”.
  23. A crise é grave.
  24. Mas, não derreteu nem derreterá o Brasil.
  25. A crise se tornará mais grave, se o Banco Central presidido pelo presidente do BankBoston não mandar os bancos comerciais reabrirem os financiamentos.
  26. Os bancos brasileiros se fecharam.
  27. E o Henrique Meirelles não tem peito – nem a intenção ? – de chamá-los “às falas”, como diria o Supremo Presidente Gilmar Mendes.
  28. Aliás, Julio Gomes de Almeida, na coluna “Mercado Aberto”, de Guilherme Bastos, na Folha (da Tarde *) – clique aquipara ler o texto do Julio – é o único que trata desse assunto: ou seja, como diz o Conversa Afiada, Meirelles joga para a platéia – clique aqui para ler.
  29. Diz o Julio: Meirelles pensa que a crise é de liquidez (como Paulson pensava, antes de o pacote de US$ 700 bilhões dar com os burros n’água) e não de reativação do crédito.
  30. Almeida sugere baixar os juros; e baixar o compulsório, desde que os bancos apliquem em financiamentos e não em compras de títulos públicos.
  31. Ou seja, Meirelles está duas semanas atrasado na crise.
  32. Não adianta nada ir a Washington.
  33. E muitos anos atrasado em noções elementares de responsabilidade com a coisa pública: ele não é mais presidente do BankBoston.
  34. Faça como Mendes, e chame os bancos “às falas”.

Até quando a continuidade

E as urnas resultaram em inéditos 66% de reeleição aos prefeitos, como calcula a Confederação Nacional de Municípios, é porque suas gestões, em geral, têm tido saúde financeira para fazer investimentos e melhorar os serviços públicos municipais. Nada disso seria possível num ambiente de retração econômica dizimando a arrecadação tributária própria dos municípios e as transferências da União e dos Estados.

São outras as cobranças do eleitor sobre o presidente da República, mas todas estão igualmente relacionadas aos indicadores da produção nacional. As cinco eleições presidenciais desde a ditadura já foram suficientes para se conhecer o impacto da atividade econômica sobre as expectativas eleitorais. A estabilidade da moeda deu duas eleições a Fernando Henrique Cardoso. A pressão por mudança na letargia econômica que se seguiu elegeu Luiz Inácio Lula da Silva e o crescimento o reelegeu.

A paralisação dos negócios da Bovespa duas vezes seguidas num único dia só havia acontecido antes uma única vez, em 1998, às vésperas da reeleição de FHC, desencadeando a crise cambial que explodiria antes da posse e minaria as chances de o presidente fazer seu sucessor.

Muita coisa mudou na economia brasileira mas não a ponto de se considerar que as chances de o governador José Serra eleger-se presidente estejam mais relacionadas à eleição paulistana do que à contaminação da vida real pela crise financeira.

Uma provável vitória de Gilberto Kassab em São Paulo, combinada às dificuldades de Márcio Lacerda em BH, guarda mais relação com as expectativas políticas em relação às chances da oposição em 2010 do que com o mercado de votos, como sói acontecer com essas disputas que intermedeiam eleições gerais.

Presidente da República nunca definiu eleição municipal nem teve sucessão definida por ela. Se os partidos governistas são vencedores é porque a conservação do poder foi a tônica numa eleição em que eles já ocupavam a maioria das prefeituras do país. Só se deseja a continuidade do que vai bem. E não há prefeituras saudáveis num país que vai mal. Mas transferência de voto de presidente para prefeito ou vice-versa é outra coisa. Se é que existe.

Só para ficar no decantado exemplo de São Paulo. Fernando Henrique Cardoso elegeu-se presidente da República depois de ter perdido uma eleição paulistana. A única eleição que Lula venceu em São Paulo foi a de 2002, contra Serra, e ainda assim, por uma diferença de 2% dos votos, quando o resultado nacional lhe deu uma vantagem geral de 22%. Marta era prefeita à época. Mas é quase um desvario imaginar que sua gestão à frente da Prefeitura, por melhor que fosse, tenha sido mais decisiva para a votação de Lula na capital do que a crise do final do governo FHC.

Não há sinais visíveis de que o governo Lula venha a sofrer semelhante desgaste. Nos seus dois mandatos, o governo FHC não chegou a crescer, em média, 2,5%. A média anual do governo Lula é de 3,8%. Nenhum análise séria derruba a previsão para este ano para aquém dos 5%. O baque viria em 2009, entre os 2,5% dos economistas brasileiros e os 3,5% do FMI. Nada parecido aos dois anos de crescimento zero de 98/98.

