Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa...

FHC desmoraliza até golpe

Desde que Fernando Henrique Cardoso se transformou num dos mais dedicados defensores do golpe, ele deu algumas entrevistas em que passeou com tranquilidade ao acaso.
Uma delas, especialmente marcante pelos personagens e pelas circunstâncias, foi para Mario Sergio Conti, apresentador de um programa na GloboNews e ex-diretor da Veja.
Mario o chamou o "elder statesman" e simplesmente não tocou num escândalo que havia estourado uma semana antes: a jornalista Mirian Dutra resolvera contar tudo sobre a história dos dois.
Parêntese: Mario Sergio foi o executor de uma nota plantada na Veja pelo então ministro Fernando Henrique dizendo que o pai do filho de Mirian era um "biólogo". O ano era 1991 e Mario era o diretor da revista. Fecha parêntese.
FHC está mal acostumado com a imprensa brasileira e quando sai dessa zona de conforto toma um susto.
Ele foi o convidado do Up Front, atração da Al Jazeera comandada por Mehdi Hasan, premiado jornalista britânico, radialista, escritor e comentarista político, autor de dois livros.
Hasan foi ouvir FHC como ex-presidente do país, portanto com autoridade para falar, e também como um dos "apoiadores do impeachment".
O que se seguiu foi um embate em que um dos lados saiu irremediavelmente exposto em sua fragilidade de argumentos, nu com sua farsa — e não foi Mehdi.
Posto abaixo o vídeo da Al Jazeera. Infelizmente, sem legenda em português, só em inglês. Destaco aqui os trechos principais. Confira a íntegra no Youtube.
No início, Fernando Henrique tenta explicar que Dilma "cometeu erros contra a Constituição", que não é "um crime no senso penal", mas de "falta de responsabilidade com a "Constituição". Aquele blábláblá sem sentido.
— Ela manipulou o orçamento fiscal, finaliza Fernando Henrique.
— Mas você também…, retorque Hasan.
E então temos a primeira engasgada de FHC

Emir Sader - Golpe, certezas, ilusões e esperança

Muita água já correu embaixo da ponte desde que a direita conseguiu colocar em prática seu projeto de golpe para tirar o PT do governo. Se acumulam certezas, ilusões e esperanças, sobre as quais necessitamos ter clareza, para não embarcarmos de novo nas ilusões que levaram às acachapantes derrotas na Câmara e no Senado.
A primeira certeza, a maior de todas, e que condiciona todo o resto, é que a direita está realizando seu objetivo maior desde 2002: tirar o PT do governo. A consciência disto orienta a direita, que tolera todo o resto – ter presidente da República, da Câmara, do Senado, ministros etc., corruptos, tolera gastos do governo para comprar votos, a suspensão de medidas duras -, subordinado ao objetivo maior de consolidar o golpe que tira o PT do governo com a votação do Senado em agosto.
Nada de ilusões, portanto, de que senadores da direita pudessem se desvincular do golpe por descontentamento com atitudes do governo. Contradições entre eles são secundárias em relação ao objetivo maior da saída do PT do governo. Quando forem votar em agosto, a alternativa será a continuidade do governo do Temer – com quem eles podem negociar tudo – ou o retorno do governo da Dilma. Aí há um voto duro pelo golpe.

Mensagem do dia

Não deixe suas panelas brilharem mais do que você. Não leve a faxina ou o trabalho tão a sério. Pense que a camada de pó vai proteger a madeira que está por baixo dela. Uma casa só vai virar um lar quando você for capaz de escrever "Eu te amo" sobre os móveis!
Antigamente eu gastava no mínimo 40 horas por semana para manter tudo bem limpo, caso "alguém aparecesse para visitar" – mas depois descobri que ninguém passa "por acaso" para visitar – todos estão muito ocupados passeando, se divertindo e aproveitando a vida!


 
E agora, se alguém aparecer de repente? Não tenho que explicar a situação da minha casa a ninguém. 
As pessoas não estão interessadas em saber o que eu fiquei fazendo o dia todo enquanto elas passeavam, se divertiam e aproveitavam a vida…



Caso você ainda não tenha percebido: A VIDA É CURTA. APROVEITE-A!!!

Tire o pó, se precisar…
Mas não seria melhor pintar um quadro ou escrever uma carta, dar um passeio ou visitar um amigo, assar um bolo e lamber a colher suja de massa, plantar e regar umas sementinhas? Pese muito bem a diferença entre QUERER e PRECISAR !
Tire o pó, se precisar…
Mas você não terá muito tempo livre para beber champanhe, nadar na praia (ou na piscina), escalar montanhas, brincar com os cachorros, ouvir música e ler livros, cultivar os amigos e aproveitar a vida!!!
Tire o pó, se precisar…
Mas a vida continua lá fora, o sol iluminando os olhos, o vento agitando os cabelos, um floco de neve, as gotas da chuva caindo mansamente...Pense bem, este dia não voltará jamais!!!
Tire o pó, se precisar…
Mas não se esqueça que você vai envelhecer e muita coisa não será mais tão fácil de fazer como agora. E quando você partir, como todos nós partiremos um dia, também vai virar pó! Ninguém vai se lembrar de quantas contas você pagou, nem de sua casa tão limpinha, mas vão se lembrar de sua amizade, de sua alegria e do que você ensinou.
AFINAL:
"Não é o que você juntou, e sim o que você espalhou que reflete como você viveu a sua vida."

