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Estudo da Organização Mundial de Meteorologia mostra que, entre a Groenlândia e a Escandinávia, mais de dois terços do ozônio foram destruídos até o momento

A Organização Mundial de Meteorologia (cuja sigla em inglês é WMO) identificou um aumento na destruição na camada de ozônio no Ártico. A perda é considerada inédita, mas não inesperada. A principal causa da destruição é a elevação no uso de produtos químicos presentes em aerossóis, geladeiras e extintores de incêndio. A camada de ozônio é a que protege a vida no planeta dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta. 
O aumento da quantidade de gases de efeito estufa geram altas temperaturas na superfície da Terra. Desde o final de março, a região considerada mais afetada pela destruição da camada de ozônio estende-se entre a Groenlândia e a Escandinávia. As medições mostram que a perda de ozônio ocorre entre 15 e 23 quilômetros acima do solo. Na região, mais de dois terços do ozônio foram destruídos até o momento. 

De acordo com os cientistas, a tendência é que a radiação de raios ultravioleta não aumente nas regiões mais frias com mesma intensidade que nas áreas tropicais. Os raios ultravioleta (UV-B) têm sido associados ao aparecimento de câncer de pele, catarata e danos ao sistema imunológico humano. 

O estudo divulgado nesta terça-feira (5) informa ainda que a destruição do ozônio estratosférico é mais intensa nas regiões polares, quando as temperaturas caem abaixo de – 78 graus Celsius (ºC). "A perda de ozônio, pela experiência, depende das condições meteorológicas. A perda de ozônio em 2011 mostra que temos de permanecer vigilantes e manter um olhar atento sobre a situação no Ártico nos próximos anos ", disse o secretário-geral da organização, Michel Jarraud. 

Um acordo internacional, firmado por vários países, define uma série de medidas para a recuperação da camada de ozônio. As medidas incluem iniciativas que devem ser implementadas até 2060. Sem o Protocolo de Montreal, segundo os especialistas, a destruição na camada de ozônio poderia ser mais intensa. De acordo com os peritos, a lenta recuperação da camada de ozônio se deve ao fato de que as substâncias que a destroem permanecem na atmosfera por várias décadas. 

A camada de ozônio fica na estratosfera, que é a segunda maior cobertura da atmosfera. Na Antártida, a destruição na camada de ozônio aumenta no período da primavera devido à existência de temperaturas extremamente baixas na estratosfera. No Ártico, as condições meteorológicas variam mais de um ano para o outro, e as temperaturas são mais quentes do as registradas na Antártida. Os invernos árticos, de acordo com os cientistas, não apresentam perdas na camada de ozônio, enquanto as temperaturas frias na estratosfera do Ártico causam destruição.

Vegetariano

Sejam por motivos religiosos, filosofia de vida, para ter uma dieta saudável, ou ainda, por consciência ecológica, muitos famosos aderiram à dieta vegetariana e têm até os que já seguem o cardápio há muito tempo, como é o caso da atriz Penélope Cruz, vegetariana desde 2001. 

"Cortar alimentos de origem animal do cardápio, como a carne (vermelha e branca), laticínios e ovos, é a opção escolhida pelos vegetarianos. Mas nem todo vegetariano deixa de consumir todo tipo de alimento de origem animal, como os vegetarianos restritos (os veganos)", explica a nutricionista Karina Gallerani. 

Mas não se engane. Ser vegetariano não significa ser magro. Mesmo sem as carnes, ainda há uma lista imensa de alimentos, muitos deles engordativos, que fazem parte da dieta. E é a escolha errada deles e algumas combinações que levam ao ganho de peso. Veja os famosos que aderiram o cardápio vegetariano e as dicas para não colocar o regime em risco (Começar minha dieta) .  

