A "reporcagem" da Folha de São Paulo dobre os inquilinos de imóveis pertencentes a Dilma Roussef é uma das coisas mais ridículas da coleção de "folhices" que o jornal (?) paulista produz, sem o menor respeito a privacidade das pessoas.
Sem tem o que publicar contra a presidente, mandou a Porto Alegre, descobrir que ocupava os imóveis referidos pela Presidenta em suas declarações de bens e adquiridos antes de sua chegada ao cargo.
Claro, se detectasse algo de irregular ou escandaloso, como foi o aeroporto construído por Aécio Neves ao lado de sua fazenda, em terras do tio, isso seria jornalístico.
Mas, se não há nenhum sinal de irregularidade, se os imóveis são administrados por uma imobiliária – portanto, sem relação pessoal entre Dilma e os inquilinos – e se não há qualquer outra situação que possa ter interesse público, o que é notícia?
A vida e o voto dos inquilinos, ambos ocupando os imóveis há vários anos?
Se foi uma tentativa de “compensar” a revelação do aeroporto familiar de Aécio, o jornal quebra a cara.
O título – um pífio “Conheça os inquilinos dos imóveis de Dilma Rousseff” – já revela o nada que contém a matéria.
Mostra apenas que seus critérios éticos e, pior, os jornalísticos, foram há tempos transformados em puro lixo.
Com, claro, o “capricho” da repórter que se prestou a esse papel, de assinalar que o apartamento declarado pelo valor de compra (R$290 mil), exatamente como qualquer contador da esquina sabe que tem de ser feito no IR, vale R$580 mil, mais de dez anos depois.
O apartamento de Aécio Neves no Leblon vale os R$ 109 mil declarados ou 30 vezes mais, a preço de mercado? O imóvel à beira-mar de Eduardo Campos, na praia do Jaboatão, vale os R$ 60 mil de sua declaração?
Se correspondem aos preços vigentes na ocasião da compra, obvio que não.
Qualquer que seja o valor, porém, será muito mais alto do que o deste tipo de jornalismo barato.
O que é feito sem notícia.