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Poesia da noite

O poema novo é dos insurgentes. 
Surde, subterrâneo 
e somente eles o escutam. 
Não parece poema, parece 
que todos podem escrevê-lo 
mas não o escrevem 
nem o escreverão nunca.

Não tem cabeça e pé 
princípio ou fim definidos 
mas não são sem pé nem cabeça. 
Tem peito, plexo solar, e dois 
dedos de prosa quebrados. 
Só vai ser poesia, depois. 
Quando muitos o terão lido 
relido e estabelecido.


Armando Freitas Filho nasceu no Rio de Janeiro em 1940. Recebeu em 1986, com o livro 3X4, o prêmio Jabuti, e em 2000, com o livro Fio Terra, o prêmio Alphonsus de Guimarães. Publicou recentemente o livro 'Dever' com poemas escritos entre 2007 e 2013. 

PHA - porque Aécio vacila tanto?

É minas!
O fato de o Padim Pade Cerra dizer no Facebook que não é mais candidato e que o Aécio deve se lançar não significa que o Cerra não seja mas candidato.

Ser Presidente é uma obsessão dele.

Ele, de fato, acha que se preparou a vida toda para isso e ninguém melhor do que ele para exercer a Presidência.

Há aí uns ingredientes de megalomania combinada com alguma forma de patologia.

Como ele não tem escrúpulos – segundo o Ciro Gomes – o Cerra é capaz de usar os métodos mais heterodoxos (não para ele)  e fulminar o Aécio no primeiro dossiê que escapar de seu controle …

Portanto, esse raciocínio informa a decisão do Aécio lançar-se não à Presidência, mas ao dialogo com o Brasil.

Não precisava tanto esforço.

Se fosse só para dialogar com o Brasil, bastava um Facebook, que o adversário (de morte) já utiliza.

E como diz a Maria Frô, nem a estátua do Drummond de Andrade, na Avenida Atlântica, quer conversa com ele.

Não é só o Cerra que o Aécio teme.

É Minas.

E se ele perde a eleição para governador em Minas ?

A vida não tem fim

Nós dois estamos procurando tocar os limites da nossa existência.
Os grandes poetas do passado sempre se entregavam à Vida.

Eles não procuravam uma coisa determinada, nem tentavam desvendar segredos: simplesmente permitiam que suas almas fossem arrebatadas pelas emoções.

As pessoas estão sempre buscando segurança, e às vezes conseguem: mas a segurança é um fim em si, e a Vida não tem fim.

Khalil Gibran

Fernando Brito - a classe média suicida

Em 1942, jovem filósofo francês Valentin Feldman, integrante da Resistência Francesa, diante de um pelotão de fuzilamento formado por soldados do Governo de Vichy, aliado dos nazistas, gritou para seus algozes, segundos antes de eles dispararem:

- Imbecis, é por vocês que vou morrer!

O comportamento da elite brasileira, por vezes, lembra o daqueles franceses, que, por covardia e interesses pessoais, tornaram-se agentes da dominação hitleriana sobre o país.

O Brasil jamais, em sua história, foi mais um país de classe média como é hoje – não obstante ainda termos uma legião imensa de  excluídos. Parece mesmo irônico que o governo petista viesse a repetir aquela frase com que procurava desqualificar, nos tempos de imaturidade, Getúlio Vargas, apontado como "o pai dos pobres e a mãe dos ricos".

Ontem, o BC divulgou o salto dos gastos de brasileiros no exterior: US$ 2,1 bilhões em abril de 2013, 17% acima do registrado em abril do ano passado. Nos quatro primeiros meses do ano, passaram de US$ 8 bilhões.

É obvio que tamanha gastança não é feita pelas elites tradicionais, apenas. Grande parte dela provém da classe média que, deslumbrada com seu poder de compra crescente, viaja à Turquia por causa da novela da Globo ou compra enxovais de bebês em Nova York.

Não se está condenando estas pessoas – embora haja coisas bem melhores para motivar viagens – mas apontando a contradição entre o que podem hoje e o que se deixam levar a pensar sobre o governo que sustenta um crescimento econômico que lhes permite o que, antes, não podia fazer.
Mas é impressionante como ela se deixa levar pelo catastrofismo econômico que, há anos e sob as mais variadas formas, os porta-vozes da dominação financeira que subjugou este país impõem através da mídia e daqueles que ela seleciona como "analistas de economia".