  • Allanis Morrisette- Foto Getty Images
  • Penélope Cruz- Foto/ Getty Images
  • Richard Gere- Foto/Getty Images
  • Rodrigo Santoro- Foto: Getty Images
  • Victoria Beckham - Foto/ Getty Images
  • Madonna- Fotos Getty Images
  • Xuxa- Foto Getty Images
  • Brad Pit e Angelina Jolie- Foto/ Getty Images
  • Pâmela Anderson- Foto Getty Images
  • Jean-Claude Van Damme- Foto Getty Images
ZOOM1 DE 10

Biotecnologia

Em 2014, além da Copa do Mundo, Fortaleza poderá sediar o Simpósio Internacional de Biotecnologia, que reunirá 2 mil cientistas do mundo todo, incluindo pesquisadores de empresas privadas.
A direção do Simpósio enviou carta ao cientista cearense Osvaldo Carioca, coordenador do Cenea-UFC, que a repassou ao senador Inácio Arruda, que a entregou ao ministro de C&T, Aloizio Mercadante, sugerindo a capital do Ceará para receber o evento.
Trata-se de um dos três mais importantes eventos científicos do mundo.
Egídio Serpa

Magistério

A crise na escola pública se amplia com a deserção de professores, como vem ocorrendo com os últimos mestres concursados pelo Estado, dos quais 20% já desistiram da profissão. As causas para tanto são as mais variadas, indo da baixa remuneração, à violência interna e externa ao ambiente escolar, a falta de equipamentos e materiais didáticos atualizados, de motivação por parte do alunado e o desencanto com o sistema de ensino e aprendizagem.

O recente homicídio perpetrado contra um jovem de 19 anos nas dependências do Colégio Polivalente Modelo de Fortaleza, no Conjunto Prefeito José Walter, mostra como avança o nível de violência na rede pública. A vítima não era aluno do estabelecimento da periferia da cidade. Sentiu-se perseguido por dois supostos traficantes de drogas e procurou refúgio dentro do colégio estadual, sendo abatido sem piedade, contra o qual foram disparados sete tiros de pistola.

Pela manifestação dos policiais deslocados para apurar a ocorrência, o crime tem características de acerto de contas por dívidas de droga, à semelhança de centenas de outras mortes com idêntica motivação. A forma de cobrança praticada no submundo das drogas é sumária, portanto, sem direito de defesa, e se expande num crescendo preocupante, exigindo seu enfrentamento pelo poder público.

Nestes tempos conturbados, a escola se transformou no ambiente por excelência para a projeção dos conflitos familiares, das patologias sociais e das resistências ao processo de aprendizagem. O primeiro embaraço diz respeito ao cumprimento das normas de convivência em grupo, sendo a noção de ordem muito pouco assimilada. Sem ordem não há disciplina. Sem disciplina a educação formal se revela nula.

Por isso, a apuração do rendimento escolar vem-se transformando em foco de divergência entre mestres e alunos, gerando descontentamentos, ameaças de agressões e represálias dos estudantes contra os professores. Especialmente no ensino médio, o conteúdo programático não corresponde nem às necessidades dos educandos, nem às exigências do mercado de trabalho para o qual eles convergem.

Além desses desencontros, há, igualmente, falha na gestão pública, registrando-se inúmeros episódios de escolas beneficiadas com computadores nunca instalados por falta de rede energética adequada, de instrutores habilitados e de inclusão dessa prática educativa na programação curricular. Os equipamentos estão sendo ultrapassados pela velocidade registrada no mercado da informática sem qualquer uso.

A ação direta de inconstitucionalidade promovida contra o piso salarial do magistério desencadeou, entre os professores, a desesperança pela valorização profissional preconizada pelo Fundeb. Até a nova sistemática de remuneração da categoria, intentada pelo Estado, produziu efeito contrário, aumentando o clima de desestímulo.

A desistência da carreira é apenas um indicativo desse universo de questões pontuais. O mais difícil tem sido fazer a mocidade optar pelos livros, elegendo o conhecimento como ferramenta para a ascensão social. O desafio é gigantesco.

