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Dilma: Alfabetização na idade certa é pilar para o desenvolvimento do país


A presidenta Dilma Rousseff, nesta segunda-feira (12), durante o programa Café com a Presidenta, deu detalhes sobre o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, anunciado em cerimônia no Palácio do Planalto na última quinta-feira (8). O programa prevê investimentos de R$ 2,7 bilhões até 2014 em capacitação, material didático e bolsas para cerca de 360 mil professores alfabetizadores.
“Estamos trabalhando para sermos uma sociedade com igualdade de oportunidades. Estamos formando as bases e os pilares, sobre os quais vamos construir o futuro do nosso país e das nossas crianças. (…) O nosso objetivo é fazer com que todas as crianças do nosso país, sem exceção, sejam alfabetizadas até os oito anos de idade. Isso quer dizer que, com essa idade, toda criança vai ter de saber ler, escrever, interpretar um texto simples e, também, somar e subtrair, e ter noções de multiplicar e dividir”, ressaltou.
Para a presidenta, o sucesso do pacto passa pela valorização dos professores alfabetizadores, considerados por elas “os heróis dessa nossa história”. Para capacitação, estão sendo preparados cursos em 34 universidades, com aulas ministradas, uma vez por mês, na cidade do professor, que receberá bolsa de R$ 200 para despesas com deslocamento e alimentação.
“Todos os professores são importantes, mas os 360 mil alfabetizadores do Brasil são os mais importantes, porque estão formando a base, o futuro do conhecimento do país. Por isso, queremos atrair para a alfabetização os melhores professores das escolas. E vamos também, Luciano, premiar os melhores resultados. Para isso, vamos usar os resultados da avaliação que faremos no final do próximo ano com os alunos de todo o Brasil. Nós já reservamos R$ 500 milhões para essa premiação”, disse.
A presidenta lembrou que o pacto ainda prevê avaliações periódicas do aprendizado dos estudantes, que, segundo ela, é “uma das iniciativas mais importantes”. O objetivo é detectar se alguma criança está ficando para trás no conteúdo a tempo de ajudá-la a aprender na idade certa. Dilma ainda lembrou o caso de Sobral, no interior do Ceará, que começou com o programa em 2001, e foi ampliado para todo o estado. Antes da implementação da iniciativa, em 2000, 11% das crianças do primeiro ano do ensino fundamental da cidade abandonavam a escola, e, quatro anos depois, o abandono escolar caiu para zero.
“Veja que esse é um esforço que vale a pena e pode mudar a vida de muita criança. Eu quero pedir aos pais que também assumam esse compromisso com a Alfabetização na Idade Certa. O governo está fazendo a sua parte. Estamos investindo na construção de creches e pré-escolas em todo o país e na educação em tempo integral. As crianças que chegam no primeiro ano da escola vindo de uma creche e de uma pré-escola já vêm mais preparadas para a alfabetização”, ressaltou.

Alfabetização na idade certa


O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, anunciado na última quinta-feira (9), no Palácio do Planalto, visa garantir que as crianças sejam alfabetizadas com até oito anos, ao cursar o terceiro ano do ensino fundamental. Com orçamento de R$ 2,7 bilhões, o programa envolve esforços do governos federal, estadual e municipal para formação continuada de 360 mil professores, além da compra de material didático e avaliação dos estudantes. Nesta sexta (9), a presidenta Dilma Rousseff voltou a ressaltar a importância do programa na inauguração de uma adultora em Ganambi (BA).
“O governo federal vai fazer o possível e o impossível. Nós vamos colocar dinheiro em todas as escolas. Nós consideramos que a professora que alfabetiza é uma pessoa que a gente tem de fazer por ela tudo o que for preciso, porque ela é a grande heroína do professorado do nosso país. Se essas crianças tiverem uma boa educação, nós vamos ter engenheiros, ótimos técnicos, ter cientistas, nós vamos ser aquele país que nós queremos: com emprego de qualidade cada vez melhor. Nós vamos ser um país que é o país que todos nós sonhamos, em que o mínimo de renda seja de classe média.”

Alfabetização


Alunos matriculados no 4° ano do ensino fundamental participam nesta semana de uma nova avaliação que pretende detectar o nível de alfabetização das crianças que completaram os três primeiros anos desse nível de ensino. A Prova ABC é uma iniciativa do Movimento Todos pela Educação e do Instituto Paulo Montenegro, em parceria com a Fundação Cesgranrio e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

As avaliações oficiais existentes hoje no País medem o desempenho dos alunos a partir do 5° ano do ensino fundamental. Para a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscilla Cruz, é importante que o Brasil implemente um instrumento para medir a alfabetização dos alunos mais novos, de forma que as políticas públicas possam ser corrigidas a tempo.

“Se você não tem uma criança alfabetizada plenamente até os 8 anos de idade, o aprendizado a que ela tem direito no futuro não ocorrerá. O instrumento inicial de compreensão do mundo é a alfabetização”, afirma.

Foram selecionados 6 mil alunos de 262 turmas de escolas municipais, estaduais e particulares de todas as capitais do País para participar da prova. Os resultados estão previstos para a segunda quinzena de junho.

Avaliação
Desde 2008 o Ministério da Educação envia às escolas públicas do País a Provinha Brasil, um teste aplicado pelos próprios professores a alunos do 2° ano do ensino fundamental. Os resultados não são divulgados e servem apenas como diagnóstico para os educadores avaliarem o nível de aprendizagem dos estudantes. Priscilla acredita que é necessária uma prova externa e que cubra todo o País.

“Avaliação não é para punir ninguém, mas um instrumento para garantir a qualidade. O direito de aprender está na Constituição Federal, mas como a sociedade pode exigir se não há uma avaliação externa que diga se elas estão aprendendo ou não?”, pergunta.

Em 2008, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que 1,3 milhão de crianças e adolescentes brasileiros de 8 a 14 anos não sabiam ler nem escrever. Desse total, 84,5% frequentavam a escola.