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Grande mídia - a estratégia é desinformar

Regulação da mídia não é censura

Recentemente, a presidenta Dilma Rousseff, pré-candidata à reeleição pelo PT, declarou que, se eleita, enfrentará o debate acerca da regulação dos meios de comunicação. A afirmação causou furor na mídia comercial, que não perde oportunidades para alimentar a versão de que há um plano da esquerda para controlar a mídia e impedir críticas ao governo. O candidato da oposição de direita também se apressou a reafirmar “o PT quer censurar a imprensa”.
Neste momento, quanto mais confuso for o debate sobre o tema, menos resultados ele produzirá. Assim, alguns veículos empenham-se em embaralhar as informações de forma sofisticada; outros omitem do público informações relevantes sobre o tema; outros, ainda, divulgam o dito pelo não dito. O esforço é um só: manter inalterada a atual situação de concentração econômica e de ausência de diversidade e pluralidade na mídia brasileira.
Tendo em vista esta ostensiva operação para interditar um debate direto e transparente sobre a regulação da mídia (ação corrente que, essa sim, caracteriza prática de censura), vamos aos fatos, numa tentativa de desfazer o labirinto construído em torno do assunto.
Em primeiro lugar, é preciso lembrar que a radiodifusão é, assim como a energia, o transporte e a saúde, um serviço público que, para ser prestado com base no interesse público, requer regras para o seu funcionamento. No caso das emissoras de rádio e TV, a existência dessas regras se mostra fundamental em função do impacto social que têm as ações dos meios de comunicação de massa, espaço central para a veiculação de informações, difusão de culturas, formação de valores e da opinião pública.

Lula e a mídia malabarista

As reações da mídia à fala de Luiz Inácio Lula da Silva, na sexta-feira (16), no 4º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, não poderiam ter sido mais emblemáticas. No evento organizado, em São Paulo, pelo Centro de Estudos de Mídias Alternativas Barão de Itararé, o ex-presidente defendeu a aprovação do marco regulatório contra o monopólio dos meios de comunicação no Brasil. Além disso, criticou duramente os ataques da imprensa contra a presidenta Dilma Rousseff e o PT. Falou, com um tipo de franqueza pouco comum na política brasileira, sobre sua relação com a blogosfera progressista: 

“Eu me dou o direito de dar entrevista para quem eu quero, na hora que eu quero”.

A frase foi um recado direto ao moralismo de ocasião do jornal “O Globo”, do Rio de Janeiro, que em abril mobilizou-se para desqualificar uma entrevista de três horas de duração concedida por Lula a blogueiros e ativistas digitais, na sede do Instituto Lula, na capital paulista. Para interditar a comunicação de Lula com a blogosfera, o jornalão carioca partiu, sem sucesso, para a desqualificação rasa dos blogueiros e da disposição do ex-presidente em falar com eles – um misto de inveja e despeito com origens no absoluto descolamento da realidade em que vivem, na área de comunicação em rede, os jornalões brasileiros.

Regulação da mídia

Encontro dos blogueiros
Lula avisa: a brincadeira acabou; a regulação da mídia vem aí!
A Globo precisa ser partida em vários pedaços – como a Argentina fez com o grupo Clarin. “E não me venham falar que isso é censura” – disse Lula. O movimento de blogueiros colheu uma enorme vitória. Ajudou a pautar esse debate, agora encampado pelo ex-presidente.
por Rodrigo Vianna
O debate de abertura ainda não tinha acabado, quando um burburinho começou a se ouvir pelos corredores. E não era Stanley quem se aproximava. Mas Lula. O ex-presidente e a regulação da mídia no Brasil são dois fantasmas, que provocam calafrios na velha imprensa dos Civita, Frias e Marinhos. Então, podem se preparar: os calafrios vão aumentar. Os locutores gagos da CBN vão ficar ainda mais gagos.

O auditório estava lotado: mais de trezentos blogueiros e ativistas digitais de todo o Brasil. Três dezenas de jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos da velha mídia já se aglomeravam no fundo do salão. Na mesa, o jornalista espanhol Pascual Serrano demolia o surrado conceito de “liberdade de imprensa” que os donos da mídia usam para brecar qualquer regulação.

“Só um setor da sociedade pode utilizar a chamada liberdade de imprensa. É um direito apenas para o empresariado”, disse Serrano, um dos convidados internacionais do Quarto Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais.

O norte-americano Andrés Conteris, do site Democracy Now, disse que os blogs – no mundo todo – cumprem um papel decisivo: “ir aos locais onde está apenas o silêncio”.

O professor brasileiro Venício Lima, da UnB, falou sobre a regulação necessária. Não na Venezuela, nem em Cuba. Mas na Inglaterra. A regulação foi um imperativo, depois da barbárie imposta pelos jornais do multimilionário Murdoch.