Itamaraty perplexo por questionamentos da OEA a Belo Monte

A  OEA (Organização dos Estados Americanos) pediu ao Brasil a “suspensão imediata” do processo de licenciamento da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), provocando “perplexidade” no governo brasileiro, segundo nota do Itamaraty.
Em documento de 1º de abril, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA solicita que “se impeça qualquer obra de execução até que sejam observadas condições mínimas”.
Entre essas condições estão uma nova consulta com as comunidades indígenas locais, que devem ter acesso a um estudo do impacto socioambiental da obra, e a adoção de “medidas vigorosas para impedir a disseminação de doenças” entre os índios.
O documento, divulgado nesta terça-feira por ONGs que se opõem à hidrelétrica, é assinado por Santiago Canton, secretário-executivo da comissão de direitos humanos.
Trata-se de uma resposta à denúncia encaminhada em novembro passado pelas ONGs e pelas comunidades indígenas locais, que alegam não terem sido consultadas “de forma apropriada” sobre a hidrelétrica, que causaria “impactos socioambientais irreversíveis” em suas vidas.
Em nota divulgada nesta terça-feira, o Itamaraty diz que as solicitações da OEA são “precipitadas e injustificáveis”, alegando que os aspectos socioambientais estão sendo observados com “rigor absoluto”, que a obra cumpre as leis brasileiras e que foi submetida a avaliação técnica.
“Sem minimizar o papel que desempenham os sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos, o governo brasileiro recorda que o caráter de tais sistemas é subsidiário ou complementar, razão pela qual sua atuação somente se legitima na hipótese de falha dos recursos de jurisdição interna”, diz a nota.
Penalidades
Por conta da denúncia, a comissão de direitos humanos da OEA solicitou ao Brasil informações sobre o processo de licenciamento de Belo Monte, consulta à qual o país respondeu.
Segundo especialistas, não há penalidade imediata se o Brasil não seguir a recomendação da OEA. Mas, em tese, o país é instado a seguir as orientações como um reconhecimento da legitimidade da organização, diz Paulo Brancher, professor de direito internacional público da PUC-SP.
Se a recomendação não for seguida pelo Brasil, o caso pode ser levado para a Corte Interamericana da OEA – nesse caso, a decisão seria vinculante, explica Oscar Vilhena, professor da FGV e também especialista em direito internacional.
O desfecho do caso na corte é nebuloso por envolver violações de direitos humanos em potencial, ainda não cometidas, diz Brancher. Mas Vilhena ressalta que a Corte Interamericana costuma se alinhar às recomendações da Comissão de Direitos Humanos.
A assessoria de imprensa da Norte Energia, consórcio responsável pela usina, não se manifestou sobre a recomendação da OEA, dizendo que ela deve ser tratada “no âmbito do Estado”, mas agregou que as obras complementares à usina, como a construção de escolas e centros de saúde nos arredores de Belo Monte, estão prosseguindo normalmente.
O início da construção da usina é previsto para este mês, segundo a assessoria, quando é esperada a licença ambiental definitiva do Ibama.
Batalhas judiciais
A construção da hidrelétrica – obra do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), do governo federal – já enfrentou diversas batalhas judiciais.
Seu leilão foi suspenso duas vezes antes de finalmente ser concretizado, em abril de 2010.
Em fevereiro passado, a Justiça Federal do Pará havia derrubado a licença ambiental que prevalecia até então por considerar que a Norte Energia não havia cumprido precondições para o início da construção.
Em 3 de março, Tribunal Regional Federal permitiu que a obra fosse retomada, mas ainda cabe recurso.
Os argumentos do governo são de que a obra beneficiaria 26 milhões de brasileiros e de que o projeto prevê a preservação flora e da fauna, a transferência de comunidades afetadas e a manutenção da vazão do Rio Xingu.

Poesia

Beija-Flor

Flor…
Flor que beija
Flor que deseja
O beijo do beija-flor
Que não a beija…
Ele voa
Desaparece, reaparece e pousa em outra flor
Saudade – dor!!
Esperança perdida nos jardins, Cravos, rosas, Margaridas e jasmins.
Voe e pouse em outra flor. Sinta o perfume dela.
Leve seu pólen prá florir outra janela.
Traia todas as flores, 
Com beijos de todas as cores…
Mas cumpra com seu dever…Resgate o que cativou.

