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Emir Sader - quem odeia o Lula?


Emir Sader
A direita – midiática, empresarial, partidária, religiosa – entra em pânico quando imagina que o Lula possa ser o candidato mais forte para voltar a ser presidente em 2018. Depois de ter deixado escapar a possibilidade de vencer em 2014, com uma campanha que trata de colocar o máximo de obstáculos para o governo de Dilma – em que o apelo a golpe e impeachment faz parte do desgaste –, as baterias se voltam sobre o Lula. 
De que adiantaria ajudar a condenar a Dilma a um governo sofrível, se a imagem do Lula só aumenta com isso? Como, para além das denuncias falsas difundidas até agora, tratar de desgastar a imagem de Lula? Como, se a imagem dele está identificada com todas as melhorias na vida da massa da população? Como se a projeção positiva da imagem do Brasil no mundo está associada à imagem de Lula? Como se a elevação da auto estima dos brasileiros tem a ver diretamente com a imagem de Lula?
Mas, quem tem tanto medo do Lula? Por que o ódio ao Lula? Por que esse medo? Por que esse ódio? Quem tem medo do Lula e quem tem esperanças nele? Só analisando o que ele representou e representa hoje no Brasil para entendermos porque tantos adoram o Lula e alguns lhe têm tanto ódio.

Reforma política

Para as oposições politicas, midiáticas, sociais e empresariais, a reforma política pode ser feita com a aprovação de um único artigo:

  • A partir desta data (  /  /    ) é extinto o PT - Partido dos Trabalhadores - e são definitivamente banidas da disputa eleitoral todas as lideranças da sigla. A começar pela maior - Luis Inácio da Silva (Lula) -.
Manda quem pode. Obedece quem tem juízo.
Cumpra-se!

Assinado: Os sem votos. Leia mais>>>



A crise, por Paulo Moreira Leite

[...] na fila do banco, nos aeroportos, nos betequins, na mídia, no Judiciário
Na fila do banco, uma senhora pergunta se está chovendo lá fora. Respondo que sim e apontado para umas vitrines próximas, pergunto: “A senhora vai fazer compras?”
— Não, ela diz, olhando a tela do celular. Vou me sentar e olhar minhas mensagens no Whatsap. Já chegaram mais de cem hoje de manhã.Todo mundo quer derrubar o governo, ela diz.

–Eu não quero, comento.
–Não quer?
–Eu não.
–Você quer que a corrupção continue? É a favor da roubalheira?, me diz, como se tivesse ouvido uma apologia ao crime.
— Me diga só uma coisa que esse governo fez de bom. Só uma, continua.
–Melhorou a vida dos pobres, respondo.
— Quem fez isso foi a mulher do presidente Fernando Henrique, argumenta a senhora. Ela começou tudo, até fez os estudos que permitiram tudo isso. O Lula só continuou.
Contesto. Falo do salário mínimo, das regiões mais pobres do país. Do desemprego baixo. Lembro que a história do Bolsa Família é muito diferente, demonstro algum conhecimento.
Sorrindo irônica, minha interlocutora pergunta com ar suspeito se trabalho no governo. Depois, onde estudei. Tem o olhar desconfiado, investigativo, quase policial.
Descubro através daquela senhora que a mentira não apenas triunfou na mente de muitos brasileiros. Milhões. Tornou-se opressora, perigosa.

À noite, num jantar entre eleitores de Lula e Dilma, um dos presentes fala do governo e do PT no passado. Tenta explicar “por que deu errado. ” Permite-se reescrever a história, ajeitando para seus pontos de vista desiludidos de hoje.

Lembra dos primeiros escândalos e, com um certo jeito de professor que me incomoda, diz que o partido não poderia ter sido tão complacente com o dinheiro, não podia ter agido como os outros. “Eu participei da campanha de 2002, eu vi como era. O dinheiro jorrava.” E repete: “jorrava.”
A lado, concordando, uma senhora presente argumenta: “Eu não sei porque o PT precisava de tanto dinheiro. Devia confiar na sua mensagem. Se desse para ganhar eleição, ganhava. Se não tivesse representatividade, perdia. Posso estar sendo idealista, utópica, mas pergunto: não é assim que deve ser a política

Interrompo para discordar:

— Eu não acho que estava dando errado. Apareceram muitos problemas, o governo parece parado mas a verdade é que estava dando certo, muito certo. Para a maioria dos brasileiros, nenhum governo deu tão certo. Talvez ainda possa continuar dando certo.
Como a senhora na porta do banco, os olhares se voltam para mim numa combinação de surpresa e solidariedade. Continuo, lembrando da conversa na fila do banco:
— O governo fez aquilo que deveria ter feito, o que era o mais importante: a vida dos mais pobres, dos trabalhadores, melhorou muito.
— A dos ricos também, corta uma voz. Os muito ricos nunca ganharam tanto dinheiro.

