"Os judeus têm 155 Prêmios Nobel. Os muçulmanos têm dois. Isso parece uma espécie de grande vantagem para a equipe hebraica".Este tipo de posicionamento está na raiz do sentimento de superioridade racial que hoje inspira segmentos hegemônicos das comunidades judaicas e dá suporte às ações genocidas em Gaza, numa internalização de símbolos dos seus algozes nazistas, o que tem assustado até a sionistas convictos, como Roger Cohen, que expressou essa preocupação no New York Times há alguns dias: "O que não posso aceitar, no entanto, é a perversão do sionismo que tem visto o crescimento inexorável de um nacionalismo israelense messiânico reivindicando toda a terra entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão; que, durante quase meio século, produziu a opressão sistemática de outro povo na Cisjordânia; que levou à expansão constante dos assentamentos israelenses; que isola os palestinos moderados em nome de dividir para reinar; que persegue políticas que tornam impossível continuar a ser um Estado judeu e democrático; que busca vantagem tática ao invés do avanço estratégico de uma paz baseada em dois Estados; que bloqueia Gaza com 1,8 milhão de pessoas trancadas em sua prisão e depois é surpreendido pelas erupções periódicas dos detentos; e que responde de forma desproporcional ao atacar de uma forma que mata centenas de crianças".Há uma estreita ligação ideológica entre orgulhar-se da "liderança" de judeus no Nobel e a arrogância com que Israel reagiu à atitude corajosa da presidenta Dilma Rousseff, que condenou os massacres recentes com atos concretos, seguida por outros países indignados. Mandar um funcionário do quarto escalão polemizar com a chefe de Estado do Brasil com insultos grosseiros reflete a convicção de Israel de que o Brasil é titica diante da superioridade emanada de um "Estado superior", inflado por uma estratégia colonial que visa o domínio total e absoluto de toda uma região rica em petróleo. A arrogância é uma perigosa opção de natureza compensatória, mas é também um calculado posicionamento destinado a informar ao mundo que Israel não está nem aí para a opinião pública internacional, para a ONU e até para Washington. É como se estivesse mandando um recado sugerindo a existência de um esquema autônomo para dar continuidade ao projeto expansionista da conquista de novas áreas com vistas ao aumento da população israelense. Esquema que tem poderes inclusive sobre os Estados Unidos, que continuam derramando milhões de dólares nos subsídios de guerra ao aliado: na sexta-feira, dia 1, o Congresso norte-americano aprovou por unanimidade um reforço de mais U$ 325 milhões para gastos militares de Tel Aviv. Essa arrogância calculada se fez sentir mais uma vez neste domingo, dia 3, quando uma terceira escola da ONU foi bombardeada, obrigando o secretário geral da ONU e o governo norte-americano a encenarem reprovações para o consumo da opinião pública. O mais chocante é que a popularidade de Netanyahu em Israel e nas comunidades judaicas articuladas aumenta na proporção do maior número de vítimas civis entre os palestinos. Em sintonia com o massacre, sionistas ocupam as redes sociais de todo o mundo com um bombardeio de postagens destinadas a dar cobertura ao que consideram atos de legítima defesa. Isto é, apesar de algumas vozes discordantes, é com orgulho e determinação que os apoiadores assumem suas próprias trincheiras de comunicação, indicando o longo alcance dos objetivos do Estado de Israel. Essa arrogância é responsável por um balanço que pode mudar a cada instante: Até este domingo, o número de mortos em Gaza desde o início da ofensiva chegou a 1.737 e o de feridos a 9.080, segundo Ashraf al Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde. Na Faixa de Gaza, mais de 520 mil pessoas foram desalojadas, mais de um quarto da população local (1,7 milhão).
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Arrogância como arma de guerra
Com o massacre de Gaza, Israel despreza a opinião pública e sinaliza opção por guerra expansionista
Pelo fim do massacre em Gaza
Colabore com adesão à petição: "Governo de Israel, queremos o fim do massacre em Gaza", assinado, entre outros, por:
David Harvey, Mike Davis, Frei Betto, Chico de Oliveira, Antonino Infranca, Domenico Losurdo, Erminia Maricato, Istvan Mészáros, Leandro Konder, Maria Rita Kehl, Michael Löwy, Vladimir Safatle, Miguel Urbano Rodrigues, Ricardo Antunes e Ruy Braga.