Faça renascer,
Desejo – beijo – flor,
Eu, você e o amor…
Beija!!!
Flor…
Márcia Fasciot

Presidente Dilma Rousseff

participa de cerimônia de apresentação dos novos oficiais-generais

Carta de Direitos Humanos e Princípios Para a Internet

A Internet oferece oportunidades sem precedentes para o conscencialização dos direitos humanos, e desempenha um papel cada vez mais importante nas nossas vidas diárias. Por conseguinte, é essencial
que todos os intervenientes, tanto públicos como privados, respeitem e protejam os direitos humanos na
Internet. Devem também ser tomadas medidas para garantir que a Internet funciona e evolui de modo a
que os direitos humanos sejam defendidos, na medida do possível. Para ajudar a concretizar esta visão
de uma Internet baseada em direitos, os 10 princípios e direitos são:
1) Universalidade e Igualdade Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
direitos, que devem ser respeitados, protegidos e cumpridos no ambiente online.
2) Direitos e Justiça Social A Internet é um espaço para a promoção, proteção e cumprimento dos
direitos humanos e também da promoção de justiça social. Cada indivíduo tem o dever de respeitar os
direitos humanos de todos os outros no ambiente online.
3) Acessibilidade Todos os indivíduos têm igual direito de acesso e utilização a uma Internet
segura e aberta.
4) Expressão e Associação Todos os indivíduos têm o direito de procurar, receber e difundir
informação livremente na Internet sem censura ou outras interferências. Todos os indivíduos têm
também o direito de se associar livremente, seja para fins sociais, políticos, culturais ou outros, na e
através da Internet.
5) Privacidade e Protecção de Dados Todos os indivíduos têm o direito à privacidade online,
incluindo a liberdade de vigilância, o direito de usar criptografia e o direito ao anonimato online. Todos
os indivíduos têm também o direito à protecção de dados, incluindo o controle sobre colecção,
retenção, transformação, eliminação e divulgação de dados pessoais.
6) A Vida, Liberdade e Segurança O direito à vida, à liberdade e à segurança na Internet devem
ser respeitados, protegidos e cumpridos. No ambiente online estes direitos não devem ser
desrespeitados, ou utilizados para violar outros direitos.
7) Diversidade A diversidade cultural e linguística na Internet deve ser promovida; técnicas e
políticas inovadoras devem ser incentivadas para facilitar a pluralidade de expressão.
 Rede de Igualdade Todos os indivíduos devem ter acesso universal e aberto ao conteúdo da
Internet, livre de priorização discriminatória, de filtragem ou controle de tráfego por motivos
comerciais, políticos ou outros.
9) Normas e Regulamentos A arquitetura da Internet, os sistemas de comunicação e o formato de
documentos e dados devem ser baseados em padrões abertos que garantem a completa
interoperabilidade, a inclusão e a igualdade de oportunidades para todos.
10) Governança Os direitos humanos e a justiça social devem formar as bases legais e normativas
sobre as quais a Internet funciona e é governada. Isto deve acontecer de forma transparente e
multilateral, baseada nos princípios de abertura, participação inclusiva e de responsabilização.

Você está reclamando do que mesmo?

Se você acha que você é infeliz, olhe para eles: 



*Se você acha que seu salário é baixo, que tal o dela?
*Se você acha que você não tem tem muitos amigos...
*Quando você pensa em desistir, pense neste homem...
*Se você acha que sofre na vida, você sofre o tanto quanto ele?

*Se você reclama sobre o seu sistema de transporte, que tal eles?
*Se a sua sociedade é injusta com você, que tal a dela?

*Aproveite a vida como ela é e como ela vem. As coisas são piores para os outros e muito melhores para nós.
*Existem muitas coisas na vida que irão surpreender os seus olhos mas poucas coisas irão surpreender o seu coração ... 
*Estudar te chateia? A eles não.


*Odeia verduras? Eles morrem de fome e as comeriam com prazer ...