Briquilinks do dia passado a limpo

Desmonte da educação faz Mec adiar FIES

Ministério da Educação anunciou hoje o adiamento, para o dia 15 de julho,  da conclusão das inscrições dos estudantes pré-selecionados para ter acesso ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), cujo prazo começaria nesta sexta-feira, primeiro de julho. A medida, que conturbará a vida de milhares de estudantes, é consequência do desmonte das estruturas do MEC e da demissão de funcionários e técnicos familiarizados com a gestão dos programas. A justificativa do governo foi a de que serão necessários ajustes no sistema por conta da elevação do teto de renda familiar, de 2,5 para 3 salários mínimos, o que não explica tamanho atraso. Se com o Fies está acontecendo isso, imagine com o Enem, um programa mais complexo, que envolve número muito maior de estudantes e a aplicação de provas em todo o pais, dizem funcionários do MEC, que esta semana fizeram um "trancaço" na porta do ministério em protesto contra o desmonte.

 Inscreveram-se para o FIES 294 mil estudantes para as 75 mil vagas oferecidas pelo governo. O resultado da pré-seleção foi divulgado ontem, embora dentro do prazo mas só depois das 22 horas. A lista dos pré-selecionados pode ser conferida na página do Fies mas ela assegura apenas a expectativa de direito às vagas. A conclusão da inscrição envolve a apresentação de documentos, comprovação de renda e outras providências que foram adiadas para o dia 15. Quando as aulas começarem, muitos poderão ainda não ter tido a confirmação da seleção nem ter assinado o contrato de financiamento, o que lhes permitiria frequentas a instituição escolhida. O não-selecionados, da mesma foram, podem ser informados disso muito tarde, dificultando a busca de alternativas para pagar a faculdade e não perder o semestre. O aviso publicado diz apenas que a conclusão das inscrições começa dia 15 mas não prevê a data de encerramento do processo.  Os tropeços indicam que a nova gestão, depois de dispensar especialistas e técnicos com a motivação ideológica de sempre (serem ligado ao governo Dilma), está enfrentando dificuldades operacionais com um sistema que é eficiente mas exige ser operado por quem o domina.

O "trancaço" na porta do MEC, contra o chamado "desmonte" das estruturas, resultou na demissão de 62 vigilantes do ministério, responsabilizados pela ocorrência de uma manifestação que deriva, principalmente, da falta de diálogo do ministro Mendonça Filho com os funcionários e as entidades do setor.  Ele nunca recebeu a UNE, nem os sindicato nem a CNTE, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, embora tenha ouvido sugestões do ator Alexandre Frota.

A destituição dos 24 conselheiros do Conselho Nacional de Educação – CNE, é outra medida do ministro que vem ampliando o conflito com os técnicos e trabalhadores do MEC. Eles tinham mandato de quatro anos e foram nomeados pela presidente suspensa Dilma Rousseff a partir de uma lista tríplice oferecida por 39 instituições educacionais. O ministro promete nomear outros conselheiros para o início do mandato, marcado para dia 3, depois de amanhã. Mas não há mais tempo para repetir a consulta. Se as nomeações forem feitas, os nomes serão tirados do bolso do colete, interrompendo uma tradição das últimas décadas.

Um terceiro problema é a situação dramática enfrentada pelos estudantes que estão fazendo mestrado e doutorado no exterior com bolsas do programa Ciência Sem Fronteiras. Muitos tiveram os contratos suspensos, outros estão enfrentando exigências para terem a bolsa renovada, e enquanto isso não recebem a subvenção com a qual se mantêm nos países onde estão. O próprio visto de permanência depende da atualização do contrato para ser mantido. Sem dinheiro, sem resposta da Capes,  muitos já começam a se preparar para interromper o estudos e voltar ao Brasil.

Se o retrocesso na educação já começou a dar sinais, sua verdadeira dimensão virá a partir do ano que vem, se o Congresso confirmar a proposta do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de acabar com a vinculação do orçamento do MEC e da Saúde a um porcentual de receitas da União. Ele voltou a falar disso ontem dizendo que, como o país voltará a crescer, e com isso também a receita, os dois ministérios continuará tendo despesas crescentes. Como se a população não crescesse e não existissem ainda tantos problemas a serem enfrentados nestas duas áreas.