— Os pobres ganharam. É matemática, é saber fazer contas, usar os índices. O salário nunca subiu tanto, o consumo nunca cresceu dessa maneira.

E há outro argumento, prossigo:
— Os pobres não só ganharam dinheiro, mas ganharam direitos. E passaram a exigir o que têm direito. Ocorreu uma pequena insurgência no país, ao longo de todos esses anos, quando os pobres passaram a exigir o que era deles. Fizeram isso no trabalho, em casa, na rua. Hoje você não pode maltratar uma pessoa porque ela é pobre. Não pode mexer com negros porque vai dar confusão, eles reagem. Está certo. Eles viram o que o Lula fazia no governo, o que enfrentava, e copiavam. Os ricos não gostaram disso. Perderam um pouquinho de dinheiro, um pouquinho só, mas também perderam prestígio, conforto, auto-imagem. Por isso a Danuza escreveu que encontrar o mordomo de férias em Paris tira a graça de Paris. Os ricos estavam perdendo poder, disse, esquecendo de mencionar as eleições presidenciais.
Uma pausa para a cerveja. A conversa é retomada. O assunto é corrupção. Falo:

— Vamos falar da realidade. O Lula estava certo em Paris, no tempo do mensalão, quando falou que o Partido dos Trabalhadores apenas fez aquilo que é feito, sistematicamente, pelos outros partidos. Foi uma afirmação histórica, dialética, e olha que eu não gosto muito dessas palavras. Alguém vai dizer que ele mentiu? Mas foi assim. Disseram que era um escândalo, que um presidente não podia falar aquilo. Mas Lula estava certíssimo.

No caminho de casa, lembro do Ricardo Semler. No final do ano passado, um mês depois da vitória de Dilma, o empresário-prodígio tentava virara mesa mais uma vez, agora contra a turma que pedia impeachment e denunciava a corrupção.
“Que fingimento é este?”, perguntou Semler. Ele mesmo, tucano assumido, respondeu: “Nunca se roubou tão pouco.”
“Os porcentuais caíram, foi só isso que mudou. Até em Paris sabia-se dos ‘cochons des dix pour cent,’ os porquinhos que cobravam 10% por fora sobre a totalidade de importação de barris de petróleo em décadas passadas.”

A Folha de hoje trata da Lava Jato, como sempre, mas contém uma informação rara na cobertura. Informa que, conforme vários advogados, “os tribunais estão amedrontados pelo clamor das ruas” como diz Alexandre Lopes, defensor do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que foi solto pelo STF em dezembro, mas voltou para a cadeia dias atrás. Outros defensores dizem a mesma coisa ou até mais.

Eu penso na senhora da fila do banco.
Em agosto de 2007, a Folha registrou uma conversa do ministro Ricardo Lewandovski, ao telefone com o irmão. O ministro explicava como havia sido a votação em que o Supremo havia aceito a denúncia contra os acusados da AP 470. “A imprensa acuou o Supremo. Não ficou suficiente comprovada a acusação.” Concluindo, disse Levandowski: “Todo mundo votou com a faca no pescoço.”

Juízes com medo são a pior doença de uma democracia. Indicam uma situação que pode acabar perigosamente sem saída, como perceberam os habitantes daquele lugarejo fictício do velho Oeste norte-americano, onde se passa um filme inesquecível, “O Homem que Matou o Facínora.”

Mas a frase de Lewandovski não levou ninguém a se perguntar porque os juízes estavam com a “faca no pescoço.” Nem o que levou o magistrado, hoje presidente do STF, a acusar os jornais de terem feito isso.
A frase foi publicada, repetida, multiplicada, em tom de comemoração, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Necessária, até. Parecia que o ritual da Justiça brasileira deveria incluir o uso de uma lâmina afiada e cortante, nas proximidades da carótida de Suas Excelências, pois só assim seria possível garantir que os ministros fossem capazes de cumprir suas obrigações.
É sempre bom lembrar o que motivou a denúncia do uso da arma branca. Momentos antes, no plenário do STF, um fotógrafo do Globo capturou uma troca de emails entre Lewandovski e a ministra Carmen Lucia.
Lewandovski escreveu que o procurador-geral Antonio Carlos Fernando “está jogando para a plateia”. Carmen Lucia respondeu concordando e foi além. Disse que o PGR tentava “explicar o que a denúncia não explicou.” A faca foi empunhada quando dois ministros apontavam fraquezas na acusação contra os réus da AP 470. O nome de José Dirceu foi mencionado explicitamente.
Sete anos e oito meses se passaram depois da faca no pescoço. A AP 470 se encerrou com penas fortes para provas fracas. A maioria dos integrantes do núcleo dirigente do Partido dos Trabalhadores foi condenada, com penas agravadas artificialmente, para permitir que fossem conduzidos a regime fechado. De uma forma ou de outra, todos foram colocados fora de combate.