*o carinho de seus pais cansa você? Eles não tem nenhum e adorariam receber esse carinho ... 

*Enjoado dos mesmos jogos? Eles não tem essa opção, pois eles não têm jogos pra brincar!
*Alguém te deu um adidas em vez de um Nike e você ficou chateado? Eles só tem uma marca pra calçar!

*Não está agradecido por uma cama para dormir? Eles gostariam de não acordar ou pelo menos de ter uma cama!


*você ainda está reclamando?
*Observe a sua volta e seja agradecido por tudo que você tem nessa vida passageira...
 * Nós somos afortunados, nós temos muito mais do que precisamos para ser feliz... 
Vamos tentar não alimentar esse ciclo sem fim de consumismo e imoralidade no qual essa 
sociedade 'moderna e avançada' esquece e ignora dois trilhões de irmãos e irmãs. 


* Vamos reclamar menos e ajudar mais!

Leitura

O óbvio ululante

"Por tudo que sei da vida, dos homens, deve-se ler pouco e reler muito. A arte da leitura é a da releitura. Há uns poucos livros totais, uns três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos. Certa vez, um erudito resolveu fazer ironia comigo. Perguntou-me: 'O que é que você leu?'. Respondi: 'Dostoievski'. Ele queria me atirar na cara os seus quarenta mil volumes. Insistiu: 'Que mais?'. E eu: 'Dostoievski'. Teimou: 'Só?'. Repeti: 'Dostoievski'. O sujeito, aturdido pelos seus quarenta mil volumes, não entendeu nada. Mas eis o que eu queria dizer: pode-se viver para um único livro de Dostoievski. Ou uma única peça de Shakespeare. Ou um único poema não sei de quem. O mesmo livro é um na véspera e outro no dia seguinte. Pode haver um tédio na primeira leitura. Nada, porém, mais denso, mais fascinante, mais novo, mais abismal do que a releitura."

RODRIGUES, Nelson, 1912-1980. O Óbvio Ululante, crônica "Uma Banana como Merenda", Brasil, 1968.

por Ricardo Noblat

Reescreveram o que escrevi!

Curioso.
Escrevi, ontem, um artigo e descobri ao longo do dia que de fato escrevera outro – pelo menos a julgar pelo modo como ele foi lido por muitos leitores e determinados sites e blogs, esses ligados ao PIG (Partido da Imprensa Governista).
Em resumo, escrevi que discordava radicalmente do que pensa e diz o deputado Jair Bolsonaro. Mas que reconhecia seu direito à livre manifestação de pensamento – por mais que o pensamento seja bárbaro. Democracia sem liberdade é uma contrafação.
Defendi a tolerância - não a leniência. Escrevi também que quem se sentir atingido pelo que Bolsonaro diz deve processá-lo. Alguns políticos, por exemplo, me processam pelo que escrevi a respeito deles.
Imaginei que o artigo seria bem aceito por uns e criticado por outros. O que não imaginei é que ele seria reescrito. Do começo ao fim. Pois foi o que aconteceu.
Na nova versão, eu defendo Bolsonaro e o que ele pensa. Revelo-me tão execrável quanto ele. E, de quebra, socorro-me dele para bater em Lula, meu personagem inesquecível.
Um exemplo?: "Noblat defende Bolsonaro e diz que lei antirracismo é “fascista” (Blog da Dilma)
Para ser coerente com a versão original do artigo, digo que a deturpação do meu pensamento, proposital ou não, apenas me incomoda, nada mais do que isso.
Adianto que defendo até mesmo o direito de distorcerem o que escrevi – embora lamente. Porque a distorção só desserve ao debate sadio, maduro e elevado de ideias.
Nada tenho a acrescentar ao que escrevi. Nem a tirar.