A palestina apagada do google maps
Já passam de 1.200 palestinos mortos na faixa de Gaza desde o dia 8 de julho. Entre eles centenas de crianças. Os bombardeios de Israel não pouparam nem escolas e hospitais, supostamente “bases para terroristas”. Ontem atacaram um abrigo da ONU, matando 19 palestinos. O Comissário da Agência da ONU para os refugiados disse que crianças foram mortas enquanto dormiam. Não satisfeitos, bombardearam também a única usina que fornecia energia elétrica para Gaza.
Às escuras, sem refúgio seguro nem hospitais e com cadáveres espalhados entre os escombros da destruição – este é o retrato da faixa de Gaza.
É possível uma posição de neutralidade? Só para os hipócritas. Neutralidade perante a barbárie e o genocídio equivale a tomar posição a seu favor. Não há meio termo possível em relação a Israel.
O colunista desta Folha Ricardo Melo teve a coragem de defender que a única solução para a questão é o fim do Estado terrorista de Israel. Foi bombardeado pelos sionistas de plantão e pelos defensores da neutralidade. E, como não poderia deixar de ser, acusado de antissemita.
Um pouco de história faz bem ao debate.
O movimento sionista surgiu no final do século 19, movido pelo apelo religioso de retorno à “Terra Prometida”, em referência à colina de Sion em Jerusalém. A proposta era construir colônias judaicas na Palestina, que então já contava com 600 mil habitantes. Ou seja, não se tratava de uma terra despovoada, mas de um povo lá estabelecido há mais de 12 séculos.
Nem todos os sionistas defendiam um Estado judeu na Palestina. Havia formas de sionismo cultural ou religioso que reconheciam a legitimidade dos palestinos sobre seu território. Albert Einstein, por exemplo, foi um dos que rechaçou em várias oportunidades o sionismo político, isto é, um Estado religioso na Palestina e contra os palestinos.
No entanto prevaleceu ao longo dos tempos a posição colonialista. Seu maior representante foi David Ben Gurion que, diante da natural resistência dos palestinos, organizou as primeiras formas de terrorismo sionista, através dos grupos armados Haganá, Stern e Irgun – este último responsável por um ataque à bomba em um hotel de Jerusalém em 1946.
Os palestinos eram então ampla maioria populacional, com apenas 30% de judeus na Palestina até 1947. Porém, por meio das armas, a partir de 1948 – quando há a proclamação do Estado de Israel – a maioria palestina foi sendo expulsa sistematicamente de seu território. Cerca de metade dos palestinos tornaram-se após 1949 refugiados em países árabes vizinhos, especialmente na Jordânia, Síria e Líbano.
A vitória militar dos sionistas só foi possível graças ao contundente apoio militar de países europeus e dos Estados Unidos.
Em 1967, Israel dá o segundo grande golpe. Após o Presidente egípcio Abdel Nasser fechar o golfo de Ácaba para os navios israelenses, os sionistas atacam com decisivo apoio norte-americano, quadruplicando seu território em seis dias, tomando inclusive territórios do Egito e da Síria. Desta forma bélica e imperialista – como corsários dos Estados Unidos – Israel foi formando seu domínio.
Depois de 1967 foram massacres atrás de massacres. Um dos mais cruéis – ao lado do atual – foi no Líbano em 1982. Após invadir Beirute, as tropas comandadas por Ariel Sharon – que veio a ser primeiro-ministro posteriormente – cercaram os campos de refugiados palestinos em Sabra e Chatilla e entregaram milhares de palestinos ao ódio de milicianos da Falange Libanesa. Após 30 horas ininterruptas de massacre, foram 2.400 mortos (de acordo com a Cruz Vermelha) e centenas de torturados, estuprados e mutilados – incluindo evidentemente crianças, mulheres e idosos.