Em 2015 os advogados dizem que os juízes estão com medo na Lava Jato, com suas prisões preventivas, delações premiadas.

“Estamos vivendo um retrocesso e um obscurantismo. A delação é hoje o que foi a tortura na época da ditadura”, diz o advogado Nelio Machado, que foi assistente no escritório de seu pai durante o regime militar.
Nelio Machado lembra que, enquanto não tinham culpa formada, os réus da AP 470 respondiam às acusações em liberdade, como manda a lei, que só admite, em casos muito particulares, justificados de forma robusta, que uma pessoa fique presa ante de ser condenada.
Falecida na semana passada, a guerreira da luta contra a tortura Therezinha Zerbini chegou a ser condenada pela Justiça Militar durante a ditadura.
Com toda selvageria daquele tempo, os juízes da mesma Auditoria em que generais da Justiça Militar foram fotografados escondendo o rosto com as mãos julgamento de Vania, a guerrilheira Dilma Rousseff, Therezinha foi condenada a sete meses de prisão. Os acusados da Lava Jato já completaram quatro meses de cadeia. Nenhum foi julgado.

Impossível deixar de notar que o silêncio das togas contribui para o crescimento da mentira, para a confusão entre Justiça e Crime, e, especialmente, para aquilo que ninguém quer ver nem apontar — pois causa vergonha eterna na memória de um país.

A história elogia a atuação dos tribunais superiores, durante o ciclo militar, moderando e corrigindo decisões duras demais e até absurdas tomadas na primeira instância.
Mas infelizmente não há registro, entre 1964 e 1984, de uma única toga negra que tenha feito uso de suas prerrogativas constitucionais para entrar nos ambientes imundos do porão militar para interromper uma sessão de tortura, impedir talvez um assassinato, uma execução quem sabe um estupro. Milhares de denúncias de violência ficaram registradas nos arquivos da Justiça Militar. Isso permitiu que a memória fosse salva. Mas nenhuma acusação foi apurada em seu devido tempo, quando seria possível impedir crimes e salvar vidas.

Vivemos outro momento nas conversas de 2015. Mas cabe perguntar: desistir? Não!
Nos salões de beleza madames e dondocas protestam contra direitos indevidos que suas empregadas tiveram reconhecidos por causa dos governos petistas de Lula/Dilma. 

"Um horror, tão usando o mesmo perfume que a gente usa. Assim não pode. Assim não dá"...



Lula e Dilma foram moldados em realidades distintas

Por Juliano Santos
Nassif, já que voce entrou no campo de análise de personalidade dos presidentes, faltou algo fundamental. A formação política da Dilma. Se pegarmos ela e o Lula, no campo da esquerda, não poderia ter personagens mais diferentes.
Não só o fato de Lula ter sido retirante, sem educação formal e etc, e ela, de classe média alta com todos os benefícios daí originados. Mas principalmente como ambos se formaram politicamente, como forjaram sua prática política.
Os dois começaram na política na luta contra a exploração capitalista. Mas a partir daí, só diferenças. Dilma se trancava em aparelhos, enquanto Lula sentava à mesa com empresários, equilibrando entre não ser um simples pelego, mas não radical o suficiente para que mantendo suas convicções intactas, detona-se qualquer possibildade de benefício para o trabalhador. Lula ali exercitava a arte de conseguir o "melhor possível".
Claro que não foi na mesma época, em 68 não havia brecha alguma para o pragmatismo do Lula. Mas de qualquer forma Dilma formou-se no tudo ou nada. O confronto, ou eles, ou eu. Essa desconfiança que ela nutre pelos outros, até que provem ser confiáveis, é típico de quem vivia acuada em aparelhos.
Bom, temos o Dirceu e o Genoino que também foram da guerrilha e depois viraram grandes negociadores políticos. Mas Dirceu antes da luta armada fazia política no movimento estudantil, é um animal político. E Genoino veio de uma família pobre do nordeste, onde se aprende a se adaptar às circunstâncias da vida. Dilma, pelo que sabe saiu direto da unversidade e de uma família abastada de Minas para o confronto aberto e direto. Dureza. E para uma mulher de classe média sobreviver nessa realidade, só sendo dura como uma pedra.