Porque é ele, o mundo das finanças e dos ganhos astronômicos que não perdoa que, em parte, tenha tido de moderar seus apetites sobre a carne suculenta deste país que, antes, devoravam sem qualquer moderação.

Ontem, o Brasil 247 pôs o dedo na ferida: embora a inflação inicie uma trajetória de queda, a economia aumente sua atividade e o IBGE acabe de registrar o menor índice de desemprego para o mês de abril em 11 anos,  a pressão do catastrofismo não dá tréguas.

O 247 vai ao ponto: eles querem é mais juros.
Os juros que, aliás, a classe média paga em seu consumo.

Como os soldados de Vichy, eles seguem o que os colaboracionistas da dominação lhes ordenam. E nem percebem que são ordens, acham que é mesmo aquilo o que pensam.

Felizmente, também como na França ocupada, eles são minoria, como provam as pesquisas de opinião sobre a popularidade do Governo Dilma. Mas são os que têm voz, pelos meios de comunicação.

Porque nós, os que defendemos uma trajetória de libertação e avanço deste país, não falamos. E, quando falamos, nos fixamos muito mais na crítica às concessões que a política obriga um governo progressista a fazer.

E, sob este clima, toda sorte de oportunismos se espalha: os marinismos, as chantagens parlamentares do PMDB, a dança com que Eduardo Campos se oferece como alternativa à direita, desfalcada de um José Serra que afunda – atirando, aliás – e um Aécio Neves que não decola.

E, tal como naquela França do pré-guerra, não vão faltar figuras como a de Pierre Laval, que passou de socialista a expoente da direita e um dos maiores colaboradores dos alemães.

Se não entendermos que teremos, nas eleições do ano que vem, de enfrentar corações e mentes desta classe média ascendente com o máximo de solidez possível na base de apoio ao Governo progressista, estaremos correndo sérios riscos.

Isso, de maneira alguma, significa deixarmos de pensar o que pensamos e combater desvios – políticos e pessoais – do poder.

Mas, também, e jamais, esquecermos que a luta que se trava é maior e mais, muito mais, importante e vital.

É pelos direitos do povo brasileiro – mesmo os de sua classe média  – de viver melhor, num país livre, que não mais será escravo de ninguém.

Seremos o maior produtor de plataforma do mundo

O Brasil vai precisar de muita plataforma daqui para frente. Quero dizer que com a exploração do petróleo do pré-sal ganhando velocidade e escala o Brasil vai se transformar necessariamente no maior produtor de plataformas de petróleo do século XXI. A gente tem de pensar grande, do tamanho do Brasil.


Brasil vai se transformar no maior produtor de plataformas de petróleo do século XXI

A presidenta Dilma Rousseff destacou, nesta terça-feira (17), a importância da indústria naval brasileira, que vai se tornar a maior produtora de plataformas de petróleo do século XXI. Dilma participou, em Ipojuca (PE), da inauguração da plataforma P-62, que contou com 63% de conteúdo nacional e criou 5 mil empregos diretos.

"O Brasil vai precisar de muita plataforma daqui para frente. Quero dizer que com a exploração do petróleo do pré-sal ganhando velocidade e escala o Brasil vai se transformar necessariamente no maior produtor de plataformas de petróleo do século XXI. A gente tem de pensar grande, do tamanho do Brasil", ressaltou.

Plataforma P-62Dilma lembrou que, só em 2013, foram entregues nove plataformas, o que demonstra a capacidade e o dinamismo da indústria naval brasileira. O setor emprega, hoje, 79 mil homens e mulheres, enquanto em 2003 eram apenas 7 mil funcionários. E a presidenta ainda garantiu que muitas contratações serão feitas.

"Só em Libra, para terem uma ideia, só esse último campo, para eles extraírem petróleo de um campo, precisa de 12 a 18 plataformas. (…) E precisa de navios. Estou falando uma coisa das que já estão garantidas, que foi licitado, que tem sócio, grandes empresas são sócias e 75% de todo o óleo fica para o governo, 25% para as empresas", disse.

Dilma afirmou que a conclusão da P-62 é mais uma prova de competência da indústria e do trabalhador brasileiro e da trabalhadora brasileira. Ela lembrou que quando comandava a pasta de Minas e Energia, no início do governo Lula, recebeu a missão de viabilizar a construção de plataformas, navios e sondas em território nacional e que conseguiu contrariar quem dizia que o Brasil não era capaz de ter uma indústria naval.