Hoje há 4,5 milhões de refugiados palestinos segundo a ONU. Este número só tende a aumentar pela política higienista de Israel.
Caminhamos neste momento em Gaza para o maior genocídio do século 21. E há os que insistem no cínico argumento do direito à autodefesa de Israel. Quem ao longo da história sempre atacou agora vem falar em defesa?
Tudo isso perante a passividade complacente da maior parte dos líderes políticos do mundo. O Brasil limitou-se a chamar o embaixador para esclarecimentos. Foi chamado de “anão diplomático” pelo governo de Israel e nada respondeu. Romper relações políticas e econômicas com Israel é uma atitude urgente e de ordem humanitária.
A hipocrisia chega ao máximo quando acusa os críticos do terrorismo israelense de antissemitas. O antissemitismo, assim como todas as formas de ódio racial, religioso e étnico, deve ser veementemente condenado. Agora, utilizar o antissemitismo ou o execrável genocídio nazista aos judeus como argumento para continuar massacrando os palestinos é inaceitável.
É uma inversão de valores. Ou melhor, é a história contada pelos vencedores. Como disse certa vez Robert McNamara, Secretário de Defesa dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã, se o Japão vencesse a Segunda Guerra, Roosevelt seria condenado por crimes de guerra contra a humanidade e não condecorado com títulos e bustos pelo mundo. A história é contada pelos vencedores.
É possível que Benjamin Netanyahu, comandante do massacre em Gaza, ainda receba o Prêmio Nobel da Paz. E que os palestinos, após desaparecerem do mapa, passem para a história como um povo bárbaro e terrorista.
Às escuras, sem refúgio seguro nem hospitais e com cadáveres espalhados entre os escombros da destruição – este é o retrato da faixa de Gaza.
É possível uma posição de neutralidade? Só para os hipócritas. Neutralidade perante a barbárie e o genocídio equivale a tomar posição a seu favor. Não há meio termo possível em relação a Israel.
O colunista desta Folha Ricardo Melo teve a coragem de defender que a única solução para a questão é o fim do Estado terrorista de Israel. Foi bombardeado pelos sionistas de plantão e pelos defensores da neutralidade. E, como não poderia deixar de ser, acusado de antissemita.
Um pouco de história faz bem ao debate.
O movimento sionista surgiu no final do século 19, movido pelo apelo religioso de retorno à “Terra Prometida”, em referência à colina de Sion em Jerusalém. A proposta era construir colônias judaicas na Palestina, que então já contava com 600 mil habitantes. Ou seja, não se tratava de uma terra despovoada, mas de um povo lá estabelecido há mais de 12 séculos.
Nem todos os sionistas defendiam um Estado judeu na Palestina. Havia formas de sionismo cultural ou religioso que reconheciam a legitimidade dos palestinos sobre seu território. Albert Einstein, por exemplo, foi um dos que rechaçou em várias oportunidades o sionismo político, isto é, um Estado religioso na Palestina e contra os palestinos.
No entanto prevaleceu ao longo dos tempos a posição colonialista. Seu maior representante foi David Ben Gurion que, diante da natural resistência dos palestinos, organizou as primeiras formas de terrorismo sionista, através dos grupos armados Haganá, Stern e Irgun – este último responsável por um ataque à bomba em um hotel de Jerusalém em 1946.
Os palestinos eram então ampla maioria populacional, com apenas 30% de judeus na Palestina até 1947. Porém, por meio das armas, a partir de 1948 – quando há a proclamação do Estado de Israel – a maioria palestina foi sendo expulsa sistematicamente de seu território. Cerca de metade dos palestinos tornaram-se após 1949 refugiados em países árabes vizinhos, especialmente na Jordânia, Síria e Líbano.
A vitória militar dos sionistas só foi possível graças ao contundente apoio militar de países europeus e dos Estados Unidos.
Em 1967, Israel dá o segundo grande golpe. Após o Presidente egípcio Abdel Nasser fechar o golfo de Ácaba para os navios israelenses, os sionistas atacam com decisivo apoio norte-americano, quadruplicando seu território em seis dias, tomando inclusive territórios do Egito e da Síria. Desta forma bélica e imperialista – como corsários dos Estados Unidos – Israel foi formando seu domínio.