Edmar Roberto Prandini | A rude caricatura de Lula

Não li a publicação de Noblat. Mas, a resposta de Nassif evidencia que tratou-se de uma rude caricatura, que se pretendia desqualificar ao Lula, mereceu uma resposta que implodiu com o orgulho do caricaturista.
Há um aspecto da trajetória de Lula que sempre chamou-me a atenção e que pouco verifico as pessoas comentarem. O fato de que ele construiu-se como liderança incontestável sabendo a importância de fortalecer instituições: o Sindicato dos Metalúrgicos, o PT, a CUT, o cargo de deputado constituinte, de Presidente da República. Lula poderia ter-se eternizado em qualquer uma dessas instâncias. Por que não perpetuar-se na presidência de um poderoso sindicato como o de São Bernardo do Campo? Por que não usufruir tranquilamente do status alcançado? Para que deixar para um sucessor, Meneghelli, depois Vicentinho, depois Luis Marinho? 
E quando o PT estava vivo? Por que deixar a presidência para o Olívio Dutra, ao invés de manter-se no cargo por várias gestões? Como o Ulisses era inconteste no PMDB, depois o Temer, Lula também era. Mas enquanto Ulisses só deixou o cargo quando morreu no mar, Lula organizou e assegurou sua própria sucessão. E não mais voltou à presidência do partido, senão na esfera do cargo simbólico e na força exatamente das suas opiniões expressas no debate partidário. Estive num evento do PT estadual (SP) em que Lula, apesar de ser Lula, foi derrotado pelos delegados partidários e em que submeteu-se ao resultado da votação, como qualquer outro delegado.
O mesmo se deu na CUT.
E, após a Constituinte.
E após a derrota para Collor, Lula poderia ter se candidatado a deputado novamente ou a Senador, mas não o fez.
E quando propuseram um terceiro mandato, do alto da popularidade de que gozava, Lula rejeitou e insistiu na sucessão.
Ao contrário dos muitos que acusam Lula de ser populista ou de pretender liderar pela força de seu carisma, Lula investiu sempre em fortalecer organizações e instituições.
O que conforma Lula ao papel de estadista, que Nassif sempre quer encontrar, não me parece ser o fato de tudo submeter à lógica do Estado, como ele aponta, mas de tudo submeter à uma lógica de proliferação e fortalecimento de instituições democráticas, num conceito de democracia extensivo às noções de justiça social, de accountability, de participação popular, primando pela obediência e aprimoramento do quadro normativo e legal, do respeito federativo, da concertação social. 
Lula não apenas superou condições adversas para chegar ao status de maior mandatário do país, mas ao chegar lá, suplantou qualquer outro governante de nossa história não apenas por ter feito o melhor governo, mas por ter investido mais do que qualquer outro, na criação e fortalecimento de canais institucionais essenciais para a vitalidade da democracia.
 Também Leia>>> A Globo é assim