FMI

Consenso de Washington é passado
"O Consenso de Washington tinha uma série de lemas básicos: regras simples para a política monetária e fiscal, que previam garantir a estabilidade, a desregulação e a privatização, liberalizando o crescimento e a prosperidade, e os mercados financeiros canalizariam os recursos para as áreas mais produtivas", explicou Strauss-Kahn.
"Tudo isso caiu com a crise. O 'Consenso de Washington' já é passado", completou.
Diante da imposição de países emergentes como novos motores do crescimento mundial, esse consenso deve ser superado, mediante uma nova política econômica com ênfase na coesão social e no multilateralismo, explicou.
O Consenso de Washington, propagado durante os anos 1980 e 1990 por FMI e Banco Mundial, foi apontado como responsável pela crise em países como Argentina ou em países em transição no Leste Europeu.
"Ao designar um novo marco macroeconômico para um novo mundo, o pêndulo oscilará - ao menos um pouco - do mercado para o Estado, e do relativamente simples para o relativamente mais complexo", completou Strauss-Kahn.
"Claramente, a política monetária deve ir além da estabilidade de preços, e velar pela estabilidade financeira", propôs Strauss-Kahn.
Isso não deve ser feito mediante a utilização da taxa de juros, mas com outros instrumentos, como liquidez, explicou.
É necessário um imposto sobre as atividades financeiras para forçar esse setor a assumir parte dos custos sociais de sua atividade inerentemente arriscada.
"Não me entendam mal: a globalização trouxe resultados positivos, e tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza", explicou.
"Mas a crise e suas consequências alteraram fundamentalmente nossa percepção", advertiu.
"Precisamos de uma nova forma de globalização, uma globalização com um rosto mais humano", acrescentou.
Os países ricos e emergentes devem continuar com sua cooperação no G20 para assegurar que os interesses nacionais sejam superados, pediu Strauss-Kahn.
O chefe do fundo endossou também as previsões de crescimento econômico mundial para 2011, anunciadas pelo órgão em janeiro.
"Prevemos algo em torno de 4,5% este ano", afirmou.

Pintura

A arte de Jean-Antoine Watteau
Re: Fotos, charges e tirinhas
in Valenciennes, France
Re: Fotos, charges e tirinhas
Re: Fotos, charges e tirinhas

