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Eleições e o mito do desinteresse


Pesquisa realizada pelo Datafolha, divulgada no último final de semana, ajuda a desmistificar a ideia, habitualmente disseminada pela mídia, de que o eleitor brasileiro é desinteressado do processo político e até o repudia.

Segundo levantamento feito pelo instituto, 64% da população deseja que o horário eleitoral na TV e no rádio seja mantido, contra os 34% que gostariam que o espaço fosse extinto. Dentre aqueles que apoiam a publicidade eleitoral, 30% consideram que o modelo atual deve ser mantido, enquanto 34% avaliam que o formato deve ser repensado.
Em que pese o fato de que a amostragem seja restrita, já que a pesquisa foi realizada apenas em São Paulo, os dados são reveladores da importância conferida à propaganda eleitoral pelos eleitores e do impacto que ela tem sobre a definição de seu voto.
De acordo com o levantamento, 57% dos entrevistados afirmaram que assistirão aos programas dos candidatos ao pleito municipal deste ano na TV e 62% declararam que o horário eleitoral gratuito influenciará na escolha de seus candidatos.
Outra constatação feita pela pesquisa é que quanto maior a renda do eleitor, maior é a sua indiferença em relação ao tema. Dentre os que possuem renda familiar acima de dez salários mínimos, a opinião de que o horário eleitoral deveria ser abolido atinge 43%. Também neste grupo a influência da propaganda eleitoral sobre o voto revela-se muito menor: 64% disseram que não é “nada importante”.
Ainda que as críticas ao modelo sejam cabíveis, uma vez que muitos candidatos se rendem à publicidade em vez do debate programático, o horário eleitoral gratuito oferece uma das poucas oportunidades para que ideias e propostas sejam apresentadas com autonomia, sem a imposição da agenda eleitoral determinada pela imprensa.
De fato, para torná-lo mais profícuo seria necessário aperfeiçoá-lo, tornando-o não apenas um espaço de apresentação de ideias, mas também de debates entre os candidatos, no qual pudessem ser confrontadas suas propostas e visões sobre os diversos problemas que afligem as cidades e seus cidadãos.
Outra questão referente ao modelo atual do horário eleitoral gratuito que precisa ser reformada é a distribuição do tempo entre os partidos e as coligações. Pelas regras atuais, um terço do tempo é dividido igualitariamente, enquanto os dois terços restantes são distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados.
No caso das coligações, considera-se a soma dos representantes de todos os partidos que a compõem.
O mais coerente, entretanto, seria que a distribuição se fizesse de forma proporcional, conforme os resultados obtidos pelos partidos e coligações na eleição anterior. Isso impediria que a representatividade fosse afetada pela migração de deputados federais entre os partidos no período pré-eleitoral.
As inserções veiculadas ao longo da programação das emissoras, que hoje totalizam 30 minutos diários, também poderiam ser ampliadas, para que o eleitor pudesse se aproximar ainda mais do processo eleitoral, levando-se em conta que a televisão é o veículo de comunicação de massa que mais atrai o público.
Ainda que as emissoras reclamem da obrigatoriedade da exibição dos programas eleitorais e partidários, sob a alegação dos prejuízos pela perda de espaço para a publicidade, a legislação define isenções tributárias para que os canais façam as transmissões.
Fica patente nos resultados da pesquisa Datafolha e é importante salientar que a repulsa ao horário eleitoral e às instituições políticas de forma geral, não é um “mal” da sociedade. Esta tem interesse pela vida política e quer conhecer o que aqueles que pleiteiam seu aval para administrar suas cidades pensam e propõem. A ideia de que o cidadão tem uma percepção acrítica do candidato não condiz com a realidade.
Por isso, os espaços e canais de discussão, sejam os estipulados por lei, sejam os poucos abertos pela imprensa, devem ser bem aproveitados. Utilizar o horário eleitoral para fazer campanha de baixo nível, desqualificando adversários, ao invés de expor e debater as ideias e programas que podem melhorar a vida das pessoas, configura desperdício e desrespeito ao processo político e à sociedade.
Além disso, por mais importante que sejam a abertura, o aperfeiçoamento e a ampliação destes canais, a conquista do voto se dá menos em estúdios de gravação e mais nas ruas, através do contato pessoal com os cidadãos e do conhecimento de seus problemas e necessidades cotidianos.
 José Dirceu

Charge

Medidas de estímulo ao crescimento econômico terão efeito no 2º semestre

 

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, afirmou hoje (31), após ser recebido pela presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, que as medidas tomadas pelo governo para estimular o crescimento econômico terão efeito a partir do segundo semestre. Segundo ele, a indústria está se recuperando e há expectativa de crescimento do setor nos próximos meses.

"Nós enfrentamos muitas dificuldades no primeiro semestre, a presidenta conhece bem nossas dificuldades. As políticas que o governo tem adotado e apresentado como desoneração de folha de pagamento, desonerações tributárias, redução da taxa de juros, melhoria do câmbio, isso certamente vai dar um efeito agora a partir do segundo semestre. A expectativa que nós temos, por pesquisas realizadas com a indústria brasileira, é que a partir do ano que vem vamos estar crescendo em torno de 4,5%", disse Andrade.