Tucano Richa desmorona no Paraná



Psdb tem motivos para temer Lula e as ruas

por Rodrigo Vianna
Escrevi há alguns dias que a direita (ou seja, FHC e sua turma) piscou, e decidiu não encampar as manifestações do dia 15. Um dos motivos: Dilma está desgastada, mas um movimento brusco contra ela pode levar – no redemoinho – também os tucanos (clique aqui para entender por que o PSDB teme Lula e morre de medo das ruas).
Claro que o PSDB age com a malandragem de quem não gosta de brigar nas ruas (e prefere terceirizar o golpe). Se a ideia de derrubar Dilma colar, e for “inevitável”, aí os tucanos encampam a tese. Mas não vão correr na frente.
Pois bem,  uma pesquisa no Paraná (clique aqui) mostra que há motivos mesmo para que o PSDB se assuste: o governador Richa, eleito no primeiro turno, viu sua popularidade despencar em menos de 3 meses. Enfrenta uma rebelião popular nas ruas: 3 de cada 4 paranaenses rejeitam o governo tucano. Mais que isso: no Paraná, Requião não tem medo de fazer oposição, e enfrenta Richa com as armas que possui (TV improvisada na internet, disposição para o debate permanente, ideológico, contrapondo-se à lógica privatista do PSDB paranaense).
Sim, o povo na rua não empareda só Dilma. Joga nas cordas Richa e o PSDB. E em São Paulo Alckmin pode ir junto para a lama do Cantareira… Alckmin olha para os números do Paraná e deve pensar: “Richa, não quero ser você amanhã (mas estou quase lá).”
Pior: no meio do caminho, antes da marcha golpista do dia 15, haverá a lista de Janot. A lista dos investigados deixará a nu a hipocrisia do PSDB. Entre os investigados por corrupção haverá, sim, tucanos e gente da oposição ao governo Dilma. Ficará difícil atribuir ao PT – e só ao PT – os males de toda corrupção.
Mais que isso: se o governo Dilma (em hipótese) se desmanchasse, teríamos eleição. Ok, e quem seria o nome favorito? Pouca gente duvida: chama-se Lula.
Então, o quadro é confuso dos dois lados. O PT e Dilma se desgastam. Mas os tucanos começam a ir junto porque é o sistema político que pode se esborrachar. Um quadro perigoso.
Os tresloucados do golpe estão mexendo com coisa séria. A democracia brasileira será colocada à prova nos próximos meses.
Dilma, que está calada, saberá falar na hora certa? É o que se espera.
Já não se trata de “salvar” o PT ou o lulismo. Mas de preservar o jogo democrático e o Estado-Nação – numa época em que, ao poder imperial, interessa criar estados zumbis (sem ação nem comando), como vemos no Oriente Médio (Iraque, Líbia, Síria – um vazio de poder) e no sul da Europa (Espanha, Portugal, Grécia – humilhados pelo mundo das finanças).
No Brasil, por enquanto, já há um zumbi: chama-se Richa – um tucano levado à lona pela “esperrrrteza” dos mervais, reinaldos, aécios e outros celerados que tentam jogar gasolina na fogueira.
Vejam os números do Paraná…
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da Gazeta do Povo (PR)
Passados três meses da posse no segundo mandato, a avaliação do governador Beto Richa (PSDB) despencou entre os eleitores. Conforme levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, encomendado pela Gazeta do Povo, 76% dos paranaenses desaprovam o atual governo. O número é quase 50 pontos porcentuais maior do que os que avaliavam negativamente a gestão estadual no final do primeiro mandato do tucano.
Em dezembro do ano passado, Richa já havia amargado sua pior avaliação desde 2011, segundo o Paraná Pesquisas. Na ocasião, 65% dos paranaenses aprovavam sua administração.
Agora, em meio à crise financeira e política do estado, o índice caiu para quase 20% de aprovação. Em novembro de 2011, o tucano havia atingido quase 74% de aceitação entre os eleitores – os índices praticamente se inverteram desde então.
A perspectiva dos eleitores paranaenses em relação à atuação do governo do estado nos últimos meses também é negativa. Em dezembro, 46% dos entrevistados pelo instituto apontavam que Richa estava conduzindo o primeiro mandato melhor do que o esperado. Na pesquisa divulgada agora, apenas 3% fizeram a mesma avaliação, enquanto 71% dos pesquisados disseram que o governo do tucano está caminhando pior do que a expectativa.
Para quase 23% dos paranaenses, Richa está mantendo a perspectiva dos eleitores – há três meses, o índice era de 35%.

Rodrigo Vianna - A direita piscou

Medo de Lula e do ronco das ruas?


