por Ricardo Noblat

Reescreveram o que escrevi!

Curioso.
Escrevi, ontem, um artigo e descobri ao longo do dia que de fato escrevera outro – pelo menos a julgar pelo modo como ele foi lido por muitos leitores e determinados sites e blogs, esses ligados ao PIG (Partido da Imprensa Governista).
Em resumo, escrevi que discordava radicalmente do que pensa e diz o deputado Jair Bolsonaro. Mas que reconhecia seu direito à livre manifestação de pensamento – por mais que o pensamento seja bárbaro. Democracia sem liberdade é uma contrafação.
Defendi a tolerância - não a leniência. Escrevi também que quem se sentir atingido pelo que Bolsonaro diz deve processá-lo. Alguns políticos, por exemplo, me processam pelo que escrevi a respeito deles.
Imaginei que o artigo seria bem aceito por uns e criticado por outros. O que não imaginei é que ele seria reescrito. Do começo ao fim. Pois foi o que aconteceu.
Na nova versão, eu defendo Bolsonaro e o que ele pensa. Revelo-me tão execrável quanto ele. E, de quebra, socorro-me dele para bater em Lula, meu personagem inesquecível.
Um exemplo?: "Noblat defende Bolsonaro e diz que lei antirracismo é “fascista” (Blog da Dilma)
Para ser coerente com a versão original do artigo, digo que a deturpação do meu pensamento, proposital ou não, apenas me incomoda, nada mais do que isso.
Adianto que defendo até mesmo o direito de distorcerem o que escrevi – embora lamente. Porque a distorção só desserve ao debate sadio, maduro e elevado de ideias.
Nada tenho a acrescentar ao que escrevi. Nem a tirar.

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