Venício também analisou a lei aprovada na Argentina: a chamada “Ley de Medios” não trata do conteúdo. Não impõe qualquer censura. “É uma lei antimonopólio, que regula o mercado”, explicou Venício.

Quando o professor terminava sua fala, o burburinho aumentou. Era Lula que chegava. Inspirado, bem-humorado, dirigiu-se primeiro ao grupo de jornalistas que trabalham para a velha mídia: “a imprensa me trata sempre muito bem; só que quando faço críticas à imprensa, dizem que é um ataque, e quando a imprensa me ataca eles dizem que são apenas críticas”.

Lula - dou entrevistas para quem eu quero e na hora que eu quero

Jornal GGN – Na manhã desta sexta (16), durante o Encontro Entre Blogueiros e Ativistas Digitais, em São Paulo, o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), respondeu à investida de O Globo contra blogueiros que participaram de uma entrevista exclusiva com ele no início de abril.

Lula disse que ficou muito “chateado” com a ação do jornal, que abordou todos os jornalistas para saber por que eles foram convidados para a coletiva de imprensa que não contou com participação de nenhum veículo de comunicação tradicional. Para o petista, a imprensa ficou "indignada" com sua postura.
“Fiquei muito chateado com a violência com que alguns setores de comunicação trataram a entrevista que dei aos blogueiros. Sobretudo, a procura posterior com perguntas ofensivas, quase que indignados. ‘Por que o Lula deu entrevista para aquela tal de Conceição’? É porque eu não tenho nenhum cargo público e me dou o direito de dar entrevistas para quem eu quero e na hora que eu quero", disparou o ex-presidente.
Na fala, Lula se refere à repórter Conceição Lemes, do blog Viomundo. A jornalista, também abordada pela equipe de O Globo, compôs a mesa de debate com Lula ao lado de Ênio Barroso. O ex-presidente discursou por volta de uma hora, na presença do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e do candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha, entre outras lideranças.
Lula falou inicialmente sobre a aprovação do Marco Civil da Internet, agradecendo “a pressão” exercida pela militância para garantir que o projeto virasse lei. Ele ressaltou que o ponto mais importante na norma é a neutralidade na rede, e disse que a mídia brasileira precisa de um marco regulatório das comunicações que garanta a mesma coisa entre todos os veículos: neutralidade.
"Todo mundo acha que eu sou contra a imprensa, mas eu não sou. Eu defendo a liberdade de expressão. Mas mais do que antes, hoje eu tenho consciência da importância de regulamentarmos os meios de comunicação. Em todos os discursos que eu puder fazer daqui para frente, eu vou defender isso", pontuou.
Durante o encontro, Lula reforçou os avanços de seu governo no que tange as políticas econômicas e sociais. Comentou as manifestações contrárias à Copa do Mundo sustentando que o PT não tem medo de passeatas e protestos, mas classificou a lei antiterrorismo pretendida pelo governo Dilma Rousseff como desnecessária. "A sociedade só precisa ficar mais atenta contra o vandalismo."
Ainda sobre mídia, Lula disse que o PT não deve "chorar" pelo "tratamento diferenciado" que a imprensa costuma dar ao partido. Ele lembrou que desde a fundação da legenda, a comunicação é feita no contato direto com a população, e frisou que o advento da internet trouxe novos instrumentos de trabalho à política. 
Falta de água em São Paulo
O ex-presidente falou ainda da cobertura que a grande mídia deu à inauguração da obra da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) para captar o volume morto do Sistema Cantareira, para suprir a demanda de água da Região Metropolitana de São Paulo. Lula apontou que a falta de planejamento do governo do Estado, capitaneado por Geraldo Alckmin (PSDB), não foi citada em reportagens. 

"Ah, se fosse da tua responsabilidade, Haddad, o que teria acontecido com você? Se eles [governo estadual] têm capacidade de ressuscitar o tal do volume morto do Cantareira, por que não fizeram isso antes? Eu visitei o Cantareira há 40 anos. De lá para cá, a cidade cresceu uma barbaridade. Será que ninguém foi lá fazer mais um poço? Ou será que eles pensam que nordestino que vem morar aqui não bebe água? Poderiam ter cuidado melhor. Cadê o choque de gestão?", indagou Lula, em alusão à marca do presidenciável Aécio Neves (PSDB) para falar da administração de Minas Gerais.