lula79_04[1]
por Rodrigo Vianna

O movimento foi tratado de forma discreta pela mídia tucana. Mas Miguel do Rosário deu o primeiro alerta:os tucanos amarelaram diante da possibilidade de um confronto aberto e total, que saia das redes sociais e ganhe as ruas nas próximas semanas
Reunidos em São Paulo, na última sexta-feira, os grão-tucanos (FHC, Aécio, Serra, Aloysio, Cunha Lima e Tasso Jereissati) decidiram que o partido não vai mergulhar de cabeça nas manifestações de rua para pedir o impeachment de Dilma. A avaliação do PSDB: o país está sobre um barril de pólvora, e os tucanos não ganhariam nada com a queda de Dilma (o poder provavelmente ficaria nas mãos do PMDB).
Eles são muito corajosos…
A decisão tucana vem logo depois de Lula dizer que vai pra rua enfrentar o golpe, com uma frase que não deixa margem a dúvidas: “Quero paz e Democracia. Mas se eles não querem, nós sabemos brigar também.”Lula deu o recado no Rio, na terça da semana passada, num ato em defesa da Petrobrás (leia mais aqui).
Os tucanos não pagaram pra ver. E a decisão já ecoa entre aqueles que colocam suas penas a serviço do PSDB na imprensa.
Na “Folha”, o colunista Demetrio Magnoli (ex-trotskista, hoje direitista assanhado), disse o óbvio nesse sábado: impeachment – sem provas – faria o Brasil virar “um imenso Paraguai”.
Hum…
É como se ele dissesse: “peraí, pessoal, sigamos a odiar o PT, mas não vamos fazer besteira se não queimamos o nosso filme”.
Um tal Igor Gielow, articulista do mesmo jornal, reclama de Lula. Diz que o petista resolveu “incitar as células dormentes do MST e da CUT” (ops, esse aí teve formação na escola Costa e Silva de jornalismo – “células dormentes”, ui!!), e afirma (zeloso em cuidar de Dilma): “tudo que o governo não precisa agora é disso”.
Não, Igor. De fato. O governo precisa só dos caminhoneiros democratas, do Ives Gandra e de colunistas espertos como você… A Dilma deve estar emocionada com a preocupação do Igor.
Ah, ele também reclama da “guerra cultural” promovida pelo petismo. Ahn?! Tudo que o PT não fez em 12 anos foi enfrentar a guerra cultural promovida pela direita midiática no Brasil. Talvez a guerra venha agora – com ou sem PT…
O Clube Militar (que reúne velhotes reacionários de pijama) também chiou. Disse que Lula assumiu postura de “um agitador de rua”. Sim, caros senhores da reserva, as ruas devem ficar abertas apenas para os golpistas. Agitação de rua é só pra incitar os tresloucados contra o PT. Isso mesmo.
Claro, a decisão do PSDB (amplificada por seus sócios na mídia) tem algo de malandra. Não se compromete com manifestações que podem degenerar em balbúrdia no dia 15. Mas também não acha ruim que elas prossigam…
Aliás, não pensem que os textos de colunistas e comentaristas chamando para certa “contenção” não fazem parte de um jogo combinado. Essa turma tem coordenação, tem agenda comum, decide temas a serem tocados.
A decisão agora parece ser: não vale a pena fazer o confronto total. Por vários motivos. Um é prático: nesse momento, não há qualquer garantia de que o confronto aberto favoreça o tucanato. Lula segue com muita força. Pode colocar mais gente na rua.
Além disso, a esquerda pós-petista mostra sinais de alguma força. O MTST colocou mais de 10 mil pessoas em frente ao Palácio dos Bandeirantes, para protestar contra falta de água. Cercou Alckmin.
No Paraná, o tucano Richa enfrenta uma sublevação popular.
Ou seja: o clima de esfola e mata insuflado por amplos setores midiáticos pode, sim, levar o governo Dilma e o PT de roldão. Mas não há garantia de que tucanos e seus governos estaduais não sejam levados juntos no redemoinho. A situação é confusa.
O fato é que a direita piscou. E não falo da direita levyana, instalada dentro do governo petista; mas da direita que (mesmo com os recuos de Dilma, e a aparente rendição a uma agenda liberal) quer esmagar o que sobrou do lulismo – porque teme que logo à frente ele possa se fortalecer de novo.
A direita piscou. Mas não significa que vá recuar. Ao contrário. Significa que ainda teme Lula. Por isso, estancou a ofensiva às portas de Leningrado. Até porque Lula prometeu um combate casa a casa, porta a porta (e os tucanos não são lá muito corajosos pra essas coisas, preferem terceirizar o golpe pela Globo/Veja).
Um movimento muito acintoso de golpe paraguaio, além de afundar o país numa crise gravíssima e arrastar governos do PSDB, poderia unificar a esquerda. Imaginem se a velha geração de Lula, Stédile (com a CUT e outros movimento sociais) conseguir unificar discurso e ações de rua com os novos movimento sociais?
Dilma e o PT já estão desgastados. Mas Lula mostrou as garras. Os próximos movimentos serão para emparedar o líder que assusta demétrios, aécios, mervais, marinhos e os velhotes do clube militar.
Lula foi às bases e, ao mesmo tempo, foi ao PMDB – que pode ser tudo, mas não é bobo a ponto de entregar o governo para os tucanos na hora em que o peemedebismo se torna cada vez mais poderosos no Congresso.
Lula faz o que Dilma deveria ter feito: usa a força que se move nas ruas para assustar o lado de lá, e assim negociar com o centro – numa posição de mais força (ou de menos fraqueza).
A direita piscou. Vai esperar o dia 13 (com a esquerda na rua), e o dia 15 (com os celerados golpistas na rua), para avaliar se é hora de avançar de novo as tropas. Ou de promover mais ataques de artilharia midiática contra Lula. E vai, sobretudo, esperar a lista de Janot e a CPI do HSBC.
Antes de brigar na rua, os tucanos precisam cuidar de contas e processos.
A fala de Lula significou algo parecido com a frase de Brizola em 1961: “dessa vez, não vão dar o golpe pelo telefone”.
Ou seja: se querem brincar de golpe, preparem-se. Não será um passeio na avenida Paulista.

