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No "1º Mundo" a corrupção é institucionalizada

Ecclestone pagará US$ 100 mi à Justiça alemã para se livrar de processo

A Justiça alemã aceitou nesta terça-feira que o controlador da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, pague US$ 100 milhões (cerca de R$ 225 milhões) para se livrar de um processo no qual ele responde por acusações de suborno.
A proposta, feita por Ecclestone, se baseou na própria legislação alemã, que permite esse tipo de recurso.
Ecclestone, de 83 anos, começou a ser julgado em abril sob as acusações de suborno e de incitação à corrupção. Ele nega a acusação.
Ele é acusado de pagar 33 milhões de euros (cerca de R$ 100 milhões) a um banqueiro alemão para garantir que uma companhia que ele favorecia pudesse comprar uma participação na empresa que controla a Fórmula 1.
Se for considerado culpado, Ecclestone poderia ser condenado a até dez anos de prisão e ser obrigado a se desfazer de suas ações na empresa que controla a Fórmula 1.
A fortuna pessoal de Ecclestone, segundo a Forbes, chega a US$ 4,2 bilhões.
Gerhard Gribowsky, do banco BayernLB, já havia sido condenado em 2012 a oito anos e meio de prisão por aceitar suborno para garantir que uma empresa favorecida por Ecclestone comprasse participação na Fórmula 1, garantindo a manutenção do empresário inglês como controlador da categoria.
Ecclestone diz que fez o pagamento a Gribowsky após ser vítima de chantagem.

Algumas coisas não foram feitas para serem engolidas duas vezes

Massa desobedece Williams: E outras histórias controversas inesquecíveis da Fórmula 1  
Algumas coisas não são feitas para serem engolidas duas vezes.
A primeira, vai, pode ser no susto, a gente entende. Quem nunca se omitiu quando deveria ter vociferado um belo ¿Por qué no te callas?, daqueles de deixar o rei Juan Carlos orgulhoso? Eu sim.

“Fernando está mais rápido do que você. Confirma que entendeu essa mensagem?”

Em 2010, essa frase transmitida pelo rádio da Ferrari deu início a um dos episódios mais pesados da carreira de Felipe Massa, ao exigirem abrir caminho para Fernando Alonso:

O GP da Malásia nesse domingo, vencido por Lewis Hamilton, ameaçou ser um traumático déja vupara Felipe Massa. A instrução inicial veio idêntica:
Bottas está mais rápido do que você. Não o segure. Ele tem pneus melhores, deixe ele ir.”
O engenheiro do piloto finlândes Valtteri Bottas, companheiro de Massa, disse:
“Ultrapasse-o.”
A intenção do time era dar a Bottas uma chance de atacar Jenson Button, que estava em sexto lugar. Massa ignorou o rádio e pisou fundo. A duas voltas do final, os engenheiros deram novas instruções, “mantenham as posições e apenas tragam os carros para casa”.
O engenheiro-chefe da equipe, Rod Nelson, deu uma declaração furadíssima após a disputa, dizendo terem um improvável plano B em mãos:
“Ele (Massa) não fez o que nós preferíamos que ele tivesse feito. Felipe estava correndo com altas temperaturas em seu motor e estávamos um pouco preocupados com isso. Valtteri tinha pneus muito mais frescos que Jenson. Nós achamos que seria bom dar a Valtteri uma chance de passar Jenson.
Depois, caso ele não conseguisse em duas ou três voltas, nós trocaríamos (a posição de) nossos pilotos novamente e todos ficariam felizes.”
Se eu ainda estivesse no jardim de infância, acreditaria. A entrevista no paddock deixou clara a tensão dos companheiros de equipe:

Questionado sobre sua postura, Massa marcou território:
“Ouvi a mensagem. Lutei até o fim e fiz minha corrida. Valtteri não conseguiu me passar. (…) É justo fazer o melhor que podemos? Temos dois campeonatos (equipes e pilotos). Respeito meu trabalho. Precisamos respeitar uns aos outros.”
Sim, o ideal seria termos um Massa veloz o suficiente para não se ver em sinucas como essas e ponto final. Nenhum piloto de ponta digno de respeito é tratado como coitadinho. Porém, tal linha de pensamento não me serve para justificar uma enrabada desse tamanho, em especial no início da temporada.
Pilotar um Fórmula 1 a 300km/h é, por definição, desobedecer ordens claras da mãe natureza para que permaneça vivo. Não vejo como alguém possa sequer estar nessa modalidade ou aspirar ser campeão da mesma sem ser um hábil atleta na arte de mandartomarnocu.
Aos olhos da imprensa internacional, Massa foi corajoso diante de situação humilhante. Em bom português, ele mandou a instrução da Williams ser enrolada em papel jornal e enviada para uso íntimo por sua chefe.
Claire Williams, atual chefona da equipe, não curtiu
Claire Williams, atual chefona da equipe, não curtiu
Fez bem.
* * *

10 confusões envolvendo ordens de equipe, ao longo da história:

Ordens emitidas pelos times são o elefante rosa da F1. Todos sabem que são prática comum, mas ninguém gosta de falar sobre. Após o triste episódio envolvendo Schumacher e Barrichelo na Áustria, em 2002, elas foram banidas. A partir de 2011, foram permitidas novamente, apesar de continuarem polêmicas.