Lula - Questão regulação da mídia é imperiosa

Em palestra no 4º Encontro de Blogueiros, em São Paulo, ex-presidente afirmou que, daqui para a frente, "toda vez que puder abrir a boca, a questão da regulação será a primeira [mencionada]"; Lula fez duros ataques à imprensa - "o que vejo aqui é uma mídia que desanca o País" - e criticou "ataques preconceituosos" contra a presidente Dilma Rousseff, classificando como "falta de respeito" o discurso do deputado Paulinho da Força, no 1º de Maio, que pediu "Dilma na Papuda"; petista alertou ainda para o "choque de gestão" do PSDB; segundo ele, o lema significa "redução de salário e dispensa de trabalhador"
247 – "Eu me dou o direito de dar entrevista para quem eu quero, na hora que eu quero", disse o ex-presidente Lula, na manhã desta sexta-feira 16, em palestra no 4º Encontro Nacional dos Blogueiros. Ele explicou que ficou "impressionado com a violência com que a imprensa tratou minha entrevista ao blogueiros, lá no Instituto da Cidadania".
Lula foi fundo em sua crítica à mídia. Na primeira parte de seu discurso, ele citou legislações recentes feitas na Inglaterra, Argentina e Equador que impuseram normas ao funcionamento da mídia. "Todos as sociedades democráticas do mundo contam com mecanismos de regulação dos meios de comunicação", disse Lula.
"Nos Estados Unidos, há a proibição da chamada propriedade cruzada. Em outros países, como Espanha, Portugal, França e Itália há leis que tratam dos meios de comunicação. Não venham dizer que isso é censura, ou que estamos querendo controlar os meios de comunicação. Estou citando países capitalistas. Não venham dizer que sou esquerdista, nem citei a Venezuela do saudoso presidente Chávez".
O ex-presidente prosseguiu: "Tenho viajado pelo mundo todo fazendo esse debate, mas o que vejo aqui é uma mídia que desanca o País". Lula alertou ainda: "Queria que ficasse claro que ninguém quer censurar ninguém, queremos apenas gritar mais alto 'Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós".
Lula criticou a negação à política: "A negação da política não melhorou nenhum pais do mundo", apontou. "Eu não acredito em política sem esperança", acrescentou. Ele disse ver como a televisão se dá o luxo de "esculhambar a política". Ele disse que não vale a pena chorar porque tal jornal fala mal do PT, e que o que precisamos fazer é usar os blogs que estão do lado do País.
O discurso do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, que pediu "Dilma na Papuda" durante evento do 1º de Maio, foi classificado como "falta de respeito" pelo ex-presidente. "Eu nunca vi tanta virulência de ataque preconceituoso contra a Dilma hoje", disse. Segundo Lula, a oposição "está é com medo da Dilma".
Ao falar sobre a crise hídrica em São Paulo, ironizou ao dizer que, se a responsabilidade fosse do prefeito Fernando Haddad, os ataques da imprensa seriam muito piores. "Cadê o choque de gestão?", questionou, em referência ao lema do PSDB. Ele acrescentou em seguida: "O choque de gestão significa: redução de salário e dispensa de trabalhador".
Sobre a Copa do Mundo, Lula disse que não se preocupa com o volume de dinheiro que entrará no País e voltou a dizer que o Mundial é uma "oportunidade extraordinária" do País de mostrar ao mundo como ele é. "Mostrar a beleza desse povo, esse povo alegre, respeitoso". Ele disse que não é necessário criar uma lei contra mascarados. "Não precisa de lei, precisa da sociedade atenta, porque um cara que sai mascarado nas ruas não têm boas intenções". Sobre a possibilidade de se ter manifestações durante a Copa, afirmou: Não vamos ficar com medo de ter passeata, de greve, nascemos com isso. Minha bursite é de tanto carregar faixa".

A batalha da mídia, por Rodrigo Viana

Lula defende Lei de Meios e critica "bonecos de ventríloquo" da grande imprensa

O ex-presidente Lula entrou pra valer no debate sobre a Reforma das Comunicações no Brasil. A fase do “controle remoto” e do omelete com Ana Maria Braga parece ter ficado pra trás.
 
Já não se trata de emitir sinais em conversas fechadas. Lula falou sobre o tema de forma direta, e dura, durante o Congresso dos Jornais do Interior – realizado em Brasília. Atacou a subserviência da mídia brasileira ao modelo neoliberal dos anos 90: 
“Dizem que perdemos o rumo e devemos seguir o exemplo de países obedientes à cartilha deles. Mas esquecem que desde 2008, enquanto o mundo destruiu 62 milhões de postos de trabalho, o Brasil criou mais de 10 milhões de novos empregos. O que eu lamento é que alguns jornalistas brasileiros fiquem repetindo notícias erradas que vêm de fora, como bonecos de ventríloquo.”  
E defendeu, claramente, uma Lei de Meios:
 
Aprimorar a democracia significa também garantir ao cidadão o direito à informação correta e ao conhecimento da diversidade de ideias, numa sociedade plural. Esse tema passa pela construção do marco regulatório da comunicação eletrônica.