Câmbio

Machado, o câmbio e a turma da bufunfa
O correspondente do Valor em Washington, Alex Ribeiro, informa os leitores de nosso bravo jornal: o tema "controle de capitais" espargiu a cizânia no "board of directors" do Fundo Monetário Internacional (FMI). Parecem ser graúdas as divergências entre os representantes dos países emergentes e os diretores das nações desenvolvidas.
Sujeitos às mudanças de humor dos capitais vagabundos, os emergentes cuidam de se proteger contra as "paradas súbitas" e suas consequências funestas: desvalorizações agudas do câmbio, balanços "avermelhados" das empresas e bancos que se endividaram em moeda estrangeira, choque inflacionário, queda de salários reais e recessão.
Certa vez registrei num artigo publicado na revista "Carta Capital" as observações de Machado de Assis sobre o câmbio. Na crônica de 8 de março publicada em "A Semana", no ano da graça de 1896, Machado contava que um economista apareceu lastimando a sucessiva queda do câmbio e acusando por ela o ministro da Fazenda. O grande escritor logo se indispõe com o câmbio, "inimigo sorrateiro e calado, já está em oito e tanto e ninguém sabe onde parará; é capaz de nem parar em zero e descer abaixo dele uns oito graus ou nove. O mal do câmbio parece-se um pouco com o da febre amarela, mas para a febre amarela, a magnésia fluida de Murray, que até agora só curava dor de cabeça e indigestões, é específico provado neste verão, segundo leio em placa de ferro. Que magnésia há contra o câmbio?"
Money Doctors: assim eram chamados os conselheiros à serviço da "haute finance" que perambulavam pela periferia entre o último quartel do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Nesse período, a finança internacional se dedicou com esmero aos solavancos cíclicos nos países periféricos. A presença dos doutores era mais ostensiva nos momentos, nada raros, de queda nos preços dos produtos primários, crise do balanço de pagamentos e estrangulamento cambial.
"In illo tempore", os doutores da grana eram estrangeiros ligados aos grandes bancos europeus, ingleses em sua maioria. Hoje progredimos: os esculápios da finança contemporânea que aconselham os emergentes são nativos treinados na academia americana. Uma vitória do Novo Mundo sobre o Velho.
Leio e ouço na mídia tupiniquim as opiniões de conhecidos e reputados "money doctors" da nova geração, aviando receitas para os achaques do câmbio. Recomendam que a doença da valorização da moeda local siga seu curso natural, sem interferências daninhas do governo. Outros facultativos do dinheiro poderiam redarguir que, a despeito das mezinhas ministradas em doses razoáveis nos últimos tempos, o doente não apresenta sinais de melhora. Muito ao contrário, alguns órgãos, para júbilo dos "money doctors", já emitem sinais de falência, como é o caso da indústria manufatureira. 
Entre os dissidentes há quem atribua o surto recente de valorização das moedas inconversíveis aos investidores encharcados de liquidez em moeda forte que buscam escapar do baixos rendimentos oferecidos nas economias centrais. Na opinião desses amaldiçoados, em tais circunstâncias, os gestores da riqueza líquida aceleraram o "carry trade" entre as ínfimas taxas de juros dos países desenvolvidos e as confortáveis e recompensadoras remunerações oferecidas pelos mercados brasileiros.
Os doutores mais ousados da corrente dominante chegam a diagnosticar a inexistência de relações entre os juros e o câmbio numa economia aberta e exposta aos movimentos de capitais. Arautos da boa morte, os cientistas ignoram os custos das paradas súbitas e advertem que os juros têm que estar estritamente apontados para a inflação. Pior: se o BC mirar a taxa de câmbio para fixar o juro, a vaca vai para o brejo.
Na ocasião em que citei as observações de Machado de Assis sobre o câmbio, o professor Paulo Nogueira Batista escrevia na "Folha de S. Paulo". Ao tratar do assunto em seu artigo da Folha, Paulo, antecipando as revelações do documentário "Inside Job", lamentou a invasão da ideologia e do interesse na discussão econômica atual. Paulo fulminou: "No Brasil, a turma da bufunfa e o lobby financeiro conseguiram, com a ajuda dos economistas, estigmatizar a administração cuidadosa dos fluxos de capital e dos passivos externos do país. Propagou-se a versão de que isso seria incompatível com o século XXI, com o espírito de uma economia de mercado, com o espírito da globalização e até com a liberdade do cidadão e os direitos da pessoa humana."
Depois de declarar que nada tem contra a bufunfa, mesmo graúda, mas ganha e acumulada conforme os preceitos da lei e da moral vigentes, Paulo recomenda aos bufunfeiros "ficar rigorosamente silentes e recolhidos à atividade meritória de acumular mais bufunfa." Vítima do silêncio dos intelectuais, o país sofreria o silêncio dos bufunfeiros.
A sugestão de meu caríssimo amigo Paulo é irônica. Ele sabe que os bufunfeiros e seus interesses não prescindem da opinião pública e da midiocracia contemporânea para difundir os "universais da finança", diriam os filósofos medievais, ou as leis naturais dos mercados, como querem os modernos. Nas sociedades de massas contemporâneas é preciso que a opinião dominante seja a opinião dos dominantes.
O Brasil tem uma combinação câmbio-juro favorável às formas estéreis e socialmente perversas de arbitragem e de especulação com os preços dos ativos. Além de outras inconveniências óbvias, a valorização do real é um chute no traseiro dos empresários brasileiros, convidados a mover suas fábricas para outras paragens. Assim, é cada vez maior o risco de regressão da estrutura industrial. Hoje, Paulo é o diretor brasileiro no FMI. Imagino que, no frigir da controvérsia sobre o controle de capitais, Paulo Nogueira Batista tenha se esmerado na defesa do direito dos emergentes de se proteger contra os movimentos mercuriais dos capitais nervosos.
Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda é professor titular do Instituto de Economia da Unicamp e escreve mensalmente às terças-feiras. 
por Luiz Gonzaga Belluzzo