Os analistas vinculam a recuperação em 2010 às cotações internacionais dos produtos agrícolas e à oferta de crédito para financiar as exportações. Lula conheceu, em 2006, os danos eleitorais de uma agricultura em retração. Perdeu, no primeiro turno, em quase todos os Estados que têm nas commodities agrícolas o esteio de sua economia. Recuperou-se no segundo turno graças à conversão e mobilização política de governadores desses Estados eleitos no primeiro.

O impacto dessa turbulência financeira sobre as chances de Serra e Dilma Rousseff na sucessãopresidencial é que pode tornar visível o embate entre a pressão por mudança e a força política da conservação do poder. Vem daí que o fortalecimento do PMDB como balizador da polarização da política nacional seja o resultado mais consequente das urnas de domingo - uma eleição conservadora num país que pode estar mudando.

Maria Cristina Fernandes

Mantega dá pito no FMI

Guido Mantega deu um pito no FMI em reunião promovida pelo FMI.

 

O ministro disse que o FMI, tão loquaz na hora de dar pitacos em países emergentes,frangou a crise das nações ricas.

 

Mantega disse: “A crise atual torna ainda mais urgente uma reforma fundamental do modo de operar do FMI...”

 

“...Até recentemente, o FMI estava concentrado nos problemas dos países de mercado emergente e em desenvolvimento...”

 

“...Não parece ter dedicado suficiente atenção aos principais centros financeiros, onde ciclos de expansão e contração do crédito vêm sendo observados com freqüência e intensidade alarmantes nas últimas décadas".

 

Pediu a criação de um mecanismo que assegure o fluxo de crédito para os países da periferia, submetidos aos reflexos da encrenca iniciada nos EUA.

 

“A gravidade e os amplos efeitos da crise financeira fazem com que seja de importância crítica introduzir no fundo um novo instrumento de liquidez...”

 

Um fundo “...direcionado para os países de mercado emergente e em desenvolvimento que estejam enfrentando choques em suas contas de capital”.

Para Mantega, caberá justamente a emergentes como o Brasil compensar os índices vexatórios de crescimento dos ricos, atenuando os efeitos da recessão no mundo.

 

Condicionou, porém, o desempenho dos emergentes ao gerenciamento da crise que sacode o mundo financeiro em escala planetária.

 

“Acredito que, em alguma medida, esses países [emergentes] terão de neutralizar as forças recessivas oriundas do mundo desenvolvido...”

 

Mas “...é claro que há limites para o que podemos fazer. A solução da crise depende do sucesso das políticas que foram e serão implementadas pelos países avançados".

Acompanhado pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, Mantega participou também de um encontro do G20 Financeiro.

 

Para surpresa geral, o pseudopresidente dos EUA, George Bush, pivô da crise, deu as caras no G20. Sentou ao lado de Mantega, que preside o grupo no ano de 2008.

 

Ao final, produziu-se um comunicado de teor semelhante à nota que o G7 divulgara na véspera. O texto anota:

 

Os países do G20 vão "utilizar todos os instrumentos econômicos e financeiros para assegurar a estabilidade e o bom funcionamento dos mercados financeiros".

 

Resta agora saber como os mercados reagirão à rendição dos governos a todos os seus caprichos na abertura dos negócios nesta segunda (13).

 

Por ora, segundo as palavras do FMI, o quadro é de derretimento.

A inVeja não tem pudor

Sugiro que leiam: 

Sobre a crise

Leitores do Vi o Mundo

Jorge Nunes 

Sobre crise econômica, parece que há uma torcida na mídia para que haja um espetáculo de demissões no Brasil. O brasileiro não investe muito em ações... ainda mais do jeito que a Globo. Segundo eles nós temos que comprar todas as ações em baixa (e se a empresa das ações falir?) e não comprar as que estão em alta (e se continuar subindo?). Neste quadro a crise da bolsa não atinge o brasileiro comum e vamos continuar tendo dinheiro para comprar... ou seja vamos ficar muito dependentes do nosso próprio mercado interno (melhor ainda se as taxas de juros forem mais baixas). Se a Islândia vier pedir dinheiro ao Brasil o caso será fortemente abafado pela grande mídia, será visto como uma chance que o mundo civilizado dá ao Brasil... Alguma coisa neste sentido Arnaldo Jabá pode escrever alguma coisa provando que a água corre para cima e a Leitão dizer que é uma falta de coerência do nosso "Estado policial" não dá dinheiro para a Islândia pois a crise atinge o Brasil... (ela deve inventar alguma loucura para explicar isso).