Os golpistas tem medo da democracia,


"Temos força para resistir ao oportunismo e golpismo"
 Em seu discurso na comemoração dos 35 anos do PT,  a Presidenta Dilma Rousseff reforçou o papel da Petrobras no desenvolvimento do país e garantiu a continuação do modelo de partilha para o pré-sal.
"A Petrobras é a empresa que mais contrata e mais investe no país. Na terça-feira, a Petrobras ganhou o maior prêmio na área do petroleo, equivale ao Oscar do petróleo. Essa é uma conquista histórica, após desenvolver uma tecnologia para explorar o pré-sal", revelou a Presidenta nesta terça-feira (6), em Belo Horizonte.
"Nós continuaremos a acreditar no modelo de partilha e de conteúdo nacional", continuou.
Dilma também comentou as investigações da Operação Lava Jato. "Nunca antes na história desse país se combateu tanto a corrupção. Não tratamos Procurador como engavetador geral da República".
E refutou qualquer tentativa de golpe. "Os que são inconformados com o resultado das urnas só tem medo da democracia. Temos força para resistir ao oportunismo e golpismo. Estamos juntos para vencer de novo e a cada dia. Nós temos força para enfrentar a reação dos que buscam voltar atrás".
A Presidenta apontou os motivos que a levaram a fazer os ajustes na economia.
"Os ajustes são necessários para que a gente amplie as oportunidades e tenhamos forças para. As mudanças dependem da estabilidade e credibilidade na nossa economia".
"Devemos garantir o controle da inflação, das contas públicas Ninguém faz essas alterações por elas. Nós queremos uma garantia de sustentabilidade, do aumento do emprego e do aumento de renda".
"Esses passos em direção de um reequilíbrio fiscal visam sobretudo preservar nossas políticas sociais", contou Dilma.
Dilma, como já havia feito na primeira reunião ministerial, disse que é "preciso travar a batalha da comunicação".
"Não podemos permitir que a falsa versão se crie. Temos que reagir aos boatos. Temos que travar a batalha da comunicação".


Lula critica o PiG
O Presidente Lula se disse "indignado" com a condução coercitiva da Polícia Federal, na condução do depoimento de Luiz Vaccari, secretário nacional de finanças do partido.
Lula também criticou a imprensa e a oposição diante dos desdobramentos da Operação Lava-Jato. "O critério adotado pela mídia é o da criminalização do PT desde que nós chegamos ao poder. Eles trabalham com a convicção que é preciso acusar o nosso partido.", afirmou.

"Nossos adversários não se incomodam que essa campanha já tenha causado enormes prejuízos à Petrobrás e ao país. Querem  paralizar o Governo".
Lula ainda declarou apoio à política econômica adotada no segundo governo da Presidenta Dilma. "Dilma, faça o que tiver que fazer. Você tem obrigação de governar para o povo brasileiro".
E acusou o partido de "trocar a porta da fábrica por gabinetes". "Não podemos esquecer que o PT nasceu para ser diferente. E resgatar esse espírito é o nosso grande desafio nesse momento".


Defesa do legado e Reformas
Rui Falcão, presidente do partido, convocou a militância a defender o legado dos governos de Lula e Dilma e reiterou a necessidade do PT voltar à sua base.
"Primeira tarefa é defender o Governo da Presidenta Dilma, responder aos ataques e nos contrapor às pressões conservadoras dentro e fora do Congresso Nacional", disse Falcão.
"O PT não pode encerrar-se em si mesmo. Devemos mobilizar a população para defender o nosso projeto e fazer as reformas estruturantes", prosseguiu.
"O PT precisa reatar com os movimentos sociais, com a juventude", completou.
Ele ditou o que deve ser as prioridades do segundo mandato da Presidenta. " A reforma política, reforma agrária, lei das mídias, reforma tributária e os ajustes que são precisos fazer, mas sem mexer nos direitos", citou.
"A Dilma se comprometeu com a regulação econômica da mídia que acabe com monopólios e ologópolios. O ministro Berzoini já está pondo em prática", lembrou.
Sobre a reforma política, ao afirmar que é contra ao financiamento privado de campanhas, soltou: "A prioridade absoluta é barrar o nefasto projeto que introduz o voto facultativo e distrital e defende o financiamento privado".
Na economia, "as reformas tributária e fiscal devem instituir a inversão do peso entre impostos direitos e indiretos", opinou.
"Nada de arrocho, de recessão, cancelamento de direitos e desemprego".


