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A melhor charge sobre Bolsonaro e os bolsominions


Como diria o saudoso Neno Cavalcante:
Gênio Total

O presidente te odeia


O presidente não apenas te odeia. Ele diz que te odeia. O ódio do presidente não é um ódio qualquer. É o ódio do presidente. O vilipêndio verbal possui pedigree eleitoral e um bando de apoiadores dispostos a realizar os íntimos desejos do capitão. É público, declarado e repetido. Move as máquinas do Estado e excita o Johnny Bravo da esquina (o bolsonarista da esquina com menos senso do ridículo e autoestima fora do lugar).
Poucas palavras são tão capazes de produzir efeitos de grande escala no mundo, para o bem ou para o mal, quanto a palavra de chefe de Estado. Compete, no máximo, com a palavra de um líder religioso. No Brasil, para teu azar, líderes religiosos que cultivam o ódio anticristão em nome de Cristo também deram as mãos ao presidente. Têm sido bem pagos para te odiar. O ódio está treinado, entrosado e ensaiado. Contra você.
Antes de sair de casa, você, mulher, negra, homossexual, nordestina, macumbeira, indígena, moradora do morro, da periferia ou da floresta, professora, estudante, cientista, jornalista, ou qualquer liberal mal comportada com ideias dissonantes, com expectativa de ser livre, viver numa sociedade plural e exercer oposição num jogo democrático, proteja-se. Quando a pronúncia cotidiana do ódio contra a tua pessoa se torna política de governo, melhor olhar bem o que vai vestir, o que vai dizer, como vai se portar, onde vai frequentar. Pensa bem no que vai postar. Toma cuidado com quem andas, disfarça teus trejeitos. A liberdade vai ficar para outro dia.
“A eleição acabou, porra! Vamos entender isso?” Precisamos mesmo entender. Bolsonaro interpreta o significado do voto que recebeu de 39% do eleitorado como uma licença bastante singular. Imagina se fosse 50% mais 1, e ele pudesse afirmar que fala pela “maioria”. Os manuais de história e de política dão nome para essa vocação, mas os manuais de etiqueta pública ainda optam pelo recato numa hora dessas.
Na Marcha para (desespero de) Jesus, gritou que gênero “é coisa do capeta”. Ao defender o direito de policial atirar sem limites legais, justificou que “os caras vão morrer na rua igual barata”. A “barata” inspira-se na retórica do genocídio ruandês. O “capeta” simboliza você sabe o quê.
A filósofa Lynne Tirrell, autora do artigo Genocidal language games (Jogos de linguagem genocida , em tradução livre), relata como as políticas linguísticas pós-genocídio de Ruanda tentaram dar resposta às letais divisões provocadas pelo discurso antitútsi. Na Ruanda de 1994, dizer “ela é uma tútsi” expedia licença para matar. Hoje não se permite chamar tútsis de “barata”. Assumiram um “compromisso expressivo” fundamental: “Aqui não falamos mais assim”.
A relatora da ONU sobre intolerância, T. Achiume, mostra que palavras desse tipo são “chamados à ação” e tornam esses indivíduos “cúmplices da violência”. Levitsky e Ziblatt argumentam que “falas violentas, no mínimo, encorajam a violência do lobo solitário”. “O poder retórico manipula nossas atitudes”, explica Jason Stanley. Diante dos crimes de intolerância que seguem os discursos de Trump nos Estados Unidos, Leonhardt, no New York Times , constatou ser necessário “muito esforço para convencer a si mesmo de que seja só uma grande coincidência”. Feinberg, Branton e Martinez-Ebers usaram técnicas estatísticas para correlacionar o aumento de 226% dos crimes de intolerância nas cidades onde Trump realiza comícios. Não foi “uma grande coincidência”.
Em livro sobre a linguagem do Terceiro Reich, Victor Klemperer escreveu que “palavras podem ser como pequenas doses de arsênico: parecem não ter efeito, mas depois de um tempo vem a reação tóxica”. A filosofia da linguagem também mostra como as palavras ditas por certas autoridades (um presidente, um juiz etc.), para além do conteúdo que comunicam, têm “força ilocucionária”, ou seja, produzem outros efeitos materiais. Por isso que a tua quebra de decoro, para o Direito, é irrelevante, mas a de algumas autoridades é crime de responsabilidade.
Será a escatologia verbal de Bolsonaro uma “cortina de fumaça” para desviar a atenção de reformas econômicas impopulares? Ou serão Guedes e sua equipe um verniz grosseiro para disfarçar o núcleo da submediocridade ministerial formado por Weintraub, Damares e Araújo, ou Salles, Terra e Tereza Cristina, pagos para o serviço grotesco? Se você é branco, heterossexual, sudestino, morador de área nobre e temente a Deus, talvez esse dilema existencial não lhe desperte interesse, ainda que nos diga respeito. Não será mera coincidência.
de Conrado Hubner Mendes - Doutor em Direito e Professor na Universidade de São Paulo (USP)