"Nós decidimos, sim, que deveria ser produzido no Brasil o máximo possível dos equipamentos necessários aos investimentos. Nós decidimos, sim, que o governo faria tudo para garantir que essa indústria naval, que nos anos 80, nos anos de 1980, tinha sido a 2ª indústria naval do mundo, essa indústria ressuscitaria das cinzas e voltaria a ser uma das indústrias mais importantes, não só do Brasil, mas do mundo, porque essa indústria será isso, ela tem capacidade de ser isso, vocês têm capacidade de transformá-la numa indústria de nível internacional".

A linguagem é mais que sangue

[...] como uma prisão arbitrária (antes do trânsito em julgado; exposição desnecessária em périplo aéreo por três cidades do país; regime fechado para condenados em regime aberto; substituição arbitrária do juiz da vara de execuções penais de Brasília, etc.) foi se transformando em “um privilégio dos mensaleiros petistas”. 

A guerra de rótulos da mídia que semeia a intolerância e o medo, Venício Lima

Quando pouco ainda se falava sobre “história conceitual”, isto é, sobre a semântica histórica de conceitos e palavras, foi publicado o indispensável Palavras-Chave (um vocabulário de cultura e sociedade) [1ª edição 1976; tradução brasileira Boitempo, 2007], do ex-professor de Cambridge, Raymond Williams (1921-1988).

Ao analisar as mudanças na significação de 130 palavras-chave como ciência, democracia, ideologia, liberal, mídia, popular e revolução, Williams argumentava que as questões de significação de uma palavra estão inexoravelmente vinculadas aos problemas em cuja discussão ela esta sendo utilizada. E, mais ainda, que o uso dos diferentes significados de palavras identifica formas diversas de pensar e ver o mundo. Para ele, a apropriação de um determinado significado que serve a um argumento específico exclui aqueles outros significados que são inconvenientes ao argumento. Trata-se, portanto, de uma questão de poder.

Anos mais tarde, através do precioso Language and Hegemony in Gramsci do cientista político estadunidense, radicado no Canadá, Peter Ives (1ª edição 2004), soube-se que o filósofo sardenho desenvolveu o conceito de hegemonia – a formação e a organização do consentimento – a partir de seus estudos de linguística. Poucos se lembram de que, por ocasião da unificação italiana (1861), apenas entre 2,5% e 12% da população falavam a mesma língua. Daí serem previsíveis as enormes implicações sociais e políticas da unificação linguística, sobretudo o enorme poder de ajustamento e conformidade em torno da institucionalização de uma língua única que se tornaria a língua italiana.

Na verdade, não só as palavras mudam de significação ao longo do tempo, como palavras novas são introduzidas no nosso cotidiano e passam a constituir uma nova linguagem, um novo vocabulário dentro do qual se aprisionam determinadas formas de pensar e ver o mundo.

Mais recentemente, a leitura tardia do impressionante LTI – A linguagem do Terceiro Reich (1ª. edição 1947, tradução brasileira Contraponto, 2009), do filólogo alemão Victor Klemperer (1881-1960), dissipou qualquer dúvida que ainda restasse sobre a importância fundamental das palavras, da linguagem, do vocabulário para a conformação de uma determinada maneira de pensar. Está lá:

“O nazismo se embrenhou na carne e no sangue das massas por meio de palavras, expressões e frases impostas pela repetição, milhares de vezes, e aceitas inconscientemente e mecanicamente. (…) A língua conduz o meu sentimento, dirige a minha mente, de forma tão mais natural quanto mais eu me entregar a ela inconscientemente. (…) Palavras podem ser como minúsculas doses de arsênico: são engolidas de maneira despercebida e parecem ser inofensivas; passado um tempo, o efeito do veneno se faz notar” (p.55).

Vale a epígrafe do LTI retirada de Franz Rosenzweig (1886-1929): “A linguagem é mais do que sangue”.

Balanço do ano
As referências a Williams, Ives (Gramsci) e Klemperer são apresentadas aqui para justificar a escolha que fiz diante da necessidade de produzir um balanço de 2013 em relação ao setor de mídia.

O que de mais importante aconteceu no nosso país de 2005 para cá – vale dizer, ao longo dos últimos oito anos – e se consolidou em 2013 com as várias semanas de julgamento televisionado, ao vivo, no Supremo Tribunal Federal?