Manoel 

Seja lá qual for o devaneio chamem o Jobim (não o maestro soberano, mas o ministro provinciano). É assim: 1)Oposição convoca uma CPI sobre o desvio do empréstimo para a Islândia, que pode ter sido desviado para a Venezuela. 2) convoque-se o Jobim para depor, e ao mesmo tempo, chamem o Gilberto Carvalho para falar qualquer amenidade, na Globo ou na Veja. Deixe o truta falar a vontade.Depopis é só (e)ditar a matéria. Na verdade ele até gosta, pois coleciona as matérias para arrumar algum afazer quando o governo passar... Ah! Sim: o Jobim vai falar que existe um escaninho pneumático que sai do Palácio do Alvorada e vai dar lá na Isla Marguerita... Daí a PF desmente duas semanas depois, e daí já terão nova munição para atirar na petralhada (sob as bençãos do Mainardi, o dantesco).

Helio Salvador.Ba 
Se sou eu presidente do Brasil, empretaria sim, algum trocado a Islandia so pra tapar a boca de latrina desta gente. Mas a Mirian Leitoa não é aquela q dizia até tempos recente q o dolar estva muito desvalorizado$. Será sempre assim; se naum tem crise "eles" inventam uma.

Feliz dia das crianças

A janela de oportunidade

Por castagna maia

Gostaria de propor um debate: depois de 29 veio 30. Ou seja, aqui, no Brasil, a revolução de 30 veio na conseqüência da grande quebra de 29 nos EUA e sua influência no restante do mundo. E ali começou nossa industrialização, e ali começaram nossas leis sociais, ali começou, de fato, a abolição.

Pois bem: estamos em um novo colapso. Só que temos terra, sol e água - coisas que a China, por exemplo, não tem. Temos petróleo, cada vez mais. Temos ferro e temos nossa siderúrgica. Temos minérios. Indústria. E temos cerca de 40 milhões de pessoas, talvez mais, que podem ser de imediato incorporadas de forma efetiva à sociedade e, em conseqüência, ao mercado consumidor. É o povo que está abaixo da linha de pobreza.

O que não temos são papéis - esses mesmos papéis que, agora, se mostram o grande cataclisma dos EUA e da Inglaterra.

Como pode um país com tantas riquezas se achar pobres, se justamente agora é que nossas riquezas voltam a ter o valor real, porque são riquezas reais e não meros papéis de especulação?

É preciso acabar com essa ditadura dos medíocres, dos papeleiros. É preciso repensar toda essa riqueza, saber que depois de 29 veio 30, e partir para a construção de um Brasil real, e não daquela ciranda feita de absurdo papelório.

Chegou a vez de pensar, de fato, no Brasil. Nunca houve uma oportunidade tão grande, tão extraordinária. É preciso enxotar de vez os medíocres e, finalmente, partir para a construção do Projeto Brasil.

Miriam, a louca

Durante toda minha vida convivi com o medo da loucura. É uma coisa de família, uma paranóia horrível. No entanto, nunca surtei, nunca perdi um milímetro de minha lucidez. Devo ter perdido alguns milhões de neurônios com bebedeiras, ok, mas não faz tanta diferença para o conjunto de aproximadamente 14 bilhões de neurônios com que nasci, segundo a ciência. Convenci-me, por fim, que não era louco, nunca fui, embora não possa assegurar que nunca serei. Em momentos de depressão, todavia, a paranóia insiste em voltar. Hoje descobri quão ingênuo tenho sido. Doida é a Miriam Leitão. E se uma louca como ela pode ser a principal colunista econômica do país, eu, se eu for louco (e o Frank Sinatra dizia que todos o somos), também posso ter minhas ambições. Leiam a matéria abaixo:

O peso da máxi

Já é maxidesvalorização. De 26 moedas emergentes, o real foi que mais perdeu: 35%. Desde agosto, se a conta do PIB for feita em dólar, é como se o Brasil tivesse perdido US$ 309 bi. Parte é efeito dos derivativos dos exportadores, um problema que ninguém sabe a dimensão. Um exportador me disse o seguinte: "O BC pede serenidade como o capitão do Titanic mandava a orquestra tocar."