Dislexia, por Jota Camelo

Os conges

- Liga não querido
Você também é disléxico 

Deodato Ramalho: e o PT quebrou o Brasil?

Lendo hoje o surreal artigo do presidente da FIEC, no jornal O POVO, que, movido pelo ranço ideológico, além de esquecer dos sucessivos balanços empresariais do Ceará (2003/2014), inclusive dos seus negócios, me lembrei desses números: 
RESERVAS INTERNACIONAIS ano a ano (dezembro) em US$ bilhões 

2000: 33
2001: 35,9
2002: 37,8
2003: 49,3
2004: 52,9
2005: 53,8
2006: 85,8
2007: 180,3
2008: 193,8
2009: 238,5
2010: 288,6
2011: 352
2012: 373,1
2013: 358,8
2014: 363,5
2015: 356,5

E o PT quebrou o Brasil?!

Não desculpo

Quando me perguntam:
Você vai continuar com essa chatice contra quem votou no Bolsonaro? Você precisa aceitar a opinião dos outros!

- Eu não tenho que aceitar nada!
Seu voto tira a aposentadoria das pessoas;
Seu voto coloca mais veneno no meu prato;
Seu voto desmatou algumas Dinamarcas em 5 meses;
Seu voto entregou as nossas riquezas para os estrangeiros;
Seu voto sabotou a educação pública, do ensino básico à pesquisa científica;
Seu voto cortou medicamentos do SUS;
Seu voto extinguiu o departamento de AIDS do SUS (referência mundial em controle da doença);
Seu voto coloca minorias em risco;
Seu voto libera armas de fogo para uma população raivosa;
Seu voto deu carta branca para a polícia condenar sem julgamento;
Seu voto bate continência para a bandeira americana;
Seu voto chacina aldeias indígenas;
Seu voto não respeita o meio ambiente;
Seu voto propõe pagar 400 reais de aposentadoria para velhinhos que vão morrer à míngua sem SUS e sem comida;
Seu voto é violento, homofóbico, racista, ignorante, vexaminoso, fascista, e o mundo inteiro avisou;
Seu voto é imperdoável;
Seu voto está causando problemas irreversíveis;
Mesmo que eu quisesse, eu não saberia parar de mostrar o mal que você fez.
Ou seja: não, eu não vou parar.
Seu voto está destruindo a educação no Brasil.
Seu voto está adoecendo as pessoas que sofrem ao ver tanta injustiça sendo cometida.
Seu voto matou projetos acadêmicos e profissionais de milhões de pessoas. 
Seu voto pode jogar o Brasil numa guerra civil. 
Seu voto transformou meu país em motivo de chacota no mundo inteiro.
Seu voto destruiu a possibilidade de construção de uma sociedade mais justa.
Não, não tem desculpa!
Você sabia! 

(Texto de Beatriz Cunha)

Brasil, o país dos golpes? por Ricardo Cappelli

O presidente da Suprema Corte agiu certo como "pacificador"? Existia correlação de forças para denunciar as tentaivas de intimidação e a escalada golpista?

Qual objetivo moveu a revelação tão precoce?

A recente entrevista de Toffoli à Veja impressionou pela gravidade dos fatos relatados. A revista narra uma série de bastidores, não deixando claro que sua fonte é o presidente do STF. 

Ora, mas se entrevistava ele, de onde vieram tantas informações?

A pouca atenção dada pela grande mídia pode sinalizar desejo de que o dito fique no passado, cumplicidade impublicável ou desconfiança da veracidade do narrador.

Só uma coisa não cabe: a indiferença diante dos absurdos trazidos a público.