Estou convencido de que foi a formação de uma linguagem nova, seletiva e específica, com a participação determinante da grande mídia, dentro da qual parcela dos brasileiros passaram a “ver” os réus da Ação Penal nº 470, em particular aqueles ligados ao Partido dos Trabalhadores.

Ainda em 2006 (cf. capítulo 1 de Mídia: crise política e poder no Brasil; Editora Fundação Perseu Abramo) argumentei que uma das consequências mais visíveis da crise política foi o aparecimento na grande mídia de uma série de novas palavras/expressões como mensalão, mensaleiros, partidos do mensalão, CPI do mensalão, valerioduto, CPI chapa-branca, silêncio dos intelectuais, homem da mala, doleiro do PT, conexão cubana, operação Paraguai, conexão Lisboa, república de Ribeirão Preto, operação pizza, dança da pizza, dentre outros.

Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, Fábio Kerche também chamou atenção para a recuperação pela grande mídia de dois conceitos clássicos de nossa sociologia política – coronelismo e populismo –, que passaram a ser utilizados na cobertura da crise política com nova significação desvinculada de suas raízes e especificidades históricas (cf. “Simplificações conceituais” in Folha de S.Paulo, 23/3/2006, p. A-3).

O verdadeiro significado dessas novas palavras/expressões, dizia à época, só pode ser compreendido dentro dos contextos concretos em que surgiram e passaram a ser utilizadas. São tentativas de expressar, de maneira simplificada, questões complexas, ambíguas e de interpretação múltipla e polêmica (aberta). Elas buscam reduzir (fechar) um variado leque de significados a apenas um único “significado guarda-chuva” facilmente assimilável. Uma espécie de rótulo.

Exaustivamente repetidas na cobertura política tanto da mídia impressa como da eletrônica, essas palavras/expressões vão perdendo sua ambiguidade original pela associação continuada a apenas um conjunto de significados. É dessa forma que elas acabam sendo incorporadas ao vocabulário cotidiano do cidadão comum.

Mas elas passam também a ser utilizadas, por exemplo, nas pesquisas de “opinião pública”, muitas vezes realizadas por institutos controlados pela própria grande mídia. Esse movimento circular viciado produz não só aferições contaminadas da “opinião pública” como induz o cidadão comum a uma percepção simplificada e muitas vezes equivocada do que realmente se passa.
Relacionei ainda as omissões e/ou as saliências na cobertura que a grande mídia oferecia da crise política – evidentes já àquela época –, protegendo a si mesma em relação à destinação de recursos publicitários e/ou favorecendo politicamente à oposição político-partidária ao governo Lula e ao Partido dos Trabalhadores (PT). Algumas dessas omissões foram objeto de denúncia do jornalista Carlos Dorneles, então na Rede Globo (13/10/2005) e do ombudsman da Folha de S.Paulo (23/10/2005).

De 2005 a 2013
Nos últimos oito anos, o comportamento da grande mídia não se alterou. Ao contrário. A crise política foi se transformando no “maior escândalo de corrupção da historia do país” e confirmou-se o padrão de seletividade (omissão e/ou saliência) na cobertura jornalística, identificado desde 2005.

Até 2005, “mensalão” era apenas “o imposto que pode ser recolhido pelo contribuinte que tenha mais de uma fonte pagadora. Se o contribuinte recebe, por exemplo, aposentadoria e salário e não deseja acumular os impostos que irão resultar num valor muito alto a pagar na declaração mensal, ele pode antecipar este pagamento por meio de parcela mensal”.

Nos últimos anos “mensalão” passou a ser “um esquema de corrupção” e tornou-se “mensalão do PT”, enquanto situações idênticas e anteriores, raramente mencionadas, foram identificadas pela geografia e não pelo partido político (“mensalão mineiro”). Como resultado foi se construindo sistematicamente uma associação generalizada, seletiva e deliberada entre corrupção e os governos Lula e o PT, ou melhor, seus filiados e/ou simpatizantes.

“Mensaleiro” passou a designar qualquer envolvido na Ação Penal nº 470, independentemente de ter sido ou não comprovada a prática criminosa de pagamento e/ou recebimento de mensalidades em dinheiro “sujo” com o objetivo de se alterar o resultado nas votações de projetos de lei no Congresso Nacional.