1.  Luigi Fagioli e Juan Manuel Fangio (França, 1951)


Carros compartilhados eram permitidos na época. A Alfa Romeo instruiu Luigi a trocar seu carro com Fangio, por conta de problemas sofridos pelo argentino no início da prova. Fagioli aceitou e conquistaram a vitória, mas logo após ele se demitiu da equipe.

2. Luigi Musso, Peter Collins and Juan Manuel Fangio (Itália, 1956)


Fangio estava oito pontos à frente de seu companheiro Luigi Muso no campeonato, quando teve um problema com a direção de seu bólido. A Ferrari ordenou a Musso que cedesse seu carro a Fangio, mas ele se recusou. Peter Collins voluntariamente parou e cedeu seu veículo a Fangio, que terminou em segundo, selando a conquista de mais um título mundial.

3. Carlos Reutemann e Alan Jones (Brasil, 1981)

Carlos Reutemann
Carlos Reutemann com expressão típica de quem não está propenso a comer bosta no café da manhã
Reutemann se negou a ceder a liderança do GP do Brasil para seu companheiro Alan Jones, ignorando o comando da Williams. Ao final do campeonato, Carlos ficou em segundo lugar, perdendo a conquista por apenas um ponto, para Nelson Piquet.

4. Gilles Villeneuve e Didier Pironi (San Marino, 1982)


Villeneuve ficou irado com a postura de Didier Pironi ao supostamente desobecer ordens dúbias vindas da Ferrari e ultrapassá-lo. Nas qualificatórias para o GP seguinte, Villeneuve faleceu enquanto buscava bater o tempo de seu companheiro de equipe.

5. Alain Prost e Ayrton Senna (San Marino, 1989)


Por sugestão de Senna, houve um pré-acordo na McLaren para que o piloto que terminasse a primeira volta liderando permanecesse lá. Após um acidente que causou a entrada do safety car e o recomeço da corrida, o próprio Senna ultrapassou Prost. A rivalidade entre os dois ganhava força.

6. Mika Hakkinen e David Coulthard (Australia, 1998)


Ao final da prova, que estava sendo liderada com tranquilidade por David Coulthard, ele permitiu que seu companheiro da McLaren o ultrapassasse. Aparentemente havia um acordo pré-corrida entre eles determinando que o piloto a terminar a primeira curva como líder seria o dono da vitória. Mika não poupou elogios a David, por manter sua palavra.
Após o incidente, foi tornado parte do regulamento o trecho dizendo que “qualquer episódio que interferisse nos interesses da competição deveria ser severamente punido de acordo com o código 151c do International Sporting Code”.

7. Damon Hill e Ralf Schumacher (Bélgica, 1998)


Pela primeira vez na história a Jordan tinha seus pilotos na primeira e segunda posições de uma corrida. No entanto, Ralf Schumacher estava em segundo e mais veloz do que Hill. Hill defendeu seu caso pelo rádio e a equipe decidiu que ele não deveria sofrer tentativas de ultrapassagem.

8. Michael Schumacher e Rubens Barrichello (Áustria, 2002)

Pódium sombrio
Pódium sombrio
Rubinho liderou de ponta a ponta, em uma corrida brilhante. Ao final, a Ferrari ordenou que deixasse Schumacher passar, para que acumulasse a maior quantidade de pontos possível (Schumacher já era líder com sobras nessa temporada). Rubens cedeu a posição a poucos metros da linha de chegada, ocasionando pesadas vaias, que se mantiveram durante o pódio.
Schumacher colocou Rubens no topo e o entregou seu troféu. Ambos pilotos e a própria Ferrari foram multados em U$1.000.000,00 cada.
Após esse incidente, ordens de equipe que afetassem o resultado de uma corrida foram proibidas.

9. Fernando Alonso e Felipe Massa (Alemanha, 2010)

Massa apequenado
Massa apequenado
Mesmo com ordens de equipe proibidas e os rádios abertos, a Ferrari fez novamente. Tentou disfarçar o comando com a famosa frase, “Fernando está mais rápido do que você. Você confirma ter entendido a mensagem?”. Massa cedeu.
Ao fim da temporada, a FIA revogou o banimento das ordens de equipe, alegando ser muito difícil policiá-las.

10. Sebastian Vettel e Mark Webber (Malásia, 2013)


Webber estava em primeiro, quando Sebastian Vettel o ultrapassou, ignorando ordens da equipe para manterem posições. Vettel se desculpou e depois mudou de discurso, dizendo que era uma corrida, estava mais rápido e venceu. Ouch.
* * *
Esses dez episódios, listados pelo Bleacher Report, são apenas os mais conhecidos. E nos lembram como hierarquia é um terreno pra lá de arisco na F1.
Guilherme Nascimento Valadares

Interessado em boas conversas, redes, economia da atenção, em criar negócios que não se pareçam com negócios e no futuro do conteúdo. Formado em Comunicação, trabalha há nove anos com comunidades digitais. Na interseção desses pilares, surgiram o PdH, o Escribas e o lugar.


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