Os fatos são graves. Quando surgiu a possibilidade de se apurar o escândalo das fake news nas eleições, logo após o pleito, uma autoridade do exército ameaçou claramente a democracia. 

Dias Toffoli teria dito para alguns de seus pares que um general, contrariado com a apuração do escândalo, possuía 300 mil homens armados, "quase todos votando em Bolsonaro". 

A matéria revelou também que entre abril e maio deste ano estivemos à beira de um grave conflito. Políticos, empresários, generais da reserva e militares de patentes intermediárias se enfrentaram ferozmente nos bastidores.

Alguns, insatisfeitos com Bolsonaro, queriam novas eleições, enquanto outros conspiravam pelo impeachment. Generais da reserva flertavam com uma intervenção direta para afastar o presidente. E militares de patentes intermediárias ameaçavam ir às últimas consequências para defendê-lo.

O presidente do STF se apresenta na entrevista como o "pacificador", aquele que impediu que o país caísse num buraco institucional sem precedentes.

As revelações se encaixam nos movimentos do Planalto. As demissões de Santos Cruz e de outros generais parecem fazer eco com as mensagens de Carlos Bolsonaro, que dizia existir uma conspiração golpista comandada pelos generais da reserva – há suspeitas de que o vereador possui um software israelense que invade telefones sem deixar rastros.

A nomeação do general da ativa Ramos, ex-comandante militar do sudeste, para a Secretaria de Governo, combina com a necessidade de ter alguém "com tropa" ao lado do Capitão.

Na mesma época destes movimentos e do pacto público entre os três poderes detalhado por Toffoli, Mourão se recolheu. Coincidência?

Na guerra, quando as tropas entram em campo, o recuo só acontece quando ninguém tem certeza do resultado final. Bolsonaro estaria morto neste momento se houvesse condições para isso. E teria esmagado a conspiração golpista – ou dado um autogolpe - se tivesse força.

O episódio, gravíssimo, é mais um sinal do desprezo de nossas elites pela democracia, um "estorvo", algo que pode ser removido com um golpe vagabundo à luz dos seus interesses. 

O relato faz ruir o sonho da establidade democrática declamada após o período de sombras.  

Novo Golpe. Autogolpe. Contragolpe. Brasil, o país dos golpes?

Crônica da manhã

O naufrágio anunciado, por Fernando Brito

O Estado brasileiro quebrou, confessa-o o próprio presidente da República.

Está na capa dos maiores sites de notícia, mas não sei se sobreviverão como manchetes ate amanhã.

Afinal de contas, o que importa o Estado, este Leviatã maldito que querem nos fazer crer que destrói a prosperidade do pais?

Que importa que ele seja quem dê escolha à imensa maioria das crianças?

Que importa que seja ele quem forme a imensa maioria dos professores, dos mestres, dos doutores deste país?

Ou que seja quem atenda, examine, cuide, opere e cure a imensa maioria da população.

Ou que pague o mercado, o remédio, o aluguel da multidão de aposentados deste país.

Não, ele é um bicho maligno, uma sanguessuga, que fica "no cangote" do empreendedor, do empresário, do madeireiro, do latifundiário, do empreiteiro, exigindo que eles recolham obrigações sociais, que dêem banheiro para seus trabalhadores, que não lhes botem a dormir sobre tábuas, nem a beber água suja…

Este estado maldito, que faz pagar previdência da empregada, não bastasse o favor que se faz ao deixá-la comer a comida fria, na cozinha…

Importa apenas que não quebre para pagar os credores de suas dívidas. uma bobagem de R$ 300 bilhões ao ano…

Aí, sim.

Calote , não; morte, sim, fome, sim, abandono também…

Nossos falsos nacionalistas, de camisetas verde-amarelas nos ensolarados domingos praianos jamais entenderiam Castro Alves e seu "antes te houvera roto na batalha que servirdes a um povo de mortalha".

Vamos nos aproximando, exauridos, de uma imensa crise, como um navio que receberá pela pôpa o mar revolto e terrível. Não temos velas, não temos lastro, fazemos água por todos os porões.

Mas isto é uma bobagem: afogar-se-ão os das galés, não os das primeiras classes, dos conveses superiores.

Os dos porões não chegam ser bem gente como nós.