A generalização seletiva tornou-se a prática deliberada e rotineira da grande mídia e, aos poucos, as palavras “petista” – designação de filiado ao Partido dos Trabalhadores – e “mensaleiro”, se transformaram em palavrões equivalentes a “comunista”, “subversivo” ou “terrorista” na época da ditadura militar (1964-1985). “Petista” e “mensaleiro” tornaram-se, implicitamente, inimigos públicos e sinônimos de corruptos e desonestos.

O escárnio em relação aos “mensaleiros petistas” atingiu o seu auge com a prisão espetaculosa de alguns dos réus, por determinação do presidente do STF, no simbólico feriado da Proclamação da República (15 de novembro), antes do transito em julgado da Ação Penal nº 470, com ampla cobertura ao vivo das principais emissoras de televisão. Ofereceu-se assim a oportunidade para que articulistas da grande mídia passassem a citar seletivamente os nomes dos petistas detidos precedidos do adjetivo “presidiário”.

Da mesma forma, o que poderia ser questionado como uma prisão arbitrária (antes do trânsito em julgado; exposição desnecessária em périplo aéreo por três cidades do país; regime fechado para condenados em regime aberto; substituição arbitrária do juiz da vara de execuções penais de Brasília, etc.) foi se transformando em “um privilégio dos mensaleiros petistas”.

Na cobertura oferecida pela grande mídia esses “privilégios” foram identificados pelas visitas incialmente permitidas em dias diferentes daqueles dos demais detidos no complexo da Papuda; pela solicitação de regime diferenciado em função da saúde precária de um dos “mensaleiros petistas” e pela remuneração elevada do emprego oferecido (em seguida descartado) a outro.

Sinais de intolerância
Não é necessário mencionar aqui as inúmeras e pendentes questões – inclusive jurídicas – envolvendo o polêmico julgamento da Ação Penal nº 470 e os interesses político-partidários em jogo relativos a situações idênticas e anteriores que, todavia, ainda não mereceram a atenção correspondente do Poder Judiciário e, muito menos, da grande mídia.

O ano de 2013 certamente poderá ser lembrado como aquele em que ocorreu o julgamento da Ação Penal nº 470 e pelo desmesurado papel que a grande mídia desempenhou em todo o processo. Um vocabulário seletivo específico e uma linguagem correspondente se consolidaram em relação aos eventos nomeados pela nova palavra “mensalão”.

Tendo como referência os ensinamentos de Williams, Ives (Gramsci) e Klemperer, vale a pergunta: até que ponto este vocabulário e esta linguagem influenciam a maneira pela qual alguns dos envolvidos passaram a ser “vistos” pela população brasileira (ou parte dela) e contribuem para criar um clima político não democrático, de intolerância, de ódio e de recusa intransigente a sequer ouvir qualquer posição diferente da sua?

Para além da formação seletiva de um vocabulário e de uma linguagem específicas, bastaria relembrar as declarações do ministro Celso Melo por ocasião do julgamento dos embargos infringentes: “Nunca a mídia foi tão ostensiva para subjugar um juiz”.

Vale a pena repetir com Victor Klemperer:
“Palavras podem ser como minúsculas doses de arsênico: são engolidas de maneira despercebida e parecem ser inofensivas; passado um tempo, o efeito do veneno se faz notar”.

Venício A. de Lima é jornalista e sociólogo, professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado), pesquisador do Centro de Estudos Republicanos Brasileiros (Cerbras) da UFMG e organizador/autor com Juarez Guimarães de Liberdade de Expressão: as várias faces de um desafio, Paulus, 2013, entre outros livros

PS do Viomundo: E agora O Globo e a Folha se dedicam conjuntamente a “virar” a Papuda, a provocar uma rebelião para jogar na conta do Zé Dirceu!

jb comove o Papa e hithler

Joaquim Barbosa resolveu contratar agência de publicidade para o Supremo Tribunal Federal, noticia o 247. As razões são as mais sérias, compenetradas, austeras, constitucionais, formalistas e oficiais possíveis. Um ar de legalidade e legitimidade, nos fundamentos que deve comover até o papa. E Hitler, no inferno. 





Ainda que os ministros Joaquim Barbosa e Rosa Weber já tenham feito a correção, não basta uma explicação insatisfatória para anular a gravidade do aumento fictício de beneficiários do plano de saúde do Supremo Tribunal Federal, para receber maiores verbas federais.