Leia outras frases de Rui Falcão:

" Para a Presidenta Dilma cumprir ainda melhor o seu segundo mandato, precisamos nos unir com outros partidos de esquerda"
"Patrus Ananias [ministro do Desenvolvimento Agrário] quer debater índices de produtividade da terra, os mesmos de 1970, para fazer a Reforma Agrária"


Demais frases de Dilma:
Depois de 12 anos de políticas de inclusão e desenvolvimento social, o Brasil é hoje um país muito melhor."
"Brasileiros esperam que trilhemos um caminho de nação desenvolvida, em que o direito de todos sejam respeitados"
"A nossa responsabilidade é grande, porque os brasileiros esperam q honremos a continuidade do que fizemos, mas também q aprofundemos as transformações e ampliemos a democracia."
"A história do PT é um roteiro de identificação com o povo brasileiro. Desde a origem teve uma profunda ligação com os movimentos sociais"
"Deixei claro durante a campanha que teriamos um compromisso: o objetivo seria a preparação do Brasil para uma nova etapa do desenvolvimento, com prioridade para investimentos em educação"
"Transformar o Brasil numa pátria educadora significa abrir essa história de futuro para que o País deixe de ser uma nação emergente"
"Construir um país cada vez mais desenvolvido e menos desigual"
"Tudo o que fazemos tem um objetivo"
"A superação da miséria é apenas um começo"
"A economia sofre efeitos de dois choques"
"Nós vamos promover o equilíbrio fiscal de maneira gradual, sem comprometer a renda e o emprego"

"Vamos ampliar as concessões de infraestrutura: ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias também"
"Nos próximos dias vamos lançar a terceira etapa do Minha Casa Minha Vida com 3 milhões de moradias"
"Confiamos na força do nosso povo, temos certeza da base social e econômica do nosso País"


Outras frases de Lula:
"Dia 10 de fevereiro de 1980, alguns brasileiros começavam a escrever uma das mais bonitas páginas da história da política brasileira"
"O PT surge da necessidade sentida por milhões de brasileiros de intervir na vida social e política do país para transformá-la"
"O PT criou o Orçamento Participativo e abriu novos caminhos para a democracia"
"Nova política foi combinar a atuação dos nossos deputados e vereadores com a presença nas ruas, nas greves e nas lutas populares"
"Disputamos três eleições presidenciais antes de alcançar a primeira vitória, acumulando ensinamentos e ampliando articulação social"
"Nova política foi acabar com a fome neste país"
"O PT deve ser motivo de orgulho para cada militante, das primeiras e das novas gerações"
"Governar o Brasil, com as complexidades de um país historicamente marcado pela desigualdade, foi a missão que a sociedade nos confiou"
"Nunca um governo se abriu tanto às propostas e reivindicações da sociedade"
"E nunca traímos o compromisso com as camadas mais amplas da população, as que sempre foram relegadas no curso da história"
"Temos que nos orgulhar de um governo q herdou um desemprego de 12,5% e reduziu esse índice a 4,8% em 2014, o menor de todos os tempos"
"Não podemos nos acomodar. Temos de compreender que foram os primeiros passos de uma jornada que vai nos levar muito longe"

Do ex-presidente do Uruguai, José Mujica:
"Vocês do PT tenham consciência da responsabilidade que o futuro do Brasil tem para o futuro deste continente"
"Queridos companheiros do PT, é preciso mudar o mais difícil, a cultura"
"Temos que mudar o mais difícil, a Cultura dos trabalhadores, porque eles tem que consumir a cultura de seus dominadores"
"Pertencemos a uma nação de duas linguas e um coração"
"Sonhamos um mundo não só que é possível como necessário"

Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT):
"A burguesia conservadora não suporta o fato do Brasil ter desenvolvido pelas mãos do PT, empoderado a classe trabalhadora."
"Essa elite preconceituosa não suporta Lula e Dilma terem colocado o Brasil em um patamar de respeito internacional."
"A campanha contra um PT é porque o compromisso do partido é ao lado da classe trabalhadora."
"Recado à elite golpista: se pensam que eventuais problemas vão enfraquecer a nossa militância, estão muito enganados. Estaremos alerta para que Dilma faça o melhor governo da história desse país."
"Dia 24 faremos (CUT, FUP, Lula, entre outros) um movimento em defesa da Petrobras."
"Eles querem entregar a Petrobras para a Chevron, Esso e outras.


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Alisson Matos, editor do Conversa Afiada