O Banco Central fez ontem várias operações no mercado de câmbio e não reduziu a pressão do dólar. Quanto mais o dólar sobe, mais os exportadores que fizeram operações especulativas com câmbio perdem dinheiro.

— O exportador estava apostando a favor da moeda brasileira. Quem está ganhando dinheiro são os bancos estrangeiros. Além disso, os exportadores não estão conseguindo se financiar para produzir; a exportação vai parar — disse o presidente de uma das maiores empresas brasileiras.

O BC, segundo me garantiu ontem um dos seus dirigentes, não tem qualquer compromisso em defender a queda do dólar. Não está fazendo leilões para evitar que o dólar suba, mas sim para suprir a falta das linhas de crédito internacionais para o comércio. O problema é que não tem adiantado.

Nathan Blanche, especialista em câmbio, acha que o BC tem que vender dólar líquido, em operações direcionadas aos exportadores. Com mais oferta, o dólar pode cair, reduzindo a cotação e o prejuízo das empresas.

 

Leram? Acreditam nisso? Durante seis anos, a senhora PIG vociferou contra o dólar baixo, dizendo que as exportações brasileiras seriam fortemente prejudicadas. Fazia, sistematicamente, previsões catastróficas para a balança comercial, que, segundo ela, não resistiria ao câmbio desfavorável. Os números sempre contradiziam suas previsões. O Brasil ampliou e ainda vem ampliando suas vendas externas mesmo com moeda forte. A razão é a enorme diversificação de nossos produtos, e a melhora da qualidade deles. Em muitos setores, como carnes, autopeças e aviões, produto brasileiro é sinônimo de excelência e o mundo aceita pagar um pouco mais caro.

Mas, como todos sabem, exportadores ganham em dólares. Quando o dólar cai, portanto, eles perdem. Eles têm resistido, nos últimos tempos, através do aumento da produtividade e redução de custo. Agora, com essa disparada do dólar, a senhora PIG quer nos convencer, na contra-mão de tudo que afirmou por anos a fio, que os exportadores terão prejuízo com a alta do dólar e cita empresários que teriam "especulado" com o câmbio.

Ora, senhora PIG, no mercado cambial existem diversas ferramentas para evitar riscos com o câmbio. São os chamados hedge, onde você faz um seguro para evitar sustos com dólar baixo ou alto. Os exportadores prudentes fazem hedge, os especuladores especulam. Há séculos que exportadores brasileiros que especulam com o câmbio acabam quebrando uma hora ou outra. Com isso, surgiu uma classe de empresários mais prudentes que prefere dispensar o lucro fácil e arriscado e fazer negócios de maneira mais segura e estável. Não se trata apenas de capitalismo, mas da própria vida. De valores. De concorrência. Pegue dois empresários que competem no mercado de exportação de um determinado produto. Um deles especula e procura, com o lucro, prejudicar seu concorrente, que não especula e, por isso, não pode oferecer os descontos que o outro oferece aos clientes. Quando ocorre uma crise cambial que dá prejuízo ao especulador, há uma justiça. No fundo de todo movimento, há uma justiça, uma busca pelo equilíbrio. A senhora quer defender os especuladores? E ainda afirmar que os exportadores estão perdendo dinheiro com o dólar alto? Ora, o dólar está pouco mais de R$ 2. Há seis anos era R$ 4!!!! O exportador que não especulou, ao contrário, poderá ganhar muito mais com o dólar alto, pela razão óbvia de que o preço de seu produto é cotado em dólar.

A ideologia vendida por nossa mídia é estarrecedora. Dinheiro para melhorar salários e assistência social é considerado "aumento de gastos". Mas sempre que o governo acena com empréstimos paternalistas (ou mesmo doações, sob o título de pacote anti-crise sistêmica), os mesmos colunistas e editorialistas reagem com indisfarçável entusiasmo.

E ontem (ou anteontem) Arnaldo Jabor comete mais uma fraude jornalística. Diz que o governo Lula não se preparou para a atual crise financeira americana. Naturalmente, sob patrocínio da família Marinha, usa o palanque para fazer propaganda ideológica do PSDB e do governo FHC. O país, sob a tutela de FHC, acumulou uma trilionária dívida pública externa e interna quase inteiramente atrelada ao dólar. Se a crise fosse hoje, o Brasil, literalmente, teria sua espinha dorsal rompida. Lula não só pagou inteiramente a nossa dívida externa, como desdolarizou a dívida pública interna. O que temos hoje são reservas internacionais em dólar, de forma que, com a alta da moeda americana, nossas reservas dispararam. Ou seja, estamos com mais dinheiro hoje do que antes da crise. A bolsa de SP despencou, mas bolsa é para isso mesmo, para subir e descer.