Briguilinks do dia

STF - uma festa vitalícia

Joaquim Barbosa resolveu contratar agência de publicidade para o Supremo Tribunal Federal, noticia o 247. As razões são as mais sérias, compenetradas, austeras, constitucionais, (inquestionáveis?), formalistas e oficiais possíveis. Um ar de legalidade e legitimidade, nos fundamentos que deve comover até o papa. E Hitler, no inferno.

Estaria querendo o ministro se pautar pelo Poder Executivo? Sua ideia, com base na Constituição da República, artigo 2o que diz que os poderes são independentes, seria criar um Executivo privé dentro do Supremo? (É claro que este executivo já existe). Dinheiro não falta, jorra a rodo e infinito da sociedade, todo mundo sabe. Afinal, qual é a empresa privada do planeta que tem todos os mimos, benefícios, garantias, cuidados, planos, projetos, programas, capacitações, subsídios, verbas extras, outras remunerações, outras verbas, compensações, outras compensações, auxílios, outros auxílios, ajudas de custo, jetons, diárias, outras diárias etc. que têm os poderes públicos brasileiros? A resposta é: nenhuma.

As decisões do STF podem ter implicação nos campos da Advocacia-Geral da União, Banco Central, Presidência da República , Controladoria Geral da União, Segurança, Agricultura, Pecuária, Abastecimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Cultura, Defesa, Educação, Fazenda, Integração Nacional, Justiça, Pesca e Aquicultura, Previdência Social, Saúde, Cidades, Comunicações, Relações Exteriores, Minas e Energia, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Esporte, Meio Ambiente, Planejamento Orçamento e Gestão, Trabalho e Emprego, Turismo, Transportes, Micro e Pequena Empresa, Comunicação Social, Direitos Humanos, Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Políticas para as Mulheres, Portos, Relações Institucionais.

Alguma coisa lhe chamou atenção aí? Exatamente. São os ministérios do Poder Executivo. Ora, Joaquim Barbosa pode criar uma "secretaria" para cada uma dessas áreas, afinal o Supremo se relaciona com todos esses temas. E dinheiro, a rodo e infinito (de novo), todo mundo sabe que jorra.

Responda rápido: é ou não é uma festa? Uma delícia de festa. Uma rave vitalícia.

Do blog Observatório Geral

A mais pura verdade

O ladrão togado é paparicado pela sociedade, favorecido pelos outros poderes, ignorado pela polícia e aplaudido pelo pig.

Os mininistros do STF-Med estão aí para provar.

Sugestão de presente de Natal

Vida: Cruz e Souza, Basho, Jesus e Trostki
Autor: Paulo Leminski
Sinopse: Quando a Companhia das Letras lançou 'Toda poesia', em fevereiro de 2013, alguns dos livros ali reunidos - como 'Caprichos & relaxos' e 'Distraídos venceremos' - estavam fora de catálogo e vinham sendo procurados pelo amplo público leitor de Paulo Leminski há mais de dez anos. Fenômeno semelhante ocorre com as quatro biografias que Leminski escreveu para a Coleção Encanto Radical ao longo da década de 1980; livros como 'Bashô - a lágrima do peixe' são raridades, e voltam ao mercado com a reedição de um volume único. Sob o olhar poético e apaixonado de um mesmo admirador, essas quatro trajetórias aparentemente desconexas ganham novas dimensões, criam elos e se complementam, em comunicação permanente com a vida e a obra de seu biógrafo. Trótski é visto como um homem de letras, autor do 'mais extraordinário livro sobre literatura' já escrito por um político. Cruz e Sousa é personagem central de um movimento que Leminski chama de 'underground' e que muito o influenciaria; o simbolismo. Bashô, antes de se tornar pai do haikai, foi membro da classe samurai. E Jesus é um 'superpoeta'. Enquanto traz à tona lados de quatro de seus heróis, Leminski revela muito de si mesmo, tão múltiplo e fascinante quanto os biografados, e fornece a seus fãs, em narrativas aliciantes e cheias de estilo, uma gênese de suas principais influências.

Rosa Weber, Joaquim Barbosa e mais quem se beneficiou do caixa 2 do STF?

