Já preparei até o corpo de uma travesti, que a família quis enterrar montado como drag queen. E esse é apenas um dos serviços funerários que ofereço!
Reportagem: Caio Calazans
Maquiar mortos é o que paga minhas contas! | Crédito: arquivo pessoal
Eu tinha 9 anos quando vovô - por quem fui criada desde os 5 anos - me levou para conhecer o lugar onde trabalhava. Eu não cabia em mim de tanta alegria, finalmente ia matar minha curiosidade! Uma coisa era saber que ele, técnico de anatomia da Universidade de São Paulo por 40 anos, preparava todos os corpos e membros humanos e de animais para as aulas de anatomia da faculdade. Já outra bem diferente era ver isso. Quando vovô abriu a porta do laboratório, o forte cheiro de formol fez meus olhos lacrimejarem muito! Então, ele começou a me mostrar os tanques onde ficavam os corpos. Havia homens, mulheres, animais, membros decepados... Achei aquilo o máximo e decidi: "Vou ser legista!" (profissional que analisa o corpo para descobrir a causa da morte).
Na adolescência me chamavam de carniça, noiva-cadáver...