Depois de 1967 foram massacres atrás de massacres. Um dos mais cruéis – ao lado do atual – foi no Líbano em 1982. Após invadir Beirute, as tropas comandadas por Ariel Sharon – que veio a ser primeiro-ministro posteriormente – cercaram os campos de refugiados palestinos em Sabra e Chatilla e entregaram milhares de palestinos ao ódio de milicianos da Falange Libanesa. Após 30 horas ininterruptas de massacre, foram 2.400 mortos (de acordo com a Cruz Vermelha) e centenas de torturados, estuprados e mutilados – incluindo evidentemente crianças, mulheres e idosos.
Hoje há 4,5 milhões de refugiados palestinos segundo a ONU. Este número só tende a aumentar pela política higienista de Israel.
Caminhamos neste momento em Gaza para o maior genocídio do século 21. E há os que insistem no cínico argumento do direito à autodefesa de Israel. Quem ao longo da história sempre atacou agora vem falar em defesa?
Tudo isso perante a passividade complacente da maior parte dos líderes políticos do mundo. O Brasil limitou-se a chamar o embaixador para esclarecimentos. Foi chamado de “anão diplomático” pelo governo de Israel e nada respondeu. Romper relações políticas e econômicas com Israel é uma atitude urgente e de ordem humanitária.
A hipocrisia chega ao máximo quando acusa os críticos do terrorismo israelense de antissemitas. O antissemitismo, assim como todas as formas de ódio racial, religioso e étnico, deve ser veementemente condenado. Agora, utilizar o antissemitismo ou o execrável genocídio nazista aos judeus como argumento para continuar massacrando os palestinos é inaceitável.
É uma inversão de valores. Ou melhor, é a história contada pelos vencedores. Como disse certa vez Robert McNamara, Secretário de Defesa dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã, se o Japão vencesse a Segunda Guerra, Roosevelt seria condenado por crimes de guerra contra a humanidade e não condecorado com títulos e bustos pelo mundo. A história é contada pelos vencedores.
É possível que Benjamin Netanyahu, comandante do massacre em Gaza, ainda receba o Prêmio Nobel da Paz. E que os palestinos, após desaparecerem do mapa, passem para a história como um povo bárbaro e terrorista.
Frase do dia
"Não podemos aceitar impassíveis a escalada de violência entre Israel e Palestina. É necessário ressaltar nossa mais veemente condenação ao uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças."
presidente Dilma Roussef
Rodrigo Vianna: Massacre em Gaza
Os humorristas de Israel: anões fora-da-lei
A cultura judaica já produziu bons comediantes. Alguns associam o humor a reflexões existenciais, sendo capazes de rir de si próprios - como Woody Allen.
O porta-voz do Estado israelense parece ser herdeiro de um outro tipo de humor. Em vez de rir de si próprio, prefere transformar em piada o assassinato de milhares de mulheres e crianças palestinas na faixa de Gaza.
A nota do governo brasileiro, que condenou de forma veemente o ataque brutal a Gaza e apontou o uso “desproporcional” da força por parte do governo israelense, fez com que o porta-voz Yigal Palmor manifestasse toda sua veia humorística: “desproporcional é perder de 7 a 1″, disse.
Israel já havia chamado o Brasil de “anão diplomático” e“politicamente irrelevante”, recebendo a justa resposta de Marco Aurelio Garcia (que você pode ler aqui, na íntegra):
“É evidente que o governo brasileiro não busca a “relevância” que a chancelaria israelense tem ganhado nos últimos anos. Menos ainda a “relevância” militar que está sendo exibida vis-à-vis populações indefesas. Como temos posições claras sobre a situação do Oriente Médio – reconhecimento do direito de Israel e Palestina a viverem em paz e segurança – temos sido igualmente claros na condenação de toda ação terrorista, parta ela de grupos fundamentalistas ou de organizações estatais.”
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