Ainda que os ministros Joaquim Barbosa e Rosa Weber já tenham feito a correção, não basta uma explicação insatisfatória para anular a gravidade do aumento fictício de beneficiários do plano de saúde do Supremo Tribunal Federal, para receber maiores verbas federais.

O número de beneficiários aumentado em cerca de 50% resultou no aumento das verbas recebidas pelo STF, ao menos nos últimos três anos, também em cerca de 50%. Ou em torno de R$ 15 milhões anuais, que deveriam ficar apenas entre R$ 9,4 e R$ 10,7 milhões.

A explicação dada pelo STF ao repórter Vinicius Sassine, que publicou os valores no "Globo", é de que o número de beneficiários baseou-se em "expectativas futuras" de casamentos, nascimentos e outros dependentes, além de nomeações. Mas aumento desse total de pessoas em 50% a cada 12 meses, ano após ano?

Sem duvidar do prestígio de que a heterossexualidade ainda desfrute no STF, que assim seria um bastião entre os derradeiros, por isso mesmo a criação fictícia de maridos e mulheres, filhos e enteados, até de sogras, adquire aspecto fraudulento com o ganho para os servidores contribuintes do plano: os 50% de aumento indevido das verbas federais diminuíram os ônus dos ministros e servidores do STF em relação ao déficit declarado do STF-Med. Fosse evitando-lhes contribuição maior, fosse reprimindo os gastos de assistência.

A verba orçamentária era proporcional ao número indicado de beneficiários. O STF criou, portanto, um caixa dois de beneficiários. Como diria Delúbio Soares, são ministros, servidores e dependentes não contabilizados.

por Jânio de Freitas

Cinco filmes sobre Jesus Cristo

por Eduardo Ribeiro
Embora tenha cursado o ensino fundamental numa tradicional escola católica de Porto Alegre, nunca cheguei a me considerar cristão.
A catequese (formalmente, aula de religião, na prática exatamente isso) era uma experiência traumática, cheia daquele exato moralismo carola que se tornou estereotípico de certo catolicismo. Aos 9 anos me afirmei agnóstico e levei uma cusparada na cara de uma colega, que me chamou de Tomé, “ver para crer”.
Durante a esotérica década de 90, no entanto, lendo Nietzsche e convivendo com wiccans e thelemitas, comecei a entender melhor o cristianismo como fenômeno cultural, e até gerar certa simpatia. A engenharia reversa de olhar o cristianismo com olhos pagãos e seculares, quase antropológicos — na minha experiência — jogou boa luz sobre o cristianismo.
Mais tarde, cursando filosofia, tive que me familiarizar com Aquino e Agostinho, e cheguei a desenvolver admiração por místicos cristãos menos ortodoxos, como Mestre Eckhart e Escoto Erígena. Ainda assim, por se tratar de uma universidade pública, considero o foco sobre tais importantes filósofos cristãos arbitrário e, por si só, uma violação da separação entre igreja e estado.
Afinal, há suficientes universidades confessionais para realizarem estes estudos.
Nessa época do Natal, talvez fosse mais adequado ver filmes inspiradores, cristãos mas com ar secular, como versões de Um Conto de Natal (recomendo a de 1951, ou a com Bill Murray, de 1988, Scrooged), algo como A felicidade não se compra (It’s a Wonderful Life, 1946), ou até, quem sabe, o divertidíssimo Papai Noel às Avessas (Bad Santa, 2003), e talvez deixar os filmes abaixo para a Páscoa.
Mesmo assim, tendo em vista esse preâmbulo e minha devoção a estes filmes, talvez os comentários fiquem interessantes.

STJD - quer dizer



Sou Tricolor Já Decidi
@jose_simao

A ganância é o ínicio

o empresariado a conexão

Khalil Gibran parabolando

Na sombra de um templo, meu amigo me apontou um cego. Meu amigo disse: "Este homem é um sábio".

Aproximamos, e perguntei: "desde quando o senhor é cego?"

"Desde que nasci".

"Eu sou um astrônomo", comentei.

"Eu também", o cego respondeu. E, colocando a mão em seu peito, disse: "Passo a vida observando os muitos sóis e estrelas que se movem dentro de mim".

Recado de amor

Eu não canso de dizer:
Te amo!
Eu não canso de dizer:
Te quero e espero acordar todos os dia junto a te.

Mensagem da Vóvó Briguilina

Valorize tua vida.
Tem gente lutando por a dela.
Pense nisso.