Sou contra qualquer ajuda a bancos, pequenos, médios ou grandes. Eles que se virem sozinhos. Se é para haver ajuda, então que se estatize ou se transfira ações e carteiras de clientes para o Banco do Brasil. É um absurdo que, num país onde existem ainda milhões de pessoas se alimentando mal e onde o principal programa assistencial, o Bolsa Família, distribui um valor irrisório para as famílias (máximo de 120 reais), de R$ 17 a R$ 107, uma ninharia tão acidamente criticada pelos segmentos conservadores, os mesmos segmentos agora venham defender ajuda para especuladores que se deram mal na bolsa de valores.

O dinheiro da bolsa não desaparece. Os valores migram para outros segmentos: para imóveis, terras, ouro, indústrias de base, para títulos públicos (ou seja para os governos). O estouro da bolha é sempre benéfico para as economias reais. Os fundamentos da economia global não são apostas financeiras, mas a produção de tecnologia, aço, soja, petróleo, alimentos, autopeças. A crise financeira global tem uma razão de ser e será benéfica para desmistificar o poder dos mercados. A civilização não pode depender de mercados de risco, não pode depender de bolsa. Precisamos de governos fortes. Precisamos de organizações internacionais fortes que não estimulem a especulação e sim os fundamentos de cada economia.

O Brasil seguramente sairá mais fortalecido dessa crise, porque a sua economia é diversificada e possui um mercado interno suficiente para viver autonomamente. Se o mundo inteiro acabasse e só restasse o Brasil, teríamos alimentos, petróleo, água, minério de ferro, suficientes para toda a eternidade. Teríamos um déficit de tecnologia que a necessidade nos obrigaria a superar rapidamente. A civilização humana evolui aos trancos, superando dificuldades. A crise financeira americana, para começo de conversa, representa um tremendo desgaste ideológico para o tipo de capitalismo lobbista, mafioso, privatista e concentrador, um capitalismo aqui defendido pelo PSDB e DEM, que produz monstros como Daniel Dantas. No capitalismo neo-con, bancos e especuladores têm cada vez mais liberdades e o cidadão comum cada vez menos. É uma fraude ideológica, assim como foi o governo FHC. Falavam em reduzir impostos, mas foram os tucanos, assim como Bush nos EUA, que patrocinaram o maior aumento da carga tributária da história recente do Brasil. A carga tributária brasileira passou de 25,09% em 1993, último ano do governo anterior à FHC, para 35,53% em 2002, último ano da gestão tucana. Um aumento de 42%! Já sob Lula, a carga tributária passou dos já citados 35,53% em 2002 para 37,37% em 2005 (último ano apurado pela Receita), aumento de 5%. Quem aumenta mais imposto?

Bush faz a mesma coisa. Prega o Estado mínimo e redução de gasto, e patrocinou o maior aumento de gastos públicos da história norte-americana, com a guerra contra o terror, e a guerra contra o Iraque. FHC fez aqui também. Os tucanos falam em redução de gastos públicos, mas o Estado nunca gastou tanto como em sua gestão - com a diferença que não gastavam com melhores salários, programas sociais, programas industriais, estradas, hidrelétricas, prospecção de petróleo no fundo do mar e financiamento à agricultura familiar, como faz  Lula. Não, o governo gastava tudo com juros de dívida pública, doação aos bancos e para cobrir o rombo financeiro de sua política cambial incompetente. O neo-liberalismo é um capitalismo para enganar trouxas, leia-se classe média, que nunca sofreu tanto como sob sua batuta. A única vantagem que o neo-liberalismo proporciona à classe média é que ele ferra tanto mas tanto os pobres, que esses não têm condições de disputar com ela o mercado de trabalho, sobretudo as vagas no serviço público. Por outro lado, o neo-liberalismo não respeita o serviço público - veja a humilhação que o governo de São Paulo impõe a seus servidores (os policiais de São Paulo, em greve, só fazem BO – PHA), pagando-lhes os piores salários do país, mesmo sendo o Estado mais rico.

Óleo do diabo